O relato veiculado no jornal Der Spiegel, alemão, dá bem o tom do que é navegar perto (ou mesmo longe) da costa da Somália, e da pouca ou nenhuma ação efetiva tomada pelas autoridades internacionais para por um fim ao problema.
São impressionantes as ações que as empresas têm tomado para minimizar o problema, com a contratação de mercenários e a criação de uma série de artifícios a bordo para tentar proteger a tripulação, a embarcação e a carga.
A ameaça de ataque é constante, e cruza-se com piratas todo o tempo. Tem que estar muito necessitado de um emprego para sujeitar-se a passar pela tensão que uma travessia com rota pelo chamado Chifre da África pode causar.
A IMO está em processo de mudança de administração. Esperamos que a próxima possa mobilizar os governos dos países que mantêm navios de guerra na região a tomarem medidas efetivas para que o problema seja resolvido. O que não pode acontecer é que trabalhadores tenham que passar por situações tão absurdas para poderem levar o sustento a suas famílias.
Sobre o texto, apesar de alguns erros de tradução, vale muito a pena uma lida. Leia abaixo o início:
Militares espanhóis interceptam embarcação de supostos piratas somalis, no Oceano Índico
Enquanto a missão naval europeia Atalanta evita contato definitivo com os piratas que praguejam as águas em torno do Chifre da África, companhias de transporte estão protegendo suas embarcações com pessoal de segurança privada. A “Spiegel” embarcou em um desses navios enquanto ele navegava pelas águas repletas de piradas na rota comercial mais importante do mundo.
Um cartaz de papelão do tamanho de uma caixa de sapatos flutuava em meio às ondas do Mar Vermelho. Enquanto James Roles o observava através de um telescópio, um tiro foi disparado. “Nada mal”, disse, “mas você atirou um pouco antes. Continue e mire um pouco mais alto.”
Kevin McGregor mira o telescópio de seu rifle para a caixa e puxa o gatilho mais uma vez. Roles está satisfeito. Ele acertou. Ele está pronto.
Roles e sua equipe britânica entraram a bordo há dois dias. O GasChem Antarctic havia acabado de deixar o Canal de Suez quando um barco a motor se aproximou do navio carregando os homens. Eles são quatro ex-marinheiros da Marinha Real que agora trabalham para a companhia de segurança britânica Neptune Maritime Security. Os homens usavam cabelos curtos ao estilo militar, bermudas e camisas polo, e carregavam malas grandes e pretas, enquanto subiam a escada para o navio.
Roles e seus colegas lutaram tanto no Afeganistão quanto no Iraque. Agora sua tarefa é proteger o GasChem Antarctic para a Hartmann, uma companhia de trasporte de Leer, no noroeste da Alemanha. O navio de gás descarregou etilenona Espanha e agora está a caminho dos Emirados Árabes Unidos, onde carregará novamente o gás para entregar na Argentina. (...)
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