sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Democracia Ocidental e falácia para a dutadura de uma minoria

Tirado do twitter de Wellington Calasans. O texto é absolutamente irrepreensível, e ainda expressa exatamente o que várias vezes trago aqui e no meu canal de YouTube de outras formas. Não há democracia no Ocidente, e o que se vende como democracia é simplesmente incompatível com a vida em sociedade, e até mesmo induvidual, já que um indivíduo não sobrevive sozinho. Mas leia o texto e entenda melhor.


A "DEMOCRACIA OCIDENTAL" FALHOU E A BRASILEIRA AFUNDOU - SEM LIDERANÇA NÃO HÁ ORDEM  


Se eu fosse dar um título acadêmico para "fazer charme de intelectual" eu iria escrever o seguinte: "Democracia e Liberdade: Valores Antagônicos e Incompatíveis". O Brasil é um caso que fundamentaria qualquer teoria sobre esta tese. No entanto, o problema é muito mais abrangente. 


A verdade é que a democracia e a liberdade são frequentemente celebradas como pilares fundamentais das sociedades modernas, frequentemente consideradas interdependentes e mutuamente complementares. Na prática não é bem assim. 


Apenas para citar exemplos fora do Brasil, na França os parlamentares são completamente desconectados do povo. "A inacessibilidade dos mandatos políticos aos operários e empregados, o desvio da atividade política rumo a uma estratégia de carreira e o nepotismo no recrutamento dos assessores parlamentares orientam os debates na direção de várias reformas possíveis", diz um artigo publicado na imprensa francesa. 


Recentemente, Vladimir Putin fez uma declaração muito impactante sobre o tema e que merece reflexão: 


"... a crescente influência do liberalismo ocidental faz a democracia ser reinterpretada como o 'governo da minoria'. Segundo Putin, essa reconfiguração resulta em uma intolerância extrema e uma postura cada vez mais agressiva."


Considerando que nos EUA o bipartidarismo debate muito mais sobre quem arrecada a maior quantia em dinheiro dos patrocinadores de campanha, há muito mais lacuna no conceito de democracia do que a poesia de que "todo direito emana do povo...". 


E por falar em "direito que emana do povo", foi com este falso argumento que a "turma do 'vai passar'" convenceu o brasileiro de que o nacionalismo que construiu o país era péssimo e a intangível democracia seria um "oásis no deserto". O resultado é que um bairro de São Paulo (Faria Lima) define o destino de mais de duzentos milhões de brasileiros.


Aquilo que o "Ocidente" chama de democracia é frequentemente norteado pelos princípios considerados fundamentais, que incluem a participação cidadã, a igualdade de voto, a liberdade de expressão e a proteção dos direitos humanos. Respire fundo e responda honestamente: temos isso? 


Na verdade, por culpa da falta de liderança e ordem (que muitos incautos chamam de ditadura) a democracia é inatingível, pois entra em conflito com os direitos de minorias e indivíduos que não respeitam a ideia de que "a maioria vence". Daí surge a armadilha do "identitarismo" que fragmenta a sociedade em minorias e as minorias em indivíduos indefinidos. 


Por isso, a lógica democrática somente seria aplicável se, considerando todos os aspectos vistos até aqui, fosse a favor da restrição de liberdades em nome do bem-estar coletivo. Com isso, o fim da liberdade imposto pela democracia também deveria ser visto como uma ditadura. Bastante filosófico, não acha?


O que temos como resultado até aqui é que na "democracia ocidental" os poderes constituídos agem como "tutores do povo" e não como "representantes do povo" e isso, essencialmente, é uma ditadura, pois esta "casta" exclui a decisão do povo. No caso do Brasil, nem mesmo o direito de questionar o sistema eleitoral ou exigir o seu aperfeiçoamento é respeitado por quem manda de verdade.


Se a democracia reduz a liberdade, como devemos entender a liberdade? O que nos ensinaram foi que a liberdade é a capacidade de agir de acordo com a própria vontade, sem interferência externa. No contexto político, isso abrange a liberdade de expressão, de associação e de credo. Outra vez pergunto: temos isso?


Se a liberdade é um valor fundamental, por garantir a autonomia individual e a diversidade de opiniões e modos de vida, a ênfase excessiva na liberdade individual (bolhas identitárias ou indivíduos oportunistas) leva à ausência de coesão social e ao desrespeito pelas normas coletivas que sustentam a vida democrática.


Agora fica mais fácil compreender que democracia e liberdade formam um problema insolúvel, pois um ameaça o outro. Esta eterna tensão entre democracia e liberdade é ilustrada em várias situações:


Decisões da Maioria x Direitos das Minorias: o princípio da maioria pode levar a decisões que marginalizam ou oprimem minorias étnicas, religiosas, etc. em nome da “vontade popular”. Nesse caso, a democracia falha em proteger a liberdade individual, à medida que o controle majoritário limita os direitos civis.


Segurança e Vigilância: em tempos de crise, como guerras ou pandemias, democraticamente eleitos podem justificar a imposição de restrições às liberdades civis em nome da segurança nacional. Leis que restringem a liberdade de movimento, expressão e reunião podem ser aprovadas sob a alegação de proteger a sociedade. 


Essa dinâmica questiona até que ponto a democracia deve sacrificar liberdades em prol da segurança coletiva. Para piorar, quem se opõe a isso acabará por ser punido, entre outras coisas, ao ser excluído socialmente e rotulado de "negacionista".


Com esta inaplicável "democracia ocidental" e na sua inatingível liberdade, os países que têm liderança e ordem acabam por ser chamados de ditaduras. Populismo e autoritarismo, por exemplo, são algumas das definições dadas para líderes que - mesmo quando eleitos democraticamente - priorizam suas políticas à “vontade do povo”. 


Contra estes países, líderes e povos, logo aparecem críticas sobre restrição à liberdade de imprensa, à autonomia judicial e à dissidência política. Essa situação traz à tona um paradoxo ocidental: a democracia pode, em sua forma mais frágil, minar as liberdades fundamentais em nome de uma pseudo-representatividade, mas quem atende demandas vistas como "vontade do povo" é demonizado.


Uma análise mais crítica nos leva a argumentar que a democracia e a liberdade só podem conviver se houver liderança e ordem. Sem isso, são incompatíveis na medida em que quando um valor é enfatizado em detrimento do outro, pode ocorrer uma derrocada das condições que sustentam ambos. 


No "Ocidente", a ênfase excessiva na democracia gerou um ambiente onde a liberdade individual é sacrificada. Enquanto isso, a liberdade excessiva resultou em uma sociedade desorganizada e caótica, onde a democracia não pode florescer e os cidadãos são órfãos em todos os aspectos, pois até mesmo a família é vista como uma ameaça à individualidade. 


A defesa de um equilíbrio entre a democracia e a liberdade requer uma liderança cuidadosa para a garantia da ordem. Por isso, somente a hierarquia que começa na família e culmina na nação pavimentam um compromisso para proteger tanto a participação cidadã quanto os direitos individuais. Chamar isso de "ditadura" é negar a própria existência como ser social.


