quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

2021 NA PROA!

Assim gritam os marinheiros a bordo.

Que o ano que chega esta noite traga a todos mais do que esperanças de dias melhores, traga realizações.

Que a vacina que chega com ele traga mais do que possibilidades, traga ações e concretudes.

E que a década que hoje termina (que foi mais uma década perdida para os brasileiros), fique para a história, e acabe efetivamente hoje.

Mudanças não são imediatas, mas elas precisam ter um início. 

Que esse início seja 2021.

FELIZ 2021 A TODOS(AS)! FELIZ DÉCADA DE 2020!

São nossos mais sinceros votos!


quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Ciro Gomes - A Crise Política

O título dessa postagem é exatamente o mesmo que foi usado na publicação no Youtube pelo Instituto de Estudos Avançados da UNICAMP. É longo, mas vale a pena ver, porque todos são temas que precisam ser debatidos e pensados pela população brasileira. Então, se nada de desastroso acontecer nesse restinho de um já desastroso 2020, só teremos uma postagem de bons votos de Ano Novo. 

Concorde você ou não, muito do que importa para a vida de todos está aí.


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Ciro Gomes e André Lara Resende no Diálogos do MyNews

Excelente conversa entre Ciro e André no programa Diálogos do canal MyNews. Além da excelente participação dos dois convidados, a âncora e apresentadora Mara Luquet, que atuou exatamente da forma que eu entendo que um apresentador deve se atuar, ou seja, ela serviu como elemento de ligação, e em alguns momentos provocador, mas sem entrar em polêmica direta com os convidados. Entendam, se você convida alguém para um debate com outro convidado, não cabe ao jornalista tomar partido, ainda que ela tenha "elogiado" Ciro em alguns momentos. Se o programa é de entrevistas, aí então é que esse procedimento não tem cabimento.

Mas se o jornalista quer dar sua opinião sobre determinados assuntos, então que ele faça uma coluna, como é o caso da Mariliz, que mantém uma coluna no mesmo canal.

De resto vale muito a pena assistir ao Diálogo entre Ciro e André. Além de demonstrarem conhecimento sobre o país, também vêm boas saídas para o mesmo.

E espero que o Canal não venha a apagar o vídeo aqui, e aproveito para convidar a assistirem a alguns programas deles.

"-Mas eles são liberais".

Sim, eles são, e eu não concordo com tudo o que é dito, o que não significa que não deva ver, e ainda menos que não me façam pensar.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Natal do Covid

Antes de tudo um Feliz Natal a Todos e Todas!

Mas apesar da época festiva e que leva as pessoas a se encontrarem, se congraçarem, e que costuma despertar ótimos sentimentos na maioria das pessoas, não custa lembrar que precisamos nos resguardar, porque queremos que esse, ainda que não seja o Natal ideal, não seja o último. Queremos que todos e todas possam comemorar o Natal do próximo ano também.

Sei das dificuldade de resistirmos a esses impulsos, mas tentem restringir ao máximo o grupo com o qual irão congraçar neste Natal, para que possamos congraçarmos com muito mais gente no próximo ano.

E mais uma vez Feliz Natal, que mais do que tudo é uma festa religiosa, e portanto, interior.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

As confusões bolsonaristas e o desvio de atenção

Bolsonaro vem subindo o tom outra vez. Ele está certo de ganhar a Presidência da Câmara, e também do Senado, tudo graças ao apoio do chamado centrão, e se isso acontecer, nada o impedirá de adquirir a estabilidade necessária, não só para chegar ao fim do mandato, mas também para blindar seus filhos e a si mesmo, e talvez até para tentar aprofundar suas ambições ditatoriais.

Sim, o que digo não está errado, porque não há necessidade primeira de um apoio incondicional das Forças Armadas para isso, ainda mais se eles se mantiverem 

Mas mesmo que não consiga conquistar as ambições acima, e vejam que são todas de cunho estritamente individuais, e nada têm a ver com bem-estar da população ou desenvolvimento do país, ainda assim desvia as atenções do mais nevrálgico que existe atualmente para Bolsonaro, sua família, e até seu governo, que são as acusações de corrupção miúda, mesquinha, que todos vêm praticando há anos durante seus mandatos.

Vejam, enquanto ele ataca vacina, segue defendendo medidas contrárias às recomendações científicas, pautas contra as minorias, tenta colocar setores complementares da sociedade uns contra os outros, praticamente todos se esquecem de cobrar explicações pelos vários crimes que ele e seus filhos cometem diuturnamente, e há tempos.

Crivella preso

O Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, foi preso hoje, em cumprimento a mandato expedido pela Desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita. Segundo a Desembargadora, mesmo a poucos dias do fim do mandato, a prisão se justifica devido ao risco de maiores danos ao erário público, e a continuidade da prática de crimes, que foram cometidos durante todo o mandato, e que teriam sido planejados ainda durante a campanha eleitoral de 2016.

Realmente não acompanho com tanto afinco as movimentações no Rio de Janeiro, mas algumas coisas me soam estranhas, e não por parte da Desembargadora em si, mas de todo o processo.

Senão vejamos: até onde sei, nenhuma nova denúncia foi adicionada a já longa lista de delitos atribuídos a Crivella e parte de sua equipe, sem contar prevaricação e desvio de finalidade que cometeu em vários momentos de seu mandato. Em termos de dinheiro fala-se de R$ 6 bilhões, inclusive com provas materiais, como a movimentação do dinheiro, etc. Mas como disse, até onde sei, todas as denúncias já existiam, e já estavam devidamente incluídas no processo de investigação, inclusive com provas e depoimentos.

Aí tenho a primeira pergunta: por que esse mandato, ou seu pedido, só foi emitido após passadas as eleições municipais? Por que Crivella não foi afastado antes da Prefeitura do Rio? 

