Mais uma vez as autoridades buscam a punição da Marinha Mercante, como se esta fosse a grande vilã do efeito estufa (veja abaixo). É verdade que temos muitos navios com idade elevada, e manutenção deficiente. A grande maioria está registrada nas bandeiras de conveniência, e costumam trafegar em áreas aonde a fiscalização é mais deficiente. No Brasil esses navios são cada vez mais raros, e cada vez que aparecem em nossos portos, costumam ser detidos por nossas autoridades marítimas, que obrigam a correção das deficiências mais sérias.
Em países com histórico de fiscalização rígida, como é o caso do Japão, essas embarcações dificilmente dão as caras, além disso, não fica claro como o Japão irá medir o nível de eficiência energética, principalmente para navios mais antigos.
Por último podemos dizer que é uma decisão válida, mas que para grandes quantidades de carga, a Marinha Mercante ainda é o meio de transporte menos poluente que existe.
A modernização da frota é algo necessário, mas a iniciativa do Japão isoladamente, não vai levar a esse termo.
Leia abaixo a íntegra da reportagem publicada no "Guia Marítimo":
Guia Marítimo - Reportagem - 14/07/2011
Órgãos reguladores querem multar navios menos eficientes
A World Shipping Council e alguns órgãos reguladores do Japão afirmaram nesta semana que irão determinar multas aos operados de navios, recém construídos ou não, que não se adequarem aos novos padrões de eficiência energética.
O grupo marítimo e o Ministério de Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo do Japão divulgaram dados sobre o esquema de Incentivo de Eficiência de Embarcações submetido ao International Maritime Organization, um projeto que prevê um caminho regulatório para melhoras ambientais no setor marítimo.
O documento divulgado detalha uma proposta conjunta para estimular melhoras nas emissões de carbono na frota marítima global, incluindo informações de como o sistema funcionará na prática e uma comparação entre ele e outras propostas que ainda estão sob avaliação da IMO.
A eficiência de navios será medida por meio de uma ferramenta chamada Energy Effiency Design Index, desenvolvida pela própria IMO. Segundo o documento, navios que estejam de acordo com os padrões especificados, não ficariam sujeitos a nenhuma multa ou custo, apenas aos custos da instalação das tecnologias mais eficientes no navio. Já os navios que não estiverem de acordo, terão que pagar uma multa baseada na quantidade de combustível consumido e do quanto esse consumo supera o padrão de eficiência.
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