segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Estaria Lula próximo a liberdade?

A resposta é que pode ser que ele seja solto por um tempo, mas isso não significa que estará apto a se candidatar. Também não significa que participará da próxima campanha presidencial.

A condenação do triplex foi feita às pressas, de forma absolutamente forçada, sem base, sem provas. O problema é que o triplex não é o único processo do ex-presidente, e já temos outro bem engatilhado, e mais alguns em gestação.

O que quero dizer com isso? 

Bem, Lula deverá ser solto agora, talvez até possa se mover nas eleições municipais do próximo ano, mas é muito provável que seja tirado de circulação para a próxima eleição presidencial.

Não que Lula seja realmente contrário ao sistema, a questão é que ele não faz parte inteiramente do sistema, e quem manda não está mais a fim de fazer nenhuma concessão. 

Esse foi o motivo do golpe, esse é o motivo da prisão de Lula. 

Gilmar entrega: Moro será derrotado em breve pelo STF

Não bastasse a fritura que vem sofrendo por parte do presidente Jair Bolsonaro, o ministro Sergio Moro (Justiça) pode ser derrotado em breve pelo STF em julgamento sobre métodos da Lava Jato.

A dica foi dada pelo ministro Gilmar Mendes em entrevista que concedeu à Folha e ao UOL, em Brasília.
Para o ministro, a popularidade de Moro, bem acima da de Bolsonaro, segundo o Datafolha, não deve influenciar no julgamento da Segunda Turma sobre a suspeição do ex-juiz no caso do tríplex de Guarujá.
“Se um tribunal passar a considerar esse fator, ele que tem que fechar, porque perde o seu grau de legitimidade”, disse o ministro do STF.
De acordo com Gilmar, o tema ligado a Lula será apreciado pelo colegiado até novembro. Está logo ali. Nos bastidores do STF, cresce a aposta de que os ministros Celso de Mello e Cármen Lúcia caminham para votar contra a atuação de Moro.
Com a posição conhecida de Gilmar e Lewandowski, seriam quatro votos pela derrota do ex-juiz contra o voto isolado de Edson Fachin.
A repórter Thais Arbex contou na Folha que Cármen Lúcia ficou impressionada com o teor das mensagens trocadas pelos procuradores da Lava Jato. Em uma das conversas, a ministra foi chamada de “frouxa”.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Intervenção em quem quer intervenção

Apenas um comentário.

Assim como foram reprimidos pela PM ao pedirem intervenção militar e ditadura, também deveriam receber eles mesmos, aquilo que vivem pedindo para os outros.

Bolsonarista que pedia intervenção militar toma gás na cara e reclama de intervenção da PM
manifestantes intervenção militar STF spray
Uma manifestação organizada nesta quarta-feira (25) por grupos de extrema-direita na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), foi dispersada pela Polícia Militar com gás lacrimogênio, bombas de efeito moral e spray de pimenta.
Convocado por movimentos bolsonaristas como o “Muda Senado” e o “Vem pra Rua”, o protesto tinha como objetivo pedir o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ministros e analisar os processos de impeachment de Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.
Os manifestantes jogaram tomates e ratos de plástico em frente ao STF. Segundo a Polícia Militar, também foram atiradas pedras, e uma chegou a ferir um dos agentes, que foi levado para o departamento médico do Supremo.
Nas redes sociais, diversos perfis de direita, como o ‘O Antipetista’, estimulavam os manifestantes a todo instante. “A polícia que protege o STF está atacando os manifestantes. Bomba de efeito moral, gás lacrimogêneo e spray de pimenta à vontade. Sinal que estão com medo. Vamos intensificar. #UcranizaBrasil”, publicou a página.
A manifestação acabou após as bombas de gás e o spray de pimenta lançados pela Polícia. O mais irônico é que alguns manifestantes vestiam camisas que pediam intervenção militar e até ergueram uma bandeira pró-intervenção. Eles só não contavam que a intervenção militar seria justamente contra eles.
Depois de fugir da polícia, os manifestantes foram até as redes sociais reclamar da intervenção da PM. Uma das mulheres que protestava chegou a figurar no famoso vídeo “eu sou robô do Bolsonaro” que circulou durante a campanha eleitoral de 2018:




quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Dia Marítimo Mundial para quem?

Dia 27 de setembro é comemorado o Dia Marítimo Mundial no Brasil. O texto abaixo deixa claro que o dia é para ser comemorado, mas a data fica a ser definida por cada membro da OIT. Ok, aí vem a pergunta acima: Dia Marítimo para quem?

E a pergunta procede, porque a única coisa que vejo a IMO fazer é se eximir de qualquer ação efetiva em prol dos Marítimos, e apenas emite uma série de regras a serem seguidas, que acabam por colocar a culpa das mazelas de bordo sobre os trabalhadores, e por isentar os armadores de responsabilidades maiores.

No fundo, comemorar o que?


