terça-feira, 1 de outubro de 2013

Blog dos Mercantes pergunta: armadores em guerra destrutiva?

No Brasil as Conferências Marítimas tiveram seu fim no início do governo Collor. Essa decisão de nosso modernista de momento decretou o fim de nossa Marinha Mercante (ela encolheu de forma absurda); e, a reboque, de nossa indústria naval.

Não podemos dizer que, se isso não tivesse ocorrido, hoje teríamos uma frota gigantesca, mas é certo que termos certa quantidade de carga reservada a empresas brasileiras, seria, sim, um incentivo poderoso ao investimento e a manutenção desse serviço importante, de alto custo e que incorpora alta tecnologia, além de movimentar longa cadeia produtiva.

Como também é certo que não há concorrência séria entre as empresas de navegação, que costumam ter taxas bastante semelhantes, aplicando aumentos e reduções de forma quase que conjunta, e que costumam se coligar como forma de reduzir custos e equalizar tarifas. As quedas que observamos nos preços dos fretes nos últimos anos é fruto da queda brusca do comércio internacional, e não da concorrência entre empresas.

Por sinal nossa última postagem foi exatamente sobre a aliança de três gigantes da navegação, formando um verdadeiro cartel, como forma de aumentar suas taxas em três rotas comerciais distintas.

Na verdade, após o fim das Conferências Marítimas, o mercado tende a se monopolizar, como todo o mercado que não é regulado e fiscalizado.


Conferências marítimas são isentas para estabilizar taxas

Fato permite que transportadoras façam investimentos de longo prazo em infraestrutura, equipamentos e tecnologia

A indústria do transporte marítimo teve um grau de imunidade antitruste durante a era das conferências marítimas, que foi abolida nos EUA em 2008. A justificativa para as isenções das Conferências Marítimas foi baseada na necessidade de estabilizar as taxas. De acordo com seus proponentes, as conferências são necessárias para prevenir a concorrência através de preços de custo e permitir as transportadoras a fazer investimentos necessários de longo prazo em infraestrutura, equipamentos e tecnologia.

Como o argumento, o forro do transporte é uma indústria de alto custo fixo e o preço de custo em face do excesso de capacidade resultaria em um ambiente insustentável como portadores desencorajados a investir em novos navios e saídas rápidas de transporte, o que seria prejudicial para os carregadores em longo prazo.


A evidência desde 2008, é que operadoras têm realmente engajado em guerras destrutivas sobre a taxa com base no custo marginal de preços que não cobrem seus custos fixos. Embora não possa ser comprovado que as taxas teriam sido maiores sob os auspícios da conferência, a volatilidade da taxa tem sido marcadamente superior na era pós-conferência. Investimentos, no entanto tem restringido novas embarcações e nenhuma das grandes operadoras tem saído do mercado.

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