árabes e judeus, porque não pode ser assim?
foto da internet
O texto abaixo foi tirado da
coluna de Clóvis Rossi, da Folha de São Paulo.
É óbvio que quando falamos que a
guerra tem 4.000 anos, estamos falando em sentido figurado. Mas a realidade é
que o Oriente Médio é uma região altamente belicosa, e não é de hoje. Em muitos
pontos a Bíblia é utilizada como documento histórico, e nela estão contidos
inúmeros conflitos entres os povos da região na Antiguidade, e depois temos
vários registros de guerras através de outras Eras de nossa história.
Hoje esse histórico é “honrado”
por judeus e muçulmanos, que seguem se matando de forma estúpida. Não vamos
aqui tentar analisar os motivos emocionais e factuais que os levam a tal
procedimento, pois muitas coisas podem explicar suas ações, mas nenhuma justificar.
Mas podemos condenar, sem medo de
cometer uma injustiça, que tais fatos seguirão ocorrendo, caso os aliados de
ambas as partes não aproximem suas ações aos “belos” discursos que
apresentam ao mundo. De nada adianta condenar as ações de ambas as partes, caso
continuem a armar e treinar exércitos e grupos armados da região.
Mas o Blog dos Mercantes já sabe
disso há muito tempo, pois a distância entre discursos e ações não se aplica
somente às relações internacionais e aos fatos lamentáveis ocorridos no Oriente
Médio.
Porque desde sempre todos eles vêm
dizendo que trabalham para melhorar as condições de trabalhadores e cidadãos, e
eventualmente e por curtos períodos de tempo, isso pode até acorrer, mas no
final sempre observamos a piora das condições de vida dos mais pobres, a
melhora dos mais ricos, e a concentração de riqueza nas mãos de uma
pequeníssima parcela da população. E isso não é privilégio do Brasil, mas
padrão em todos os países do mundo que conheço.
Enquanto o Homem não mudar sua
maneira de agir, as mazelas que atingem a humanidade continuarão a ser objeto
de nosso debate.
Quando os "anões"
proliferam
05/08/2014 02h00
Ygal Palmor, porta-voz da
Chancelaria israelense, deve estar tendo pesadelos com anões, tal a quantidade
de países e personalidades que criticam o que consideram desproporção na
resposta de Israel aos ataques do Hamas. Foi Palmor quem disse que o Brasil era
um "anão diplomático" exatamente por ter feito esse tipo de crítica.
Agora, vem Laurent Fabius, o
chanceler de uma França íntima aliada de Israel, dizer que o direito de Israel
a se defender "não justifica a morte de crianças e o massacre de
civis". Notou a palavra "massacre"? É a mesma que usou a
presidente dos "anões", Dilma Rousseff.
Até a porta-voz do Departamento
de Estado norte-americano, Jennifer Psaki, carimbou como "vergonhoso"
o ataque mais recente, o terceiro, a uma escola da ONU que abrigava refugiados.
E os EUA são o mais firme aliado de Israel.
O secretário-geral da ONU, Ban
Ki-Moon, obrigado à neutralidade pelo cargo que exerce, foi mais longe, ao
chamar de "ato criminoso" o ataque à escola.
Torna-se assim escandalosamente
evidente o que já escrevi aqui (folha.com/no1489355): Israel está perdendo a
guerra pela opinião pública global (tema, de resto, da reportagem de capa do
número da "Economist" que está nas bancas).
É exatamente o elevado número de
civis mortos por Israel que causa a derrota na guerra pela opinião pública.
Escreve, por exemplo, David
Horovitz, editor-executivo do "Times of Israel", francamente
favorável à invasão de Gaza: "Os corações das pessoas decentes ficam com
vítimas indefesas; por muito que Israel tenha sido atacado e ensanguentado, os
habitantes de Gaza foram muito mais atacados e ensanguentados –precisamente o
que o Hamas tinha planejado".
Pior, para Israel: se está
perdendo a batalha por mentes e corações, não parece estar ganhando a guerra no
terreno. É verdade que dá por praticamente concluída a destruição dos túneis
que o Hamas construiu para infiltrar seus militantes em Israel. Mas Horovitz,
um dos mais bem informados jornalistas israelenses, escreve que nunca se poderá
ter certeza de que todos os túneis foram encontrados.
Emenda: "Levará muito, muito
tempo, para que os residentes das comunidades em volta de Gaza possam dormir
tranquilos à noite". Mais: "As lideranças [do Hamas] sobreviveram
intactas, escondidas com segurança em 'bunkers' subterrâneos que construíram
nas profundezas do coração de Gaza. A maior parte de seus milhares de lutadores
cultores da morte também sobreviveu. Muito de seu armamento está intacto. Tudo
pronto, espera o Hamas, para outra, mais perversa, rodada de matanças".
Os números da ONU comprovam que o
braço armado do Hamas foi relativamente pouco afetado: dos 1.196 mortos já
identificados, 1.033 são civis. Se a conta está correta, o Hamas perdeu 163
combatentes, quando tem cerca de 20 mil homens. Como se fosse pouco, há ainda o
fato de que o processo de paz com os palestinos, que seria, em tese, a única
real solução para o conflito, também saiu ferido, talvez de morte.
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