Mais uma vez, nas proximidades do dia 27 de setembro, marítimos são convidados mundo afora a participar de cerimônias pelo Dia Marítimo Mundial. A data foi criada pela Organização Marítima Internacional (IMO) em 1978, no 20º aniversário de sua fundação, para chamar a atenção da comunidade marítima para temas ligados à segurança no mar e à proteção do ambiente marinho. Cada nação marítima tem liberdade para definir nacionalmente a data, razão pela qual se costuma dizer que não há uma data estabelecida internacionalmente para este evento.
Ao longo dos últimos anos, o Sindmar tem buscado motivar seus representados e representadas a refletirem sobre a incoerência que representa para os marítimos brasileiros comemorar um evento criado por uma organização que não demonstra o menor compromisso com o emprego do elemento humano nacional na atividade de transporte marítimo realizada nas águas de seu próprio país.
Quem se diz responsável por promover a proteção e a segurança da navegação em âmbito mundial deveria estabelecer limites à exploração daqueles que, da primeira à última análise, contribuem de forma efetiva para que tenhamos uma atividade marítima mais segura. Enquanto a IMO não demonstrar compromisso com a existência de marítimos trabalhando em condições justas em suas águas nacionais, não faz sentido que haja entusiasmo em nosso meio com tais comemorações. O entusiasmo só ajuda a legitimar o que não deveria existir em nossos mares e rios.
Aos companheiros e companheiras que se dispõem a participar de breves momentos cerimoniais, quando é possível satisfazer o orgulho individual em meio à farta distribuição de medalhas de mérito – cuja indicação é prerrogativa de quem os emprega e, com certa frequência, os desrespeita na relação de trabalho – lembramos que tal comportamento não contribui para que possamos alcançar relações de trabalho marítimo mais justas em nosso país.
Para ajudar nessa reflexão, é importante lembrar que há companheiros e companheiras que relatam estar, neste momento, enfrentando situação de fadiga. Estão embarcados no apoio marítimo, em navios com apenas dois oficiais na mesma seção, desdobrando-se sem efetivo descanso por 28 dias consecutivos, em serviços de quarto de máquinas ou de navegação e atendendo múltiplas operações simultâneas que não parecem ter sido planejadas por indivíduos que tenham real preocupação com a segurança.
Há também, ainda hoje, marítimos de diferentes nacionalidades que permanecem sem perspectiva de rendição, embarcados em navios de cabotagem ou de longo curso por períodos absurdamente longos, sem que contem com igual tempo de folga remunerada em terra e sem a possibilidade de programação pessoal e de convívio familiar e social adequados. São mantidos nessa situação por empregadores que enxergam unicamente resultados financeiros na operação de suas embarcações.
Mesmo que nos esforcemos, num exercício de extrema boa vontade, não há como identificar efetiva preocupação com a segurança e a proteção ambiental por parte de organizações e autoridades que estabelecem regras permitindo as situações mencionadas. Menos ainda por parte de armadores que praticam tais condições, ao mesmo tempo que têm prerrogativa de indicar seus empregados – aqueles que se comportarem bem e não reclamarem alto – para receberem medalhas no Dia Marítimo Mundial. Não raro, é possível constatar que o marítimo agraciado nem mesmo está presente na cerimônia para receber seu suposto reconhecimento, geralmente porque quem o emprega sequer se deu ao trabalho de providenciar o desembarque.
O Sindmar não é avesso ao reconhecimento de mérito. Pelo contrário, entendemos ser importante e necessário reconhecer o mérito de nossos companheiros e companheiras que se destacam no exercício profissional. Contudo, é essencial considerar que, em qualquer sociedade organizada que se intitule capitalista e democrática como a nossa, o papel do Sindicato – entre outros aspectos – é defender, no limite de suas possibilidades, a manutenção dos empregos de seus representados e com justas contrapartidas pela dedicação à profissão, algo incoerente de ser realizado com visão individualista e meritocrática.
O marítimo brasileiro empregado em empresas privadas ou em sociedades de economia mista não é um servidor público nem faz parte de uma carreira de Estado. Não está subordinado e muito menos protegido por uma planificação estatal de carreira e por soldos que lhe garantam estabilidade ao longo da vida profissional. Na verdade, o marítimo brasileiro convive com os fantasmas do desemprego e da exploração rondando seu exercício profissional e não terá como se proteger apenas com “exemplar dedicação à profissão e invulgar interesse no aprimoramento de seus misteres a bordo”, aspectos considerados atualmente para reconhecimento de mérito marítimo.
Em nossa visão, para haver coerência nesse reconhecimento, faz-se necessário ampliar os requisitos da generosa iniciativa da Marinha do Brasil para conceder medalhas, incluindo aspectos que, de fato, possam ajudar os marítimos brasileiros a melhor se proteger de quem hoje busca convencer autoridades e usuários – a exemplo de federações de indústrias, agentes do agronegócio e associações de armadores nacionais e de outros países, bem como agências reguladoras – a substituí-los por marítimos de nacionalidades que suportam menores contrapartidas pelo exercício profissional a bordo.
Outros aspectos que se revestem de importância coletiva para os marítimos brasileiros seriam também desejáveis como requisitos para reconhecimento de mérito marítimo, entre os quais podemos citar a necessária valorização da consciência do esforço coletivo; da solidariedade em lugar da excepcionalidade; da ética que fortalece e não daquela que subordina; do esforço na direção do bem comum e não da busca do lucro para terceiros sem adequadas e necessárias contrapartidas. Sem isso, corre-se o risco de não haver reconhecimento efetivo de mérito, mas apenas satisfação de vaidades individuais.
Infelizmente, temos de reconhecer que a IMO segue com gritante falta de atenção às questões que realmente importam aos marítimos, ao passo que a DPC parece não perceber o nonsense que representa oferecer medalhas de mérito com a possibilidade de serem indicadas por armadores que nem mesmo desejam a existência de uma Marinha Mercante que seja efetivamente brasileira e, menos ainda, que conte com a participação de marítimos brasileiros.
É por essas e outras incoerências que atentam contra a existência da Marinha Mercante brasileira que continuaremos valorizando o 28 de dezembro – Dia da Marinha Mercante Brasileira, decretado em 1962, definindo a data de nascimento do Visconde de Mauá – patrono da Marinha Mercante Brasileira, como data apropriada para reconhecer o valor daqueles que contribuem de forma muito especial para o desenvolvimento de nosso país.
Finalizamos enviando as tradicionais saudações marinheiras.
Viva a Marinha Mercante Brasileira!
Juntos somos mais fortes.
Unidade e luta!