Entendo que ele tinha sido proibido de participar da eleição, mas uma decisão judicial superior o recolocou no pleito, mas a questão aqui não é a Justiça se envolver ou não na política, mas apresentar constantemente pesos e medidas distintas para casos parecidos.

Outro ponto é a decisão monocrática da Desembargadora. Não li o pedido, nem a decisão da magistrada, mas o afastamento de um Prefeito, mesmo que em reta final de mandato, me parece que deveria ser tomado por colegiado, até para evitar erros, e também para evitar abusos (volto a repetir, não me parece ser o caso, até porque têm sido demonstradas provas dos desvios cometidos).

Mas o fato de que não tenha havido abuso ou erro, não significa que não venhamos a tê-los em outras oportunidades, então me parece que seria importante o Congresso se mobilizar e legislar sobre o afastamento de Prefeitos e Governadores. 

De qualquer forma não posso comemorar o ocorrido, seja porque foram cometidos crimes contra o povo carioca, seja porque vários eram previsíveis pelo discurso de Crivella. Além do mais, o fato de que se deva punir desvios, não significa que isso seja motivo de comemoração.



segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Covid-19 no Brasil

Nas últimas semanas o país perdeu mais alguns milhares de pessoas. Pais, mães, filhos, irmãos, primos, amigos, todos indispensáveis nas vidas de suas famílias e amigos. Também perdemos pessoas que entraram em nossas vidas, mesmo que nós não as conhecêssemos pessoalmente. Essas pessoas são os artistas, que nos trouxeram amor, alegria, tristeza, raiva, o riso, o choro.

A "gripezinha" já levou mais de 186.000 de nossos compatriotas, e vai passar facilmente dos 200.000.

Enquanto isso vemos um presidente que politiza a epidemia, as ações para minorar seus efeitos, e ainda faz de tudo para boicotar e sabotar essas ações.

Mas era o mesmo sujeito que dizia querer matar 30.000, e que disse que sua "especialidade é matar". 

E nesse quesito ele demonstrou ser bem eficiente, até porque age praticamente sem resistência.

O problema é que enquanto se discutem suas sandices, e nada fazem de efetivo contra elas, outros crimes cometidos por ele e seus filhos são colocados de lado. E a esses crimes se faz vista grossa, enquanto quem paga são os brasileiros, cada vez mais com suas vidas.

Lamentamos muito essas perdas, e lamentamos ainda mais porque elas não pararão por aqui.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Que entrevista interessante

Nascido na Polônia, fugiu do Nazismo quando pequeno, o luso-brasileiro André Jordan deu uma ótima entrevista ao portal sapo.pt. Vale a pena uma lida, que relembra momentos interessantes das Histórias de Portugal e Brasil, além de divulgar seu livro "Uma Viagem Pela Vida", que justamente fala da tragetória de Jordan, de seus contatos em altas esferas, e das dificuldades que teve ao investir em turismo em Portugal.

Achei uma entrevista interessantíssima, que vale a pena a leitura. O link para a entrevista completa no título abaixo.




ANDRÉ JORDAN: "PORTUGAL MUDOU MUITO, OS PORTUGUESES NÃO MUDARAM NADA"

29 nov 2020


Chegou a Portugal há 50 anos, mas antes deu a volta ao mundo, entre a fuga aos nazis e à guerra e o encontrar um caminho. André Jordan é conhecido pelo turismo de qualidade, mas a sua vida é muito mais do que isso.

É luso-brasileiro, mas foi na Polónia que nasceu, exatamente no ano em que Hitler assumiu o poder na vizinha Alemanha. Morou em Paris, Buenos Aires, Nova Iorque e Rio de Janeiro, mas escolheu Portugal para viver.

E foi no empreendimento que idealizou e promoveu no Algarve, a Quinta do Lago, que conheceu, sem aviso, o presidente polaco Lech Walesa, que acabaria por ser o impulsionador da viagem que o fez regressar casa - mas nunca teve coragem e visitar os campos de concentração criados pelos nazis.



quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Ciro Responde

Na semana passada fiz algumas considerações sobre as posições de Ciro, e algumas sugestões também. Pois bem, parece até que a coisa foi combinada, mas em sua live, quando respondia a perguntas de apoiadores, e também de detratores, ele não apenas respondeu a uma série de outras perguntas, mas também se posicionou exatamente da forma que eu descrevi, e também respondeu à sugestão de se aproximar mais da população.

Genialidade?

Não, apenas lógica.

E claro, Ciro mostra que está atento ao que se passa.

Quanto ao vídeo vale dar uma olhada.



terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Cangaço vive

Chegou a Portugal o problema de pequenas e médias cidades brasileiras, que se vêm ameaçadas pelo chamado "novo cangaço". É verdade que os casos ocorridos no início de dezembro em Santa Catarina, e no dia seguinte no Pará, levaram o problema a se tornarem de interesse nacional, e como se pode ver abaixo, internacional.

Mas o problema não é novo, e tenho conhecimento desse tipo de ação a pelo menos uma década. Ouvia casos em cidades pequenas.

Mas claro, seria demais que nossas autoridades fizessem algo contra isso.

É o cangaço Séc XXI. Mas se foi para a coisa ficar assim, por que mataram Lampião e Maria Bonita?

Cangaço moderno. Onda de assaltos aterroriza cidades inteiras no Brasil

No intervalo de 24 horas, em Criciúma, no sul do país, e em Cametá, no norte, dezenas de criminosos fortemente armados roubaram bancos e fizeram quem circulasse nas ruas de reféns. "São muito mais organizados do que o estado", acusa especialista


Na terça-feira, dia 1 de dezembro, os bares do centro da cidade brasileira de Cametá encheram-se, como sempre nas noites de futebol na televisão, mesmo na pandemia. Desta vez, o jogo estendeu-se até quase de madrugada porque Flamengo, do Brasil, e Racing Avellaneda, da Argentina, precisaram de desempatar o duelo dos oitavos-de-final da Taça dos Libertadores através de grandes penalidades. Mas, de repente, uma chuva de tiros disparada por dezenas de encapuzados chegados na escuridão em carros e motos substituiu a emoção dos penáltis pelo pânico generalizado.

