Mais uma matéria
enaltecendo o crescimento de 2 dígitos no transporte de cargas utilizando como
meio de transporte principal a Cabotagem. Isso é ótimo para o Setor, mas melhor
ainda pelo país, que vê seu sistema de transporte migrar para uma utilização
mais racional do mesmo.
Mas ainda que tenhamos
visto crescimento robusto e acelerado no transporte pelo setor aquaviário, o
mesmo ainda patina numa participação pífia no total de cargas transportadas no
país. Pulamos para um patamar de 7,5% a 8,0% de participação em 2010, para algo
em torno de 12% no início de 2014.
Não discordo que foi um
crescimento substancial, mas se levarmos em conta o potencial estimado da
Cabotagem de transportar algo em torno de 30% das cargas nacionais, vemos que
ainda temos espaço para um crescimento muito mais robusto e rápido. Se
combinarmos isso com o potencial hidroviário, aí é que teríamos realmente ideia
da participação que a navegação pode alcançar no transporte de cargas no
Brasil.
Mas ainda que o Blog dos
Mercantes apoie todas as iniciativas, privadas e públicas, que venham a
incentivar maior participação da navegação no transporte de cargas no Brasil, e
mesmo para o exterior, gostaríamos de lembrar que o trabalhador brasileiro do
setor precisa ser tratado com mais respeito.
Isso porque o PL
5.655/2.009, trata de forma totalmente desrespeitosa os trabalhadores
brasileiros do setor, que vêm seu mercado de trabalho ser escancarado a
trabalhadores estrangeiros, que vivem realidades econômicas distintas em seus
países, e muitas vezes não têm o mesmo nível de preparo e treinamento que os
brasileiros, tendo sido muito comuns encontrarem-se diplomas e certificados
falsos entre esses trabalhadores.
Mais uma vez nossos
governantes tomam decisões equivocadas, baseados em meias verdades, ou mentiras
completas, que nitidamente prejudicam a centenas, ou milhares de trabalhadores
brasileiros.
Ah, mas beneficia outros
trabalhadores brasileiros. Isso não é necessariamente verdade e, além disso,
porque tem que prejudicar alguém, se pode beneficiar a todos?
Valor
Econômico – Reportagem – 30/04/2014
Cabotagem
cresce 27% no país no primeiro trimestre
Por
Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos
O mercado
de navegação doméstica (cabotagem) cresceu 27% no primeiro trimestre do ano na
comparação com o mesmo intervalo de 2013, chegando a 165 mil Teus (contêiner de
20 pés). Os dados foram compilados pelo armador Mercosul Line, do grupo Maersk,
a partir de levantamento feito pela consultoria de comércio marítimo Datamar.
A
Mercosul, terceira do setor, atrás da Aliança e Log-In, respectivamente,
cresceu acima do mercado. Fechou o período janeiro-março com alta de 30% sobre
a mesma base de 2013, transportando pouco mais de 30 mil Teus no período.
O
principal executivo do armador, Roberto Rodrigues, diz que a alta foi muito
apoiada na compra de eletroeletrônicos para a Copa do Mundo. Fabricados na Zona
Franca, em Manaus, eles usam os navios rumo ao Sul e Sudeste.
Historicamente
a cabotagem tem crescido a dois dígitos. "Parte disso vem da Lei do
Motorista, que aumentou os custos rodoviários. Tanto que na pernada de subida
(Sul-Norte), que não tem tanto impacto da Copa, temos visto crescimento de dois
dígitos", diz Rodrigues.
A
estimativa é que o ritmo de crescimento diminua no meio do ano, justamente
devido às compras já feitas para a Copa, mantendo-se estável no segundo
semestre. A expectativa é que o transporte marítimo doméstico cresça 16% neste
ano, chegando a quase 650 mil Teus. Rodrigues afirma que a Mercosul irá crescer
em linha com o mercado. Hoje, o armador tem três navios na frota e responde por
cerca de 23% dos volumes movimentados na cabotagem. Um dos diferenciais da
Mercosul é estar ligada a um grupo de navegação internacional, a Maersk Line, o
que permite uma sinergia entre cabotagem e o serviço "feeder", que
são as cargas de longo curso (internacionais) transferidas para um porto
nacional. O mesmo vale para a Aliança, ligada ao armador alemão Hamburg Süd.
Em relação
aos custos de operação, Rodrigues diz que a grande expectativa da navegação era
que a reforma portuária baixasse os preços de praticagem, o serviço obrigatório
de manobra dos navios para entrar e sair do porto. Segundo ele, o serviço
representa de 60% a 70% dos custos do armador em uma atracação. O governo
tentou fixar um teto por manobra, mas a questão está judicializada. Os práticos
dizem que se trata de livre negociação entre eles e os armadores. "Não se
chegou a lugar algum".
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