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Discurso do desastre?

O discurso de Jair Bolsonaro na ONU foi um verdadeiro desastre, mas um desastre direcionado, e jamais completo. Isso é fácil de explicar quando vemos que se fartou de se utilizar de mentiras (às vezes meias verdades), de deformações, de má-interpretações, de ideologismo barato, de ataques desnecessários e baixos a outros países, de subserviência, de claras tentativas de alianças com gente que está sendo devidamente escorraçada dos governos de seus respectivos países.

As mentiras aparecem quando coloca os índios com os mesmos interesses que nós. Ele mesmo desmente ao mostrar que são mais de 70 nações indígenas, e que elas apresentam interesses e graus de aculturação distintos. As meias verdades ao falar sobre Amazônia e sua importãncia, em nacionalismo, em autodeterminação, soberania, e não interferência, mas logo em seguida diz que vende tudo no Brasil, diz que tenta interferir em assuntos internos de outros países da região, que coloca o Brasil cada vez mais dentro da dinâmica econômica internacional.

As má-interpretações aparecem quando mostra dados corretos, mas parciais, ou tira conclusões completamente equivocadas dos mesmos, quando fala de área utilizada para produção de alimentos em países da Europa e do Brasil. Dos países europeus dá a área total utilizada, mas do Brasil apenas a utilizada pelo agronegócio, deixando de fora as áreas usadas para produção de alimentos interno, da pecuária, e de outras culturas menores.

O ideologismo barato se concretiza na questão do socialismo/comunismo, nos ataques baratos à esquerda (que de esquerda tem pouco), nas defesa de uma liberdade religiosa parcial, já que internamente não apoia ou adota tal defesa.

Os ataques desnecessários ficam nítidos quando fala de pedidos de sanções ao Brasil. Ora, isso gerou o atrito com Macron, que foi, e é, muito mal conduzido por esse governo desastrado e desastroso.

A subserviência fica muito clara quando coloca os EUA e Trump em várias partes de seu discurso, e às vezes os israelenses e a seu líder de extrema diretia Benjamin Natanyahu, ou a Macri. Fica clara aos elogios baratos, gratuitos, desnecessários, e imerecidos a esses países e seus líderes de extrema direita.

As tentativas de alianças estão contidas nos elogios acima, quando Natanyahu perdeu as eleições em Israel, Trump tem processo de impeachment aceito na Câmara Baixa do Congresso Americano, quando Macri deve ser defenestrado já no primeiro turno da eleição argentina.

Mas o discurso de Bolsonaro não foi feito para ser correto, com interpretações corretas dos fatos, baseado em real autonomia, na verdadeira autodeterminação do Brasil, ou mesmo honesto. Nem mesmo o discurso de Bolsonaro foi feito para ser bem recebido por sua parcela de alucinados apoiadores internos, e pela extrema direita mundial, ou ao menos parte dela.

Em suma, o discurso foi um completo desastre para nós, porque foi crivado de mentiras, deturpações, ataques desnecessários a outros países, foi subserviente, desrespeitoso, mas teve gente que gostou.

Depois disso tudo precisamos ver como vão se desenrolar as relações internacionais do Brasil, porque os maus acordos comerciais que ele assinou já vazaram água, as sanções, ainda que timidamente, já começaram, as ameaças de sanções já subiram de tom, e não se resumem ao desastrado presidente francês, o problema é saber se elas realmente aumentarão de nível, ou ficarão somente nas ameaças.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Ágatha

Absolutamente lamentável, revoltante, e triste a mais que prematura morte da menina Ágatha, com apenas 8 anos de idade, e cheia de sonhos e disposição para enfrentar a vida ainda mais dificultada por sua condição social e por sua cor de pele.

Muita gente atacando Moro e seu projeto anti-crime, que não passa de um projeto a favor de alguns crimes. Também atacam o Governador do Rio e o Presidente da República. Claro, eles hoje encarnam um projeto de sociedade que sempre existiu, co-existiu conosco por décadas, mas durante este tempo andou pelas sombras, e que agora voltou ao poder principal.