Durante mais de uma hora e meia, a quadrilha, que visava assaltar uma agência do Banco do Brasil nas imediações, fez os clientes de um bar de escudo humano na troca de tiros com a polícia. Um deles, Alessandro Jesus Lopes, que trabalhava como animador de farmácia, acabaria morto. "Os bandidos bateram muito na gente", queixou-se um dos reféns em áudio disseminado na internet, "mas felizmente acabou, largaram-nos na estrada e acabou", contou outro sobrevivente.





segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Falsificação de assinaturas

Foi divulgado que o Ministério da Saúde enviou para o STF um plano de vacinação nacional, de acordo com o solicitado pelo órgão máximo da Justiça Brasileira. Também foi divulgado que o plano contava com a assinatura de médicos especializados nesses processos, e que vários deles negaram conhecimento do documento, e mais, qualquer participação ou assinatura na elaboração e avalização do mesmo.

Vamos resumir isso; a se confirmar essas denúncias: É CRIME!

E não importa se os criminosos serão ou não condenados pelo Judiciário Brasileiro, porque uma coisa é a Justiça, outra é a natureza de uma ação. Um crime pode ou não ser punido pela Justiça, mas o fato de que não haver punição não descaracteriza a prática criminosa.

No Brasil há uma enorme e urgente necessidade de pararmos de aceitar crimes sob a pecha de movimentos políticos.

Abin e Flávio Bolsonaro

Entendam uma coisa, ou Flávio Bolsonaro é um político, que já exerceu o cargo de Deputado Estadual, e agora é Senador da República, ou ele é filho do Presidente. Não dá para adaptar as condições de acordo com os interesses de momento.

Sendo assim a Abin jamais faria relatórios favoráveis para outros Senadores ou Deputados do país, ainda mais se fossem eles da oposição.

Então isso é desvio de função, apropriação do Estado, e uma série de outros delitos num só ato.

Mais alguns crimes cometidos pelo Presidente, tanto comuns, quanto de responsabilidade.

E daí?

Sim, e daí? Porque a verdade é que dificilmente se fará algo realmente efetivo contra todos esses abusos e desvios, porque Bosonaro não comprou a base necessária para passar seus pacote de maldades (ou esse pacote é de Guedes?) contra o povo brasileiro, já que essas passam com a voluntariosa contribuição de forças que dizem ser oposição ao Governo.

Mas Bolsonaro comprou a base necessária para blindar sua permanência no cargo, independentemente do que faça ou deixe de fazer.

Acontece que os ventos começam a soprar com mais força contra o Governo, afinal de contas, agora não teríamos mais uma eleição popular. Resta saber se a solução que passa ao largo da participação do Congresso será aceita pela parte armada do Governo?




domingo, 13 de dezembro de 2020

Análise de Henry Bugalho

A análise de Henry Bugalho sobre Ciro Gomes e suas posições são bastante corretas. E faço apenas quatro adendos, nenhum deles como forma de crítica à análise do youtuber, mas apenas para aprofundar um pouco a discussão.

O primeiro adendo é que Ciro nunca foi um revolucionário de extrema esquerda, disposto a destruir o Capitalismo, mas sempre se mostrou um reformista, alguém que quer amenizar as contradições do modo de produção, e dar um caráter mais humano e menos predatório ao sistema. Isso foi chamado de Social-democracia, e foi convencionado ser de esquerda. Ciro já se definiu assim, e o próprio Henry Bugalho também.

Segundo ponto é que Ciro nunca enganou ninguém quanto a isso. Ele já dava entrevistas defendendo o procedimento de aliança da centro-direita, centro e centro-esquerda logo após deixar o Ministério da Fazenda, fez isso no início dos anos 2,000, fez durante os governos do PT, e segue fazendo. Se ele vai conseguir não se sabe, mas é um caminho interessante, não por ir pelo meio, mas por propiciar um crescimento real das classes menos favorecidas, e médias.

O terceiro é que Ciro precisa ter cuidado com essas alianças. Já disse isso aqui, mas não custa repetir: as forças que Ciro tem buscado, seguidamente têm se alinhado com interesses da extrema-direita e da direita-extrema, e quase nunca com esses interesses reformistas. Talvez ele consiga esse acordo, embora eu duvide, porque apesar de conversar seguidamente com os líderes dessas correntes políticas, eles têm apoiado reformas que estão na contra-mão das propostas de Ciro, e acredito até que possam vir a apoiar o pdtista numa eleição, mas dificilmente manterão palavra nas reformas defendidas por ele.

Por último é interessante que Ciro realmente se engaje em seu projeto eleitoralmente. As universidades e associações de classe são importantes, mas ele precisa se aproximar mais do povo, das comunidades mais carentes, porque só assim ele conseguirá reverter seu quadro de 12% de eleitores.


sábado, 12 de dezembro de 2020

The Three Tenors LONDON 1996 (FULL CONCERT)

Os Três Tenores. Um dos mais festejados concertos já realizados. Jose Carreras, Luciano Pavarotti,  e Placido Domingo juntos. Três das maiores vozes da época, numa apresentação que entrou para a história.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Nada é perfeito, pratica e teoria são diferentes

A União Europeia briga em torno de um projeto de retomada vigoroso da economia do continente, ou de um aprofundamento da recessão causada pela crise sanitária do Covid-19.

Vejam, os governos dos países desenvolvidos mantêm políticas pesadas de subsídio de suas economias, seja através de isenções fiscais, seja através de financiamentos disfarçados de encomendas governamentais. Isso é praxe. 