Portanto, a reflexão crítica sobre os evidentes antagonismos entre os propalados "valores democráticos" é vital para a construção de um ambiente social estruturado e organizado. Liderança e ordem são, nesse sentido, indispensáveis para que direitos e deveres sejam respeitados e vistos como o alicerce das garantias individuais e coletivas.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Alemanha volta a cometer erros em série

Resultados interessantes revelados por esta pesquisa solicitada pela Shell. Sim interessantes, porque mostram uma Alemanha em mudanças rápidas e cada vez mais acentuadas, dando lugar a novos horizontes ao futuro do país da Europa Central. Vamos fazer algumas considerações a respeito.

Os medos de guerra e pobreza se sobrepõem ao medo das mudanças climáticas. Isso mostra que, apesar de toda uma engenharia social elaborada para fazer do alemão um enorme e  eterno "pecador e penitente", eles ainda são seres humanos, e mostram mais medo de situações mais concretas e próximas do que de situações relativamente hipoteticas. E isso não nega mudanças climáticas no planeta, que podem levar a alterações significativas nas relações humanas, mas apenas que elas ainda estão no campo do imaginário, e não conseguiram alcançar a conexão com os homens que a guerra e a pobreza têm. 

O maior interesse por política também é um reflexo desses novos tempos. Décadas de desenvolvimento e relativa segurança fez com que ao menos 2 gerações de alemães se preocupassem mais com as coisas cotidianas individuais do que efetivamente com grandezas coletivas mais etéreas. A deterioração de suas condições de vida que já se fazem sentir, e a ameaça premente de aceleração e aplicação dessa deterioração, além da percepção de que isso se dá pela condução equivocada das políticas públicas - aquelas grandezas coletivas mais etéreas - faz com que aqueles que ainda precisa fazer suas vidas se interessem mais pela política, já que é através dela que as grandezas etéreas são construídas ou destruídas. 

A questão crucial é como esse interesse irá se desenvolver? No inicio do Séc XX não deu muito certo. Se por um lado as condições materiais dos alemães melhoraram consideravelmente em pouco tempo, por outro eles voltaram a se enterrar num ciclo de violência e sofrimento. 

As condições agora não são iguais, os atores também não, esperamos que não se entreguem à mesma solução. Sim, os atores cascudos da política alemã parecem querer se entregar alegremente às mesmas soluções desastrosas que espalharam dor e sofrimemto para milhões e milhões de pessoas pelo mundo, mas há oposição, que parece buscar soluções diferentes e mais racionais.

Com a palavra os alemães: qual caminho eles escolherão?



🇩🇪🇪🇺 O medo da guerra aumentou significativamente entre os jovens na Alemanha. É o que revela o novo o 19° estudo quinquenal da Shell sobre a Juventude alemã. No entanto, a maioria dos inquiridos está confiante quanto ao seu futuro pessoal. 

Uma clara maioria dos jovens na Alemanha tem medo da guerra na Europa. Esta é a maior preocupação para cerca de 81 por cento dos inquiridos - em comparação com 46 por cento em 2019 - com o medo da pobreza em segundo lugar, com 67 por cento (2019: 52 por cento). 

A preocupação com a poluição ambiental (anteriormente 71%) e o medo da crescente hostilidade entre as pessoas (anteriormente 56%) partilham o terceiro lugar com 64% cada. 

Também aumentou o interesse pela política. 55 por cento dizem-se “interessados” ou “muito interessados” pela política. Estes números não se viam desde 1991.

2.509 jovens entre os 12 e os 25 anos foram questionados sobre as suas atitudes em relação a vários tópicos - incluindo família, amigos, política e conflitos actuais no mundo - de acordo com a empresa de energia Shell, que encomendou o estudo.

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

O neoliberalismo não morreu, ele avançou

O texto abaixo foi compartilhado por Wellington Calasans no twitter (X), e merece uma leitura muito atenta. O mais interessante no processo foi a cessão de seus poderes ao Judiciário, por parte de Legislativo e Executivo.

O fenômeno ficou muito nítido no Brasil pós-redemocratização, quando virou praxe a recorrência de atores políticos - notadamente partidos e operadores galonados da antiga arte- em recorrerem às instâncias judiciais quando tinham suas demandas vencidas nas arenas efetivamente políticas. Aos poucos a Justiça passou a decidir absolutamente tudo, indo da venda de pipocas à divisão de terras e relações internacionais 

Mas esse fenômeno não se deu apenas devido a transferência dos poderes executivos e legislativos ao Judiciário, mas ele se dá acompanhado de uma total insuficiência intelectual e moral dos atuais políticos, de distorções no processo democrático, e na própria constituição dos poderes, onde o Legislativo se sobrepõe ao Executivo, e o Judiciário se sobrepõe aos dois anteriores. 

Sim, esse processo se dá através de recursos pouco republicanos, mas quem disse que a "democracia" liberal burguesa é republicana? Como o próprio nome diz, ela é burguesa, e desde seu estabelecimento no Ocidente ela vem trabalhando para alijar o povo das decisões políticas, ainda que para isso utilize desculpas nobres e morais, como o combate à corrupção, ou a "tentativa" de se fechar um regime, que no fundo já está fechado.

Mas por quê é necessário transferir o controle do poder ao Judiciário, se já havia controle dos outros poderes?

A resposta é simples e dupla. Primeiro há menos pessoas envolvidas num processo de decisão judiciária, e isso facilita o controle.

Segundo é que as principais decisões se concentram nas mãos de um grupo fechado e imune aos anseios populares, já que não dependem do povo para obter ou manter seus poderes.

E todo esse processo não significa abrir mão da utilização de processos antigos de controle social do Estado. Partidos, Mídia, Ensino, enfim, todas as instituições relevantes à manutenção do status quo se mantém, mas agora com a legitimização de decisões, ou com a transferência de decisões polêmicas a uma esfera imune às críticas.

Sim, o nível, cada eleição mais baixo, de nossos ilustres atores políticos é uma consequência, mas também um projeto. A desconexão deles com os verdadeiros anseios populares também. 

E se você pensa que estamos no fundo do poço,  esqueça, esse poço é ainda mais fundo.



DITADURA NEOLIBERAL - OS PRETEXTOS PARA A INVASÃO DA JUSTIÇA NA POLÍTICA, DOMÍNIO TOTAL E O FIM DAS LIBERDADES 


A teoria constitucional da separação de poderes, característica que é motivo de orgulho entre os "civilizados", está sob ameaça em todos os países autoproclamados "democráticos". 

Nas últimas décadas, há uma visível evolução e aperfeiçoamento da invasão da justiça na política e a redução da importância dos poderes eleitos através do voto. Uma nítida redução da soberania popular.  