A verdade é que essa sociedade, que sempre co-existiu conosco pelas sombras, também sempre causou essas absurdas situações, e de modo geral saem totalmente impunes. A diferença é que agora têm cara, têm corpo, e têm cargo para serem cobrados. As exceções de impunidade aparecem em casos como o de Ágatha, quando há grande mobilização popular e midiática na cobrança de respostas de nossas autoridades, mas mesmo assim elas nem sempre se concretizam.

Bandidos existem em todos os níveis da sociedade, e arrisco dizer que nos mais altos eles sejam mais frequentes, mas apenas em um nível a violência que eles causam se faz sentir, e esse é o dos pobres, e quanto mais pobre, mais violento. 

Moro, Witzel e Bolsonaro são, indiscutivelmente responsáveis, mas eles não estão sozinhos nisso, basta lembrar que a esquerda passou 14 anos no poder e não fez nada para minorar essa situação.

As Ágathas semrpre pagaram um preço mais amargo para a sociedade, mas elas não são fruto dos atuais mandatários, elas são fruto de todos nós, que jamais tomamos atitudes realmente efetivas para mudar o destino de nossa sociedade, e com isso os dessas crianças e trabalhadores.

Que Ágatha descanse em paz, e que possa encontrar a Mulher Maravilha que tanto parecia gostar, porque aqui nós precisamos resolver nossos problemas, e a super-heroína amazona pode até nos inspirar com seus ideais, mas não passará disso.

sábado, 21 de setembro de 2019

Como eu digo, ele não é economista

Vejam bem, quando digo que ele não é economista é porque ele não atua como um, mesmo tendo cursado uma faculdade de economia há muito tempo atrás. Existe uma diferença sutil entre cursar uma faculdade e ser um profissional. Alguém que cursa medicina tem muito mais capacidade que eu para detectar e tratar uma doença, mas ele só se torna efetivamente médico a partir do momento que ele exerce a profissão com assiduidade e esmero. 

Paulo Guedes jamais exerceu a atividade de economisata, mas sim de banqueiro, o que não necessariamente exige conhecimentos de economia para tal. Tanto é assim que temos uma série de outros profissionais que exercem a profissão de banqueiro, mas nunca sentaram no banco de uma faculdade de economia.

Sim, é verdade que ele esteve envolvido com a equipe dos chamados "chicago boys", que se aproveitou da atrocidade humana chamada Pinochet e implantou medidas estúpidas no Chile. Essas medidas não só não melhoraram a sociedade chilena na época, como a pioraram, e muito, para as gerações posteriores. Tanto é que, mesmo governos afins a esses princípios estão desfazendo esses absurdos, porque eles têm sido responsáveis por mazelas sociais sérias e cada vez mais amplas.

E são essas imbecilidades, que apenas melhoram as condições para os negócios financeiros, que ele vem implantando no país. Acontece que, diferente do que diz o ditado, dinheiro não gera dinheiro espontaneamente, ou seja, não dá para plantar dinheiro e esperar nascer um pé de dinheiro. Para que o dinheiro multiplique ele precisa trabalhar. Isso significa produzir, seja na linha de produção de uma fábrica, seja no comércio, ou mesmo nas atividades primárias, se bem que nessas sempre há imenso subsídio estatal, devido ao alto investimento, ou a acirrada concorrência.

Mas as ações de Guedes visam tão somente o dinheiro se reproduzir pelo dinheiro, e isso não se sustenta a longo prazo. O problema citado abaixo é apenas o reflexo de investidores internacionais percebendo que o modelo brasileiro de extração de riqueza sem trabalho está próximo de se exaurir, e a equipe econômica do atual governo não consegue perceber isso, porque seu líder não é economista, e montou uma equipe de mesmo nível.

O modelo econõmico buscado por Guedes e sua equipe tende a fazer com que a economia brasileira alterne períodos curtos de baixo crescimento, com iguais períodos de retração. Esses períodos serão mais longos e intensos a depender das condições internacionais reinantes, já que se está desenhando uma economia altamente dependente dos humores econômicos internacionais.

Será um Brasil muito, mas muito aquém de seus petenciais.

E será um povo muito mais sofrido do que o atual. Até quando esse povo irá aguentar, aí reside a questão central.


Paulo Guedes é um imenso depósito de coisa alguma, diz Fernando Brito

Seu projeto econômico não consegue ser objetivo nem mesmo naquilo que apresenta como única medida para a economia: a venda de patrimônio. A saída de capital externo no mercado de ações, que disparou a partir de julho, continua acontecendo e tende a seguir assim, em razão das posições de “vendido” dos investidores estrangeiros, aponta o editor do Tijolaço


