terça-feira, 1 de julho de 2014

Blog dos Mercantes festeja mais um aumento da Cabotagem

Mais uma matéria enaltecendo o crescimento de 2 dígitos no transporte de cargas utilizando como meio de transporte principal a Cabotagem. Isso é ótimo para o Setor, mas melhor ainda pelo país, que vê seu sistema de transporte migrar para uma utilização mais racional do mesmo.

Mas ainda que tenhamos visto crescimento robusto e acelerado no transporte pelo setor aquaviário, o mesmo ainda patina numa participação pífia no total de cargas transportadas no país. Pulamos para um patamar de 7,5% a 8,0% de participação em 2010, para algo em torno de 12% no início de 2014.

Não discordo que foi um crescimento substancial, mas se levarmos em conta o potencial estimado da Cabotagem de transportar algo em torno de 30% das cargas nacionais, vemos que ainda temos espaço para um crescimento muito mais robusto e rápido. Se combinarmos isso com o potencial hidroviário, aí é que teríamos realmente ideia da participação que a navegação pode alcançar no transporte de cargas no Brasil.

Mas ainda que o Blog dos Mercantes apoie todas as iniciativas, privadas e públicas, que venham a incentivar maior participação da navegação no transporte de cargas no Brasil, e mesmo para o exterior, gostaríamos de lembrar que o trabalhador brasileiro do setor precisa ser tratado com mais respeito.

Isso porque o PL 5.655/2.009, trata de forma totalmente desrespeitosa os trabalhadores brasileiros do setor, que vêm seu mercado de trabalho ser escancarado a trabalhadores estrangeiros, que vivem realidades econômicas distintas em seus países, e muitas vezes não têm o mesmo nível de preparo e treinamento que os brasileiros, tendo sido muito comuns encontrarem-se diplomas e certificados falsos entre esses trabalhadores.

Mais uma vez nossos governantes tomam decisões equivocadas, baseados em meias verdades, ou mentiras completas, que nitidamente prejudicam a centenas, ou milhares de trabalhadores brasileiros.

Ah, mas beneficia outros trabalhadores brasileiros. Isso não é necessariamente verdade e, além disso, porque tem que prejudicar alguém, se pode beneficiar a todos?



Valor Econômico – Reportagem – 30/04/2014

Cabotagem cresce 27% no país no primeiro trimestre

Por Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos

O mercado de navegação doméstica (cabotagem) cresceu 27% no primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo intervalo de 2013, chegando a 165 mil Teus (contêiner de 20 pés). Os dados foram compilados pelo armador Mercosul Line, do grupo Maersk, a partir de levantamento feito pela consultoria de comércio marítimo Datamar.

A Mercosul, terceira do setor, atrás da Aliança e Log-In, respectivamente, cresceu acima do mercado. Fechou o período janeiro-março com alta de 30% sobre a mesma base de 2013, transportando pouco mais de 30 mil Teus no período.

O principal executivo do armador, Roberto Rodrigues, diz que a alta foi muito apoiada na compra de eletroeletrônicos para a Copa do Mundo. Fabricados na Zona Franca, em Manaus, eles usam os navios rumo ao Sul e Sudeste.

Historicamente a cabotagem tem crescido a dois dígitos. "Parte disso vem da Lei do Motorista, que aumentou os custos rodoviários. Tanto que na pernada de subida (Sul-Norte), que não tem tanto impacto da Copa, temos visto crescimento de dois dígitos", diz Rodrigues.

A estimativa é que o ritmo de crescimento diminua no meio do ano, justamente devido às compras já feitas para a Copa, mantendo-se estável no segundo semestre. A expectativa é que o transporte marítimo doméstico cresça 16% neste ano, chegando a quase 650 mil Teus. Rodrigues afirma que a Mercosul irá crescer em linha com o mercado. Hoje, o armador tem três navios na frota e responde por cerca de 23% dos volumes movimentados na cabotagem. Um dos diferenciais da Mercosul é estar ligada a um grupo de navegação internacional, a Maersk Line, o que permite uma sinergia entre cabotagem e o serviço "feeder", que são as cargas de longo curso (internacionais) transferidas para um porto nacional. O mesmo vale para a Aliança, ligada ao armador alemão Hamburg Süd.


Em relação aos custos de operação, Rodrigues diz que a grande expectativa da navegação era que a reforma portuária baixasse os preços de praticagem, o serviço obrigatório de manobra dos navios para entrar e sair do porto. Segundo ele, o serviço representa de 60% a 70% dos custos do armador em uma atracação. O governo tentou fixar um teto por manobra, mas a questão está judicializada. Os práticos dizem que se trata de livre negociação entre eles e os armadores. "Não se chegou a lugar algum".

Nenhum comentário:

Postar um comentário