O Brasil vem abrindo mão de transportar seus produtos e com
isso vem pondo muita azeitona nas empadas dos outros - Imagem da Internet
E o que a gente tem mesmo que
rir. Ao menos da maneira como está retratado na reportagem veiculada pelo
Monitor Mercantil, pois é puro exercício de futurologia, e futurologia não tem
base em nada palpável. É quase como um jogo de búzios ou de uma cartomante, não
tem garantia de realização e a maioria das coisas não se concretiza, se
perdendo pelo tempo.
Mas então não precisamos fazer
previsões para planejamento? Ora, claro que precisamos, mas não podemos de
nenhuma maneira ater-nos a essas previsões como se realidade fossem, como
transparece no artigo abaixo do Monitor Mercantil. Precisamos sempre nos ater
ao fato de que previsões podem ou não se realizar, mesmo sendo algo lógico como
o aumento da frota chinesa, ou a manutenção da liderança da Europa como maior
“armadora” do mundo.
Mas uma coisa salta aos olhos
para quem observa as previsões abaixo, e já a citamos acima, que é o aumento da
frota chinesa. A China sabe e tem plena consciência, de que tão ou mais importante
do que produzir é transportar. No mundo do “just in time”, de empresas
transnacionais gigantescas, que costumam manter seus estoques, ou a maior parte
dele, em trânsito, como forma de reduzir custos e aumentar lucros, nesse mundo
é importantíssimo dominar o transporte, ao menos aquele que garanta o
escoamento de sua própria produção, como forma de composição de custos, de
alcançar mercados distantes ou difíceis, e também de adquirir bens necessários
ao fomento de sua economia e ao bem-estar de sua população.
O Brasil tem aberto mão do
direito e dever de manter autonomia no transporte de seus bens e de se firmar
como player nesse mercado altamente competitivo, mas também rentável.
O que reservam as duas próximas
décadas para a marinha mercante
Hong Kong – O setor da marinha
mercante será quase desconhecido em 2030, com os novos mercados transformados
em novos players mundiais no gerenciamento e transporte de matérias-primas e
commodities, com milhões de consumidores, assim como novos focos de tensão.
Neste novo mundo existirão vencedores
e vencidos em todos os níveis: países perderão parcelas de seus predomínios
atuais no mar, cidades praianas conquistarão posições na batalha mundial pelos
novos eixos marítimos que estão sendo criados, economias serão beneficiadas
pelo aumento de demanda de matérias-primas. Em analogia, serão convocadas a
adequarem-se as empresas que operam na indústria da marinha mercante.
Em seu relatório Global Marine Trends
2030, que elaboraram Lloyds Register, QinetiQ e Universidade Strathclyde, de
Glasgow, os pesquiaadores estão prevendo como será a indústria da marinha
mercante daqui a cerca de 20 anos com base em três prováveis cenários.
No mais provável, que denominam
Status Quo, o planeta continuará marchando como hoje, com a economia
registrando os conhecidos ascendentes e descendentes ciclos, enquanto os
governos tentarão atender às exigências dos cidadãos com a conhecida lógica de
curto prazo.
No segundo cenário, intitulado Global
Commons, os governos ficarão ocupados muito seriamente com as questões dos
limitados recursos naturais e dos problemas no meio ambiente, enquanto a
riqueza será distribuída com maior justiça entre os habitantes do planeta.
Finalmente, no terceiro cenário, com
título Competing Nations, os Estados não conseguirão atingir a harmonia do
cenário anterior e passarão a ocuparem-se, primeiramente, com seus próprios
interesses. Assim, é criado um novo mundo de severa competição.
Rumo ao Oriente
De acordo com o cenário básico, a
China apresentará o maior crescimento da frota da marinha mercante, com sua
parcela aumentando de 15%, em 2010, para 19% a 24%, em 2030. Importantíssimo é
o destaque de que os armadores da Grécia e do restante da Europa continuarão
sendo, também em 2030, as forças predominantes com base no número de
embarcações mercantis de suas propriedades.
Grande redução, avalia-se,
apresentará a fatia do Japão, a qual, de 12% do frota mundial da marinha
mercante em 2010, será reduzida para 5,6% a 6,7% em 2030. Já com relação à
parcela da Europa na categoria dos tankers, será reduzida de 41%, em 2010, para
27% a 34%, em 2030, enquanto a fatia dos países do Sudeste da Europa aumentará
de 11% para 16% a 19%. Os tankers de propriedade de armadores chineses
constituirão 10% a 13% do mercado em 2030 (7,6% hoje).
No setor de embarcações para
transporte de gás natural liquefeito (GNL), o mercado continuará sob o domínio
do Grande Oriente Médio, Europa e Japão em 2030. Contudo, a parcela deles será
ligeiramente reduzida por causa da ascensão da China e dos países da África.
Especificamente para a Europa Ocidental (incluindo a Grécia), sua parcela será
reduzida de 29% em 21%, em 2030.
O maior aumento de propriedade de
embarcações de transporte de cargas a granel será registrado na China, cuja
fatia aumentará de 22% para 26% a 31% no período 2010–2030. Pequena queda
deverá registrar a Europa (de 16% para 12% a 15%).
Na categoria de embarcações para
transporte de contêiners, a parcela da Europa, que em 2010 atingia 48%, será
reduzida para 29,5% a 35,6% em 2030, de acordo com o cenário básico do
relatório. Ao contrário, considerável aumento está previsto para embarcações do
setor de propriedade de armadores chineses (aumento em 20,5% a 27,2% do mercado,
ante 18,3% em 2010).
Potências mundiais
Em qual economia competirão em 2030
as potências mundiais de marinha mercante? Segundo o cenário básico, a economia
mundial estará sob o predomínio dos Estados Unidos e da China, enquanto,
simultaneamente, a posição da Índia será fortalecida. Prevê-se que chineses
superarão os norte-americanos, com base no Produto Interno Bruto (PIB), ainda
na década de 2020, mas a evolução mais importante constituirá a galopante a
Nenhum comentário:
Postar um comentário