O ministro da Economia, Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Por Fernando Brito, editor do Tijolaço – Comentou-se aqui que Jair Bolsonaro “miniaturizou” os dois superministros que, todos acreditavam, seriam os pilares de seu governo. Fez isso também com as Forças Armadas, mas é assunto para outro texto.
De Moro, tem ficado evidente, com as sucessivas investidas do presidente sobre sua área, situação agora provisoriamente em trégua, pois o ministro concordou em colocar “sob cabresto” a Polícia Federal, virtualmente impedida de investigar qualquer coisa que desagrade o clã presidencial.
Mas só agora começa a ficar evidente que Paulo Guedes, o ex-“Posto Ipiranga”, onde se encontrariam todas as respostas para as agruras econômicas do país é, de fato, um imenso depósito de coisa alguma.
Perdeu o ponto-chave de sua reforma da Previdência, que era o sistema de capitalização, capaz de formar, em mãos privadas, um imenso fundo de recursos para financiar o mercado, como sempre acontece quando é criado um mecanismo com atribuições previdenciárias. É simples: nos primeiros anos, a entrada de recursos é alta e a saída baixíssima, por se tratar de “contas novas”, cujas obrigações levam tempo para avolumarem-se.
Seu delírio de que a volta da CPMF seria capaz de permitir a desoneração de recolhimentos da Previdência nas folhas de pagamento é absolutamente frágil, como demonstra o ex-secretário da receita, Everardo Maciel, em entrevista ao Valor: para isso a alíquota teria de ser altíssima, o peso sentido por muitos e o alívio, nem tão grande, por poucos.
Na Folha, Guedes confessa que ainda está aferrado à ideia, ainda que, formalmente, diga que está sepultada:
“Evidentemente, quando as pessoas falam de CPMF, o presidente fala que não. Porque realmente não é CPMF que a gente quer, é um imposto sobre transações diferente desse. Mas, para que não haja mal entendido, morreu em combate o nosso valente Cintra”, afirmou.
O Ministério da Economia não tem liderança sobre nada do que se discute em matéria de reforma tributária e, portanto, passa a correr o risco de que saia do Congresso um “depenamento” de suas receitas já em crise.
Seu projeto econômico não consegue ser objetivo nem mesmo naquilo que apresenta como única medida para a economia: a venda de patrimônio. A saída de capital externo no mercado de ações, que disparou a partir de julho, continua acontecendo e tende a seguir assim, em razão das posições de “vendido” dos investidores estrangeiros.
Os grupos econômicos e financeiros já não contam com qualquer recuperação digna deste nome para a economia, tanto é que vêm caindo sucessivamente as previsões de crescimento do PIB no ano que vem.
De tal modo o carro vem rateando que não demora a haver possibilidade de que Jair Bolsonaro acabe por ter vontade de abastecer em outro posto que lhe prometa mais quilômetros de vantagem.

Beethoven: Piano Concerto No.5 / SYMPHONY S.O.N.G Orchestra (2014)

Para quem pensa que cultura asiática é só arte marcial e culinária, aqui temos a coreana Hyo Joo Lee, acompanhada da Orquestra Sinfônica S.O.N.G,. Concerto Para Piano nº5 de Beethoven.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

A Vaza-jato e sua inutilidade

Os vazamentos capitaneados pelo The Intercept Brasil, aos quais aderiram alguns órgãos da midia tradicional são um grande engodo, principalmente ao que toca o famoso processo do triplex, que mantém Lula preso há mais de 1 ano. Não que eles não sejam importantes, mas não trazem luz nova sobre esse caso em si. 

As provas que anulam o processo não estão nos diálogos vazados pelo The Intercept e seus companheiros de denúncias, mas diretamente nos próprios autos e nos fatos que correram por todo o processo, desde a fase de investigação, passando pelo processo em si, e chegando ao julgamento e a sentença mesma.

Isso não significa que não tenham que ser tomadas medidas duras e sérias para a limpeza do MPF, da Justiça - incluindo tribunais superiores, e mesmo no próprio processo. Essas ações são muito necessárias e urgentes, porque os advogados têm a mania de dizer que "não há democracia sem advogados", mas se esquecem de dizer que muito menos há com um sistema judiciário corrompido e distorcido.

Mas o que todos esquecem quando buscam a liberdade de Lula é que ele tem outros processos em andamento, e um já tem sentença na primeira instância, e anda célere pela segunda. Ele também é crivado de nulidades, mas vai manter Lula em Curitiba por mais um tempo, e mesmo que saia, logo deverá voltar ao cárcere.

O que aconteceu no Brasil foi um golpe, rasteiro e baixo. Não foi feito pelo povo, mas para uma pequena parcela de privilegiados, que não aceitavam de forma alguma perder os enormes privilégios que têm.

Eles não fizeram isso para que devolvam o poder sem antes solidificar seus interesses.

Por isso seria interessante que alguns canais da mídia alternativa parassem de propagar essas besteiras de Lula livre, de que ele é o grande líder, de que ele voltará para liderar o país numa grande cruzada rumo a um futuro brilhante e maravilhoso.

Lula não fez isso quando teve o poder e 80% de apoio da população, não irá fazer agora que ele ajudou a fraturar o país.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Pos é, quem conserta?

A pergunta do presidente chileno a Carmen Lúcia, ex-presidenta do STF, e depoi a Fachin, Ministro responsável pela operação Lava-jato, e que participaram (e ainda o fazem) ativamente do show de horrores, que tomou conta do país nos últimos anos criou saia justa e ficou no ar.

O interessante é que elas não teriam sido necessárias, caso a Suprema Corte tivesse agido tecnicamente e em respeito a Constituição, que por acaso é o papel e a obrigação deles.

