Educação não é suficiente, mas é fundamental - imagem da internet
A notícia abaixo, veiculada pela
Folha de São Paulo, é muito importante e interessante. Gira sobre um tema que
vimos tratando de forma recorrente, que é um dos temas mais sensíveis na
política e na sociedade brasileiras, um dos compromissos assumidos por nossa
presidente, e também é de enorme importância para qualquer país: a Educação.
Sem dúvidas o aumento do
percentual de nosso PIB investido na Educação é uma medida a se louvar,
principalmente porque alcançamos um dos maiores investimentos percentuais do
mundo e também porque mostra o compromisso que o país assume em melhorar nossos
níveis educacionais.
Mas gostaríamos de lembrar que
isso somente não é suficiente, porque acima de tudo precisamos melhorar a qualidade
dos gastos feitos em Educação, como também em outras áreas.
E sem essa de comparar o valor
das moedas, como a reportagem abaixo faz, pois se a moeda francesa é cerca de 3
vezes mais valorizada que a nossa, os profissionais envolvidos com a Educação
na França recebem salários muito superiores aos nossos, as instalações e os
equipamentos à disposição de alunos e professores são, em média, de muito
melhor qualidade e maior quantidade, e até por um processo de aperfeiçoamento,
que se observa pelo aprimoramento e repetição na formação de pessoal, a
qualidade do ensino costuma ser muito superior.
E tendo isso em mente podemos dizer que a
qualidade de nossa Educação é muito desproporcional à quantidade de recursos
investidos na mesma. Precisamos acima de tudo melhorar esse retorno, aí, com
10% do PIB investido em Educação, teremos uma das bases para alavancar o
progresso do país.
Apenas quatro países destinam 10% do PIB para a educação
GUSTAVO
PATU
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
05/06/2014 02h00
A
meta para o gasto público brasileiro em educação aprovada nesta terça (3) pelo
Congresso está bem acima do padrão seguido pelas principais economias mundiais.
Em
nenhuma delas as despesas dos governos com o ensino se aproximam de 10% do PIB
(Produto Interno Bruto).
Esse
é o patamar a ser atingido pelo Brasil até 2024, de acordo com o texto do Plano
Nacional de Educação, que segue para sanção da presidente Dilma Rousseff (PT).
Na
base de dados das Nações Unidas, percentuais do PIB de dois dígitos são
encontrados apenas em alguns poucos países pequenos.
De
2008 para cá, os exemplos são Lesoto (13%, a maior proporção), Cuba, Timor
Leste e São Tomé e Príncipe.
São
casos em que as dimensões minúsculas das economias -e, no caso cubano, também
as peculiaridades do regime comunista- distorcem as estatísticas.
Entre
os países com maior peso na renda mundial, reunidos no G-20, os desembolsos com
a educação variam de 2,8%, na Indonésia, a 6,3% do PIB no Reino Unido, de
acordo com a ONU.
No
Brasil, são 5,8%, um dos maiores percentuais do grupo. Já pela metodologia mais
ampla adotada pelo governo, a despesa chegou a 6,4% do PIB em 2012.
PRIORIDADE
A
medida da despesa como proporção do PIB indica o grau de prioridade atribuído a
uma atividade -em outras palavras, qual a parcela dos recursos disponíveis do
país é destinada ao setor.
Se
os dados mostram que a fatia da renda brasileira aplicada na educação está
entre as mais altas do mundo, isso não significa um padrão de ensino igualmente
elevado -afinal, a renda do país é apenas mediana quando dividida pela
população.
A
França, por exemplo, aplica no ensino um percentual do PIB semelhante ao do
Brasil hoje, mas a renda per capita francesa é o triplo da brasileira,
considerando o poder de compra das moedas.
Reduzir
essa diferença por meio do aumento do gasto total é uma tarefa difícil, mesmo
no prazo de uma década.
Um
ponto percentual do PIB significa um gasto anual de R$ 52,9 bilhões, mais que o
dobro do Bolsa Família; três pontos percentuais superam o dobro da receita da
extinta CPMF, o imposto do cheque.
O
gasto brasileiro por aluno da rede pública tem crescido rapidamente nos últimos
anos, com a ajuda do envelhecimento da população, que diminui o número de
crianças e jovens.
Em
2011, o gasto público médio por estudante ficou em R$ 4.916. Trata-se de um
aumento de mais de 140% em uma década, em valores corrigidos pela
inflação.
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