sábado, 30 de julho de 2016

The Cult - She Sells Sanctuary

O The Cult nunca tinha aparecido em nosso Blog dos Mercantes, mas isso não é problema, mesmo porque já fez muita coisa boa. Nascida como uma banda de rock gótico, ela perdeu as raízes e acabou se tornando uma das grandes bandas de pop rock da história do rock. Embora tenha feito grande sucesso nos anos 80 e 90, e tenha tido várias formações, a banda segue ativa e gravando.

She Sells Sanctuary é uma canção de  1985, do álbum Love, e um dos grandes sucessos da banda.



quinta-feira, 28 de julho de 2016

Quem paga a conta somos nós.

A carga de impostos no país é muito alta, primeiro para os poucos que pagam, segundo porque para esses os serviços que deveriam estar atrelados ao pagamento desses impostos não são entregues, e acaba que temos uma bitributação no país. Mas o que isso tem a ver? 

Vejam bem, não sou contra a redução de impostos, muito menos que rediscutamos o país, mas a questão é essa, vamos rediscutir o país. Como o texto de Kiko Noguira coloca abaixo, o pacto social que produziu a Constituíção de 1988 não está exaurido, a população brasileira segue querendo que saúde, educação, aposentadoria digna, segurança sejam responsabilidade do Estado, e que atinjam a todos igualmente.

A população também está conformada, mesmo não gostando, que ela pague os impostos que garantem tais serviços, e quem tem mais pague menos, embora venha a ter os mesmos direitos a esses serviços.

O que a população não aceita de forma alguma é que esses serviços sejam de péssima qualidade, e que ricos venham reclamar do excesso de impostos que eles não pagam, aumentando a carga em cima dos que pagam para desonerá-los ainda mais. Aceita ainda menos que eles o façam da forma sórdida que tem sido feita. E de jeito nenhum aceita que eles sejam desonerados de forma a aumentar os seus ganhos, em detrimento do resto da população.

O resultado das quatro últimas eleições é claro quanto a isso. Além disso, o Estado Brasileiro é perfeitamente capaz de entregar os serviços que precisamos, na qualidade que precisamos, e na abrangência suficiente para atender a toda a população. 

Para isso começar, basta a melhoria na gestão pública, e a redução da corrupção pública e privada. Depois a gente discute redução de impostos e quais impostos.

Quem não cabe no orçamento de um governo que não foi eleito nas urnas?



Postado em 27 Jun 2016

Eles
POR LAURA CARVALHO, economista

No levantamento realizado pelos pesquisadores Pablo Ortellado, Esther Solano e Lucia Nader em São Paulo, durante as manifestações pró-impeachment do dia 16 de agosto de 2015, dois temas chamaram a atenção. Entre os manifestantes, 97% concordaram total ou parcialmente que os serviços públicos de saúde devem ser universais, e 96% que devem ser gratuitos. Já sobre a universalidade e a gratuidade da educação, o apoio foi de 98% e 97% dos manifestantes, respectivamente. “Isso é um resquício de junho de 2013”, afirmou Pablo Ortellado a uma reportagem do El País de 18/08/2015.
O resultado deste tipo de levantamento, quando somado aos resultados nas urnas das últimas quatro eleições presidenciais, sugerem que o pacto social que deu origem à Constituição de 1988 não foi desfeito. Ao contrário, as demandas nas ruas desde 2013 e nas ocupações das escolas desde 2015 têm sido por melhorias nos serviços públicos universais, e não pela redução na sua prestação.
A regra Temer-Meirelles prevê que as despesas primárias do governo federal passem a ser reajustadas apenas pela inflação do ano anterior. Se vigorasse no ano passado, e outros gastos não sofressem redução real, as despesas com saúde teriam sido reduzidas em 32% e os gastos com educação em 70% em 2015. Pior. Se o PIB brasileiro crescer nos próximos 20 anos no ritmo dos anos 1980 e 1990, passaríamos de um percentual de gastos públicos em relação ao PIB da ordem de 40% para 25%, patamar semelhante ao verificado em Burkina Faso ou no Afeganistão. E se crescêssemos às taxas mais altas que vigoraram nos anos 2000, o percentual seria ainda menor, da ordem de 19%, o que nos aproximaria de países como o Camboja e Camarões.
“A Constituição não cabe no orçamento”, argumentam seus defensores, na tentativa de transformar em técnica uma decisão que deveria ser democrática. De fato, há uma contradição evidente entre desejar a qualidade dos serviços públicos da Dinamarca e pagar impostos da Guiné Equatorial. O que esquecem de ressaltar é que os que pagam mais impostos no Brasil são os que têm menos condições de paga-los. Se os que ganham mais de 160 salários mínimos por mês têm 65,8% de seus rendimentos isentos de tributação pela Receita Federal, fica um pouco mais difícil determinar o que cabe e o que não cabe no orçamento.
O fato é que as propostas do governo interino não incluem nenhum imposto a mais para os mais ricos, mas preveem muitos direitos a menos para os demais. Os magistrados conseguem reajuste de seus supersalários, mas a aposentadoria para os trabalhadores rurais é tratada como rombo. A cultura, a ciência e a tecnologia ou o combate às desigualdades deixam de ser importantes. O pagamento de juros escorchantes sobre a dívida pública não é sequer discutido, mas as despesas com os sistemas de saúde e educação são tratadas como responsáveis pela falta de margem de manobra para a política fiscal.
Essas escolhas estão sendo feitas por um governo que não teve de passar pelo debate democrático que só um processo de eleições diretas pode proporcionar. A democracia caberia no orçamento. O que parece não caber é a nossa plutocracia oligárquica.
 

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Venda da Transpetro?

