terça-feira, 10 de setembro de 2019

A estupidez política esvazia o poder político

As guerras ideológicas criadas, incentivadas, e conduzidas pela Presidência da República e seus mais chegados colaboradores vem criando caminhos paralelos para a realizações de negócios, e abertura de novos níveis de negociações, além de um deslocamento do eixo de parte do poder de seu centro original, para áreas até então marginais e dependentes.

É o caso do fornecimento de serviços e equipamentos pelos chineses e, quem sabe, até de futuras instalações de fábricas no Nordeste do Brasil, região que vem crescendo consistentemente, com uma aposta séria em políticas públicas de infra-estrutura e educacionais, enquanto regiões tradicionais do país vêm relegando essas áreas a segundo plano, o que vem fazendo com que percam terreno.

Isso também é possível ser observado nos aportes internacionais voltados para a preservação do meio-ambiente, notadamente a Amazônia, que vêm sendo negociados diretamente com os estados interessados e pertinentes, depois da recusa de Bolsonaro em aceitar essas receitas.

Até agora os recursos são pequenos, os novos canais de conversação são incipientes, mas se a política do governo central seguir sendo a de confrontação e de criação de crises, isso tudo pode se aprofundar e sedimentar, aumentando o poder das regiões e estados afetados. E não se enganem, isso será muito bem explorado politicamente.


China ignora Bolsonaro e firma parcerias com o Nordeste

Política

Enquanto os EUA pressionam o governo Bolsonaro para barrar certos investimentos chineses no país, empresas de tecnologia da China, inclusive as banidas pelo governo americano, aumentam seus laços e suas vendas a governos do Nordeste do Brasil.

As empresas chinesas de tecnologia Huawei, ZTE, Dahua e Hikvision, todas sob algum tipo de embargo americano sob acusação de representarem ameaça à segurança nacional, estão negociando ou fornecendo serviços e produtos no Nordeste.
O intercâmbio entre a China e os nove estados nordestinos nunca foi tão intenso. Só neste ano, quatro governadores e dois vice-governadores da região estiveram no país asiático — e a peregrinação de secretários foi ainda maior. A China também mandou inúmeras comitivas para os estados.


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