As maiores economias do mundo são também aquelas em que os governos mais intervêm em suas respectivas economias. O caso da China com os Valemax é emblemático, pois a China criou artificialmente uma falta de demanda para as embarcações, de forma a forçar a Vale do Rio Doce a abrir mão de operá-las, e repassando tranquilamente o controle das mesmas a armadores chineses, que agora podem impor e controlar o custo dos fretes para o minério de ferro.
Mas isso está escrito ai embaixo, no artigo retirado do Poder Naval, e que mostra exatamente aquilo que o Blog dos Mercantes vem dizendo há bastante tempo, ou seja, que a Marinha Mercante é peça fundamental no jogo econômico, como forma de possibilitar o escoamento da produção e o comércio internacional, e também como forma de aumentar a competitividade dessa produção e nesse comércio.
Mas o que todos se esquecem de dizer, é que o domínio dessas ferramentas não é simplesmente fruto das boas vontades do mercado, mas das articulações e intervenções de governos.
Os armadores chineses estão com o poder de controlar os preços dos fretes do transporte do minério de ferro, e isso graças à intervenção de seu governo.
Precisamos parar de acreditar nessas bobagens de livre mercado. Isso não existe, isso não se aplica. O crescimento e o desenvolvimento de nações são diretamente ligadas ao grau de intervenção de seus governos na economia. O que é diferente de o governo deter meios de produção.
E acima de tudo, um governo não pode retirar direitos de seus trabalhadores, de sua população.
Porque não existe crescimento econômico, se não houver avanço social de sua população e trabalhadores.
Com a compra de 30 navios
Valemax, avaliados em mais de US$ 2,5 bilhões, a China ampliará seu
controle sobre as exportações brasileiras de minério de ferro e terá poderes
para regular as taxas de frete do mercado internacional nos próximos dez
anos ou mais. O Valemax é o maior graneleiro do mundo, com capacidade para
até 360 mil toneladas.
“Mais uma vez, a China mostrou
como o Estado deve adotar uma visão estratégica e de longo prazo, que
proporcione a abertura de novas oportunidades para suas empresas e seus
trabalhadores”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da
Marinha Mercante (Sindmar), Severino Almeida, ao comentar o significado da
operação num momento em que o Governo e a Petrobras discutem a venda de
ativos rentáveis da estatal.
O presidente do Sindmar ressaltou
que a China dá provas de sua sabedoria ao investir em um setor fundamental
para o desenvolvimento, como o de logística e transporte marítimo.
”O Brasil, ao contrário, recorre
a ações de curtíssimo prazo, visando resultados imediatos e ignorando o
interesse da Nação. A consequência é o desmantelamento de organizações, a
eliminação de postos de trabalho e a falta de perspectiva de um ambiente
econômico mais próspero.”
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