Aprovadas mudanças constitucionais que permitem Putin no poder até 2036
Com todos os votos contados após sete dias de votação, 77,92% dos eleitores apoiaram as reformas
Os eleitores russos aprovaram esmagadoramente um pacote de mudanças constitucionais numa votação em todo o país, permitindo que o presidente Vladimir Putin possa estender a sua governação, que já leva duas décadas, até 2036.
Com todos os votos contados após sete dias de votação, a Comissão Central de Eleições revelou que 77,92% dos eleitores apoiaram as reformas, num referendo que teve uma participação de 65% dos eleitores.
Restavam poucas dúvidas de que os eleitores que apoiavam as mudanças que Putin anunciou no início deste ano e que os críticos denunciaram como uma manobra para permitir que o presidente permanecesse no Kremlin até morrer.
O principal crítico do governo, Alexei Navalny, criticou os resultados, falando numa "grande mentira" que não reflete a opinião pública real.
As mudanças foram aprovadas há várias semanas pelo parlamento da Rússia e cópias da nova constituição já estavam à venda nas livrarias, mas Putin disse que a aprovação dos eleitores era essencial para dar legitimidade à decisão.
As reformas incluem medidas conservadoras e populistas - como pensões mínimas garantidas e uma proibição efetiva do casamento gay -, mas Putin também redefiniu os limites presidenciais, o que lhe permite concorrer mais duas vezes a eleições depois de o atual mandato de seis anos expirar em 2024.
O Kremlin fez todos os esforços para incentivar a votação, com a votação a ser prolongada durante uma semana, sendo que o último dia de votação foi declarado feriado nacional, além de terem sido oferecidos prémios como apartamentos, carros e dinheiro aos eleitores.
Inicialmente planeado para 22 de abril, o referendo foi adiado devido à pandemia de coronavírus, mas reagendado depois de Putin dizer que a epidemia havia atingido o pico e de as autoridades começarem a relatar números mais baixos de novos casos.
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