quarta-feira, 27 de julho de 2016

Venda da Transpetro?

Vou ser muito curto, e ainda mais grosso.

Basta ver os números para ficar muito claro que nada justifica a privatização da Transpetro, a não ser, talvez, um entreguismo barato e covarde, que está muito alinhado com a forma como pensam e agem muitos desse país. 

Na verdade, a venda da Transpetro será um duríssimo golpe na Estatal brasileira e em projetos de soberania e desenvolvimento do país.

Se tem um desservirço que alguém pode fazer ao país e as vendas de ativos altamente rentáveis, e que permitam ao governo exercer a opção de regulamentação no "Deus Mercado" quando for necessário.

Não permitam que isso aconteça. Será um desastre para o país.




Transpetro deve ser dividida em duas para a venda

Com o ex-presidente Sérgio Machado no centro de escândalos ligados à cúpula do PMDB, a Transpetro, subsidiária de logística da Petrobras, é o próximo foco do programa de desinvestimentos da estatal. Com aval do governo interino, o novo presidente da petroleira, Pedro Parente, deverá acelerar o processo de reestruturação na empresa, com a divisão em duas áreas de negócio. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a Petrobras deverá abrir mão do controle da empresa.

Dois comitês, batizados internamente de ‘Olinda’ e ‘Ipanema’, analisam a venda de ativos da área naval e de infraestrutura terrestre, como terminais e a malha de dutos. Junto com a BR Distribuidora e a Liquigás, a Transpetro é um dos projetos considerados “prontos” para negociação, mas não há prazo definido.

A subsidiária é um dos principais ativos da área de abastecimento. Em 2015, repassou à estatal lucro de R$ 1,2 bilhão. Apenas a área de dutos e terminais, considerada de maior potencial, foi responsável por 78% da receita operacional da subsidiária em 2015, R$ 6,5 bilhões.

A Transpetro é dona de 14 mil km de dutos que interligam refinarias e terminais aos principais centros consumidores, além de 49 terminais de armazenamento, carga e descarga de petróleo, gás e derivados. Na área de serviços marítimos, a companhia administra frota de 55 navios, dos quais cerca de 20 integram uma lista de alienação prevista para os próximos cinco anos.

A dificuldade do negócio, segundo fontes, passa pelo controle da Petrobras. Os terminais pertencem à estatal e foram cedidos à Transpetro. Para incluí-los no projeto seria necessário uma reestruturação dos ativos. Outro empecilho é a dependência da subsidiária em relação à controladora – 98% do seu faturamento vem de serviços prestados à Petrobras.

“Se a Petrobras perde o controle, ou ela constrói outros terminais ou paga para usar os atuais a preços de mercado”, avalia o presidente do Sindicato dos Marítimos (Sindmar), Severino Almeida Filho. “Uma cláusula de uso reduziria o valor do negócio. E o que ela quer é valorizar”, completa o sindicalista, que espera grande mobilização de marítimos e petroleiros contra a venda.

Os estudos para a venda foram iniciados ainda em 2015, e um parecer de bancos envolvidos no negócio foi entregue no início deste ano. No período, a subsidiária criou uma gerência dedicada à prospecção de novos clientes. Há duas semanas, antes da troca de comando na Petrobras, o ex-presidente Aldemir Bendine se reuniu na sede da Transpetro com seu presidente, Antonio Rubens Silvino.

A primeira visita em 15 meses da gestão reforçou a apreensão interna sobre a venda. Funcionários relatam que a subsidiária está “paralisada” desde as primeiras citações na Operação Lava Jato, em 2014, que resultaram na saída do ex-presidente Sérgio Machado.

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