Há poucos
meses tivemos o julgamento dos acusados pela tragédia do Costa Concordia,
ocorrida em janeiro de 2012, quando encalhou em uma pedra e virou com mais de
4.000 pessoas a bordo, matando 32.
Foram
condenados cinco dos acusados, mas o Comandante da embarcação permanece como
réu aguardando o desenrolar de escaramuças judiciais, na tentativa de reduzir a
pena de sua já provável condenação.
E é sobre
as condenações que queremos nos posicionar.
Neste primeiro
julgamento tivemos quatro tripulantes e o Diretor da Unidade de Crise da
empresa condenados. Não conhecemos os termos exatos que levaram o tribunal a
emitir tais sentenças, mas estranha que não tenhamos outros funcionários de
terra acusados pela tragédia.[
E isso
porque com as novas tecnologias de comunicação, boa parte da administração, e
mesmo da operação dos navios se dá desde seus escritórios em terra. E isso na
grande maioria das empresas. A Costa não foge a esse comportamento.
Óbvio que
gerentes e diretores não operam equipamentos ou traçam rotas, mas exercem pressão
excessiva sobre oficiais, principalmente Comandantes e Chefes de Máquinas, criando
frequentemente a oportunidade de decisões equivocadas e perigosas. Algumas
vezes fugindo às regras de navegação e segurança.
Também
estranha a condenação do timoneiro, cuja única função é levar a proa da
embarcação ao rumo ordenado pelo Oficial de Serviço ou Comandante, simplesmente
substituindo equipamentos eletrônicos. Dificilmente é alguém que tenha
conhecimento suficiente para perceber determinados riscos.
O Blog não
é, de forma alguma, contrário à condenação dos culpados, desde que se façam as
devidas investigações, e que estas apontem os mesmos de forma conclusiva e
definitiva. Porque dos
cinco condenados até o momento, nenhum deve cumprir pena, já que na Itália
penas inferiores a dois anos são suspensas.
Portanto,
ao que parece, estão tentando jogar toda a culpa sobre o Comandante do Costa
Concordia, que mesmo sem uma investigação mais profunda, pode ser acusado de
muitas faltas, mas não é justiça fazer com que pague sozinho por elas, pois
todas são compartilhadas, e mesmo resultado da pressão de superiores.
Como disse
um dos advogados envolvidos no caso, as condenações que até agora foram feitas
não vão agradar aos parentes das vítimas.
E aqui vai
a pergunta que não cala: nós vamos à justiça para analisar e discutir provas,
definir culpados, e puni-los; ou vamos para satisfazer aos parentes de vítimas?
Olhando de
longe e acompanhando apenas pela imprensa, o julgamento do Costa Concordia está
parecendo mais com um tribunal medieval, daqueles que condenavam por bruxaria.
E quando se condena por bruxaria, muitas escapam, algumas são condenadas sem
serem bruxas, mas pelo menos uma vai para a fogueira, porque o público tem que
ter sua sede por sangue saciada.
E seria bom
que as autoridades brasileiras olhassem com atenção esse caso, porque as
empresas que operam no Brasil são exatamente as mesmas que operam lá fora, com
a diferença que aqui a navegação de cruzeiro está completamente
desregulamentada. E os métodos de operação e administração das embarcações são
os mesmos, às vezes piores, pois falta o marco legal e a respectiva
fiscalização.
Incidentes,
mais ou menos sérios, vêm ocorrendo todos os anos. Então os riscos que corremos
de termos uma tragédia aqui, também são grandes. Seria bom agirmos antes que
isso acontecesse.
Justiça condena cinco por naufrágio do cruzeiro Costa
Concordia
idente
do navio Costa Concordia63
fotos
Cinco réus no julgamento do naufrágio do
navio de cruzeiro Costa Concordia, em janeiro de 2012 (32 mortos), foram condenados
neste sábado (20) a penas que variam de dois anos e dez meses a um ano e
seis meses de prisão, informou a imprensa.
