Depois do solta-prende desse último domingo, Lula permanece preso, numa situação surreal, em que um juiz de primeira instância julga o valor de uma decisão de segunda instância, em que juízes de férias tentam interferir na decisão de um plantonista, e onde o presidente do tribunal atropela o plantonista para suspender sua decisão ainda durante seu plantão.
Lula também permanece preso devido uma situação que já ocorria antes, uma vez que está preso sem provas, e os motivos de sua prisão são outros, e não passam por corrupção ou aquisição de bens sem lastro.
E não sou eu quem o digo, mas uma série de juristas, que apontam inúmeras falhas nas decisões contra Lula nas primeira e segunda instâncias.
E você me dirá que há os que dizem que as sentenças são boas. Sim, existem, mas eles tampouco apontam as provas dos crimes alegados, sem contar que o ex-Presidente foi acusado de um crime e condenado por outro, e mesmo assim, sem provas. Com isso baseiam suas defesas na boa argumentação do magistrado.
Ora meus caros, sentença judicial não é concurso literário. Óbvio que precisa ser escrita de forma clara e dentro das boas normas da língua, mas têm que ser baseadas em provas, fatos, e no bom exercício do direito, amparadas nas Leis, Jurisprudência e Constituição.
Algo que não ocorreu.
Como não ocorrerá a libertação de Lula antes das eleições.
E a forma como o PT e alguns correligionários trataram o tema ontem beirou a irresponsabilidade, colocando milhares de pessoas nas ruas para comemorar uma decisão que, mesmo que fosse cumprida, não se estenderia a mais do que algumas poucas horas.
E nada mudou, inclusive o fato de o PT seguir agindo como se o país estivesse na normalidade, após chamar o impeachment de golpe, e seguir propagando essa visão no exterior. Ou age como se fosse golpe, ou age respeitando a normalidade. Não dá para ser os dois.
E o Brasil sangra.
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