A operação Mãos Limpas, que aconteceu nos anos 1990 na Itália, por exemplo, inspirou a Lava Jato que permitiu a um então juiz (medíocre) de Primeira Instância como Sérgio Moro, poderes de um imperador. Nos dois casos, houve o enfraquecimento do Estado como consequência.

O conceito de poder e política, além da abordagem doutrinária e sobre o tema, está cada vez mais obsoleto. Isto decorre da inaplicabilidade prática ou distorções permanentes das normas derivadas da separação de poderes, implodindo assim as relações institucionais entre os entes públicos. 

Nos países "civilizados" há um perigoso e crescente modelo de ativismo judicial, muitas vezes apresentado pela imprensa como "combate à corrupção" ou "combate ao fascismo". Na prática é apenas uma maquiagem para a "ditadura togada".

Isso ajuda a explicar o surgimento de uma "extrema-direita" (pausa para rir) completamente domesticada e que cumpre o papel de espantalho na estratégia neoliberal de reduzir a zero as decisões soberanas do povo. 

Enquanto isso, uma agenda econômica que amplia a concentração da riqueza é imposta goela abaixo dos cidadãos. No debate, pautas impostas pela (anti)cultura woke.

O especial destaque dado aos supostos aspectos positivos desta "ditadura dos togados" é um projeto. Na verdade, quando agentes da justiça, não eleitos pelo povo, assumem o executivo e o legislativo, os destaques são todos negativos, pois provocam reflexos nefastos à sociedade contemporânea. 

O chamado Estado democrático de direito, sua concepção e o desenvolvimento histórico da teoria da separação de poderes, são vilipendiados todos os dias. 

É cada vez menos relevante a importância dada à separação dos poderes na organização e funcionamento do Estado contemporâneo, incluindo críticas ao sistema e à judicialização na sociedade moderna. Assim, não é exagero afirmar que as "democracias ocidentais" são apenas teóricas.

 O fenômeno do ativismo judicial e sua relação com a autocontenção, deve ser investigado com preocupação em decorrência das suas implicações político-sociais. 

Sem a separação de poderes, o ativismo judicial e seus desdobramentos impõem a necessidade de ser estabelecido um novo caminho para que seja garantido o equilíbrio e preservação daquilo que é chamado de democracia e o Estado de Direito. 

O Funcionamento do Estado está ameaçado. O Estado tem sido esfacelado por modelos liberal, social e subsidiário, que produzem intermináveis conflitos e promovem o fim do bem-estar social. 

Há em curso um modelo intervencionista. A ideia da existência dos três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) que - em tese - exercem funções distintas, não se sustenta mais. 

O ideal de que os poderes - mesmo que separados - fortalecessem um poder desejado que fosse uno e indivisível, o tal do "poder que emana do povo", é um ideal incompatível com a necessidade neoliberal da redução do poder de decisão dos cidadãos. 

Parlamentarismo e Presidencialismo acabam reduzidos ao mesmo princípio: ambos são liderados pelo judiciário. Isso não é liberdade, isso não é "democracia". 

Desta maneira , as funções do Judiciário ultrapassam em muito o julgamento de demandas sociais, interpretação constitucional e criação de regimentos internos. 

A intervenção da justiça tem ultrapassado os casos de "estado de coisas inconstitucional" e análise concentrada da constitucionalidade de leis. 

Este atual poder de "imperador" do Sistema Judiciário é potencializado pelos "espantalhos da extrema-direita" e por uma predominante mediocridade na representatividade democrática, que nivela por baixo os grupos políticos.

A judicialização das relações político-sociais é um fenômeno mundial onde o Judiciário resolve questões sociais, morais e políticas estrategicamente não resolvidas pelos demais poderes.

A consequência é a resolução de questões públicas e privadas pelo Judiciário, incluindo temas como constituição familiar e educação infantil. Daí a predominante adaptação das leis às demandas da (anti)cultura woke, um artifício do neoliberalismo para o enfraquecimento da família e todas as grandes concentrações de forças populares. 

O fenômeno da judicialização decorre da falta de opções legislativas ou executivas, que nasce nas prévias dos partidos, colocando o juiz para desempenhar um papel central na resolução de questões sociais. É o ativismo neoliberal pala via judicial.

O ativismo neoliberal envolve uma participação mais ampla e intensa do judiciário na concretização dos valores e fins constitucionais, interferindo no espaço de atuação dos outros poderes. 

Com isso, distorce a interpretação da lei, levando a uma ruptura na estrutura de poderes e à criação de novos textos legais sem emenda constitucional. É a ditadura perfumada e vestida de toga.

É fundamental questionar a legitimidade e os limites do poder judiciário para garantir uma maior limitação ao poder estatal e devolvê-lo ao povo. As liberdades estão ameaçadas. 

NA IMPRENSA ALTERNATIVA

🇩🇪 O povo alemão tem fama de documentar tudo, até mesmo coisas que não deveriam ser documentadas. 

📝 O dramaturgo americano CJ Hopkins enfrenta acusações na Alemanha por "disseminação de propaganda" devido a uma imagem em sua obra "The Rise of the New Normal Reich". 

⚖️ Hopkins foi a julgamento e foi absolvido, mas o promotor entrou com recurso, levando o caso a uma nova instância. 

🤔 O argumento da acusação baseia-se numa interpretação bizarra de crime de ódio, sugerindo que se uma imagem requer reflexão para ser compreendida como sátira, então não pode ser permitida. 

🌍 Hopkins destaca que o fenômeno da censura está se espalhando por diversas "democracias ocidentais", não se limitando aos Estados Unidos. 

🗞️ O caso de Hopkins recebeu cobertura limitada da mídia tradicional, mas teve destaque em veículos de mídia alternativa. 

🎭 O autor ressalta a ampla abrangência dessas questões, citando exemplos como a polícia escocesa sendo instruída a reprimir discursos de ódio até mesmo em performances cômicas e peças teatrais. 

🚫 Hopkins alerta para a necessidade de conscientização sobre o fato de que as antigas regras não se aplicam mais diante dessas crescentes ameaças à liberdade de expressão. 

NOTA DESTE OBSERVADOR DISTANTE 

O neoliberalismo domina a justiça e, através dela, transfere para as mãos de poucos o Estado que esses mesmos neoliberais fingem combater. 

A (anti)cultura woke é o entretenimento, mas também é a "sutileza" (cuidado com as sutilezas!) para a aplicação social do "dividir para governar". 

Por isso, enquanto pautas identitárias são debatidas, a economia sai do debate e morrem as suadas conquistas das gerações anteriores. 

A invasão da justiça na política é o fim da "democracia ocidental", pois é uma ditadura em si mesma.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Governo Lula prepara destruição da Nação

Sim, Lula às vezes faz alguns discursos interessantes, mas eles sempre são feitos na tentativa de conseguir empatia e conexão com determinada audiência, do que propriamente por convicção do orador. Esse procedimento é típico de um politiqueiro fraco, demagogo e descompromissado com os objetivos maiores da política - criar sociedades prósperas, coesas e saudáveis. Isso porque suas ações sempre estiveram um tanto deconexas dos discursos, ainda que num primeiro momento uma série de conjunturas nacionais e internacionais tenham mascarado essas contradições.

