A Alemanha está em grave crise, não porque os números de sua economia sejam catastróficos, mas porque não se vê solução a médio prazo, e muito menos a curto prazo para seu problema. Claro, isso poderia ser amenizado, talvez mesmo a tendência de crise prolongada pudesse ser invertida, caso a Alemanha abrisse mão de algumas de suas posturas autodestrutivas, e retomasse relações produtivas com a Rússia, mas nada indica que isso ocorra. Então vamos ver o que ora ocorre no país centro-europeu.
Bem, a Alemanha vem de algum tempo com problemas econômicos. A pandemia afetou bastante a economia do país, e como boa parte do mundo eles tiveram problemas no retorno à "normalidade". Sim, porque como um país altamente industrializado, a Alemanha dependia fortemente de cadeias de transporte e produção internacionais, todas alinhadas com as novas "engenharias" produtivas, e na saída da pandemia essas cadeias estavam desestruturadas. Para piorar alguns países chave nestas cadeias levaram mais tempo para voltar à normalidade, com ênfase à China. Isso causou sérios problemas, e não foi apenas na Alemanha.
Mas os alemães logo viriam a enfrentar mais um problema, e este ainda mais sério que a quebras das cadeias internacionais de suprimentos: o conflito na Ucrânia. A entrada de boa parte dos refugiados em território alemão, o fim do suprimento de gás barato que vinha do gigante euroasiático e o aumento do custo de energia advindo dessa situação, além dos custos do Estado pelo auxílio à própria Ucrânia no conflito incentivado pelos ocidentais mesmos, tudo isso colabora a debilitar a situação do país, e de sua economia.
Sim, e o texto abaixo acrescenta alguns outros fatores, como a queda nas exportações, mas essas também ocorrem devido a alguns dos problemas acima.
Verdade, porém, que alguns dos problemas não têm a ver com condições globais, mas com condições internas do próprio país, ou mesmo da Europa, que vê sua população ancestral reduzir, e mantém o nível populacional com imigração. O problema é que comumente o imigrante não apresenta a qualificação necessária para integrar economias muito complexas, senão marginalmente.
Sim, as soluções apresentadas aos alemães pelo artigo abaixo têm potencial para minorar, talvez resolver seu problema. Mas potencial não é realidade, nem garantia de realização, além de que o prazo nessas apostas é muito longo, e um aumento ainda maior da imigração pode descaracterizar de vez a cultura alemã.
Mas eles têm opções de uma transição bem mais tranquila. A primeira ação a ser feita é um incentivo à maternidade. A segunda é uma reaproximação, mesmo que tímida, com a Rússia. A terceira é um reordenamento interno que leve a retomada de alguma autonomia. Sim, a UE é importantíssima, mas interesses que vêm de fora através dela não podem impor o sacrifício sem sentido de todo um povo. Pior, esse sacrifício acabará por atingir outros membros do próprio bloco geopolítico, e isso já começa a ser observado com mais força.
O que a Alemanha fazia não estava errado, mas o que ela passou a fazer por influência externa, e também por erros estratégicos internos, isso sim está muito errado.
Alemanha voltou a ser "o doente da Europa"?
Era o final da década de 90 quando a revista britânica The Economist deu seu veredito sobre a economia alemã, classificando o país como "o doente da Europa". A avaliação serviu de alerta para a classe política do país, que, inebriada pelos anos de forte crescimento após a reunificação, vinha adiando as reformas.
O governo do chanceler Gerhard Schröder então reformou o mercado de trabalho, e isso trouxe resultados. Em 2014, um grupo de economistas de Berlim e Londres escreveu que a Alemanha havia evoluído "de homem doente da Europa para uma estrela econômica".
A economia alemã agora está novamente em dificuldades. Por dois trimestres consecutivos, seu Produto Interno Bruto (PIB) encolheu, o que é considerado recessão técnica. No trimestre mais recente, o PIB ficou estagnado, e muitos indicadores econômicos mostram declínio. Isso chamou a atenção da The Economist, que publicou em agosto uma reportagem questionando se a Alemanha havia se tornado novamente o doente da Europa.
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