O Blog dos Mercantes homenageia a todos
os professores, mas não vai ficar no lugar comum de dizer o quanto são
importantes etc. etc. Mas
não é por isso que deixaremos de parabenizar os mestres de todo o País pela
dedicação empreendida em prol dos cidadãos brasileiros.
Aproveitamos a oportunidade em que todos estão com seus
olhos voltados para essa categoria e vamos compartilhar um texto que foi
veiculado pela Folha Social", e que discute de forma bem interessante a Educação
no Brasil de uma forma bastante revolucionária.
O Blog dos Mercantes só não concorda na
afirmação colhida de Bertolt Brecht, de que muitos dos problemas sociais são
decorrentes unicamente da falta de educação, embora não descarte esse fator
como aguçador desses fatos.
O texto é
do filósofo Pedro Salles, e o tema é do interesse de todos aqueles que querem
um Brasil mais justo e desenvolvido.
A educação brasileira respira por aparelhos
|
Danças
sensuais e agressões são apenas uns dos resultados
do péssimo sistema educacional brasileiro. (Fotomontagem : Folha Social) |
Pedro Salles,
filósofo, faz uma rápida analise do atual momento da educação nacional
Estamos em um momento delicado no cenário da educação
brasileira. Os missionários do ensino estão de greve no Rio de Janeiro
batalhando contra mais um retrocesso do governo. Enquanto isso, os
representantes do estado e da cidade maravilhosa, Cabral e Paes, afirmam à todo
instante que a greve é desnecessária e prejudica os alunos. Chega a parecer
irônico, já que um professor mal remunerado, uma escola sucateada, e um projeto
educacional mediável prejudica muito mais a educação como um todo.
Mas o problema se estende à todo território nacional,
já que o teto salarial dos professores, é de pouco mais de R$1.500,00. Valor
bem abaixo do salário minimo necessário segundo o Dieese. Como se não
bastasse, há vários motivos para os aspirantes à professor desistirem antes de
optar em seguir a profissão. Em Pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular,
a pedido da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de
São Paulo), mostra que 57% dos professores da rede estadual consideram
violentas as escolas nas quais lecionam. Segundo secretário-geral da Apeoesp,
Fábio Santos de Moraes, mais da metade dos professores tem medo do local onde
trabalham e este número pode ser ainda maior. Não deve ser nada motivador
trabalhar em um local onde se têm medo.
Alunos
Pobre dos alunos, que mal instruídos vão às escolas
para conversar, se distraírem, dançar funk e aprender que estudar é um troço
muito chato. Números mostram que ano passado, cerca de 1,6 milhão de crianças e
adolescentes abandonaram a escola. E o perfil desses jovens que abandonam, não
é difícil de ser idealizado, em sua maioria são socialmente vulneráveis, têm
baixa renda, muitos trabalham ou têm famílias com pouca escolarização.
Uma imagem emblemática circula na internet mostrando
as brechas que as matérias da grade curricular de hoje dão ao capitalismo
selvagem :
Estado
Afirmar que o Estado é inábil na administração da
educação é pura inocência. Seria mais correto afirmar que o estado faz isso de
maneira calculada e premeditada, já que em um país onde 75% dos brasileiros não sabem ler e interpretar um texto de maneira
satisfatória, se torna um cenário perfeito para a festança da politica privada.
Como diz Eduardo Marinho, ''educação pública é uma sabotagem. Não merece o nome
de educação. O povo não é ignorante, é ignorantizado.''
Tomo um pouco das palavras de Bertolt Brecht e digo
que devido à esse povo analfabeto e ignorantizado nascem as prostitutas, os
menores abandonados, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
É hora de tomar consciência e dar as mãos à todos
envolvidos na Educação brasileira. Educação é prioridade em qualquer sistema
social. Os professores estão lutando nas ruas e o "gigante" não pode
ficar adormecido em berço esplêndido.
*Pedro Henrique Salles é formado em
Filosofia pela Unicamp e escreve regularmente para o Folha Social
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