No atual governo essas contradições se tornaram ainda mais gritantes, seja pela popularização da internet, que deixaram claros os discursos contraditórios à depender da audiência de momento, seja por suas ações frequentes e contraditórias aos princípios que o atua Presidente sempre disse defender.

A velocidade alucinante das mudanças geopoliticas e do desenrolar dos fatos políticos no Brasil, além da atenção excessiva dispensada a fatos menores faz com que algumas coisas muito sérias sejam deixadas de lado na discussão do país hoje em dia, mas acho importante relembrar que alguns temas são extremamente caros a um projeto sério de nação e pais.

Abaixo um exemplo claro dobque falo. Sim, a Saúde e a Educação, por si sós, são insuficientes para construir um país ou nação saudável, mas sem elas essa tarefa é praticamente impossível. 







 

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Relações cino-africanas são jogo de ganha-ganha

Sem dúvida alguma a relação entre China e África vem trazendo grandes avanços para os países africanos, que nada ganhavam com suas relações com o Ocidente, para a própria China, que vem ganhando mercado e acesso a matérias-primas em abundância, e claro, à própria relação entre as partes, que estreitam laços.

E isso não tem ares de novo colonialismo, simplesmente porque os chineses não interferem nos assuntos internos desses países. Ao menos não da forma acintosa como os ocidentais o fazem.

Por isso mesmo o desenvolvimento futuro dos africanos dependerá deles, de como usarão as infraestruturas que estão sendo construídas, e se vão utilizar as relações com a China para extrairem mais do Gigante asiático do que apenas obras de infraestrutura (fundamentais para o desenvolvimento, mas não suficientes).

A CHINA NO CONTINENTE AFRICANO - O RESULTADO QUE PODE SER VISTO

Historicamente os países "ocidentais" exploram os recursos dos países africanos, massacram os povos, produzem o caos, alimentam a corrupção e ainda posam de paladinos da ética. O que o "Ocidente" deu de volta aos africanos? "Democracia", seminários, dívidas impagáveis, etc.

A intensificação da presença chinesa no continente africano produziu uma série de reações, especialmente entre os "ocidentais" e os "capitães do mato" que agiam contra os próprios povos e países africanos. A China troca os recursos por infraestruturas, isso já é muito mais do que tudo que o "Ocidente" fez.

A China e a África têm uma longa relação de amizade e cooperação, com resultados positivos em áreas como infraestrutura, agricultura, saúde e educação. No entanto, os ataques da mídia e políticos ocidentais, acusando a China de neocolonialismo, são infundados.

A China não tem histórico de colonialismo na África e seu envolvimento tem sido benéfico para o continente, ajudando no desenvolvimento e descolonização.

A assistência chinesa inclui projetos de infraestrutura, saúde, educação e zonas comerciais, resultando em criação de empregos e avanços econômicos.

Os africanos têm uma visão positiva do relacionamento com a China e são capazes de tomar decisões sobre suas parcerias de desenvolvimento.

Os ataques ocidentais contra a China são motivados por rivalidades globais e tentativas de conter o crescimento chinês.

Apesar das críticas, a cooperação África-China trouxe benefícios mútuos e fortaleceu o desenvolvimento econômico e social de ambos os lados.

Uma pesquisa realizada pela CGTN e pela Renmin University of China em 10 países africanos revelou que mais de 90% dos entrevistados consideraram as práticas e princípios da cooperação China-África como um bom exemplo para os países em desenvolvimento colaborarem em questões internacionais e para a reforma do sistema de governança global.

A China foi elogiada por sua sinceridade, respeito e apoio à África, com 82% dos entrevistados destacando essa postura. A cooperação China-África é vista como um modelo de cooperação Sul-Sul e internacional que beneficia a África.

A pesquisa também revelou que 86% dos entrevistados reconheceram a política da China de sinceridade, resultados reais, amizade e boa-fé em relação à África.

A China tem buscado resultados concretos em sua cooperação com a África, envolvendo projetos de infraestrutura, energia e desenvolvimento socioeconômico.

Quase 89% dos entrevistados afirmaram que a cooperação China-África melhorou as condições socioeconômicas na África e elevou os padrões de vida das pessoas.

Além disso, quase 92% dos entrevistados reconheceram melhorias na infraestrutura e cerca de 75% destacaram o aumento dos padrões de vida.

Os entrevistados expressaram o desejo por uma maior cooperação entre a China e a África em áreas como ciência e tecnologia, economia, educação, assistência médica e agricultura.

A amizade, o entendimento mútuo e a cooperação contínua com base na boa fé são elementos essenciais para fortalecer o relacionamento China-África. A pesquisa destacou que a grande maioria dos entrevistados apoia a China em sua integração de desenvolvimento com a África e em seu apoio mútuo em questões de interesse comum.


sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Delfim, a morte do estado burguês dialético

Nildo Ouriques mais uma vez nos brinda com um texto ácido, mas lúcido e totalmente em linha com os fatos históricos que tiveram a participação do falecido Delfim Netto. Apesar disso farei algumas ponderações, que não apenas considero pertinentes, mas considero também necessárias. Não me proponho a uma biografia, mas a situações genéricas da vida do economista e político brasileiro.

Em 1964, quando rompe o golpe de mesmo ano, Delfim estava no meio de sua 3ª década de existência, mas já se movia por governos, principalmente estaduais, e formava suas muitas conexões, incluindo estrangeiras. Em 1967 começa o período que marcou sua vida, como Ministro da Fazenda dos governos militares, e mais especificamente do período do chamado "golpe no golpe", quando o movimento tenentista dos anos 20 - agora Generais e Coronéis - chega ao poder e abraça uma linha mais nacionalista e desenvolvimentista, muito ligada ao período Vargas, a quem os Tenentistas prestaram bastante apoio.

No magnetismo os opostos se atraem, mas na política são os iguais que o fazem. Delfim não era um democrata, e se sentia confortável em meio os "arroubos" de nossos Generais ou do "guardinha da esquina". Não que fosse um ditador ideológico, porque a forma como se adaptou aos  novos ventos democráticos indicam mais a alma de um pragmático. 

De qualquer forma, ele sempre se mostrou um elemento de ligação que validava novas forças políticas em ascensão (ptucanismo neoliberal), e apaziguava e amortecia o trabalhismo que tentava voltar ao protagonismo político que envergou por mais de 30 anos. 

Ao fim servia mais como um conselheiro, mas não como um guia. Isso se expressa bem na eleição de 2018, quando seus conselhos foram ignorados pelos líderes políticos medíocres que ajudou a formar. Em sua mediocridade esses líderes ainda o ouviam, mas já não o escutavam.

