Vou ser muito curto, e ainda mais grosso.
Basta ver os números para ficar muito claro que nada justifica a privatização da Transpetro, a não ser, talvez, um entreguismo barato e covarde, que está muito alinhado com a forma como pensam e agem muitos desse país.
Na verdade, a venda da Transpetro será um duríssimo golpe na Estatal brasileira e em projetos de soberania e desenvolvimento do país.
Se tem um desservirço que alguém pode fazer ao país e as vendas de ativos altamente rentáveis, e que permitam ao governo exercer a opção de regulamentação no "Deus Mercado" quando for necessário.
Não permitam que isso aconteça. Será um desastre para o país.
Sincomam – Reportagem – 13/06/2016
Transpetro deve ser dividida em duas para a venda
Com o ex-presidente Sérgio Machado no centro de escândalos
ligados à cúpula do PMDB, a Transpetro, subsidiária de logística da
Petrobras, é o próximo foco do programa de desinvestimentos da estatal. Com
aval do governo interino, o novo presidente da petroleira, Pedro Parente,
deverá acelerar o processo de reestruturação na empresa, com a divisão em duas
áreas de negócio. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de
notícias em tempo real da Agência Estado, a Petrobras deverá abrir mão do
controle da empresa.
Dois comitês, batizados internamente de ‘Olinda’ e
‘Ipanema’, analisam a venda de ativos da área naval e de infraestrutura
terrestre, como terminais e a malha de dutos. Junto com a BR Distribuidora
e a Liquigás, a Transpetro é um dos projetos considerados “prontos” para
negociação, mas não há prazo definido.
A subsidiária é um dos principais ativos da área de
abastecimento. Em 2015, repassou à estatal lucro de R$ 1,2 bilhão. Apenas a
área de dutos e terminais, considerada de maior potencial, foi responsável
por 78% da receita operacional da subsidiária em 2015, R$ 6,5 bilhões.
A Transpetro é dona de 14 mil km de dutos que interligam
refinarias e terminais aos principais centros consumidores, além de 49
terminais de armazenamento, carga e descarga de petróleo, gás e derivados.
Na área de serviços marítimos, a companhia administra frota de 55 navios,
dos quais cerca de 20 integram uma lista de alienação prevista para os
próximos cinco anos.
A dificuldade do negócio, segundo fontes, passa pelo
controle da Petrobras. Os terminais pertencem à estatal e foram cedidos à Transpetro.
Para incluí-los no projeto seria necessário uma reestruturação dos ativos.
Outro empecilho é a dependência da subsidiária em relação à controladora –
98% do seu faturamento vem de serviços prestados à Petrobras.
“Se a Petrobras perde o controle, ou ela constrói outros
terminais ou paga para usar os atuais a preços de mercado”, avalia o
presidente do Sindicato dos Marítimos (Sindmar), Severino Almeida Filho.
“Uma cláusula de uso reduziria o valor do negócio. E o que ela quer é
valorizar”, completa o sindicalista, que espera grande mobilização de
marítimos e petroleiros contra a venda.
Os estudos para a venda foram iniciados ainda em 2015, e um
parecer de bancos envolvidos no negócio foi entregue no início deste ano.
No período, a subsidiária criou uma gerência dedicada à prospecção de novos
clientes. Há duas semanas, antes da troca de comando na Petrobras, o
ex-presidente Aldemir Bendine se reuniu na sede da Transpetro com seu
presidente, Antonio Rubens Silvino.
A primeira visita em 15 meses da gestão reforçou a apreensão
interna sobre a venda. Funcionários relatam que a subsidiária está
“paralisada” desde as primeiras citações na Operação Lava Jato, em 2014,
que resultaram na saída do ex-presidente Sérgio Machado.
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