Vou ser muito curto, e ainda mais grosso.

Basta ver os números para ficar muito claro que nada justifica a privatização da Transpetro, a não ser, talvez, um entreguismo barato e covarde, que está muito alinhado com a forma como pensam e agem muitos desse país. 

Na verdade, a venda da Transpetro será um duríssimo golpe na Estatal brasileira e em projetos de soberania e desenvolvimento do país.

Se tem um desservirço que alguém pode fazer ao país e as vendas de ativos altamente rentáveis, e que permitam ao governo exercer a opção de regulamentação no "Deus Mercado" quando for necessário.

Não permitam que isso aconteça. Será um desastre para o país.




Transpetro deve ser dividida em duas para a venda

Com o ex-presidente Sérgio Machado no centro de escândalos ligados à cúpula do PMDB, a Transpetro, subsidiária de logística da Petrobras, é o próximo foco do programa de desinvestimentos da estatal. Com aval do governo interino, o novo presidente da petroleira, Pedro Parente, deverá acelerar o processo de reestruturação na empresa, com a divisão em duas áreas de negócio. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a Petrobras deverá abrir mão do controle da empresa.

Dois comitês, batizados internamente de ‘Olinda’ e ‘Ipanema’, analisam a venda de ativos da área naval e de infraestrutura terrestre, como terminais e a malha de dutos. Junto com a BR Distribuidora e a Liquigás, a Transpetro é um dos projetos considerados “prontos” para negociação, mas não há prazo definido.

A subsidiária é um dos principais ativos da área de abastecimento. Em 2015, repassou à estatal lucro de R$ 1,2 bilhão. Apenas a área de dutos e terminais, considerada de maior potencial, foi responsável por 78% da receita operacional da subsidiária em 2015, R$ 6,5 bilhões.

A Transpetro é dona de 14 mil km de dutos que interligam refinarias e terminais aos principais centros consumidores, além de 49 terminais de armazenamento, carga e descarga de petróleo, gás e derivados. Na área de serviços marítimos, a companhia administra frota de 55 navios, dos quais cerca de 20 integram uma lista de alienação prevista para os próximos cinco anos.

A dificuldade do negócio, segundo fontes, passa pelo controle da Petrobras. Os terminais pertencem à estatal e foram cedidos à Transpetro. Para incluí-los no projeto seria necessário uma reestruturação dos ativos. Outro empecilho é a dependência da subsidiária em relação à controladora – 98% do seu faturamento vem de serviços prestados à Petrobras.

“Se a Petrobras perde o controle, ou ela constrói outros terminais ou paga para usar os atuais a preços de mercado”, avalia o presidente do Sindicato dos Marítimos (Sindmar), Severino Almeida Filho. “Uma cláusula de uso reduziria o valor do negócio. E o que ela quer é valorizar”, completa o sindicalista, que espera grande mobilização de marítimos e petroleiros contra a venda.

Os estudos para a venda foram iniciados ainda em 2015, e um parecer de bancos envolvidos no negócio foi entregue no início deste ano. No período, a subsidiária criou uma gerência dedicada à prospecção de novos clientes. Há duas semanas, antes da troca de comando na Petrobras, o ex-presidente Aldemir Bendine se reuniu na sede da Transpetro com seu presidente, Antonio Rubens Silvino.

A primeira visita em 15 meses da gestão reforçou a apreensão interna sobre a venda. Funcionários relatam que a subsidiária está “paralisada” desde as primeiras citações na Operação Lava Jato, em 2014, que resultaram na saída do ex-presidente Sérgio Machado.

Link:

terça-feira, 26 de julho de 2016

Será que está mesmo?

Concordo com Walter Santos no conteúdo da coisa. Eticamente e até mesmo por força do cargo e da responsabilidade, nada mais correto, mais "justo", que Moro desse prosseguimento "real" à Lava-jato, investigasse e punisse todos aqueles contra os quais se encontrassem provas incriminando. Nada dessa baboseira de "domínio de fato", que é absolutamente contrário ao Estado de Direito, mas consigam provas concretas, que mostrem que os acusados e delatados promoveram os atos de desvios e corrupção, que reconhecidamente conheciam os fatos e nada fizeram para deter os acontecimentos, e acabaram por se beneficiaram diretamente deles.

Mas por tudo o que Moro já fez, por tudo que já disse, por tudo que não fez, não acredito que ele faça isso. A Lava-jato não foi criada para passar o Brasil a limpo, muito menos para colocar bandidos na cadeia, salvo os do PT, que não necessariamente precisam ser bandidos. Ao contrário, a cada dia que passa estou mais convencido de que ela foi criada com a única e exclusiva função de mais uma vez ligar o PT e seus membros a crimes de corrupção, como forma de criar comoção pública em apoio ao golpe.

Nada justifica que Senadores e Deputados de partidos como PSDB, PMDB, DEM, etc, flagrados em gravações de conversas, delatados, ou mesmo contra os quais já existam várias outras provas, sigam em seus cargos, circulando e articulando livremente. Alguns são apenas parentes e/ou amigos desses políticos, sem nenhum tipo de foro privilegiado, mas a atitude inerte é a mesma. Ok, Moro não é o responsável direto em conduzir investigações contra essas figuras políticas de República, mas poderia dar andamento e encaminhar ao Tribunal competente. Não o faz. Ao contrário, ignora solenemente tudo isso, sejam os acusados políticos ou não.

Talvez eu me engane, mas tudo indica que, ainda que no mundo ideal todos sejam iguais perante a Lei, no Mundo Encantado da República de Curitiba, alguns parecem ser mais iguais que outros.