Apesar disso tudo,  não era de se esperar algo de diferente. Apesar de os governos militares terem nos proporcionado alguns arroubos interessantes de nacionalismo e desenvolvimento, eles falharam miseravelmente em criar cidadãos, distribuir a riqueza gerada nesse movimento, e nos legaram os mais medíocres políticos nos anos que se seguiram.

Delfim foi parte desses dois "Brasis", e foi parte efetiva, seja nos acertos, seja no desastre que nos acometeu. 




A morte de Delfim Netto dividiu novamente o país: de um lado, os democratas e de outro, os autoritários. Não há surpresa na divisão como discutimos no meu O colapso do figurino francês (Editora Insular) ao explicar as oposições binárias constitutivas da sociologia uspiana que, finalmente, comandam as cabeças "pensantes" dos partidos políticos da esquerda liberal brasileira (tucanos, petistas, psolistas, pecedobistas, etc.). Lula fez oposição sindical a Delfim, mas bastou pisar na arena propriamente política do parlamentarismo burguês para render-se a uma reconciliação rápida, sincera e duradoura com o ex-ministro da ditadura. A nota presidencial publicada hoje expressa o sentimento sincero de Lula sem contradição com declarações do passado.

O protesto dos democratas oculta algo essencial: os mesmos que condenam o passado "autoritário" de Delfim - que assinou com convicção o AI-5 - são exatamente aqueles que com absoluta frequência manifestam esperanças e apostam firme na capacidade do capitalismo dependente rentístico promover a cidadania plena à massa de trabalhadores atualmente condenados à superexploração da força de trabalho. A propósito, na transição da ditadura de classe implantada em 1964 para o regime liberal burguês iniciado em 1985, a hegemonia burguesa apareceu sob a forma de "dívida social". Os liberais democratas orientaram Sarney na linha filantrópica do "tudo pelo social" com o aceite de muito bom grado dos conservadores, uma vez que as energias populares contra a ditadura eram fortes e poderiam cair na mão de um aventureiro qualquer. O bordão lulista de "colocar os pobres no orçamento" é filho da mesma filantropia destinada a assegurar tanto a apatia dos miseráveis quanto a superexploração que alimenta os super lucros da burguesia e sua associação carnal com as multinacionais e banqueiros de toda espécie e origem.    

Os economistas de oposição - assim eram chamados os economistas de "esquerda" - disputavam com Delfim a condução da política econômica sem jamais romper com a economia política que já orientava o desenvolvimento capitalista no país. Os decibéis aumentavam um pouco na imprensa liberal burguesa - Folha de São Paulo à cabeça - quando o tema era inflação, dívida externa e taxas de juros mas silenciava nas questões de fundo. No máximo, um "debate" superficial sobre "modelo de desenvolvimento" na linha celso-furtadiana. Nada além! Na verdade, até mesmo Gustavo Franco repetiria mais tarde e sob outras circunstâncias, uma inocultável e atávica convicção: "somos todos desenvolvimentistas". Afinal, não são os antigos adversários de Delfim que reclamam sob a luz do sol que o "dinamismo do desenvolvimento brasileiro" cedeu a partir de 1980? Não foi o general Geisel o promotor do II PND que tanta saudade deixou entre os desenvolvimentistas quando as promessas de um sonho de uma noite de verão desapareceu para sempre? Acaso, não estava Delfim no comando do "milagre brasileiro" com as taxas do PIB capazes de fazer inveja aos chineses?

Delfim, na prática, mantinha a hegemonia e permitia alegremente a existência de uma "esquerda" ao seu lado, especialmente no período da Constituinte. O "gordo" - como era tratado por desafetos e admiradores em ambientes exclusivos - não perdeu a lucidez diante do encanto democrático: "com essa constituinte o país é ingovernável" afirmou ao término do período constituinte. De fato, após sua aprovação, a burguesia lançou seu ímpeto reformista contra os arroubos dos constituintes de 1987 que todavia não termina nem terminará jamais! A esquerda liberal começava seu périplo impotente contra a "era neoliberal". Entretanto, o deputado com amplas conexões nos Estados Unidos e o empresariado paulista, jamais perdeu a lucidez burguesa necessária para manter o controle ideológico e político tanto das decisões de Estado quanto do debate público. Venceu todas! Não raro, era contemplado com elogios desmedidos sobre sua cultura e erudição sem, contudo, exibi-las a luz do dia num confronto com críticos de estatura. Ao contrário, os elogios eram produto de um reinado solitário em programas de TV e entrevistas sem contestação, afiançado no seguro da imensa ignorância e oportunismo dos jornalistas que exibiam naquela época a mesma sabedoria responsável pelas enfadonhas entrevistas atuais na abordagem da economia.   

A propósito, na atualidade, o "debate" sobre economia é inexistente nos partidos e sindicatos. A imprensa burguesa cumpre a função da manufaturação da opinião pública em favor do capitalismo dependente rentístico e conta com o bom comportamento de eventuais "críticos" orientados pelo bom mocismo em busca de um lugar ao sol no debate público. A covardia intelectual é imensa! Na prática, a reflexão sobre economia está confinada à universidade, totalmente incapaz de uma contribuição efetiva para o público ilustrado ou semi-letrado. A agenda do último encontro dos estudantes de economia - ENECO - expressa de maneira melancólica o ambiente intelectual e ideológico decadente destinado aos estudantes, diga-se de passagem que os encontros de área dos profissionais da área não são melhores, ao contrário.    

Delfim venceu, devemos reconhecer. Não à toa recebe as honras presidenciais, as condolências dos organismos da burguesia, o reconhecimento das instituições da republica burguesa, os elogios da imprensa monopólica e, finalmente, também de seus pares. A hegemonia burguesa é completa. Quem sabe agora, quando "tudo está dominado" e a república burguesa exibe suas vísceras sem constrangimentos nem oposição, os brotos da rebeldia política e intelectual necessárias para uma radical ruptura com o passado e o presente possam merecer a atenção e o trabalho de todos os interessados em romper com as ilusões que Delfim alimentou durante sua longa e confortável existência.

Revisão: Junia Zaidan

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

A verdade sobre o 7 de outubro

Em 7 de outubro de 2023 o grupo Hamas entrou em áreas controladas por Israel, e próximas à fronteira com a Faixa de Gaza, efetuando uma série de capturas de reféns, que o grupo pretendia negociar e trocar por prisioneiros e e refens palestinos mantidos por Israel. Ao menos a ideia inicial era esta, mas isso não deu muito certo. E isso não deu muito certo a começar pela reação israelense ao ataque, que está descrita no artigo abaixo, e que sugiro também seja lido.

Mas o absurdo da reação das Forças de Defesa de Israel (FDI) não se restringe ao dia que iniciou esta série de ataques, esse absurdo se estende às ações subsequentes, e que perduram até hoje.

