segunda-feira, 11 de setembro de 2023

O Ocidente esperneia

O mundo vive um processo de passagem de modelo de organização. O unilateralismo emergido após o final da 2ª Gerra Mundial - que se prolongou até o fimal da Guerra Fria) - e que eclodiu com força justamente após o final das hostilidades latentes entre a URSS e os EUA emergiu com força com a reestruturação do herdeiro soviético, a Rússia, e o reaparecimento da China, agora não como uma grande potência local, mas mundial. No mesmo passo surgem também Índia pleiteando uma vaga nesse seleto grupo de grandes potências mundiais, e Brasil, que apesar de todas as auto sabotagens, e as que vêm de fora também, tem enorme potencial para ingressar nessa disputa.

Acontece que não há mudanças nos posicionamentos globais sem conflitos, que muitas vezes chegam às vias de fato, ou seja, guerras. O que ocorre na Ucrânia é exatamente um desses conflitos. E eu digo um porque estamos a passos de vários outros.

A declaração final do G20, que é amplamente dominado pelo G7, ou seja, o seleto grupo de países que mandou na política global nas últimas décadas, espelha exatamente essa situação. Ela exorta regras que os mesmos nunca cumpriram, que estão expiradas, ou que interessam apenas a eles e a seus propósitos de dominação e subjugação de outras culturas, ao mesmo tempo que tentam reagir ao surgimento de uma nova ordem.

Abaixo as comento, e no final o resumo da declaração divulgada pelo geopol.pt.

1- Países do G20 foram os únicos que já usaram e seguem usando armas nucleares. E munições de urânio empobrecido também o são, por isso digo que eles seguem usando.

2- O acordo de cereais não existe mais. Sendo assim não se pode apelar à aplicação de algo que não existe. Quando existia ele não foi cumprido exatamente pelos países ocidentais, o que levou a Rússia a não renová-lo. Sua extensão é de interesse de grandes multinacionais do ramo, controladas exatamente pelos controladores do G20.

3- Sim, ela é necessária. Mas seja qual for a reforma, eles são os primeiros que precisam respeitar as normas, já que no momentos são os primeiros a não respeitá-las.

4- Diga isso a Sérvia, Líbia, Síria, Iraque, etc, etc.

5- Na verdade a entrada da organização africana no G20 é uma tentativa de frear os golpes de estado apoiados por China e Rússia, e que vêm minando a influência e o domínio dos países dominantes do G20 no continente. A minha opinião é que acirrará ainda mais os conflitos.

6- A agenda 2030 foi criada pelos países que dominam o G20 e atende a seus interesses apenas.

7- 8- Os países que dominam os G20 jamais estiveram preocupados com isso. Por que haveriam de estar agora?

9- Os países do G20 sempre foram os primeiros a não respeitar essas regras, e as exortam quando neste exato momento as quebram, estando dentro do território de outros países, e literalmente roubando suas riquezas.

Como vemos nas declarações, nenhuma, tem por objetivo aquilo a que se dizem propor, mas tão somente a manter a dominância e a posição privilegiadas que esses países, e suas elites, alcançaram no plano internacional. Essa posição que agora é tão fortemente contestada pelos orientais, retratados sempre como grandes vilões.

Não há alteração de ordem mundial que não tenha reação das forças que dominavam o cenário até então. Mesmo esse processo que começa agora não tem nenhuma garantia de sucesso, ou de que a ordem realmente mudará. Mas uma coisa é certa, o mundo não será como antes, e os conflitos entre as forças que se digladiam apenas está começando.

geopol.pt 

@GeopolPt 

Principais pontos da declaração final da Cimeira do Grupo dos Vinte (G20):  

◾️ O G20 opõe-se à utilização de armas nucleares ou ameaças conexas;  

◾️ Os líderes do G20 apelaram à plena aplicação do acordo sobre os cereais para garantir o abastecimento de alimentos e fertilizantes da Rússia e da Ucrânia;  

◾️ Os líderes do G20 apelam à reforma da Organização Mundial do Comércio;  

◾️ Os líderes do G20 salientam a importância da "resolução pacífica de conflitos e do diálogo";  

◾️ A entrada da União Africana no G20 ajudará a resolver os problemas globais actuais;  

◾️ Os líderes do G20 farão progressos no sentido da agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável;  

◾️ Os países do G20 comprometem-se a reforçar a segurança alimentar mundial;  

◾️ Os países do G20 comprometem-se a promover o comércio aberto de géneros alimentícios e não a impor proibições e restrições à exportação;   

◾️ Os líderes do G20 exortaram todos os estados a respeitar os princípios do direito internacional, incluindo a "integridade territorial e a soberania

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