LULA MARQUES: <p>Brasília- DF 09-09-2015 Foto Lula Marques/Agência PT Juiz, Sergio Moro na ccj do senado.</p>
O processo denominado de “Lava Jato” iniciado lá atrás a partir da descoberta pela Receita Federal de volume assustador de movimentações financeiras pelo doleiro Yousseff, em Brasilia, nem de longe poderia imaginar que nas fases mais adiante estaria diante da desnudação de que o Sistema Público brasileiro envolvendo todas as instâncias de Poder está tomado de ações de desvios de recursos públicos atingindo renomados nomes do País. Em síntese, a corrupção tomou conta dos Poderes.
Na essência, ao ser constatado de que a cada dia ou semana novos fatos “cabeludos” são revelados envolvendo nomes poderosos da República, está mais do que claro que o conjunto de Poderes anda apodrecido.
A VEZ DO JUDICIÁRIO
Pelo que se comenta com insistência nos bastidores de Brasilia, o próximo alvo dos escândalos de desvios de recursos públicos será a cúpula do Judiciário Brasileiro, através de membros do Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.
Não é à tôa que, também em Brasilia, fala-se com frequência de que o STF só não decretou a prisão preventiva dos senadores Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá porque isto implicaria em revelação pelos parlamentares de nomes do Judiciário envolvidos em tramas de desvios.
Da mesma forma dir-se-ia do pedido de prisão do deputado federal Eduardo Cunha não ser deflagrado porque ele ameaçou citar nomes de ministros e até do presidente interino Michel Temer em esquemas – algo que desabaria o “status quo” de quem comanda o Impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Cunha foi ao Palácio dizer isso a Temer, conforme fala-se na Capital Federal.
E tudo isto é um absurdo inominável porque cada vez mais fica explicito de que a derrubada e/ou afastamento da presidenta fazia e faz parte de uma tentativa de sufocar e acabar com os desdobramentos da “Lava Jato”, algo que agora nem o Juiz Sérgio Moro nem o STF tem mais condições de implodir.
FOCAR SÓ NO PT JÁ NÃO FUNCIONA
Qualquer observador mirim, mas atento, pode constatar que a esquematização entre setores do Judiciário, Ministério Público, PF com respaldo da Grande Midia para fulminar e extinguir o PT e sua maior liderança, o ex-presidente Lula, já não funciona na mesma intensidade.
Nem mesmo a imposição radical de prender desnecessariamente o ex-Ministro Paulo Bernardo como forma de evidenciar negativamente o PT,  consegue mais se manter com abrigo legal e efeito pretendido porque, também está evidente, a postura do Judiciário, em especial do Juiz Sérgio Moro, de omitir qualquer ação punitiva contra os lideres do PMDB, PSDB, DEM, etc – muitos envolvidos em delações, como o senador Aécio Neves, sem que haja uma só ação de Moro.
A cada dia que passa, o Juiz se vê abarrotado de graves denúncias envolvendo Figuras, então exponenciais da Política,  fazendo-o, irreconhecivelmente, negar o acatamento de delações muito especiais, a exemplo do empresário Marcelo Odebrecht porque em acontecendo mostrará ao Brasil a realidade de envolvimento de todos os Poderes na corrupção e desvios no País.
Mas, por incrível que pareça, Moro não quer aceitar a delação de Marcelo.
Ele, que faz de tudo para ficar na história como carrasco exclusivo do PT, também já não tem mais como segurar a onda em contrário, não dos petistas e de Lula, mas de denúncias escabrosas contra os partidos no comando do Poder.
Moro está obrigado a tocar para frente os processos contra “aliados” de pensamento ideológico, porque o Brasil precisa passar a limpo quem de fato são os ratos de porão do Sistema Público brasileiro.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Já havíamos comentado isso aqui


As maiores economias do mundo são também aquelas em que os governos mais intervêm em suas respectivas economias. O caso da China com os Valemax é emblemático, pois a China criou artificialmente uma falta de demanda para as embarcações, de forma a forçar a Vale do Rio Doce a abrir mão de operá-las, e repassando tranquilamente o controle das mesmas a armadores chineses, que agora podem impor e controlar o custo dos fretes para o minério de ferro.

Mas isso está escrito ai embaixo, no artigo retirado do Poder Naval, e que mostra exatamente aquilo que o Blog dos Mercantes vem dizendo há bastante tempo, ou seja, que a Marinha Mercante é peça fundamental no jogo econômico, como forma de possibilitar o escoamento da produção e o comércio internacional, e também como forma de aumentar a competitividade dessa produção e nesse comércio.

Mas o que todos se esquecem de dizer, é que o domínio dessas ferramentas não é simplesmente fruto das boas vontades do mercado, mas das articulações e intervenções de governos.

Os armadores chineses estão com o poder de controlar os preços dos fretes do transporte do minério de ferro, e isso graças à intervenção de seu governo.

Precisamos parar de acreditar nessas bobagens de livre mercado. Isso não existe, isso não se aplica. O crescimento e o desenvolvimento de nações são diretamente ligadas ao grau de intervenção de seus governos na economia. O que é diferente de o governo deter meios de produção.

E acima de tudo, um governo não pode retirar direitos de seus trabalhadores, de sua população.

Porque não existe crescimento econômico, se não houver avanço social de sua população e trabalhadores.



Com a compra de 30 navios Valemax, avaliados em mais de US$ 2,5 bilhões, a China ampliará seu controle sobre as exportações brasileiras de minério de ferro e terá poderes para regular as taxas de frete do mercado internacional nos próximos dez anos ou mais. O Valemax é o maior graneleiro do mundo, com capacidade para até 360 mil toneladas.