Quem acompanha tais acontecimentos e tem um mínimo de conhecimento técnico e de estratégia sabe que escavadeiras milagrosas e inundações de túneis são sempre soluções ótimas para filmes de Hollywood. Não que seja impossível suas realizações, mas na vida real tais ações necessitam da existência de condições específicas para se realizarem. Ali não há nenhuma, ao contrário, militarmente o campo é todo desfavorável aos israelenses.

Mas Israel jamais buscou uma confrontação militar com o Hamas, mas tão somente a expulsão, ou a eliminação da população de Gaza. Isso se comprova com os planos previamente existentes da reconstrução da região, que previam condomínios e resorts de luxo, e também com os fatos relatados abaixo, entre outros.

Toda esta situação tem sido mantida parcialmente fora do conhecimento do grande público por sua imensa máquina de propaganda, também conhecida como grande mídia.

Mas as mentiras tendem a ser descobertas, assim como os tiros no pé uma hora te farão sentir dor. Ambos deixam suas sequelas, seja a descrença nos operadores da mídia, seja um andar manco.

As tresloucadas ações israelenses estão unindo o Mundo Islâmico como há muito não víamos, se é que o vimos alguma vez desta forma. O problema é que, hoje, o Mundo Islâmico unido é bem mais forete que Israel, e a surra que a mais "poderosa e qualificada" marinha do mundo vem levando dos Houthis deixam sérias dúvidas se eles efetivamente terão força bélica suficiente para auxiliar Israel comonfizeram em outras oportunidades. Sim o uso de armas nucleares faria a balança voltar a pender aos Ocidentais, mas quem diz que o outro lado não responderá com igual poder?

Ainda há tempo aos Ocidentais para frearem a sanha "sansônica" de Israel, mas esse tempo se extingue rapidamente, da mesma forma que as forças Ocidentais também.


ABC RELATA QUE ISRAEL MATOU CENTENAS DE ISRAELITAS EM 7 DE OUTUBRO “28 helicópteros de caça dispararam oda a munição que tinham em suas barrigas.”  


Em julho, o jornal israelense Haaretz revelou que comandantes das IDF deram ordens para atirar em tropas que haviam sido capturadas por Hams em três locais diferentes, referindo-se explicitamente à Diretiva de Aníbal.  

Um ex-oficial israelense, o Coronel da Força Aérea Nof Erez, disse a um podcast do Haaretz que a diretiva não foi especificamente ordenada, mas foi "aparentemente aplicada" pelas tripulações aéreas que responderam.  

Em pânico, operando sem sua estrutura de comando normal e incapazes de se coordenar com as forças terrestres, eles atiraram em veículos que retornavam a Gaza, sabendo que provavelmente transportavam reféns. "Foi um Hannibal em massa. 

Foram toneladas e toneladas de aberturas na cerca, e milhares de pessoas em todos os tipos de veículos, alguns com reféns e outros sem", disse o Coronel Erez. Pilotos da força aérea descreveram ao jornal Yedioth Ahronot o disparo de quantidades "enormes" de munição em 7 de outubro contra pessoas que tentavam cruzar a fronteira entre Gaza e Israel.  

"Vinte e oito helicópteros de caça dispararam ao longo do dia toda a munição em suas barrigas, em novas corridas para rearmar. Estamos falando de centenas de morteiros de canhão de 30 milímetros e mísseis Hellfire", disse o repórter Yoav Zeitoun.  

"A frequência de disparos contra milhares de terroristas foi enorme no início, e somente em certo ponto os pilotos começaram a diminuir a velocidade dos ataques e a escolher cuidadosamente os alvos."

domingo, 4 de agosto de 2024

Quando aprovaram o Brexit profetizei isso

Pois é, há alguns anos, quando aprovaram o Brexit, profetizei que o "poderoso" Reino Unido entraria em crise profunda. Aos poucos ela foi se instalando, mas não tão lentamente que o sapo fosse cozido sem sentir. Ao contrário, ele sentiu e agora se debate e tenta fugir. Não sabe como, então acaba por criar ainda mais feridas, enquanto o "cozinheiro" segue com a tampa da panela fechada. Mas essa panela é de pressão, e pode explodir na cara desse "cozinheiro".
A ver.

