Pessoal, apesar de não termos visto grandes movimentações geopolíticas nos últimos dias, elas seguem ocorrendo e são importantíssimas. Com grandes movimentações eu me refiro ao início ou escalada em uma guerra, ou um ataque comercial, etc. Esse período tem sido mais marcado por posicionamentos que devem vir a se transformar em movimentações geopolíticas.
Desses posicionamentos o mais relevante é o encontro que está sendo preparado entre Putin e Trump para o dia 15 de agosto no Alasca, informaram os lados. Muita coisa deve ser tratada, nada efetivamente resolvido, salvo se a proposta e a contra-proposta levadas por Steve Witkoff sejam bastante amplas, algo que não parece. Talvez tenhamos um cessar-fogo mais prolongado na Ucrânia brevemente.
Outro encontro importante é o que ocorrerá entre os 3 grandes, Putin, Trump e Xi Jimping na China, durante as comemorações pelo fim da WWII. Novas condições podem ser negociadas entre os 3, e aí começaremos a saber se o discurso dos 2 membros do BRICS é sério, ou só uma forma de atacar o Ocidente por nova hegemonia mundial opressora.
Enquanto isso membros menores dos BRICS se aproximam e enfrentam os ataques americanos. O encontro entre Lula e Modi é mais do que exemplo disso. Ambos mostram ambiguidade em suas ações, porque enfrentam, fazem discursos nacionalistas, mas se mostram prontos a abrirem mão de parte de suas soberanias. Lula é o mais ambíguo. Alinhava novos mercados, negocia com os próprios membros dos BRICS para dar vazão à parte da produção brasileira que os estadunidenses sobretaxaram de forma unilateral, não impôs a prometida reciprocidade, e envia seu Vicepresidente e seu Ministro da Fazenda para negociar os interesses de Trump, mais notadamente as terras raras brasileiras, e o sistema de pagamento PIX.
Só que nada deve ser resolvido efetivamente nessas poucas reuniões, ou mesmo nos próximos meses (salvo talvez o conflito no Leste Europeu), mas elas devem mostrar tendências, devem mostrar rumos. Os europeus estão escanteados pelo ridículo acordo que a UE fez com Trump, japoneses desde a Segunda Guerra Mundial e como eu disse, começaremos a ver se Rússia e China realmente querem um mundo multipolar, ou simplesmente participarem do banquete Ocidental, se o EUA está disposto a abrir mão de nacos de seu poder mundial, ou se irá para o embate militar direto, se membros médios do BRICS têm influência e condições de defender seus interesses e interferir nos acontecimentos ou se apenas aceitarão as decisões das superpotências de forma vassala, ou mesmo se teremos uma escalada das tensões.
As forças reajustam suas posições para fazerem suas próximas jogadas. Zelensky não tem as cartas, mas todos esses outros atores têm, a questão é se e como as vão utilizar. Muito em jogo nas próximas semanas, absolutamente nada definido.
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