“Mais uma vez, a China mostrou como o Estado deve adotar uma visão estratégica e de longo prazo, que proporcione a abertura de novas oportunidades para suas empresas e seus trabalhadores”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), Severino Almeida, ao comentar o significado da operação num momento em que o Governo e a Petrobras discutem a venda de ativos rentáveis da estatal.

O presidente do Sindmar ressaltou que a China dá provas de sua sabedoria ao investir em um setor fundamental para o desenvolvimento, como o de logística e transporte marítimo.
”O Brasil, ao contrário, recorre a ações de curtíssimo prazo, visando resultados imediatos e ignorando o interesse da Nação. A consequência é o desmantelamento de organizações, a eliminação de postos de trabalho e a falta de perspectiva de um ambiente econômico mais próspero.”

O Valemax foi lançado em 2010 pela Vale que, no entanto, entregou ao mercado apenas 18 das 60 unidades planejadas. A mineradora sofreu um grande revés quando a China proibiu os navios de atracar em seus portos, alegando falta de segurança. O embargo foi suspenso em julho do ano passado, quando a mineradora já havia vendido ou alugado as embarcações, inclusive para alguns armadores chineses que agora encomendaram novos Valemax.

sábado, 23 de julho de 2016

Raul Seixas - Eu nasci há 10 mil anos atrás

Esse era fera demais. Tido como brega, ao mesmo tempo pop, e ainda idolatrado por roqueiros. Quem consegue tudo isso?

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O interino pediu propina?

Bom, caso tenha feito será apenas mais uma. Ciro Gomes e Paulo Henrique Amorim, e outros também já mostraram alguns processos em que o interino está envolvido em propinas e desvios. Se isso for investigado e se comprovar, será apenas mais um.

E com tudo isso, só tenho uma pergunta a fazer: "QUANDO ELE SAI?" 


TEMER PEDIU PROPINA PARA SÉRGIO MACHADO

junho 16, 2016 12:39 am Comentários desativados em TEMER PEDIU PROPINA PARA SÉRGIO MACHADO A+ / A-
Em seu acordo de delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que o presidente interino Michel Temer negociou com ele o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB) à Prefeitura de São Paulo, em 2012. Machado afirmou que o acerto do repasse ocorreu em setembro daquele ano e foi pago por meio de doação eleitoral pela empreiteira Queiroz Galvão, contratada da Transpetro.
TEMER ENTRA NA LISTA DE PROPINAS DE MACHADO
Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse que o presidente interino, Michel Temer, pediu a ele doações para a campanha de Gabriel Chalita (PMDB) à Prefeitura de São Paulo em 2012; Temer é um dos 20 políticos citados por Machado que, segundo ele, receberam propina no esquema de corrupção da Petrobras investigado na Lava Jato; de acordo com Machado, embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam que, ao procurá-lo, não obteriam dele doação com recursos próprios, nem da Transpetro, mas de empresas que tinham relacionamento contratual com a estatal; essas companhias, afirmou o delator, realizavam pagamentos mensais de propinas para políticos, parte em dinheiro vivo e parte por meio de doações oficiais
15 de Junho de 2016 às 15:05
SP 247 – Depois de toda a cúpula do PMDB, o presidente interino, Michel Temer, entrou na lista de propinas delatada por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e delator na Operação Lava Jato. O nome de Temer aparece entre 20 políticos que, segundo Machado, receberam propina no esquema de corrupção da Petrobras.
Michel Temer pediu a Sérgio Machado doações para a campanha de Gabriel Chalita (PMDB) à Prefeitura de São Paulo em 2012, aponta o documento enviado pelo Ministério Público ao STF, que traz a delação premiada de Machado, tornada pública nesta quarta-feira 15 e cujos trechos vêm sendo divulgados aos poucos na imprensa.
Segundo Machado, embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam que, ao procurá-lo, não obteriam dele doação com recursos próprios, nem da Transpetro, mas de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro. De acordo com o delator, essas empresas realizavam pagamentos mensais de propinas para políticos, parte em dinheiro vivo e parte por meio de doações oficiais.
“O depoente disse que faria um repasse através de uma doação oficial no valor de R$ 1,5 milhão”, diz trecho do documento, sobre o acerto entre Temer e Machado para ajudar Chalita. O delator apontou o nome da empreiteira que teria feito o repasse. “Ambos acertaram o valor, que ficou em R$ 1,5 milhão; que a empresa que fez a doação – no valor ajustado – foi a Queiroz Galvão.”
Confira abaixo o trecho que cita Michel Temer e a íntegra aqui, pelo portal Jota:
“QUE os políticos responsáveis pela nomeação do depoente para a Transpetro foram Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, José Sarney e Edison Lobão; QUE estes políticos receberam propina repassada pelo depoente tanto por meio de doações oficiais quanto por meio de dinheiro em espécie; QUE além destes políticos o depoente também repassou propina, via doação oficial, para os seguintes: Cândido Vaccarezza, Jandira Feghali, Luis Sérgio, Edson Santos, Francisco Dornelles, Henrique Eduardo Alves, Ideli Salvatti; Jorge Bittar, Garibaldi Alves, Valter Alves, José Agripino Maia, Felipe Maia, Sergio Guerra, Heráclito Fortes, Valdir Raupp; que Michel Temer pediu ao depoente que obtivesse doações oficiais para Gabriel Chalita, então candidato a prefeito de São Paulo”. (Isadora Peron, Gustavo Aguiar, Julia Affonso, Mateus Coutinho, Fausto Macedo e Ricardo Brandt)

quinta-feira, 21 de julho de 2016

O Golpe Segue Sendo Denunciado no Exterior.

Nem a GloboNews consegue evitar de mostrar a forma com que foi tratado o golpe parlamentar-jurídico aplicado no Brasil. Mesmo que eles tenham nitidamente se sentido desconfortáveis com isso.

