O setor de navegação de cabotagem no Brasil vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Incentivados pelos aumentos de demanda no transporte de contêineres e granéis líquidos e sólidos, e também pela exploração do petróleo nas diversas bacias de nosso litoral.
Mas entre a aprovação de financiamento pelo BNDES e a efetiva entrega das embarcações um tempo relativamente longo se passa, isso quando elas realmente se concretizam. Muitas vezes, devido a alterações das tendências do mercado, os armadores suspendem suas encomendas.
Mas não parece ser este o caso no Brasil atual. O mercado não só está aquecido, como segue se aquecendo.
A questão que preocupa o Blog dos Mercantes é o prazo de entrega de tais embarcações com as mudanças feitas pela Marinha do Brasil na formação de novos oficiais e guarnições devido a demanda futura.
Ano a ano a MB vem formando mais marítimos, e a previsão é que este número aumente consideravelmente nos próximos anos.
Estarão estas embarcações prontas para acolherem esses profissionais no futuro, ou teremos as portas fechadas para eles e um aviltamento de condições sociais, salariais e de vida a bordo devido a oferta exagerada de mão-de-obra?
Esse quadro deve ser acompanhado muito de perto por todos os envolvidos na MM, com o fim de se evitar distorções que possam prejudicar os agentes do setor mesmo.
Abaixo o texto que inspirou este artigo publicado no sítio "Porto Gente":
BNDES financiará com US$ 226 milhões construção de navios de apoio offshore
Do MDIC
Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2011 - O BNDES aprovou financiamento de US$ 226 milhões ao estaleiro STX OSV Niterói S.A. para a construção de três navios de apoio a plataformas de petróleo. As embarcações foram encomendadas pelo armador DOF Navegação Ltda. Com investimento total de US$ 390 milhões, o projeto integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os recursos do financiamento são provenientes do Fundo da Marinha Mercante (FMM).
Essas três embarcações vão suprir parte da demanda de navios de apoio offshore que prestam serviços às plataformas marítimas de petróleo na plataforma continental brasileira. Elas fazem parte do programa da Petrobras de ampliação e modernização da frota de apoio marítimo.
O Grupo STX é um dos principais construtores especializados em navios de apoio offshore no País, não só pela experiência na construção dos cascos, mas também pelo alto grau de tecnologia embarcada.
Entre os méritos do projeto, destacam-se o desenvolvimento e a capacitação tecnológica de estaleiros com a construção de navios de grande porte e com alta tecnologia; e a manutenção de cerca de 1,4 mil empregos durante a construção.
As embarcações são do tipo AHTS-18.000, identificadas por cascos PRO-30, PRO-31 e PRO-33. O AHTS (Anchor Handling Tug Supply Vessel) é uma embarcação de apoio a plataformas de exploração e produção de petróleo, que se destina ao manuseio de âncoras, reboque e suprimentos. Trata-se de uma das maiores e mais modernas embarcações de sua categoria já construídas no Brasil. Seu maior diferencial é o guincho, equipamento tecnologicamente sofisticado que propicia à embarcação uma capacidade de tração estática de 250 toneladas, bem acima da média do mercado, que é de cerca de 150 toneladas.
Com comprimento total de 93,5 metros e porte bruto de 4,2 mil toneladas, cada embarcação possui sistemas híbridos de propulsão, contando com instalações para dois motores principais do tipo diesel mecânico, assim como para dois motores principais do tipo diesel elétrico.
Entre os equipamentos dos navios a serem construídos, destacam-se sistemas de posicionamento dinâmico (DP-20), radar, navegador por satélite, piloto automático e de giro, ecobatímetro e rádio.
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