quinta-feira, 7 de março de 2019

Goldenshower

Outro dia estava assistindo a uma entrevista de Ciro Gomes a uma rádio gaúcha, e enfiaram uma deputada petista na história. A intensão óbvia era a de criar um desconforto entre Ciro e a deputada, de criar um problema a ser espalhado para a imprensa, e uma forma de ridicularizar o único que é realmente contra tudo isso que está acontecendo aí.

O que tem a ver Ciro Gomes e sua entrevista a uma rádio gaúcha com o goldenshower de Bolsonaro?

Ora, Ciro disse mais uma vez que Bolsonaro não foi eleito por suas qualidade, mas simplesmente pelo anti-petismo que se espalhou pelo país, e a deputada gaúcha negou a tese, e ainda defendeu Paulo Pimenta, um dos maiores artífices dessa posição ridícula do partido da estrela.

Primeiro ponto é que enquanto o PT não assumir seus erros, enquanto o PT não mudar suas posições, eu continuarei a considerar o que ele se tornou após 16 anos no poder, ou seja, um PSDB um pouco melhorado. Se não se cuidar, seguirá todo mesmo caminho dos tucanos, já que é o que tem feito até o momento.

E o PT que entenda, porque sem PT existe oposição sim, e talvez melhor do que a feita pelos identitários neoliberais que se tornaram os petistas.

E é importante frisar isso antes de falar que o Goldenshower foi a coisa mais abjeta que já vimos vinda de um presidente da república. Já os tivemos desqualificados, baixos, mas jamais tivemos um que descesse a um nível tão rasteiro. Se estivesse no Rio nos últimos dias, acho que morreria afogado.

O impeachment começa a ser questão de tempo, e aí a coisa vai ficar feia, vai ficar séria, porque não farão impeachment de forma a que haja nova eleição. Tal qual como Dilma, irão manobrar para que o afastamento se dê depois de 2 anos de governo, para que o vice assuma e possa realizar o resto da entrega do país, projeto de banqueiros estúpidos, e de capítais estrangeiros.

Enquanto isso todas as reformas necessárias para o progresso da Nação continuarão a ser tratados de forma irresponsável, de forma a favorecer uma parcela de já favorecidos, em detrimento da Nação em si, ou sabotados pelo próprio governo, devido a total falta de respeito do mesmo.

Só que é aí que mora o perigo. Porque Mourão é infinitamente mais bem preparado que Bolsonaro, mas também é infinitamente mais perigoso. Ele é tão ganancioso quanto o atual ocupante da cadeira máxima do país, tão mau quanto, mas muito mais capaz de se articular de forma a levar adiante qualquer projeto que tenha, e acreditem, nenhum deles será voltado a favorecer a Nação, mas apenas alguns setores já favorecidos. E ele será capaz de conjugar esses interesses, que na maioria dos pontos é conflitante, e que Bolsonaro não tem a menor capacidade de articular.

Sabia que Bolsonaro era despreparado, incompetente, politicamente patético, mas jamais imaginei que fosse a esse ponto. Mourão não conspira contra Bolsonaro, porque não precisa. A cada dia que passa Bolsonaro faz questão de conspirar contra si mesmo. 

A questão que fica não é se ele será derrubado, mas quando? Como já disse, não acho que será antes dos 2 anos. Não que não haja tempo hábil, mas porque a direita não terá outra opção para eleger, e arrisca Ciro Gomes dessa vez emplacar a presidência. Ou até mesmo o PT, que seria apoiado por banqueiros, agronegócio, etc.

Enquanto isso multinacionais saem do país, indústrias e comércios continuam fechando as portas, e os lucros dos banqueiros aumentando. 

Sabe em que a reforma da previdência vai resolver isso? Em nada. Talvez até piore, porque até mesmo em curto prazo teremos menos dinheiro circulando no pais, e a economia será ainda mais travada.

Diferente do que Guedes vende, toda a reforma que planeja é feita em cima do sacrifício das classes médias e dos pobres, enquanto os grandes produtores poderão ter um ganho imediato, e uma grande perda a médio e grande prazo. Enquanto isso grandes especuladores e rentistas seguem nadando de braçada, na areia movediça que se tornou a economia brasileira.

Pensem sobre isso, 2022 está logo aí. Ou impeachment pode até adiantar o próximo pleito, quem sabe?

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