Mas quando suas economias entram em receção, aí eles aumentam ainda mais a transferência de verbas para a economia, como forma de promover o reaquecimento econômico.

Porque não existe economia avançada, forte, e nação desenvolvida, que sobreviva sem interferência e apoio governamental.

Mas sempre tem aqueles que confundem o discurso ideológico liberal, com as práticas do dia a dia, que não costumam refletir o discurso nas nações mais desenvolvidas. Isso se expressa abaixo.

União Europeia dá até amanhã a Hungria e Polónia para levantarem o veto

"Precisamos de sinais claros da Hungria e da Polónia hoje ou amanhã, o mais tardar. Se não os tivermos provavelmente teremos que ir para o cenário 'B'"

Os governos da União Europeia vão ativar o plano para lançamento do fundo de recuperação europeu sem a Hungria e a Polónia, caso os governos destes dois países não deem "sinais claros" da sua vontade em suspender o veto ao pacote orçamental nas próximas horas, o mais tardar até terça-feira (8).

Segundo fontes europeias consultadas pela agência Europa Press, o cenário central é que Budapeste e Varsóvia finalmente concordem em desbloquear o orçamento da UE para os próximos sete anos e o plano anti-crise de 750 mil milhões de euros, mas esta medida deve acontecer em breve ou o resto dos Estados-Membros "provavelmente" ativam uma alternativa para ir em frente sem eles.

"Precisamos de sinais claros da Hungria e da Polónia hoje ou amanhã, o mais tardar. Se não os tivermos provavelmente teremos que ir para o cenário 'B'", indicaram as mesmas fontes, numa uma semana chave para o futuro do fundo europeu.

A Hungria e a Polónia continuam a rejeitar o mecanismo que liga o desembolso da ajuda europeia ao respeito pelo Estado de direito, considerando que é arbitrário e, em protesto, recusam-se a ratificar o Quadro Financeiro Plurianual (QFP) e os 750 mil milhões para relançar a economia .

A Comissão Europeia já está a explorar as opções jurídicas que permitiriam a concretização do fundo europeu sem a aprovação destes dois estados membros, incluindo um sistema de garantias para que Bruxelas possa emitir dívida semelhante ao instrumento contra o desemprego (SURE), um acordo intergovernamental como aquele apoiado pelo Mecanismo de Europeu de Estabilidade (EMS) ou um sistema de "cooperação reforçada" que permite que os países que não querem participar sejam contornados.

Em qualquer caso, o que é "desejável" em Bruxelas é que Budapeste e Varsóvia se juntem aos restantes parceiros e retirem o seu veto, porque, de outra forma, poderiam ser feitos progressos com eles no que diz respeito ao fundo de recuperação mas não com o orçamento comunitário, que continuaria bloqueado.

Nesse cenário, a UE seria forçada a estender o orçamento de 2020 e aplicar um sistema em que apenas um duodécimo das contas deste ano pode ser gasto a cada mês. Além de conduzir a cortes significativos (que Bruxelas cifra em até 30.000 milhões de euros), isso significaria que os pagamentos não poderiam ser autorizados para todos os programas europeus para os quais a base jurídica deve ser renovada, o que afeta itens como a Política de Coesão , o novo programa Saúde e Erasmus.

Além disso, impediria o bloco de se comprometer com uma meta mais ambiciosa de redução das emissões de gases de efeito estufa até 2030, que pretende fixar em pelo menos 55%, pois bloquearia também o Fundo de Transição Justa, um dos principais instrumentos do a UE para cumprir seus objetivos climáticos





terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Pitacos, mesmo que atrasados

Moro na empresa que defende acusados da Lava-Jato

Muita gente já disse. e é apenas mais uma do "juiz honesto", depois de ter virado Ministro do ganhador de eleição, na qual ele prendeu o principal concorrente do vencedor sem nenhuma prova.

Compra essa honestidade quem quer, mas que ela vem com defeito de fábricação; vem.

Meninas assassinadas

As polícias cariocas deveriam fazer uma investigação realmente séria e profunda, colher provas robustas, e mandar para a Justiça julgar com imparcialidade, e punir os culpados com rigor. Mas não acredito que se encontrem as provas, e muito menos que os responsáveis sejam punidos.

E não falo isso por serem eles policiais ou não, porque não faço ideia de quem tenha atirado.

E numa polícia mal preparada, mal remunerada, mal equipada, e mal utilizada, a incompetência se torna história, ainda mais quando as vítimas são pobres.

A reeleição das Presidências das Casas Legislativas

Muita discussão, e uma tentativa, mais uma vez irresponsável, de fazer com que o STF legisle, dessa vez constitucionalmente, em detrimento dos dispositivos constitucionais consolidados (aqui no sentido de vigentes).

Não sou contra o texto constitucional, simplesmente porque ele estipula uma regra, e uma vez que se aplique a todos, ela não é discriminatória. Mas se não estão satisfeitos, façam passar uma Emenda Constitucional, e corrijam o que consideram errado, ou "injusto". Agora, Judiciário existe para fazer cumprir a regra, para dar a chamada "estabilidade jurídica", não para mudá-la de acordo com os interesses do momento.

Depois não entendem porque são criticados.

Vacinação

Inglaterra começa essa semana a vacinação, Rússia também, e se não me engano a China já vem vacinando sua população. Países europeus já estocam agulhas, seringas, e selecionam pessoal para iniciar o processo de vacinação, assim como começam a encomendar estoques para seus países. Até os EUA de Trump já tinha avisado que não iria poupar esforços para viabilizar a vacina a todos os seus cidadãos. 

No Brasil não se tem um único passo tomado pelo governo federal nesse sentido. Ao contrário, o governo Bolsonaro atrapalha no que pode, e todas as ações nesse sentido são tomadas por governos municipais e estaduais.