Há os que criticam as novas mídias, a internet, e a ampliação da informação de forma quase que indiscriminada. Mas posso afirmar, sem nenhum medo de errar, que uma matéria desse tipo na GloboNews, só é possível justamente pela presença maciça das novas mídias como propagadoras de informação e formadoras de opinião. Quanto mais gente se dispuser a sair da deturpação informativa-persuasiva que vem da grande mídia, e buscar informações em outras fontes, mais o poder de influência desse pessoal diminuirá, e a população terá condições de tomar decisões melhor embasadas.

Mas esse é um processo que ainda levará algum tempo, ainda mais num país onde as pessoas se recusam a ler, onde grandes órgãos de imprensa são considerados isentos de interesses, e tidos como propagadores da "verdade".

A fé desse blogueiro é que um dia isso acabe.



O nervosismo de Pontual, da GloboNews, ao falar sobre repercussão internacional negativa do golpe

Diante da enxurrada de notícias e declarações críticas da mídia internacional com relação ao afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff, o correspondente da emissora nos Estados Unidos foi obrigado a falar sobre o assunto e, ao noticiar o editorial do NYT que sai em defesa de Dilma, chega até a gaguejar. Vídeo viralizou nas redes. Assista
no Fórum
Na noite da última sexta-feira (13), apenas dois dias após o afastamento provisório, pela decisão do Senado, da presidenta eleita Dilma Rousseff, boa parte dos maiores jornais do mundo repercutiam negativamente o impeachment da petista e, principalmente, a formação do governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
Ignorando, até então, o golpismo e os interesses que permeiam o processo de afastamento de Dilma, a GloboNews foi obrigada, até pelo alcance das informações nas redes, a noticiar a repercussão internacional negativa que estava posta com a formação de um governo composto apenas por homens, brancos e, principalmente, apoiado e formado por figuras com forte envolvimento com corrupção.
A missão ficou à cargo de Jorge Pontual, correspondente da emissora em Nova Iorque (EUA). Ao tratar do que estavam dizendo os jornais europeus sobre a formação de um ministério totalmente branco, masculino e sem representantes de minorias, o jornalista mostra claro incomodo e nervosismo. Quando noticia, então, o editorial do The New York Times que sai em defesa da presidenta eleita Dilma e diz que o problema da corrupção pode piorar com seu afastamento, pontual chega a gaguejar.
Nas redes sociais, o vídeo viralizou e foi ironizado por internautas.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

O que foi rejeitado é empurrado goela abaixo

Sério, muito sério. É assim que podemos classificar os desmandos e abusos que vêm sendo cometidos pelo governo provisório, que através de um absurdo golpe de estado via parlamento, se apossou dos destinos da Nação, sem ter representatividade real, e tampouco justificativa legal para isso.

Vou repetir o que eu já disse; a agenda que vem sendo rejeitada há quatro eleições seguidas, está agora sendo aplicada de forma silenciosa, fora outros retrocessos que vimos, que já fazem parecer que a sociedade brasileira retrocedeu começo do século XIX, quando tínhamos sido elevados ao status de reino unido a Portugal. Mais um pouco e voltaremos a ser colônia escancarada, só que dessa vez não será apenas Portugal que dará as cartas em "terras brasilis".

Mas não espere que o povo brasileiro receba alguma coisa em troca, porque no século XIX, índio, seja cacique, pajé, guerreiro, mulher ou criança, só leva ferro.

Abram o olho enquanto é tempo.


