Ótima entrevista com policial

Muito boa a entrevista com Glauco Carvalho, Coronel aposentado da Polícia Militar de SP. Na entrevista dada à Carta Capital, o Coronel faz algumas afirmações, e algumas são absolutamente falaciosas. Mas acredito na boa vontade democrática do Coronel, então vamos às falácias:

1- Os policiais militares cearenses não estavam em greve, eles estavam amotinados, e já tinham provocado diversos problemas em Sobral, como obrigado o fechamento do comércio, atacado pessoas, e provocado a morte de bom número de civis nas ruas da cidade

2- Ninguém passou com retroescavadeira nenhuma por cima de nenhum policial, mas um portão sim foi derrubado, após esses policiais terem agredido um Senador da República que tentou conversar e negociar com eles. Esse Senador foi quem operou a retroescavadeira. As imagens são claras e mostram que não houve nenhuma tentativa de atropelar os amotinados com a máquina. Ao contrário, o fato de o Senador ter levado dois tiros no peito mostra claramente quem tinha objetivos homicidas;

3- A Polícia Militar faz 85% das prisões em flagrante porque é ela quem faz o policiamento ostensivo, ou seja, ela é a responsável por patrulhar as ruas das cidades e campos, o que a coloca mais próxima dos delitos, e do momento em que eles acontecem. Além disso, quando alguém aciona a polícia, quem é deslocada para atender a solicitação é a PM, justamente por sua tarefa de policiamento ostensivo, e o fato de ela ser militarizada não tem a ver com esse percentual de prisões;

4- A desculpa de que o policial militar é agressivo devido a impunidade do país é uma falácia. Não cabe ao policial militar julgar e executar penas em nenhum hipótese, e em fazendo isso é o próprio PM quem comete crime;

5- A discussão entre militarização ou não da polícia é uma grande bobagem. Os abusos e crimes que vêm sendo cometidos não são devidos ao status militar dos policiais, mas a um desvio de conduta dos próprios agentes. Cabe às corporações investigarem e punirem com mais rigor esses desvios, além de mudarem a forma de abordar a população mais pobre nas ruas, o que irá colaborar fortemente para mudar a imagem que o povo tem das polícias. Tentar justificar, deturpar, ou esconder os erros dos agentes, como o próprio Coronel faz no caso ocorrido em Sobral, apenas aumenta a desconfiança que as pessoas têm das PMs.