Conflito no Reino Unido ✍️ Ricardo Nuno Costa  🇬🇧 A crise estalou no Reino Unido, em particular nas regiões desindustrializadas do Norte. É o regresso dos anos 70, sem o IRA, mas com um potencial de conflito intracomunitário ainda maior, derivado do crescimento de sociedades paralelas, fruto de meio século de políticas de imigração imprudentes, consentâneas com o paradigma económico vigente, orientado unicamente para o lucro rápido e a concentração da riqueza. O mesmo se passará previsivelmente um pouco por toda a Europa ocidental, toda ela a braços com os mesmos problemas em algum grau. O pior é que não se vislumbra uma solução para um problema para o qual se oferecem somente receitas superficiais, demagógicas e barricadas em dois polos radicalizados. Aqui, mais que nunca faz falta a responsabilidade e o discernimento da terceira posição. O que se viu este fim de semana no RU é só a ponta do véu daquilo que podemos vir a ver. O rastilho foi a morte de três crianças esfaqueadas por um menor (17 anos), de nacionalidade britânica, filho de imigrantes do Ruanda. Não era muçulmano, como se veiculou profusamente no Twitter, mas também não era britânico segundo a percepção da maioria da população do país. O assassino é da categoria B2 (negro africano), segundo a lista de 19 definições étnicas do Home Office, o Ministério do Interior britânico. Cenas de confrontos entre a polícia e centenas jovens britânicos de raiz (categoria W1) e de irlandeses do Norte (categoria W2), com comércios a serem pilhados, esquadras da polícia incendiadas, e tentativas de incêndio de mesquitas e residências de imigrantes, corresponderam a ajuntamentos de muçulmanos igualmente radicalizados, aos gritos de “Takbir, Allahu akbar!”, prontos para a guerra nas ruas da Inglaterra. Quem leu sobre as operações secretas da rede Gládio da NATO desde os anos 70, pode facilmente imaginar que por de trás disto se escondam os serviços de inteligência, com intenções terceiras. O episódio destapa uma crise económica, política e social profunda, com o país em recessão e quatro governos no espaço de dois anos e meio. No caso da UE, o potencial de problemas relacionados com a imigração e a crise que já se sente, agrava-se pela exclusão metodicamente organizada da Rússia do concerto europeu e da arquitetura de segurança do continente. Sem mais, a pedido de Washington, a Europa ocidental decidiu retirar das suas relações o país do qual dependia em grande medida, não só da energia, fertilizantes, grão e minério, como das exportações e turismo para e de um mercado de 150 milhões de pessoas. As origens geopolíticas da crise que acaba de se manifestar no RU é outro assunto, porquanto à imigração, que se tornou num problema, corresponde também a política neocolonial de Londres com os países de onde provêm essas massas populacionais. A irrupção destas tensões não acontece sem aviso: já em 2011, o país tinha conhecido problemas de desordem civil graves, com epicentro nas populações de origem imigrante, tal como a França em 2007 e no ano passado. Tanto Londres como Paris, logo após a Segunda Guerra Mundial, fingiram que deixaram de explorar as suas ex-colónias, concedendo-lhes as independências formais, ao mesmo tempo que se desfaziam de uma dispendiosa presença militar e administrativa, delegando nas novas elites – por vezes violentamente enfrentadas em terríveis guerras civis –, o futuro daquelas terras da Ásia e sobretudo da África, sem jamais abandonarem a extração das suas matérias-primas. Esta relação mutuamente corrupta garantia às indústrias de transformação europeias mais meio século de vantagem competitiva sobre o Sul através de uma serie de mecanismos de controle e manipulação de preços das matérias-primas. A industrializadíssima Alemanha também se beneficiou deste tipo de esquemas, mais ou menos nos mesmos moldes. Tudo isto obedeceu a uma lógica, primeiro enquadrada no âmbito dos acordos de Bretton Woods, e depois com a revogação do padrão dólar-ouro no princípio dos anos 70 e o advento do modelo neoliberal. A contrapartida para este predomínio do Norte sobre as economias de um terceiro mundo que desejava prosperar fora dos grilhões do Ocidente e das suas instituições globais, das quais dependia, foi a abertura das portas da Europa a milhões de refugiados de conflitos e crises no terceiro mundo nas quais as elites europeias tinham claras responsabilidades. Nos EUA sucedeu um processo análogo. A quantidade de imigrados para Norte é mínima em relação à totalidade daqueles que aspiram ainda hoje a alcançar o sonho europeu, mas suficiente para gerar tensões sociais nas terras de acolhida. Mesmo que muitos imigrantes se tivessem integrado ao longo das décadas e alguns até voltado às suas terras, as comunidades extraeuropeias em geral reproduziram-se a níveis notavelmente mais altos que os europeus nativos, fazendo desequilibrar a demografia, os usos e valores e a vida quotidiana do continente de acolhida. A isto, acrescente-se a abertura deliberada das fronteiras da Alemanha dos governos Merkel, com o seu apogeu em 2015-17, coincidente com a guerra na Síria para a qual Londres, Paris e Berlim apostaram fortemente pela retirada do governo legítimo. A presente crise só vem se agravando desde a crise financeira de 2007-08, depois com a crise das dívidas soberanas, e mais tarde com a Covid-19 e com os atuais conflitos na Ucrânia e Médio Oriente. A facilmente previsível proletarização, empobrecimento e desemprego de vastas fasquias da população, prevê também o aumento da delinquência e a criminalidade violenta. Nestas condições a culpabilização mútua entre comunidades que coexistem, mas que não se misturam, como são o caso de várias no continente europeu, é um caldo de cultura fértil. Este episódio de confrontação entre comunidades, toscamente divididas entre “autóctones-cristãs” e “exógenas-muçulmanas”, vem na sequência da guerra de Israel em Gaza, que destapou a cara mais brutal do regime sionista aos olhos do mundo. As classes políticas europeias não souberam ou não quiseram exigir o cumprimento da lei internacional e preferiram alinhar de forma bastante clara mas desajeitada com um governo particularmente extremista e com um genocídio transmitido em direto para todo o mundo. A União Europeia, e em particular a Alemanha, perderam quase todos os créditos de seriedade angariados ao longo de décadas aos olhos da maioria global. Também as populações muçulmanas na Europa, mas não só elas, viram o papel malicioso das elites europeias. Aliás foi aí que começaram os problemas nas ruas, com a repressão das autoridades alemães e da desinformação da grande imprensa sobre os atos de simpatia com a causa palestiniana, frequentemente classificados com má fé como “antissemitas”. A estas demonstrações, já começaram a aparecer outras, de signo contrário, empunhando bandeiras de Israel, confundindo o público numa dicotomia errónea que importa para a Europa um conflito que não é dos europeus. A situação de crise atual revela a falência do modelo neoliberal em que a Europa, e primeiro o Reino Unido, apostaram durante décadas, enquanto continuam a insistir nos jogos geopolíticos para a forçar a prevalência do dólar em redor do qual as suas economias especulativas orbitam. O atual quadro ameaça ruir completamente, se o Ocidente (os EUA, admita-se) não entender que o mundo mudou e que não vale a pena enfrentar-se à nova realidade, mas sim encarar os seus desafios. Querem estes erros das elites europeias dizer que os seus povos têm de tolerar ver os seus bairros a mudarem a sua essência por alguma forma de caridade com povos fugidos de zonas de conflitos? Antes pelo contrário, os europeus têm direito a escolher quem admitem em casa e a atual situação da imigração deve ser revertida, sob pena de os europeus perderem o controlo do seu futuro e verem as suas sociedades descaraterizadas para sempre. Os europeus, ingleses incluídos, independentemente dos erros do passado, têm direito de mandar nas suas terras, da mesma forma que os palestinos ou qualquer ouro povo autóctone no seu território. É uma época de grande angústia, em que estamos a ver coisas que julgávamos impossíveis chegarmos a ver, mas também de grandes possibilidades para um futuro melhor. Num mundo mais justo e equilibrado, os conflitos, as perseguições, e, portanto, as grandes migrações nem sequer terão de existir.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Mais do que um atentado, polarização em estado máximo

O atentado a Donald Trump deixam claras as fissuras no modelo político-social norte americano, e mais uma vez mostram o caráter anti-democrático de sua assim chamada, "democracia".


 

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Caro lunático, não liberalizamos o suficiente.

Até quando os países periféricos da América do Sul seguirão atendendo às cartilhas neoliberais impostas do Ocidente do Norte e de uma "elite" econômica mofada, entreguista e profundamente subserviente aos interesses estrangeiros, ficando com as migalhas que sobram do banquete das elites dos países mais avançados economicamente?

Sim, a pergunta procede e precisa ser respondida além de precisarmos também de sérias reflexões sobre as respostas que tenhamos. Esse procedimento precisa ser tomado com urgência, porque dele depende o futuro a médio prazo de toda a região.

A explicação para isso é muito simples. Após um início de Séc. XXI promissor, em que algumas políticas neoliberais conseguiram conviver de forma mais ou menos harmoniosa com o que ainda restava dos períodos desenvolvimentistas da região, isso acaba já na segunda década deste Séc., quando a sanha acumuladora e excludente das "elites" locais não pôde mais ser aplacada ao dividir as atenções do Estado com as necessidades das populações e os interesses de desenvolvimento dos países da região. Revoluções coloridas, campanhas de desestabilização política, perseguições a políticos que buscavam acomodar as duas visões de mundo, ainda mais aos que buscam enfrentar o neoliberalismo, e até mesmo golpes de estado foram usados.

