Mauricio Macri se elegeu com uma fórmula um tanto quanto inusitada. Alavancado por um discurso neoliberal, enfatizado por boas gestões na frente do clube Boca Júniors, e apoiado por potências estrangeiras e boa parte da aristocracia "hermana".
Com essa fórmula alcançou o poder em nossa vizinha Argentina, promovendo reformas que agrediram, principalmente, o bolso dos mais pobres. De quebra permitiu ao Tio Sam a construção de bases militares em seu território, uma na Patagônia, e outra próxima a região da tríplice fronteira.
As medidas são no mínimo muito discutíveis. Mas ainda não havia chegado de forma muito dura na classe média, a que em última instância, sempre paga as contas em nossas nações "em desenvolvimento".
Agora parece que ele chegou nela, e a oposição a seu governo começa a se fazer se sentir de forma mais nítida.
Mas pelo menos Macri foi eleito de forma democrática.
Presidente da Argentina enfrenta 1º panelaço após reajuste de tarifas
Movimento levou uma multidão às ruas de Buenos Aires e das grandes cidades do país; presidente aumentou tarifas de água, luz, gás e telefone em até 2000%, o que aumentou a inflação
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, enfrentou na última quinta-feira (14) o primeiro panelaço desde que assumiu o governo, em dezembro. Os manifestantes foram às ruas de Buenos Aires e de outras grandes cidades do país para protestar contra o aumento nas tarifas de água, luz, gás e telefone. Além da capital, os manifestantes foram às ruas em Córdoba, Rosario, Mendoza, San Luis, San Juan, Santa Fe, Paraná, La Rioja, Neuquén, Salta e Chubut.
Macri retirou todos os subsídios que os governos de Néstor e Cristina Kirchner utilizavam para reduzir o valor dessas tarifas, o que provocou reajustes de preços de 200% a 2000%. Quem pagava uma conta de luz de 80 pesos, por exemplo, passou a despender 580. Muitos argentinos entraram com ações na Justiça contra os reajustes. Segundo pesquisa de Giacobbe Consultores, 70,7% dos argentinos reduziram o consumo de água, gás e luz por causa do tarifaço.
De acordo com Macri, o governo precisa reduzir o déficit fiscal, que chegou a 6,1% do PIB em 2015. As medidas do novo governo, contudo, provocaram um grande aumento da inflação, que bateu em 30% nos seis primeiros meses do ano. Os manifestantes exigiam a demissão do ministro de Energia, Juan José Aranguren. Ele negou que vá deixar o cargo e disse que os aumentos não serão cancelados.
Em 29 de abril, Macri já havia sido alvo de um ato convocado pelas centrais sindicais contra a demissão de trabalhadores. Mas ainda não tinha sido objeto de nenhum panelaço. Na Argentina, os panelaços (“cacerolazos”) surgiram em 1996, para protestar contra o presidente Carlos Menem. Em 2001 esse tipo de protesto foi utilizado contra o presidente Fernando De La Rua, que renunciou ao cargo. Durante o governo de Néstor Kirchner, essas manifestações caíram em desuso.
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