Claro que algumas questões tornadas pública pela Vaza-jato não eram claras, ou mesmo não se podiam intuir. Mas a maioria dos ilícitos e dos abusos eram claros, nítidos, feitos na cara de todos, e não precisava de vazamento nenhum de conversas de Telegram para que se compreendesse, ou para que se intuísse o objetivos dessas ações.

Exemplo é a absurda sentença que condenou Lula, e que ela própria era mais que suficiente para que o HC tivesse sido concedido ao ex-presidente há muito tempo. Mas a História desse descalabro está repleta desses excessos, desses abusos, dessas deturpações absurdas das Leis, da Constituição, das teorias jurídicas, e até mesmo de falsificações de provas, e outros crimes afins.

Se para mim, que não sou jurista, isso era nítido, imaginem para os que são. Ciro Gomes falou várias vezes que semeavam as nulidades. Mas ele não era o único, porque era muito claro o processo. 

E o STF corroborou com tudo isso (com honrosas exceções).

Essa postura absolutamente inaceitável, anti-republicana já nos custou a aposentadoria, a Embraer, partes importantíssimas da Petrobrás, desabastecimento, achatamento salarial, desemprego recorde, violência social também recorde.

E é por isso que, com exceção ou não, a pergunta permanece: quem conserta?

Presidente do Chile pergunta a Cármen a quem se recorre quando STF falha

A pergunta de Sebastián Piñera causou breve desconforto entre os ministros presentes ao encontro - além de Cármen, os ministros Dias Toffoli e Edson Fachin

Ao ser recebido hoje (27) pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, indagou, em tom descontraído, a quem se poderia recorrer quando a Corte falha em suas decisões.
A pergunta causou breve desconforto entre os ministros do Supremo presentes ao encontro – além de Cármen, os ministros Dias Toffoli e Edson Fachin -, mas foi logo respondida pelo próprio Piñera: “À instância suprema”, disse, apontando para cima, em referência a Deus.
Em seguida, Fachin observou que, no Brasil, em última instância, acredita-se que cabe à sociedade fazer o escrutínio das decisões do Supremo, ao que Piñera novamente indagou: “Mas pode a sociedade revogar decisões da Corte?”, rindo em seguida. A pergunta ficou no ar, sem resposta.
Piñera demonstrou grande interesse sobre o funcionamento da Justiça brasileira e em especial do STF. Logo ao chegar, ele disse que alguns julgamentos recentes do Supremo brasileiro chegaram a ser transmitidos ao vivo pela TV chilena.

sábado, 14 de setembro de 2019

O futuro bate à porta


A empresa inglesa de equipamentos marítimos Sea-Kit está testando uma embarcação totalmente automatizada, sem nenhum tripulante a bordo, e que inclusive teria condições de realizar algumas operações mais complexas do que o tradicional transporte de carga sem nenhuma intervenção humana a bordo. Ano passado os noruegueses também já iniciaram testes com embarcações automatizadas, que realizaram navegação e atracação sem intervenção humana.

Claro que até que a frota mundial esteja totalmente automatizada ainda levará um tempo, mas seguramente a profissão de marítimo irá se restringir gravemente nas próximas décadas. Algumas atividades ainda demandaram a presença humana, principalmente aquelas relacionadas ao transporte humano e de animais, mas a maioria estará operando sem a presença de tripulantes.

Uma das mais tradicionais profissões humanas pode estar vendo seu ocaso.

Mas os marítimos não são os únicos, a automatização ameaça os empregos de outros trabalhadores no setor de transporte também. Claro que algumas novas funções serão criadas, mas nem de longe elas compensarão os postos de trabalho perdidos.

Pode demorar um pouco mais, um pouco menos, mas a tendência é essa.