O resultados desse processo foi a deterioração generalizada das condições de vida das populações de praticamente todos os países da região (apenas uns 2 ou 3 que não foram atingidos conseguem se sustentar). Um países importante como o Brasil escorregam sem sair do lugar há anos, mesmo após terem tido uma recessão profunda no meio da década passada (após esse tipo de situação espera-se sempre uma recuperação robusta), outros como a Argentina estão cada vez mais enfiados em recessão e crise. Esses são os maiores exemplos, mas a métrica é aplicada, em maior ou menor grau, a quase todos os países. Mesmo nos casos como o do Brasil a verdade é que o pouco que se cresce é apropriado quase que exclusivamente por essa "elite" rapineira.

Alguns dirão que esses são expedientes useiros e vezeiros das "elites" locais, mas a verdade é que isso, mais cedo ou mais tarde, precisará ser enfrentado. E qualquer enfrentamento precisará se iniciar com a resposta à pergunta acima. A região é sem dúvida uma das mais ricas do mundo, tem um povo empreendedor, trabalhador e capaz, mas que é sistemática, e constantemente sabotada por essas "elites". Mas para que todo esse potencial seja colocado em andamento precisamos que esses interesses de uma minoria ínfima, mas influente sejam contrariados.

E quanto antes pudermos fazer isso melhor para todos, inclusive para essa "elite", porque o pacote completo imposto à região em que a resposta é "não liberalizamos o suficiente" precisa ser revisto. O jogo só é bom quando todos brincam, não quando só uma minoria ínfima o faz.

Compare o desempenho da América Latina com o de países que não se submetem a esses dogmas do Ocidente do Norte.








segunda-feira, 8 de julho de 2024

Alemanha fazendo besteira: de novo!

Ao terminar a Segunda Guerra Mundial a Alemanha se rende incondicionalmente à Tríplice Entente, mesmo que tivesse fôlego para mais muitos meses, talvez anos de guerra. A rendição incondicional foi seguida do Tratado de Versalhes (1919), que impôs pesadíssimas condições aos "derrotados", que muitas delas foram solenemente ignoradas por Hitler (mas isso é outra História). Bem, essas condições deixaram a Alemanha e seu povo em condições absolutamente deploráveis no pós-guerra, e isso foi um dos fatores que possibilitaram a ascensão do Nazismo, e a todo o desdobramento advindo desse fato. Esse período da História alemã, que durou cerca de 5 anos, ficou conhecido como República de Weimar (o termo foi difundido pelo Bigodinho).

E porque eu entrei nessa introdução rápida de fatos que aconteceram a quase 100 anos atrás?

Simples. O mesmo pensamento idiota que propiciou a criação da República de Weimar impera novamente na Alemanha. Sim, um enorme sentimento de culpa e decisões absolutamente estúpidas, que levaram à pior guerra já vivida pela humanidade está novamente controlando as rédeas do poder por lá. Isso já se espalhou por outros países importantes também, e há sério risco de que essa estupidez acabe novamente em uma guerra generalizada, ainda que ela venha a ser absolutamente desnecessária.

O que vale é que até agora o que muitos têm comparado ao líder alemão mais nefasto da História têm sido muito mais próximos do equilibrismo de Chamberlain do que do radicalismo que saiu da Alemanha e de alguns outros países.

LIKES CONTRA ISRAEL NAS REDES SOCIAIS PODEM DITAR EXPULSÃO DA ALEMANHA 🇩🇪🇮🇱 A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, a socialista conhecida por em tempos ter escrito artigos para panfletos do movimento Antifa, apresentou na passada quarta-feira um projeto para a deportação de imigrantes após a divulgação de uma única infração terrorista. Assim, a difusão de conteúdos, na acepção do projeto, inclui não só a criação de tais conteúdos, mas também, por exemplo, a rotulagem de uma publicação através de um “like” nas redes sociais como o YouTube, o Instagram ou o TikTok. O plano do governo alemão é justificado como resposta às “mensagens de ódio publicadas na internet” contra Israel e o “crescimento do antissemitismo” nos últimos meses. No entanto a lei não é clara e parece ter somente como denominador comum a crítica a Israel, justificada ou não. Desta forma, um 'like' a qualquer acção da resistência palestiniana ou libanesa, mesmo que seja somente contra o presente genocídio em Gaza, poderá vir a ser considerado uma “divulgação terrorista”, se a lei é aprovada. O presidente do Grupo de Trabalho sobre Direito de Migração da Ordem dos Advogados Alemã (DAV), Thomas Oberhäuser, considera que o projeto agora aprovado pelo Conselho de Ministros não é oportuno. “É preciso ter muita imaginação jurídica para definir a publicação de um 'like' como divulgação”, afirma o advogado. Oberhäuser acrescenta que seria “completamente insano” acreditar que as autoridades de imigração seriam capazes de verificar as mensagens marcadas com 'like' nas redes sociais em grande escala no futuro. Seria melhor se alguém aplaudisse um ato de terrorismo online e usasse isso como uma oportunidade para um representante das autoridades de segurança falar com o estrangeiro "para determinar se ele é perigoso". “O facto de o ministro do Interior, Faeser, estar agora aparentemente a planear a deportação de pessoas por causa de um post nas redes sociais” é o culminar preliminar de um desenvolvimento preocupante, diz Clara Bünger, porta-voz de política jurídica do Partido da Esquerda no Bundestag. Quando se trata de estados autoritários, como a Turquia ou a Rússia, os políticos alemães ficam, com razão, indignados com o facto de as pessoas poderem ser perseguidas ou mesmo presas por causa de um 'like' nas redes sociais – “no entanto, a própria Alemanha há muito que caminha nessa direção”. O vice-chanceler Robert Habeck (dos Verdes), por outro lado, tem uma visão positiva do plano. “É uma grande conquista e força do nosso país que as pessoas perseguidas possam encontrar proteção na Alemanha. No entanto, quem troça da ordem básica liberal, aplaudindo o terrorismo e celebrando assassínios, perde o direito a ficar. É por isso que o direito de residência está agora a ser alterado em conformidade. “O Islão pertence à Alemanha, o islamismo não”, acrescentou o vice de Olaf Scholz. A vice-presidente do grupo parlamentar CDU/CSU, Andrea Lindholz (CSU), teria preferido uma reforma mais abrangente. “Tendo em conta o antissemitismo em massa e as manifestações do califado nas ruas alemãs, todas as ofensas anti-semitas e anti-democráticas devem levar regularmente à deportação”, afirmou. O presidente do Sindicato Federal da Polícia, Jochen Kopelke, congratulou-se com a decisão do governo, que descreveu como um sinal claro para os simpatizantes do terrorismo. No entanto, disse que a polícia e todas as outras autoridades também devem ser equipadas de forma a que se possa criar uma pressão notável para a ação penal. O mais preocupante é que a ministra sempre foi defensora da política de portas abertas a todos durante décadas, e já depois do ataque do Hamas a Israel e da brutal reação israelita sobre os civis de Gaza, permitiu abertamente que se dessem pelo menos três manifestações de grupos radicais salafistas apoiantes do Estado Islâmico, que apelavam à formação do Califado.