quinta-feira, 28 de março de 2019

Ameaça nuclear volta a crescer

A manchete abaixo é muito preocupante. Há muitos anos não tínhamos uma ameaça nuclear tão próxima da humanidade, mas ao mesmo tempo podemos apontar algumas incongruências na geopolítica mundial.

A primeira é que, na tecnologia armamentista, hoje em dia a Rússia está mais avançada que os americanos, que têm primazia apenas em alguns nichos da indústria armamentista. Isso se verifica nos novos mísseis ultrasônicos russos, na aviação de caça ou de bombardeio, em uma série de equipamentos de solo e mísseis de diversos tipos.

Pois bem, nada disso é tão importante se temos em mente uma guerra nuclear, que não dizimaria o planeta apenas pelas explosões, mas principalmente pela radiação resultante das mesmas.

Mas a incongruência não se vê no aspecto militar, mas principalmente nas movimentações econômicas e diplomáticas. Analisemos.

Os russos são acusados de terem interferido nas eleições americanas em favor de Donald Trump. Este, por sua vez, tem negócios no país euro-asiático, e tem feito algumas concessões aos russo, assim como tem buscado entendimentos com a China, aliada russa.

Ao mesmo tempo os russos agem com energia quando os americanos, ou os europeus ocidentais tentam agir em áreas de sua tradicional influência, e isso vem se tornando mais nítido nos últimos anos, um exemplo é a crise na Síria, quando os russos chegaram a mover tropas para interferir, se achassem necessário.

Já na Venezuela fazem um monte de fumaça, mas fogo mesmo, até agora nenhum.

A ameaça nuclear sempre é uma possibilidade, mas com todas essas movimentações e soluções, isso está mais para aquele joguinho meia boca, em que o 0x0 classifica os dois, e ninguém sai prejudicado em suas intensões. Uma luta de pesos pesados, em que os dois se xingam antes, se olham feio no ringue, trocam empurrões, muitos clinches, mas ninguém bate efetivamente em ninguém.

E as coisas continuam como sempre estiveram.

Putin ameaça apontar mísseis para os Estados Unidos se Washington colocar os seus na Europa

Com popularidade em queda, presidente também anunciou pacote de medidas econômicas para melhorar a vida das famílias russas

O presidente russo Vladímir Putin em seu discurso do estado da naçãoAmpliar foto
O presidente russo Vladímir Putin em seu discurso do estado da nação  (AP) | REUTERS)
Vladimir Putin quer recuperar a confiança dos russos. Ciente 
de que sua popularidade está em queda livre pela situação econômica e as reformas sociais impopulares, o presidente da Rússia fez nesta quarta-feira novas ameaças militares contra os Estados Unidos e anunciou um pacote de medidas econômicas destinadas a melhorar a vida das famílias. Distante do discurso focado apenas no belicismo dos últimos anos, Putin tratou de apresentar medidas sociais em seu discurso anual sobre o estado da nação. Mas no trecho final lançou uma ameaça clara e contundente à OTAN e aos Estados Unidos: se após o abandono do tratado de desarmamento nuclear Washington colocar seus mísseis na Europa, a Rússia também posicionará e apontará seus mísseis, e não só para a UE, também para os EUA. "Estamos prontos para entrar em negociações sobre o desarmamento, mas não vamos bater em uma porta fechada", disse o presidente russo aos membros da Assembleia Federal.
























No primeiro discurso para todo o país após a retirada dos EUA do tratado de desarmamento nuclear de mísseis de médio alcance, conhecido como INF, o presidente russo disse que a Rússia não tem a intenção de agir primeiro, mas não hesitará em responder. Putin anunciou com orgulho que as últimas armas nucleares prometidas – novos mísseis hipersônicos e um submarino nuclear – estarão prontas em breve. E acusou Washington de mentir e usar desculpas para abandonar o INF, que proíbe o desenvolvimento e a colocação de mísseis terrestres com um alcance de 500-5500 km. Além disso, o líder russo disse que os EUA estão há anos descumprindo esse pacto bilateral crucial que data da Guerra Fria, e que após a saída dos EUA a Rússia também abandonou. A Casa Branca afirma que foi a Rússia que violou o tratado em numerosas ocasiões nos últimos anos.
Putin lançou nesta quarta-feira sua mais dura ameaça contra Washington e a OTAN. Ele pediu à Casa Branca que calcule os riscos de atacar e intimidar Moscou. E se contrapondo ao discurso que vinha mantendo nos últimos dias, de que a Rússia usaria apenas medidas equivalentes contra os EUA, ele também ameaçou recorrer a medidas "assimétricas" se os EUA colocarem seus mísseis na União Europeia. Se assim for, "a Rússia será forçada a fabricar e deslocar tipos de armas que podem ser usados não só contra os territórios de origem da ameaça direta, mas também contra os territórios em que se encontrem os centros de tomada de decisão para o emprego dos sistemas de mísseis que nos ameaçam", enfatizou no discurso sobre o estado da nação, que esboça as linhas a seguir durante o ano. Ou seja, se os Estados Unidos colocarem seus mísseis na UE, a Rússia posicionará os seus para alcançarem não apenas a Europa, mas também os Estados Unidos.
Embora se acredite que a Rússia já esteja apontando para Washington e outras cidades ocidentais com mísseis balísticos intercontinentais tradicionais (e vice-versa), Putin se gabou de seus novos projetos armamentistas, como o novo míssil hipersônico Tsirkon, que poderia percorrer até 1.000 km e alcançar alvos terrestres. Além disso, uma escala como a que insinuou poderia reproduzir o cenário de 1962, quando a Rússia posicionou mísseis em Cuba em resposta à colocação de mísseis norte-americanos na Turquia.


https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/20/internacional/1550662813_943894.html?id_externo_rsoc=FB_CC&fbclid=IwAR2nS9SqKFDRYN6A_LhaI-VAcoCfLwQYwpe5uRlEMEcol1bM7G2nvOdq05

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