Navio autônomo com missão de cruzar o Atlântico pode mudar o mundo

O navio Maxlimer, com apenas 12 metros de comprimento, listras brancas e amarelas balançando na costa do Reino Unido, à primeira vista parece só mais uma embarcação. Mas tamanho não é documento; e a máquina pode ser o veículo marítimo mais importante do mundo atualmente. O Maxlimer está pronto para se tornar a primeira embarcação de superfície não tripulada, ou USV, a atravessar o Oceano Atlântico. A viagem pode dar largada a uma série de inovações oceânicas: navios cargueiros sem tripulação; petroleiros não tripulados e lanchas robóticas, por exemplo.
Maxlimer é totalmente robótico e autônomo. A embarcação foi desenvolvida pela SEA-KIT, uma empresa de tecnologia marítima da Inglaterra. Mirando em contratos potencialmente lucrativos de apoio à exploração de petróleo e gás no mar (offshore), o objetivo da companhia era produzir um navio flexível, mais barato e seguro do que os as plataformas de extração tripuladas.
Sem a necessidade de suportar uma tripulação humana, um navio USV robótico pode dedicar mais espaço e capacidade aos próprios equipamentos que o constitui. Além disso, como não precisa lidar com fatores humanos, como fome, cansaço ou doença, pode navegar a uma velocidade de 13 quilômetros por hora por, potencialmente, nove meses seguidos. "Ele é robusto, adaptável e tem um alcance enorme", disse o diretor da SEA-KIT, Ben Simpson. O navio pode transportar até 2,5 toneladas de carga útil.
O navio robótico também é barato. "As embarcações da SEA-KIT usam menos de cinco por cento do combustível necessário para operar um navio oceânico padrão", disse o diretor de operações da SEA-KIT, Neil Tinmouth, ao portal The Daily Beast. Tinmouth acrescenta que a invenção é "um divisor de águas quando se trata da pegada de carbono e do impacto ambiental dessas operações".
O Maxlimer é controlado remotamente por um controlador humano que comanda o navio do porto via rádio. No oceano aberto, o veículo segue de forma autônoma os sinais gerados por um GPS e transmite dados em tempo real por meio de múltiplos links de satélite. O sistema eletrônico para controle remoto foi fornecido por uma empresa de segurança norueguesa. A máquina foi lançada em 2017 e passou por testes ao longo dos últimos dois anos que mostraram resultados animadores.
Em maio passado, a embarcação autônoma fez uma rápida viagem de carga entre a Inglaterra e a Bélgica, transportando ostras e cerveja. Depois, o navio-robô partiu para a Noruega, o que Tinmouth descreveu como "primeira inspeção de oleoduto no mar comercial totalmente não tripulada" usando sensores de bordo e um pequeno drone submarino. "As missões permitiram que nossa equipe em terra operasse e testasse a embarcação em vários cenários e estados do mar, tanto de dia quanto de noite", explicou Tinmouth ao Daily Beast.
Agora, a empresa prepara o USV para a desafiadora travessia no Atlântico, que deve durar por volta de 30 dias, prevista para dar início no primeiro semestre de 2020. Com o Maxlimer completando com sucesso a viagem, a SEA-KIT pretende começar a expandir a tecnologia, pensando em desenvolver "um USV maior e com recursos adicionais".
A curto prazo, a SEA-KIT foca suas pesquisas e tecnologias no mercado de energia: realização de levantamentos oceânicos, apoio a plataformas de petróleo e gás e turbinas eólicas e inspeção de oleodutos. Indo além disso, os navios autônomos têm outros usos potenciais.
A Marinha dos Estados Unidos (EUA) e várias outras frotas navais líderes, por exemplo, já experimentam navios de guerra não tripulados. De forma ampla, a indústria de transporte marítimo – empresas que operam milhares de navios que transportam a maior parte da produção mundial – está, a passos lentes, recorrendo à ideia de embarcações cada vez mais autônomas. A Administração Marítima dos EUA (Marad, na sigla em inglês) também "não vê um salto para a autonomia total tão breve", informou o governo norte-americano ao Daily Beast.
Por outro lado, há pelo menos um trabalho que a Marad gostaria de atribuir totalmente aos robôs: a limpeza de derramamento de óleo no mar. "Uma área de derramamento marítimo pode ser um ambiente perigoso para as pessoas, [porque] pode haver potencial para incêndio/explosões, e um ser humano operando uma embarcação em uma área de derramamento pode ficar exposto a substâncias químicas perigosas ao inalar fumaça tóxica", explicou a agência. Por isso, a Administração defende que retirar humanos desses ambientes permitindo a operação remota da plataforma de extração pode ser muito mais seguro.
Com esse objetivo, a Marad e a SEA-KIT fecharam parceria para desenvolver uma embarcação robótica para limpeza de óleo no mar. Navios parcial ou totalmente autônomos deverão funcionar rigorosamente bem para que o órgão regulador os aprove. "Todo avanço em direção à autonomia deve aumentar a segurança, caso contrário, a Marad não será a favor disso", afirmou o governo dos EUA.

Haydn: Celloconcert in C - Marie-Elisabeth Hecker & Radio Kamer Filharmo...

Mais uma belíssima apresentação da música clássica. Haydn: Concerto para violoncelo em C, apresentado por Marie.Elisabeth Hecker e pela Filarmônica da Rádio Kamer. 


quinta-feira, 12 de setembro de 2019

PT não aceita opções que não sejam PT

Aonde eles querem chegar com isso,? Aonde eles pensam que vão chegar com isso?

É verdade que ainda têm uma militância muito aguerrida, ativa, e em momentos muito tacanha, como no caso abaixo, mas mesmo essa militância, aos poucos, irá entender o caminho errado que tomam, porque conseguem se isolar cada vez mais.

O PT já teve um forte viés de esquerda, mas isso se perdeu em sua tragetória, e hoje não passa de um arremedo patético dos tucanos no início dos anos 2.000. Ou abrem os olhos, ou fazem sua mea culpa, ou irão trilhar exatamente a mesma trilha tucana. Diferente do que mostram as redes sociais, o partido consegue ir se isolando e se antipatizando cada dia mais.

Mas e o Lula?

Ora, o Lula tem 73 anos, já mostra muitos sinais de decadência, e como todos nós também fará a passagem. Depois que ele se for essa militância vai viver de que? Do neoliberal Hadad, ou vão tentar criar outra liderança suspeita?

Abram o olho, porque ainda dá tempo.