Governo Temer: o plano oculto

Publicada quase em sigilo, a MP-727 privatiza tudo — inclusive Petrobras, BB e serviços públicos — e converte interesses dos compradores em “prioridade nacional”, capaz de atropelar direitos sociais e ambiente
Alessandra Cardoso*
o lado ocultoEnquanto olhávamos atônitos e reagíamos à primeira ação de desmonte do Estado Democrático de Direito materializada pela Medida Provisória (MP) 726, deixamos passar despercebida uma segunda MP, a 727, publicada no mesmo 12/5 em edição extra do Diário Oficial da União, criando o Programa de Parcerias de Investimentos – PPI.
Se a MP 726, da reforma ministerial, concretizou a intenção dos articuladores do golpe de extirpar da estrutura de governo representações e interesses de minorias (e só secundariamente cortar despesas), a MP 727, por sua vez, materializa o que há de mais estratégico e ideológico no projeto político-econômico que está por trás do golpe.
É ela que “garantirá”, caso o golpe chegue ao final, o sonho de consumo dos neoliberais outrora acanhados e agora completamente excitados com a retomada do Estado que lhes interessa, que é aquele que abre caminhos para seus lucros, rebaixa seus custos sociais e trabalhistas, ignora condicionantes ambientais e sociais, e confere a ordem para que seu progresso se faça.
É esta a essência da MP 727:
1) Retoma-se o processo de desestatização da economia conduzido por Fernando Henrique Cardoso, entregando para a iniciativa privada as empresas estatais que interessarem ao capital privado.
Está clara, no texto da MP 727, a recepção integral da Lei N° 9.494 de 1997, que instituiu o Programa Nacional de Desestatização. A Lei de 1997, que garantiu a privatização criminosa da Companhia Vale do Rio Doce, Eletropaulo e Telebrás, por exemplo, assumiu como propósito principal “reordenar a posição estratégica do Estado na economia, transferindo à iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor público”. Depois de ficar por 13 anos sem uso, durante os governos do PT, ela foi reencarnada no novo corpo: o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Significa, na prática, que poderão ser objeto de desestatização todas as empresas, inclusive instituições financeiras – controladas direta ou indiretamente pela União e as estaduais –, serviços públicos objetos de concessão, permissão ou autorização. Ou seja, deverão ser privatizadas prioritariamente aquelas já cobiçadas pelos investidores, nacionais e internacionais: Petrobrás, Caixa Econômica, Eletrobrás…
Para que este projeto neoliberal ressuscitado das trevas seja viabilizado, a MP estabelece que as medidas de desestatização a ser implementadas serão autoritariamente definidas por Decreto e passarão a desfrutar a condição de “prioridade nacional”, tratada como tal por todos os agentes públicos de execução ou de controle. Em outras palavras, se bradamos outrora, e com razão, contra a elevação de algumas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) à condição de empreendimentos de interesse nacional (acima do interesse público) seremos agora, massacrados, por um novo e mais potente status jurídico, a prioridade nacional.
A execução dos projetos de desestatização ficará a cargo de uma nova institucionalidade comandada pela “inteligência golpista”: o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República, um órgão de assessoramento imediato ao Chefe do Poder Executivo que passa a incorporar as atribuições do Conselho Nacional de Desestatização criado pela mesma Lei N° 9.491, de 1997, que esteve à frente das privatizações de FHC.
O Conselho – composto pelos ministros da Casa Civil, Fazenda, Planejamento, Portos e Aviação Civil, Meio Ambiente e BNDES – será presidido por Moreira Franco, conhecido por apelidos como “camaleão” e “anjo mau”. Sua fama vinculada a licitações viciadas é tão notória quanto seus apelidos. No governo do Rio enfrentou acusações repetidas de desvios e concorrências fraudulentas.
2) Transforma-se a infraestrutura, em todos os níveis federativos, na nova fronteira de acumulação e lucratividade para investidores nacionais e estrangeiros.
Não se pode dizer que esta parte do projeto golpista seja realmente nova. A identificação da infraestrutura como gargalo e ao mesmo tempo oportunidade de lucro é bem antiga noBrasil, e uma realidade governo após governo. A novidade nesse caso é a disposição muito mais firme de colocar esta fronteira, inclusive nos planos estadual e municipal, acima de tudo e todos e sob comando central.
Isto significa na prática, garantir o terceiro ponto da MP.
3) Eliminam-se os obstáculos (sociais, ambientais, culturais, trabalhistas) que possam postergar ou afetar a rentabilidade esperada pelos investidores privados.
As estratégias estão umbilicalmente amarradas na MP. Sob o comando central da “inteligência do golpe”, todos os órgãos – em todos os níveis federativos – terão o “dever de atuar, em conjunto e com eficiência, para que sejam concluídos, de forma uniforme, econômica e em prazo compatível com o caráter prioritário nacional do empreendimento, todos os processos e atos administrativos necessários à sua estruturação, liberação e execução”.
O conceito de liberação é claro na MP: “a obtenção de quaisquer licenças, autorizações, registros, permissões, direitos de uso ou exploração, regimes especiais, e títulos equivalentes, de natureza regulatória, ambiental, indígena, urbanística, de trânsito, patrimonial pública, hídrica, de proteção do patrimônio cultural, aduaneira, minerária, tributária, e quaisquer outras, necessárias à implantação e à operação do empreendimento.
Trocando em miúdos, Ibama, ICMBio, Funai, Fundação Cultura Palmares, IPHAN que hoje participam do licenciamento trifásico (Licença Prévia, Licença de Instalação, Licença de Operação) e atuam com seus muitos limites e debilidades para evitar que empreendimentos passem por cima das leis de proteção do meio ambiente, de indígenas e outros povos e comunidades tradicionais, serão convocados pelo “poder central” para cumprir com seu dever de emitir as licenças necessárias aos empreendimentos que o Conselho definir como prioritários.
É importante lembrar que, no Legislativo, o movimento de flexibilização da legislação ambiental e em específico do licenciamento está em estágio avançado de tramitação. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 65/2012 acaba de vez com o licenciamento. O Projeto de Lei (PL) 3729 acaba com grande parte do sistema de licenciamento ambiental. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 654/2015, de autoria do Senador e agora ministro do Planejamento Romero Jucá, define um prazo curtíssimo para o licenciamento de grandes obras consideradas estratégicas pelo governo, como grandes hidrelétricas e estradas e também prevê que em caso de descumprimento dos prazos as licenças estarão automaticamente aprovadas.
Se convertida em lei, a MP 727 tornará dispensável a própria a aprovação do Projeto de Jucá. Mais um golpe dentro do golpe!
4) Constrói-se, no interior do BNDES, um braço privado. Terá por finalidade estruturar os projetos do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), para que possam, depois, serem financiados pela parte do banco que ainda convém que seja público, posto que lhe oferece crédito subsidiado.
Contrariando a ideia de que o BNDES seria mais um banco no alvo da privatização, o núcleo duro do golpe lhe reservou um renovado e estratégico papel: garantir as condições financeiras e técnicas para a estruturação dos projetos de infraestrutura a ser assumidos pela iniciativa privada. O BNDES passa a ter agora a atribuição de criar e gerir o Fundo de Apoio à Estruturação de Parcerias (público-privadas), que possui natureza privada e patrimônio próprio. Suas duas principais fontes de recursos serão: a) os recursos aplicados por pessoas físicas ou jurídicas, de direito público e privado, inclusive de organismos internacionais que, obviamente, se interessam na construção dos projetos de parcerias; b) os recursos recebidos pela alienação de bens e direitos (privatizações?).
Os projetos robustecidos e validados pela capacidade técnica e financeira conferidas pelo braço privado do BNDES estão, assim, prontos para serem licitados. A MP não deixou escapar, ainda, a clara orientação para que todo esse processo seja feito sem transparência nenhuma já que prevê que o estatuto do Fundo “deverá prever medidas que assegurem a segurança da informação”.
Em síntese, no caso do BNDES, todo o esforço de transparência e o ainda tímido compromisso de construção de uma “Política Socioambiental” caíram por terra.
Esse é o projeto político ideológico que já se anunciava na Agenda Brasil, na Ponte para o Futuro, e que agora se consolida com o golpe como a Ponte para o Passado: sem licenciamento, sem política socioambiental, sem travas e amarras, sem estado democrático de direito, sem voto popular e sem vergonha.
*Original de Outras palavras – Alessandra Cardoso é economista, mestre em desenvolvimento econômico e assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). http://outraspalavras.net/brasil/governo-temer-o-plano-oculto/