Impeachment?

E essa história de pesquisa e apoio ao presidente contra impeachment é balela, porque a população podia estar desiludida e Dilma podia ter pouco apoio, mas o impeachment sem causa concreta foi rejeitado amplamente. Tanto é que rachou o país no meio, mas mesmo assim foi levado a termo. 

Bolsonaro não cai não é por ter ou deixar de ter apoio, mas porque se rende a certos interesses. Acontece que ele está pulando a cerca, e começa a contrariar esses interesses. Agora ele pode estar realmente ameaçado, com ou sem o fisiológico centrão.

Ciristas e gabinete do ódio?

É mais do que conhecida a máxima na política, de que se alguém quer se safar de uma acusação, acuse os outros de fazerem aquilo que você faz, antes de as acusações chegarem a você.

É exatamente o que parece que está acontecendo no momento, quando fábricas de deturpação e distribuição de informações retalhadas de seus sentidos, apontam seus canhões contra aqueles que reagem ao serem atacados.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Veja se seu nome está na lista

 Confira a lista de “detratores do governo”

  • Jessé de Souza, sociólogo
  • José Fernandes Junior, professor de direito
  • Guga Chacra, jornalista
  • Nathália Rodrigues, youtuber conhecida pelo canal Nath Finanças
  • Eduardo Moreira, empresário
  • Vera Magalhães, jornalista
  • Hildegard Angel, jornalista
  • Jones Manoel, historiador
  • Cynara Menezes, jornalista
  • Silvio Almeida, professor de direito
  • João de Andrade Neto, jornalista
  • Rachel Sheherazade, jornalista
  • Claudio Ferraz, economista
  • Emir Sader, filósofo
  • Guilherme Caetano, jornalista
  • Palmério Dória, jornalista
  • Flávio VM Costa, jornalista
  • Márcia Denser, jornalista
  • Conrado Hubner, professor de direito
  • Gustavo Nogy, escritor
  • Guilherme Macalossi, jornalista
  • Brunno Melo, jornalista
  • Claudio Dantas, jornalista
  • Carol Pires, jornalista
  • Felipe Neto, influenciador e youtuber
  • Xico Sá, jornalista
  • Rodrigo Zeidan, economista
  • Luis Augusto Simon, jornalista
  • Marco Antonio Villa, historiador
  • Lucas Paulino, advogado
  • Igor Natusch, jornalista
  • João Carvalho, historiador
  • Sabrina Fernandes, socióloga
  • Pedro Meneses, jornalista
  • Joel Pinheiro, formado em filosofia (também aparece com favorável ao governo)
  • Lula Falcão, jornalista
  • George Marques, jornalista
  • Lucas de Aragão, cientista político
  • Matheus Hector, economista
  • Renan Santos, fundador do MBL
  • Alberto Benett, jornalista
  • Virgínia, advogada
  • João Romero, economista
  • Laura Carvalho, economista
  • Flávio Martins, professor de direito
  • Marcos Botelho, influenciador
  • Nildo Ouriques, professor de direito
  • Tiago Luís Pavinatto, professor de direito
  • Rubens Valente, jornalista
  • Luis Nassif, jornalista

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

O Campo Progressista Precisa Sair de Sua Bolha

Tenho visto o chamado Campo Progressista se digladiando em quem é mais agressivo, quem propaga fakenews, quem é vítima, quem é bandido. e ainda que até se unam às críticas a Bolsonaro, não avançam no diálogo com a população, porque perdem seu tempo a se destruírem mutuamente.

Verdade que o PDT e o PSB cresceram, assim como o PSOL e alguns outros partidos, mas o fizeram canibalizando legendas do próprio campo progressista, notadamente o PT, que segue com uma retórica alucinada de que cresceu, que está muito forte, etc.

Mas os outros não ficam muito atrás nessa retórica, quando comemoram seus crescimentos feitos com base na canibalização do próprio espectro político, e com esse espectro tendo tido uma retração em relação à ultima eleição municipal. Se contarmos as duas últimas, essa retração foi ainda mais sensível.



Ora, mas se está tão ruim, qual a solução? Antes de tudo, parem com as críticas mútuas desnecessárias. Algumas podem ser feitas, mas exclusivamente a portas fechadas, não em público, porque elas não levam absolutamente a nenhum avanço. Isso não significa não poder criticar, mas simplesmente criticarem o que é efetivamente relevante, não floreios.

Outro ponto que precisa ser entendido é que as redes sociais são importantíssimas, são realmente fundamentais, mas isso ainda não é substituto do contato direto com o povo. O crescimento da direita vem muito desse trabalho que é feito pelas igrejas pentecostais nos lugares mais pobres. Essa entrada foi facilitada porque os partidos de esquerda deixaram um espaço vago, e ainda perderam o espaço dos sindicatos, cada vez menos representativos dos trabalhadores, não pela baixa adesão sindical (que é histórica no Brasil), mas porque as maiores aglomerações de trabalhadores organizados vinham das indústrias, setor que perde cada vez mais o protagonismo na vida nacional.

Então é preciso que os partidos de esquerda consigam novamente se aproximar da população. Se não há mais a organização dos sindicatos, que criem outras formas de aproximação e/ou de organização de trabalhadores dentro da nova realidade brasileira.

Outra coisa é que é preciso ser pragmático dentro da própria esquerda. Claro que chegar ao segundo turno é passo fundamental para qualquer eleição, acontece que qualquer candidato de uma esquerda unida hoje em dia chegaria ao segundo turno, a questão vai a além, porque o já dizem os grandes especialistas, que o primeiro turno é uma corrida de preferência, mas o segundo é de anti-rejeição, ou seja, ganha o que consegue ensejar menos rejeição nos eleitores. A esquerda tem ferramentas para buscar uma chapa que consiga ser reamente competitiva no segundo turno, e ou se faz isso, ou existe a possibilidade de nem se chegar a essa etapa. Para isso os interesses dos partidos precisam ser suplantados pelos interesses nacionais e da população.