Militância do PT é intolerante até com aliados históricos

Destaca-se na trajetória recente do discurso petista uma violenta superioridade moral que trata como inimigos os que apenas ousam discordar







Noam Chomsky é um dos intelectuais de esquerda mais respeitados internacionalmente

Noam Chomsky é um dos intelectuais de esquerda mais respeitados internacionalmente

Paolo Aguilar/EFE - 2.10.2006
Quem conhece o sociólogo e linguista norte-americano Noam Chomsky sabe que ele é um dos intelectuais mais respeitados e cultuados pela esquerda internacional. No Brasil, manteve-se sempre alinhado à agenda petista, sendo quase um talismã para a militância. Mas isso mudou desde dia 02, quando o eminente filósofo declarou que o PT “está desacreditado” e sofreu um desgaste que levou a atual oposição a uma situação de “apatia”. Não bastasse, apontou Ciro Gomes como um “líder dinâmico” capaz de liderar o campo progressista.
Com essas declarações (a rigor, nem tão polêmicas assim), Chomsky foi solenemente apresentado às intolerância e patrulha ideológicas que a esquerda teima em dizer que são prerrogativas exclusivas da direita. Sem cair no pecado da falsa simetria, pois há graves diferenças de método e intensidade, o fato é que está cada dia mais difícil defender pontos de vista – em especial os que não se encaixam nos extremos do debate político – sem levar bordoadas.
Em poucas horas, como tem sido praxe, as redes sociais se encarregaram de trucidar qualquer possibilidade de diálogo ou entendimento sobre do que, afinal, Chomsky estava falando. O notável companheiro foi tratado como traidor, pulha, vendido, reacionário, desorientado, velho, decrépito. Um massacre.
Se há algo a se destacar na trajetória recente do discurso petista é essa violenta superioridade moral. É patológico. Quem não tatuar Lula Livre nos bíceps nem considerar Haddad um estadista está marcado como inimigo do povo. Todas as boas intenções e o futuro do país pertencem apenas aos que professam essa crença na estrela vermelha.
É risível e, vamos ser francos, não funciona. Mesmo após sucessivas derrotas, insistir em se colocar como referência ética e santuário a ser preservado, o PT segue sua vocação messiânica, com suas hostes sempre prontas para o martírio e a imolação. Isso é um desserviço não só à própria agremiação, mas ao país. O Brasil só teria a ganhar se houvesse governo e oposição. Bons tempos.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

E eles estão certos

Vi primeiro veiculado por um grande veículo da mídia paulista, mas não sei de onde partiu, pode até ter sido do canal francês que aparece o nome no vídeo. Fato é que já viralizou e está em muitos portais e canais das mídias digitais. O diálogo é rápido, e apenas confirma o que eu venho dizendo aqui: isso não é comportamento de um Chefe de Estado ou Governo.

Mas a questão ultrapassa o simples comportamento inadequado do maior mandatário do Brasil, porque chega a ameaçar seriamente as relações internacionais do país, a integridade física de grupos humanos, culturas, meio ambiente, etc.

O Brasil está se isolando em uma posição burra.



terça-feira, 10 de setembro de 2019

A estupidez política esvazia o poder político

As guerras ideológicas criadas, incentivadas, e conduzidas pela Presidência da República e seus mais chegados colaboradores vem criando caminhos paralelos para a realizações de negócios, e abertura de novos níveis de negociações, além de um deslocamento do eixo de parte do poder de seu centro original, para áreas até então marginais e dependentes.

É o caso do fornecimento de serviços e equipamentos pelos chineses e, quem sabe, até de futuras instalações de fábricas no Nordeste do Brasil, região que vem crescendo consistentemente, com uma aposta séria em políticas públicas de infra-estrutura e educacionais, enquanto regiões tradicionais do país vêm relegando essas áreas a segundo plano, o que vem fazendo com que percam terreno.

Isso também é possível ser observado nos aportes internacionais voltados para a preservação do meio-ambiente, notadamente a Amazônia, que vêm sendo negociados diretamente com os estados interessados e pertinentes, depois da recusa de Bolsonaro em aceitar essas receitas.

Até agora os recursos são pequenos, os novos canais de conversação são incipientes, mas se a política do governo central seguir sendo a de confrontação e de criação de crises, isso tudo pode se aprofundar e sedimentar, aumentando o poder das regiões e estados afetados. E não se enganem, isso será muito bem explorado politicamente.


China ignora Bolsonaro e firma parcerias com o Nordeste

Política

Enquanto os EUA pressionam o governo Bolsonaro para barrar certos investimentos chineses no país, empresas de tecnologia da China, inclusive as banidas pelo governo americano, aumentam seus laços e suas vendas a governos do Nordeste do Brasil.

As empresas chinesas de tecnologia Huawei, ZTE, Dahua e Hikvision, todas sob algum tipo de embargo americano sob acusação de representarem ameaça à segurança nacional, estão negociando ou fornecendo serviços e produtos no Nordeste.
O intercâmbio entre a China e os nove estados nordestinos nunca foi tão intenso. Só neste ano, quatro governadores e dois vice-governadores da região estiveram no país asiático — e a peregrinação de secretários foi ainda maior. A China também mandou inúmeras comitivas para os estados.