terça-feira, 3 de julho de 2018

Ciro oferece resistência

Bem, outro dia falamos em desenvolvimento do país e compromisso com interesses da população. Temos alguns pré-candidatos que defendem essa bandeira, como Manuela D'Ávila ou Guilherme Boulos, mas apenas um até agora ofereceu análises claras do país e seu problema, e ofereceu soluções também claras: Ciro Gomes.

Além disso, enquanto os outros vêm com candidaturas claudicantes, até mesmo tímidas, a de Ciro vem crescendo, e busca apoio em vários estratos da sociedade brasileira. Um deles é o empresariado ligado à produção.

Nada contra o setor financeiro em si, mas dinheiro não gera dinheiro sem trabalho. Está na hora de o Brasil parar de trabalhar para sustentar um setor financeiro insaciável e que vem impedindo que o país se desenvolva e se emancipe efetivamente como nação soberana.

Mais um ótimo artigo da revista Carta Capital. 


Política

Eleições 2018

A aposta desenvolvimentista de Ciro Gomes

por Carlos Drummond — publicado 05/06/2018 00h20, última modificação 05/06/2018 17h09
Pré-candidato do PDT convoca o empresário Steinbruch para vice e aumenta a chance de as eleições não serem um passeio para o neoliberalismo
Cynthia Vanzella
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Ciro Gomes em uma das escalas do seu périplo por universidades europeias e dos Estados Unidos



A revelação da pesquisa CNT/MDA divulgada na segunda-feira 14 de que Ciro Gomes, do PDT, teria força para disputar o segundo turno da próxima eleição presidencial fez o dólar subir 0,77%, para 3,62. No patamar dos 9% das intenções de voto, o pré-candidato está agora em empate técnico com Marina Silva, da Rede.
Uma conclusão possível é que, mesmo com o candidato campeão das pesquisas, Lula, encarcerado, a disputa talvez não seja um passeio para os candidatos neoliberais, queridinhos do sistema financeiro. Isso, cabe destacar, antes de o petista anunciar sua recomendação de voto, caso opte por esse caminho.
No plano econômico, significa que a alternativa desenvolvimentista conta ao menos com um espaço inicial de competição diante dos proponentes de mais cortes de gastos, mais privatizações, mais desnacionalizações, portanto mais desemprego.
Haveria uma chance, no entanto, para uma tentativa de alguma harmonização entre o capital e o trabalho do tipo proposto pelos Pactos de la Moncloa, firmados em 1977, na Espanha, no governo Adolfo Suárez. 
Entre os empresários, é preciso diferenciar a grande massa de empreendedores de uma parcela mais esclarecida. O primeiro grupo finge estar convencido de que a situação econômica do País é mesmo aquela quase sempre rósea mostrada pela mídia, jamais a dura realidade do seu dia a dia de vendas difíceis, capacidade ociosa e financiamentos impossíveis de obter ou de pagar.
Já os mais lúcidos, porque mais bem informados, percebem a dissonância crônica entre o que a mídia diz e aquilo que de fato é. O apoio a Ciro em ambos os segmentos tende a aumentar, presume-se, com a sua intenção declarada na quarta-feira 9 de buscar um candidato a vice no setor produtivo, no caso o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, Benjamin Steinbruch.
“Quero um vice de produção ligado ao Sudeste do País”, disse aos jornais, replicando a fórmula vencedora do também nordestino Lula na dobradinha de 2002 com o empresário José Alencar, ex-presidente da Coteminas morto em 2011.
O atual presidente da companhia, Josué Gomes da Silva, filho de Zé Alencar, seria outra alternativa, admite o pré-candidato. Contribuinte histórico das campanhas de Ciro e seu amigo há 30 anos, Steinbruch contratou-o em 2015 para presidir a Ferrovia Transnordestina Logística, controlada pela CSN.  
As articulações da candidatura no meio econômico vão além da busca da adesão de Steinbruch. No mês passado, Ciro e o coordenador do seu programa econômico, Nelson Marconi, da FGV, o mentor acadêmico deste, Luiz Carlos Bresser-Pereira, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o economista José Márcio Camargo reuniram-se no escritório do ex-ministro Delfim Netto, colunista de CartaCapital.
A pauta contemplou, segundo Haddad, “aspectos econômicos de um programa de governo de centro-esquerda”. Um dos efeitos da inclusão do centro ou de parte dele num acordo é o aumento da probabilidade de realização do próximo pleito presidencial, hipótese posta seriamente em dúvida desde o início do cerco político-judicial a Lula.
Marconi cumpre agenda própria e manteve debates recentes na FGV com Roberto Gianetti, que colaborou na elaboração do programa econômico de Geraldo Alkmin, e na Casa do Saber com Paulo Guedes, principal economista da campanha de Jair Bolsonaro.

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