terça-feira, 19 de julho de 2016

Educação para o futuro

Muitos são os métodos pedagógicos que podem ser aplicados na educação infantil. Nos países escandinavos a ideia é integrar as crianças através de uma busca pelo sentimento de pertencer à sociedade, tentando dar uma visão de grupo superior à individual, outras buscam fazer com que o indivíduo tenha uma visão crítica do mundo ao seu redor, outras buscam ensinar a aceitar e respeitar as diferença, mas nunca tinha ouvido falar em algo assim.

Quem sabe essa não é uma das chaves para o futuro da humanidade?

E se as escolas ensinassem generosidade?

Um menino de 7 anos está chorando e esperando a mãe vir buscá-lo na escola porque cortou o queixo e precisa ir para o hospital. Ele está assustado e com medo. As outras crianças também estão confusas, não sabem muito bem como lidar com suas emoções diante do infortúnio do amiguinho. A professora pergunta aos alunos: "O que podemos fazer para ajudar nosso amigo machucado?" Um aluno responde: "Podemos praticar generosidade!" - e assim os alunos se posicionam em um círculo e começam a dizer frases de apoio e desejar a melhora do amiguinho. Esse é o tipo de coisa que pode acontecer quando se ensina generosidade na escola.
As professoras americanas Laura Pinger e Lisa Flook desenvolveram, em parceira com o "Center for Healthy Minds" da Universidade de Wisconsin, um currículo para ensinar generosidade. Porque ensinar a ler e escrever é o qualquer escola faz, né? As professoras americanas desenvolveram um programa de 12 semanas, em que duas vezes por semana, durante 20 minutos, crianças na faixa de 6-7 anos foram apresentadas a histórias e exemplos práticos sobre: cultivar generosidade, estar consciente e atento ao momento presente e regular as próprias emoções.
Os resultados da experiência foram promissores. As crianças que absorveram o programa de 12 semanas, melhoraram suas notas, sua habilidade de se relacionar com os colegas, se mostraram mais flexíveis, mais dispostas a fazer sem esperar nada em troca e aprenderam a controlar melhor suas emoções negativas.
Por que ensinar generosidade na escola?
O ambiente escolar pode ser muito estressante para as crianças. Se não fosse apenas os problemas e dificuldades que alguns já trazem de casa, muitos alunos tem dificuldades em fazer amigos e tirar notas boas. Se sentir excluído, ignorado ou objeto de implicância e gozação é muito doloroso.
Crianças incentivadas a serem gentis e conscientes são capazes de mudar completamente o ambiente escolar. Os alunos podem se colocar no lugar do outro, como na situação do menino que quebrou o queixo, e tentar entender o que ele está sentindo. A empatia constrói pontes entre os alunos, professores e até os pais. Ensinar generosidade não requer mudanças de políticas públicas, nem grande envolvimento por parte da administração escolar.
Como fazer da generosidade uma "matéria" escolar
Para ensinar generosidade as professoras americanas usaram livros, músicas e também desenvolveram atividades criativas que permitem a compreensão dos conceitos de empatia e atenção plena (mindulfness) dos pequenos. O painel abaixo é um exemplo de atividade. O painel representa o "jardim da bondade". Todas as vezes que as crianças praticavam um ato altruísta ou se beneficiavam da generosidade de algum colega, elas deveriam colar um adesivo no painel. A ideia é mostrar para as crianças que a amizade é como um plantinha que tem ser cuidada para florescer.
Outro exemplo de atividade é o "Peace Wands" (varinhas da paz): duas crianças são colocadas uma de frente para outra, cada uma com uma varinha. Uma criança segura uma varinha com um coração na ponta - e ela irá "falar do fundo do coração" - enquanto a outra segura uma varinha com um estrela na ponta e será o "ouvinte estrela", escutando com atenção e repetindo o que o colega diz. Segundo as professoras, essa atividade trouxe resultados positivos quando havia conflitos entre os alunos. O exercício estimula as crianças a prestarem atenção no que diz seu interlocutor, expressar seus sentimentos e desenvolver empatia.