Por último esqueçam aliança de primeiro turno com partidos de direita. Mesmo que os programas sejam acordados numa aliança eleitoral prévia, eles não serão respeitados durante os governos, e a culpa recairá em cima de qualquer liderança de esquerda que esteja numa chapa com esse tipo de acordo, porque tal situação avaliza tais políticos como afinados com as políticas do líder da chapa, e com o partido que a encabeça. Vocês lembram do processo de impeachment de Dilma? Pois é, um vice de um partido fisiológico do centrão, com um monte de deputados que se elegeram com o aval da própria Dilma e do PT, e que votaram com suas conveniências de momento, esquecendo qualquer acordo eleitoral que tenha sido feito previamente. 

Por último é preciso deixar claro para a população, que se ela vota num presidente, governador, ou prefeito de esquerda, não adianta votar num deputado, senador, ou vereador de direita, porque ela estará minando as condições de governabilidade de seu candidato, e criando a necessidade de acordos para a simples estabilidade de governo, e praticamente impedindo qualquer reforma estrutural que viesse a beneficiar a população.

Nada disso é fácil, mas é preciso começar a ser feito o quanto antes, porque quem cresceu nas últimas eleições foi o a direita, e até a extrema direita, mesmo que Bolsonaro em si tenha minguado. Ou o Campo Progressista muda radicalmente sua tragetória, ou corremos o rico de ter o Rio de Janeiro 2020 refletido em 2022, com dois candidatos de direita (talvez os dois de extrema direira) na disputa do segundo turno.


segunda-feira, 30 de novembro de 2020

2º turno comprova tendências nas capitais

De modo geral as eleições municipais refletiram as tendências que tínhamos no primeiro turno, e que o blogueiro aqui indicou como resultado final. Claro que os números não foram exatos, e mais claro ainda que tivemos uma ou outra surpresa (ambas as situações mais do que esperadas), mas fato é que o resultado final não se alterou tão profundamente, apenas não tendo sido alcançado da forma que se esperava.

Batidos?

São Paulo - A previsão inicial era Covas 55% x Boulos 40%, e o resultado final foi Covas 60% x Boulos 40%. Não houve grande discrepância, apenas que Boulos não conseguiu reverter nada da rejeição inicial com que partiu na disputa, e que ela era ainda maior do que indicavam as pesquisas.

Rio de Janeiro - A previsão era Paes 60% x Crivella 30%.  Resultado Paes 64% x Crivella 36%. Também dentro do esperado.

Manaus - Não tinha feito previsão, mas o resultado foi David 51% x Amazonino 48%. Como eu disse era apertado. Vamos ver se o Avante seguirá o que diz, ou apenas aproveitará para ganhar espaço que não tinha no partido de onde saiu, o PTB.

Porto Alegre - Previsão Sebastião 54% x Manuela 46%. Deu Sebastião 55% x Manuela 55%. Quase batido.

Belém - Não fiz a previsão em números, mas dei favoritismo a Edimilson, com dificuldade. Resultado Edmilson 51% x Eguchi 48%. Como eu disse, a chance existia, mas era apertada. De qualquer forma o Podemos conseguiu uma capital importante.

Goiania - Previsão de Vilela 55% x Cardoso 40%. O resultado Vilela 53% x Cardoso 47%. Um pouco mais apertado, mas dentro da normalidade.

As surpresas. E são no Nordeste

Recife - A surpresa não foi a eleição de Campos frente a Marília, até porque a tendência estava bem indefinida, mas a eleição com Campos 56% a 44%. Esperava uma diferença bem mais apertada, fosse para um lado ou para o outro. E no final a briga de família tendeu a mostrar a aposta em quem já estava no poder.

Fortaleza - A previsão era Sarto 65% x Wagner 35%. A surpresa foi Sarto 51% x Wagner 48%. Ou seja, Sarto levou, mas foi apertado, e isso na base eleitoral dos Ferreira Gomes. Não a toa Ciro chamou gente do interior do estado para ajudar na reta final de campanha, porque embora as pesquisas oficiais mostrassem ampla vantagem do candidato cirista, ele sabia que estava apertado.

As forças políticas

A extrema direita - Perdeu espaço. Apesar de alguns lampejos, como em Vitória, é nítido que o bolsonarismo e seus excessos perderam espaço nessa eleição. Isso não significa que Bolsonaro seja carta fora do baralho para 2022, mas é nítido que se ele seguir nessa linha, dificilmente irá se credenciar como concorrente sério na reta final, mesmo com chances de segundo turno. A exceção é se o adversário for o PT. Aí a coisa é duvidosa.

A direita extrema - O que a galera chama de centro direita, eu chamo de direita extrema. É uma direita absolutamente direita, que não descarta golpes de estado (lembram de 2016), ainda que mantenha um discurso democrático, e busque manter a aparência de democracia. Assim finge conversar, finge escutar, mas decide apenas de acordo com seus interesses pessoais, ou de seus patrocinadores. Eles cresceram.

Petismo - Se já tinha regredido em 2018, essa tendência se agudizou agora. Verdade que teve algumas vitórias pontuais, e até recuperou algumas prefeituras históricas, mas no todo o partido de Lula regrediu, assim como o próprio Lula. Já foi dito aqui, mea-culpa em política não é ir a público elencar seus erros e pedir perdão, mas sim mudar de postura, mudar de rumo durante um tempo, deixar de buscar o protagonismo total, e reposicionar suas peças no tabuleiro político. Ou o PT revê suas posições, ou vai regredir ainda mais em 2022, e arrisca levar o campo progressista consigo para o buraco.

