O artigo do
sítio "Pragmatismo Político" (abaixo) é muito representativo, e, sem dúvidas, dispensa
comentários mais elaborados, tal a clareza da mensagem que passa. Mesmo assim
me darei o direito de fazer apenas dois comentários.
- Se algum dia alguém for fazer um curso de administração, ou algo parecido, vão lhe dizer que não há riqueza suficiente no mundo para atender a toda a população, o que é claramente uma falácia;
- Os muito ricos dizem frequentemente que, se dividissem suas imensas fortunas com outras pessoas, isso de nada resolveria; não apenas os pobres continuariam pobres, como eles ainda se tornariam pobres também, o que é outra falácia.
O Blog dos Mercantes não quer dizer com
isso que deveríamos implantar uma revolução de cunho socialista-comunista,
tomar e repartir a riqueza dos que tem muito. Tampouco quer que os muito ricos distribuam
suas riquezas a ponto de eles mesmos se tornarem pobres. Longe disso qualquer uma das situações.
Mas o Blog tem certeza absoluta
de que existe riqueza suficiente para garantir educação, emprego, moradia,
alimentação, saúde, transporte, enfim, condições dignas para todos aqueles que
habitam este planeta.
Vejam bem,
não defendemos aqui a repartição de luxos, mas sim de condições de vida
adequadas a um ser humano no século XXI.
Até porque
a inclusão de bilhões de pessoas na sociedade produtiva e realizadora é uma
maneira muito mais eficaz e inteligente de garantir a sobrevivência desta mesma
sociedade.
Afinal,
quantas mentes brilhantes não se perdem afogadas nesse mar de mesquinharia?
Mapa da desigualdade em 2013: 0,7% da população detém
41% da riqueza mundial. Nova pesquisa revela que PIB mundial atinge maior valor
da história, mas divisão segue extremamente desigual
Cinco
anos depois do início da crise econômica mundial, marcada pela quebra do banco
norte-americano Lehamn Brothers, os indicadores financeiros seguem apontando
para uma concentração da riqueza ao redor do globo. De acordo com o relatório
“Credit Suisse 2013 Wealth Report”, um dos mapeamentos mais completos sobre o
assunto divulgados recentemente, 0,7% da população concentra 41% da riqueza
mundial.
Em
valor acumulado, a riqueza mundial atingiu em 2013 o recorde de todos os tempos:
US$ 241 trilhões. Se este número fosse dividido proporcionalmente pela
população mundial, a média da riqueza seria de US$ 51.600 por pessoa. No
entanto, não é o que acontece.
A
Austrália é o país com a média de riqueza melhor distribuída pela população
entre as nações mais ricas do planeta. De acordo com o estudo, os australianos
têm média de riqueza nacional de US$ 219 mil dólares.
Apesar
de serem o país mais rico do mundo em termos de PIB (Produto Interno Bruto) e
capital produzido, os EUA têm um dos maiores índices de pobreza e desigualdade
do mundo. Se dividida, a riqueza dos EUA seria, em média, de mais de US$ 110
mil dólares. No entanto, é atualmente de apenas US$ 45 mil dólares – menos da
metade.
Entre
os países com patrimônio médio de US$ 25 mil a US$ 100 mil, se destacam
emergentes como Chile, Uruguai, Portugal e Turquia. No Oriente, Arábia Saudita,
Malásia e Coreia do Sul. A Líbia é o único país do continente africano neste
grupo. A África, aliás, continua com o posto de continente com a menor riqueza
acumulada.
Mesmo
com o crescimento da riqueza mundial, a desigualdade social continua com
índices elevados. Os 10% mais ricos do planos detêm atualmente 86% da riqueza
mundial. Destes 0,7% tem posse de 41% da riqueza mundial.
Veja
no gráfico abaixo a pirâmide da riqueza. Apenas 0,7% da população detém US$
98,7 trilhões de dólares:
(Reprodução
/ Opera Mundi)
Os
pesquisadores da Credit Suisse também fizeram uma projeção sobre o crescimento
dos milionários ao redor do mundo nos próximos cinco anos. Polônia e Brasil,
com 89% e 84% respectivamente, são os países que mais vão multiplicar seus
milionários até 2013. No mesmo período, os EUA terão um aumento de 41% do
número de milionários, o que representa cerca de 18.618 de pessoas com o
patrimônio acima de 1 milhão de dólares.
Em
meados deste ano, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgou um
estudo sobre o crescimento da desigualdade social nos países desenvolvidos,
como consequência da crise financeira.
A
organização diz que o número de pobres cresceu entre 2010 e 2011 em 14 das 26
economias desenvolvidas, incluindo EUA, França, Espanha e Dinamarca. Nos mesmos
países, houve forte aumento do desemprego de longa duração e a deterioração das
condições de trabalho. Atualmente, o número de desempregados no mundo supera os
200 milhões.
Em
contrapartida, entre os países do G20, o lucro das empresas aumentou 3,4% entre
2007 e 2012, enquanto os salários subiram apenas 2,2%.
Segundo
informações da imprensa europeia, na Alemanha e em Hong Kong, os salários dos
presidentes das grandes empresas chegaram a aumentar 25% de 2007 a 2011,
chegando a ser de 150 e 190 vezes maiores que o salário médio dos trabalhadores
do país. Nos Estados Unidos, essa proporção é de 508 vezes.
América Latina
Na
contramão das grandes potências, a situação econômica e social da América
Latina melhorou. Entre 2010 e 2011, 57,1% da população dos países da região
estava empregada, um ponto percentual a mais que em 2007, último levantamento
antes da crise financeira internacional.
Em
alguns países, como Colômbia e Chile, o aumento superou quatro pontos
percentuais. Com o aumento do trabalho assalariado, cresceu também a classe
média. Na comparação entre 1999 e 2010, a população dentro do grupo social
cresceu 15,6% no Brasil e 14,6% no Equador.
No
entanto, a OIT destaca que a região ainda enfrenta como desafios a desigualdade
social, maior que a média internacional, e o emprego informal. A média da
região é de 50%, sendo que em países mais pobres, como Bolívia, Peru e
Honduras, supera os 70%.
Em
todo o mundo, a organização afirma que há mais de 200 milhões de desempregados.
A expectativa é que, ao final de 2015, esse número chegue a 208 milhões.
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