O vídeo completo é um tiro de calibre 12 no pé; no pé de Sérgio Moro. Celso de Mello pediu a opinião de Augusto Aras sobre apreensão do celular do Presidente, de Ministros, e Deputados. Celso de Mello está no papel dele, já que está sendo feita uma investigação, mas o fato é que Aras deverá dizer que não precisa.
Mas por que esse vídeo é um tiro no pé?
Porque o vídeo não diz nada que não seja público e notório. Temos vídeos de Guedes dizendo que quer privatizar o Banco do Brasil, vídeos em que mostra não ter ideia de como administrar um plano macro-econômico, e outros tantos e que nega auxílio a pequenos, enquanto destina montanhas de recursos aos grandes. Temos vídeos de Damares dizendo que quer se intrometer nas culturas de outras pessoas. Temos vídeos de Weintraub fazendo ataques a outras Instituições, e falando bobagens, muitas vezes criando problemas políticos, e até diplomáticos. Temos vídeos do Moro dizendo nada, e sem ter noção de seu papel como Ministro.
Ou seja, é um mais do mesmo, com o ridículo agravante dos palavrões, que todos sabemos que eles controlam para não falar em público.
No final o vídeo ajuda, e muito, a cindir o país ainda mais. O monte de asneiras ideológicas e difusas ditas pelo Presidente soam como um bálsamo para os ouvidos de seus seguidores, e como horror para seus opositores.
Mas o vídeo parece ter sido divulgado muito mais para acirrar os ânimos da oposição, do que para comprovar algum crime. Apesar de discordar de toda a baboseira ideológica contida no vídeo, tenho sérias dúvidas se esse vídeo atinge qualquer objetivo, que não seja estressar ainda mais as militâncias engajadas em ambos os lados.
A propósito, tal qual os de Moro na Lava Jato, os crimes cometidos por Ministros e o Presidente estão todos os dias na imprensa, em suas declarações, e em muitas de suas ações ilegais. Essa reunião não mostrou nada novo, e na maioria dos casos tivemos declarações mais brandas do que as que fazem em entrevistas e coletivas oficiais.
No fim o vídeo é só da estupidez mesmo.
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