Pedetismo - Parece que Ciro precisa fazer alguma correção de rumo, porque a busca de ser anti-Bolsonaro e anti-PT já deu o que tinha que dar, e agora a coisa tende a perder efeito, talvez até a ter efeito contrário. Apesar de o PDT e o PSB terem tido um bom desempenho em termos nacionais, ficando os dois à frente do PT. Mesmo assim é preciso abrir o olho, porque o resultado de Fortaleza reflete a saturação dessa postura, e mostra que Ciro precisa rever alguns de suas posições. A primeira é que precisa diminuir os ataques ao PT, e isso parece já estar acontecendo. 

Mas Ciro também precisa diminuir os elogios ao DEM e a alguns de seus caciques. É mais do que sabido que esses partidos são de ocasião, de que estão do lado de quem estiver no poder, e que seus posicionamentos municipais não estão nem perto de se refletir em nível nacional. Uma coisa é conversar, outra, muito diferente é ficar tecendo loas aos atuais representantes do maior partido de apoio aos 20 anos de ditadura, que a propósito, correram a apoiar Bolsonaro em 2018, e apoiam todas as pautas anti-povo do governo do Capetão.

Para 2022

Três situações têm que ser levadas em conta para as próximas eleições presidenciais. A primeira é que, mesmo unido, o campo progressista dificilmente leva no primeiro turno, mas desunido arrisca não ter ninguém no segundo (como no Rio de Janeiro). Então é preciso levar em conta uma união desde o primeiro turno, com vista a criação de uma frente ampla do campo, e que viabilize a presença de um candidato competitivo no segundo turno.

A segunda situação a se levar em conta é que o anti-petismo segue na crista da onda, e a ele se une o anti-bolsonarismo. Isso abre espaço para a criação de uma chapa competitiva da direita extrema. No momento tentam viabilizar Huck e Moro, mas eles têm dois anos, e ainda pode aparecer outro nome para viabilizar uma chapa desse campo. E esse é quem mais põe em risco as candidaturas do campo progressista.

A terceira é que Bolsonaro vive seu momento PT. Ele deve chegar ao segundo turno, mas não terá fôlego para conseguir uma reeleição, situação que muda se seu opositor for um petista, porque aí a eleição fica indefinida, e vai depender de quem tenha a maior rejeição no momento.


domingo, 29 de novembro de 2020

Segundo turno 2020

Em 57 cidades com mais de 200k habitantes, o povo voltará às urnas para escolher entre os dois mais bem colocados do primeiro turno das eleições municipais 2020. Em muitas dessas cidades a população tem nas mãos a chance de mudar os rumos que a política municipal tem reservado para suas vidas, mas em algumas, como o Rio de Janeiro, a população vai se limitar a escolher entre o ruim e o pior.

Mas isso também foi opção da população.

Como o resultado que sairá das urnas hoje também será opção da população.

E mesmo que sobrem suspeitas de fraudes nas eleições brasileiras, chegando ao ponto de dizerem que os resultados são pré-determinados, gostaria de lembrar a todos, que votações massivas em candidato A ou B se tornam difíceis de serem manipuladas em contrário, porque a discrepância se faz sentir com facilidade. Ou alguém acha que as eleições argentinas, bolivianas, etc, não foram fraudadas?

Então encha-se de sua convicção, vá as urnas, e mude o destino de sua cidade, ou o mantenha, se você acha que ele está bom.

E lembre-se que as eleições são a "festa da democracia", mas a democracia é feita de participação diária.

Bom voto, e boa sorte às 57 cidades que ainda não têm seus destinos definidos.


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Recife pega fogo

É mais uma complementação de ontem. As acusações contra a prima, que de maioria não eram criminosas, e que uma é digna de uma investigação, agora se voltam contra o primo, que teria pedido a seu partido, que use diretamente a máquina pública, para que se engaje em sua campanha. Se tínhamos algo a investigar contra a prima, agora também o temos contra o primo.

No fim das contas isso não passa de briga de família, pelos espólios de dois falecidos.

Triste a política feita dessa forma. Mais triste ainda é que esse tipo de política se espalha por vários pontos do país. Existe limite para acusações infundadas, e mais ainda para o uso de máquinas partidárias e públicas.

Acredito realmente que ambos os lados precisam ser investigados, porque pior até do que as acusações serem feitas, é elas serem verdade e não serem punidas.

São Paulo

Na maior capital do país, a tendência é que Covas se reeleja. Não sem ter apelado para ataques baixos, mas a verdade é que a diferença era muito grande. De qualquer forma, o resultado mostra que, rapidamente, a população vem revendo algumas posições. O fato de Boulos ter chegado ao segundo turno, e o fato de ele lentamente estar se aproximando de seu adversário, mostram que alguém que tinha ampla rejeição, começa a reverter essa imagem. Uma virada é difícil, mas não impossível

Porto Alegre

Na capital gaúcha Manuela se aproximou mais decisivamente de seu adversário. Apesar de ainda estar atrás nas pesquisas, a diferença diminuiu muito, e uma virada pode realmente ser possível. 

PDT deve emplacar duas capitais

Fortaleza e Aracaju são as capitais onde o PDT deve fincar a bandeira do campo progressista. Ambos os candidatos têm boa frente em relação a seus adversários.

Avante pode conseguir uma capital

Em Manaus o pequeno Avante, dissidência do PTB, pode conseguir a prefeitura frente o tradicional Amazonino Mendes. Vale lembrar que a dissidência se deu pela recusa em aderir à linha de fisiologismo barato que o PTB seguiu depois da redemocratização.

PT em 15 cidades

Apesar de a única capital onde disputa o segundo turno ser Recife, o partido de Lula busca a prefeitura em outras 14 cidades com mais de 200.000 habitantes. Algumas delas são bem importantes devido sua influência econômica e/ou política regional como Contagem, Cariacia, Santarém, Juiz de Fora, Caxias do Sul, Pelotas, Diadema, Guarulhos, Feira de Santana, e Vitória da Conquista.