O Tribunal italiano de Grosseto (Toscana) concedeu aos acusados o chamado
"pattegiamento", que permite um acordo amigável quanto as sanções em
troca de, pelo menos, o reconhecimento parcial da culpa.
O comandante Francesco Schettino, cujo julgamento foi iniciado quarta-feira, teve o pedido de "pattegiamento" negado pelo Ministério Público, que emitiu um parecer desfavorável. Mas seus advogados entraram com um novo pedido.
Quatro dos condenados, cujos advogados formalizaram as requisições de negociação de suas sentenças em maio, em uma audiência preliminar, estavam à bordo do navio no momento da tragédia, o quinto é o diretor da unidade de crise da Costa Crociere, Roberto Ferrarini.
Este último foi quem recebeu a pena mais dura, de dois anos e dez meses de prisão.
O gerente de bordo, Manrico Giampedroni, recebeu dois anos e seis meses de prisão e o oficial de bordo, Ciro Ambrosio, foi condenado a um ano e 11 meses de detenção. O timoneiro indonésio, Jacob Rusli Bin, foi condenado a um ano e oito meses, enquanto outra oficial à bordo, Silvia Coronica, foi condenada a um ano e seis meses, a menor pena.
O Ministério Público havia emitido um parecer favorável ao "pattegiamento" para estes cinco acusados.
O naufrágio do navio de cruzeiro terminou com a morte de 32 pessoas próximo a pequena ilha de Giglio, na Toscana.
Advogados do capitão Schettino consideram que a justiça tem aplicado "dois pesos e duas medidas" entre, por um lado, Francesco Schettino, e, por outro, as outras cinco pessoas que também tiveram responsabilidade no desastre.
A perspectiva da negociação das penas provocou a ira das vítimas, que querem justiça para seus mortos.
Na noite de 13 de janeiro de 2012, o navio de 114.500 toneladas atingiu um rochedo perto da costa e encalhou com 4.229 pessoas a bordo, incluindo 3.200 turistas.
Trinta e duas pessoas morreram, dois corpos nunca foram encontrados.
O comandante Francesco Schettino, cujo julgamento foi iniciado quarta-feira, teve o pedido de "pattegiamento" negado pelo Ministério Público, que emitiu um parecer desfavorável. Mas seus advogados entraram com um novo pedido.
Quatro dos condenados, cujos advogados formalizaram as requisições de negociação de suas sentenças em maio, em uma audiência preliminar, estavam à bordo do navio no momento da tragédia, o quinto é o diretor da unidade de crise da Costa Crociere, Roberto Ferrarini.
Este último foi quem recebeu a pena mais dura, de dois anos e dez meses de prisão.
O gerente de bordo, Manrico Giampedroni, recebeu dois anos e seis meses de prisão e o oficial de bordo, Ciro Ambrosio, foi condenado a um ano e 11 meses de detenção. O timoneiro indonésio, Jacob Rusli Bin, foi condenado a um ano e oito meses, enquanto outra oficial à bordo, Silvia Coronica, foi condenada a um ano e seis meses, a menor pena.
O Ministério Público havia emitido um parecer favorável ao "pattegiamento" para estes cinco acusados.
O naufrágio do navio de cruzeiro terminou com a morte de 32 pessoas próximo a pequena ilha de Giglio, na Toscana.
Advogados do capitão Schettino consideram que a justiça tem aplicado "dois pesos e duas medidas" entre, por um lado, Francesco Schettino, e, por outro, as outras cinco pessoas que também tiveram responsabilidade no desastre.
A perspectiva da negociação das penas provocou a ira das vítimas, que querem justiça para seus mortos.
Na noite de 13 de janeiro de 2012, o navio de 114.500 toneladas atingiu um rochedo perto da costa e encalhou com 4.229 pessoas a bordo, incluindo 3.200 turistas.
Trinta e duas pessoas morreram, dois corpos nunca foram encontrados.
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