Concordo com Walter Santos no conteúdo da coisa. Eticamente e até mesmo por força do cargo e da responsabilidade, nada mais correto, mais "justo", que Moro desse prosseguimento "real" à Lava-jato, investigasse e punisse todos aqueles contra os quais se encontrassem provas incriminando. Nada dessa baboseira de "domínio de fato", que é absolutamente contrário ao Estado de Direito, mas consigam provas concretas, que mostrem que os acusados e delatados promoveram os atos de desvios e corrupção, que reconhecidamente conheciam os fatos e nada fizeram para deter os acontecimentos, e acabaram por se beneficiaram diretamente deles.
Mas por tudo o que Moro já fez, por tudo que já disse, por tudo que não fez, não acredito que ele faça isso. A Lava-jato não foi criada para passar o Brasil a limpo, muito menos para colocar bandidos na cadeia, salvo os do PT, que não necessariamente precisam ser bandidos. Ao contrário, a cada dia que passa estou mais convencido de que ela foi criada com a única e exclusiva função de mais uma vez ligar o PT e seus membros a crimes de corrupção, como forma de criar comoção pública em apoio ao golpe.
Nada justifica que Senadores e Deputados de partidos como PSDB, PMDB, DEM, etc, flagrados em gravações de conversas, delatados, ou mesmo contra os quais já existam várias outras provas, sigam em seus cargos, circulando e articulando livremente. Alguns são apenas parentes e/ou amigos desses políticos, sem nenhum tipo de foro privilegiado, mas a atitude inerte é a mesma. Ok, Moro não é o responsável direto em conduzir investigações contra essas figuras políticas de República, mas poderia dar andamento e encaminhar ao Tribunal competente. Não o faz. Ao contrário, ignora solenemente tudo isso, sejam os acusados políticos ou não.
Talvez eu me engane, mas tudo indica que, ainda que no mundo ideal todos sejam iguais perante a Lei, no Mundo Encantado da República de Curitiba, alguns parecem ser mais iguais que outros.
A cada revelação, a constatação de que o sistema público brasileiro anda apodrecido
2 de Julho de 2016
O processo denominado de “Lava Jato” iniciado lá atrás a partir da descoberta pela Receita Federal de volume assustador de movimentações financeiras pelo doleiro Yousseff, em Brasilia, nem de longe poderia imaginar que nas fases mais adiante estaria diante da desnudação de que o Sistema Público brasileiro envolvendo todas as instâncias de Poder está tomado de ações de desvios de recursos públicos atingindo renomados nomes do País. Em síntese, a corrupção tomou conta dos Poderes.
Na essência, ao ser constatado de que a cada dia ou semana novos fatos “cabeludos” são revelados envolvendo nomes poderosos da República, está mais do que claro que o conjunto de Poderes anda apodrecido.
A VEZ DO JUDICIÁRIO
Pelo que se comenta com insistência nos bastidores de Brasilia, o próximo alvo dos escândalos de desvios de recursos públicos será a cúpula do Judiciário Brasileiro, através de membros do Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.
Não é à tôa que, também em Brasilia, fala-se com frequência de que o STF só não decretou a prisão preventiva dos senadores Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá porque isto implicaria em revelação pelos parlamentares de nomes do Judiciário envolvidos em tramas de desvios.
Da mesma forma dir-se-ia do pedido de prisão do deputado federal Eduardo Cunha não ser deflagrado porque ele ameaçou citar nomes de ministros e até do presidente interino Michel Temer em esquemas – algo que desabaria o “status quo” de quem comanda o Impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Cunha foi ao Palácio dizer isso a Temer, conforme fala-se na Capital Federal.
E tudo isto é um absurdo inominável porque cada vez mais fica explicito de que a derrubada e/ou afastamento da presidenta fazia e faz parte de uma tentativa de sufocar e acabar com os desdobramentos da “Lava Jato”, algo que agora nem o Juiz Sérgio Moro nem o STF tem mais condições de implodir.
FOCAR SÓ NO PT JÁ NÃO FUNCIONA
Qualquer observador mirim, mas atento, pode constatar que a esquematização entre setores do Judiciário, Ministério Público, PF com respaldo da Grande Midia para fulminar e extinguir o PT e sua maior liderança, o ex-presidente Lula, já não funciona na mesma intensidade.
Nem mesmo a imposição radical de prender desnecessariamente o ex-Ministro Paulo Bernardo como forma de evidenciar negativamente o PT, consegue mais se manter com abrigo legal e efeito pretendido porque, também está evidente, a postura do Judiciário, em especial do Juiz Sérgio Moro, de omitir qualquer ação punitiva contra os lideres do PMDB, PSDB, DEM, etc – muitos envolvidos em delações, como o senador Aécio Neves, sem que haja uma só ação de Moro.
A cada dia que passa, o Juiz se vê abarrotado de graves denúncias envolvendo Figuras, então exponenciais da Política, fazendo-o, irreconhecivelmente, negar o acatamento de delações muito especiais, a exemplo do empresário Marcelo Odebrecht porque em acontecendo mostrará ao Brasil a realidade de envolvimento de todos os Poderes na corrupção e desvios no País.
Mas, por incrível que pareça, Moro não quer aceitar a delação de Marcelo.
Ele, que faz de tudo para ficar na história como carrasco exclusivo do PT, também já não tem mais como segurar a onda em contrário, não dos petistas e de Lula, mas de denúncias escabrosas contra os partidos no comando do Poder.
Moro está obrigado a tocar para frente os processos contra “aliados” de pensamento ideológico, porque o Brasil precisa passar a limpo quem de fato são os ratos de porão do Sistema Público brasileiro.
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