O currículo da generosidade foi baseado ainda em pontos chaves como:
Atenção: Alunos aprendem que podem escolher onde focar sua atenção. Os alunos foram encorajados a focar sua atenção em uma série de estímulos externos (o som do sinal do recreio, a aparência de uma pedra...) e estímulos internos (está se sentindo feliz ou triste). Isso ajuda as crianças a direcionaram o foco da sua atenção e manter a concentração.
Respiração e o corpo: Alunos aprendem a usar a respiração. Deitados no chão com a barriga para cima, eles escutavam uma música de relaxamento e colocavam um bichinho de pelúcia em cima da barriga. Como o movimento de expirar e inspirar as crianças deviam tentar fazer o bichinho dormir. Durante o processo de prestar atenção na própria respiração, as crianças se tranquilizavam.
Emoções: Como são as emoções? Como as sentimos? Como saber o que nós mesmo estamos sentindo? Aqui um jogo foi usado para fazer os alunos refletirem sobre emoções. A professora encenava vários tipos de humor (triste, brava, feliz, surpresa...) e as crianças tinham que adivinhar o que era, e como esta emoção é sentida fisicamente no corpo.
Perdão: Crianças pequenas podem ser muito duras com elas mesmas e com outras crianças. Aqui a ideia era ensinar que todo mundo comete erros e pode ser perdoado. Uma das atividades foi a leitura de um livro que contava a história de uma menina que cometia um erro e era perdoada pelos pais.
Gratidão: Os alunos foram estimulados a reconhecer atos de bondade que outras pessoas tinham para com eles. Fizeram um jogo no qual as crianças tinham que assumir papéis de pessoas que prestam serviços para a comunidade (um bombeiro, um motorista de ônibus, uma enfermeira).
egundo Laura Pinger e Lisa Flook, as professoras que desenvolveram o currículo da generosidade, essas frases funcionaram muito bem com as crianças: "Que eu esteja seguro, que eu seja feliz, que eu tenha saúde e que eu esteja em paz."  As afirmações devem ser estendidas para outras pessoas e até para comunidades inteiras. "Que meu amigo esteja seguro e seja feliz" - "Que todos no meu país tenham saúde e possam viver em paz" -Que todas as crianças do mundo estejam em segurança"
Quando o menino machucou o queixo, as crianças se posicionaram em círculo e e falaram frases como essas. No meio do estresse causado pela imagem do queixo sangrando e pelo sofrimento do colega, o exercício ajudou os alunos a encontrarem conforto para eles mesmas e para o amigo. Quando o menino voltou à sala de aula, os amiguinhos contaram que fizeram um "roda de bons desejos" para ele enquanto ele estava no hospital. São essas pequenas atitudes em sala de aula que podem transformar as escolas em lugares mais fraternais e dessa maneira formar toda uma geração de pessoas mais generosas e cidadãos mais conscientes.

Este texto é uma adaptação livre do artigo: "What if Schools Taught Kindness? publicado em um site muito bacana que a gente adora: Greater Good - The Science of a Meaningful Life

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Transporte aquaviário neles!

Dois pontos a serem destacados na reportagem abaixo, e sobre o que andou dizendo Mareira Franco.

O primeiro é sobre a necessidade de melhorarmos nossa logística de transporte, como forma de diminuirmos o chamado "custo Brasil", e a competitividade de nossos produtos no exterior. Mas isso é antigo, isso é prioritário, e isso também é eterno, porque a medida que a economia avança, que novas demandas e tecnologias de transporte aparecem, novas soluções são necessárias.

E no contexto de melhorar o transporte de nossas mercadoria, aparece com destaque o transporte aquaviário e a Marinha Mercante em si. Sem uma Marinha Mercante arvorando nossa bandeira, atuando na costa e no longo curso, permitindo aos brasileiro dizer quanto irão pagar por esse transporte, seguiremos com um sério hiato na nossa logística de transporte.

Mas há também que se fazer uma seríssima pergunta:

Não é o mercado que tem que se regular e buscar soluções para seus problemas? Por que o Estado está se metendo nisso? Que história é essa de Lei de Concessões? 

Explico. Não existe essa bobagem de livre iniciativa encontrando soluções para os problemas. O que existe é o Estado apoiando empresas, empresários e investidores, e deixando, aí sim, seus trabalhadores entregues à própria sorte. Às vezes até mesmo retirando direitos dos trabalhadores, como foi o caso com Fernando Collor, que quando assumiu anulou todos os acordos coletivos de trabalho através de decreto.

Abram o olho, querem acabar com seus direitos para aumentar o lucro de empresas.



O Estado do Paraná – Reportagem – 15/07/2016

País precisa de logística adequada para diminuir custos, diz Moreira Franco

O secretário-executivo do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), Moreira Franco, afirmou nesta quinta-feira, 14, que é necessário construir uma rede de logística que permita a diminuição de custos do País, sinalizando que as próximas concessões de infraestrutura terão esse objetivo em mente.

Estadão Conteúdo

"Nós perdemos a qualidade de produção de projetos, não temos projetos adequados. O Brasil não tem um banco de projetos", disse Moreira, durante evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo o secretário-executivo, a falta de projetos adequados aparece como empecilho para a elaboração do plano de concessões. "Estamos trabalhando para restabelecer, no orçamento do governo, recursos públicos que sejam destinados à elaboração de projetos."

Moreira ainda afirmou que o governo trabalha com a expectativa de apresentar uma agenda na primeira reunião do Conselho do PPI, em agosto. "Nós temos uma proposta de colocar uma licitação de uma ferrovia e, ao mesmo tempo, na mesma licitação, dois pontos portuários, para que se possa começar a ter filosofia distinta da praticada até agora". No entanto, Moreira não deu detalhes sobre quando o edital dessa e de outras licitações serão lançados.

O secretário-executivo do PPI ainda ressaltou que o governo trabalha para
resolver problemas no plano do crédito às concessões de infraestrutura,
afirmando que o BNDES não poderá desempenhar o mesmo papel cumprido na última etapa. "Estamos trabalhado para estruturar uma modelagem que seja eficaz e abra um ambiente concorrencial, que traga bancos comerciais e estrangeiros e crie um ambiente de negócios capaz de gerar confiança."

Licitações

Moreira Franco ainda afirmou que o País precisa dispor de uma Lei de Licitações que seja "compreensível". "Precisamos juntar todas as iniciativas,
interpretações dos órgãos de controle, Poder Judiciário, e consolidar tudo numa lei que seja eficaz."

O secretário-executivo ainda se disse aberto a sugestões do empresariado em relação à consolidação de uma Lei das Licitações. "O ambiente, hoje, é muito favorável a isso."