Apesar disso

Mesmo com essa situação, mesmo com alguns partidos do chamado campo progressista terem conseguido algum avanço, mesmo com tudo isso, o que vimos foi um encolhimento desse campo em particular. Na verdade, se partidos como PSOL, PDT, e PSB cresceram, outros encolheram, mas dentro do próprio campo, e o campo em si, também encolheu.

Claro que também vimos um encolhimento de Bolsonaro, mas não da direita. Partidos como o DEM e o PP cresceram substancialmente, e outros como PSDB e MDB mantiveram um bom desempenho municipal. Para lembrar, o DEM era PL, que era PFL, que era PDS, que era ARENA, o partido sustentáculo dos 20 anos de período militar no Brasil.

Mas apesar disso, também é verdade que as eleições municipais servem para dar ideia, mas nem de longe são definitivas para as eleições nacionais que ocorrerão daqui dois anos. Mas cabe ao campo progressista começar a se posicionar de forma mais inteligente. Conversar faz parte da democracia, fazer acordos idem, mas alianças eleitorais com partidos que pensam de forma diametralmente oposta já não é pragmatismo, mas estupidez, porque você descaracteriza seu discurso, e ainda valida um discurso que não apoia.

O contrário não é verdadeiro, porque não são esses partidos que procuram os outros em busca de apoio, mas sim são procurados na busca desse apoio. Ou seja, eles passam uma imagem de força, de fiel da balança, quando no fundo não passam de defensores de seus interesses pessoais.

Ou o campo progressista sai dessa armadilha ou, quem quer que seja próximo representante eleito desse campo, irá apenas reproduzir a fragilidade do início do governo Lula, e a total incapacidade de governar de Dilma.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Situação complicada em Recife

Na briga intestina familiar pelo poder na terceira maior capital nordestina a coisa pega fogo. As pesquisas indicam 54% para Marília Arraes, e 46% para seu primo João Campos. Mas a questão lá não é a pesquisa, que indica que Campos tem uma pequena chance de virada, e que Arraes tem uma vantagem, que se não está consolidada, é difícil de ser batida.

Isso acontece por dois fatores principais. O primeiro é que tanto o PSB parece ter se desarticulado internamente após a morte de Eduardo Campos, como também parece haver um certo cansaço da população recifense e pernambucana na forma do partido governar. Pode ser algo pontual, mas é inegável que tal situação existe.

Aliado a isso temos a "guerra" de narrativas que os dois lados estão impondo a suas campanhas. De um lado Campos tenta jogar evangélicos e católicos fundamentalistas contra Arraes, além de sugestões de rachadinha e apropriação indébita de verbas públicas (com direito a uma gravação), e que Túlio Gadelha, partícipe da conversa, diz ter sido manipulada e descontextualizada.

Não tenho notícias de ataques desse tipo do outro lado. A questão é se eles não acontecem por princípio, ou porque tem a liderança nas pesquisas?

Atenção que a pergunta não é um ataque, mas um chamamento à reflexão, porque temos visto esse tipo de ataques vindos de várias correntes políticas, inclusive da corrente que está na frente das pesquisas no Recife.

Os ataques a potências estrangeiras

O Presidente Bolsonaro teve um momento de profunda estupidez - até mesmo para seus miseráveis padrões - quando se dirigiu, em tom de ameaça, ao presidente eleito da ainda mais forte potência militar e econômica do planeta. Falar em pólvora, numa alusão a uma possível disputa bélica com os EUA é de total falta de noção, até mesmo para ele.

Mas a família não estava satisfeita, e Eduardo Bolsonaro, o 02, voltou a atacar a China de forma irresponsável, ameaçando de forma inegável os interesses de boa parte da base de apoio que o pai ainda tem no governo: o agronegócio. 

Sim, porque se no primeiro ataque irresponsável do filho inconsequente do Presidente, a China protestou, mas não ameaçou de nenhuma forma, apenas aludindo a uma possível deterioração nas relações bilaterais entre os dois países, e à boa relação bilateral sino-brasileira, dessa vez eles foram mais longe, e não só aludiram falaram desses pontos, como ameaçaram com retaliações, lembraram da importância da China, principalmente nas exportações brasileiras, e ainda foram claros que quem mais perde é o Brasil.

Não importa se o irresponsável apagou o twitter depois, o que importa é que a China está diversificando seus fornecedores de alimentos e matérias primas, e depende cada vez menos do Brasil. O mesmo não se pode dizer do país comandado por Bolsonaro e o incompetente Guedes.

Alô centrão, fisiologísmo tem limites.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Biden e as primeiras críticas

O Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, começa a enfrentar as primeiras críticas a um seu governo que, de fato, nem mesmo começou. E é este o motivo de eu ser contra coligações exageradamente amplas num primeiro turno de eleição. Explico:

Biden conseguiu agregar em torno de si amplos setores da sociedade americana, não apenas dos democratas, mas também dos republicanos. Acontece que o bipartidarismo americano é um grande saco de gatos, algo como o MDB da ditadura, em que todos que eram contra o governo se aglutinavam em uma mesma legenda - no caso lá, são duas legendas. Além desses, Biden ainda conseguiu conquistar uma parte pequena de republicanos que estavam extremamente descontentes com a liderança de Trump. 

Acontece que a aliança em torno de Biden não foi em torno de projetos, porque mal costurada e feita no frigir dos ovos, numa busca apenas de derrubar o governo Trump. Atingiu seu objetivo, mas deixou um enorme legado de incertezas, porque apenas derrubar um governo não é pauta suficiente para uma oposição, por isso é imprescindível que aconteçam muitas conversas antes, e que os acordos eleitorais sejam claros e precisos.

Não fosse isso e Biden não estaria sendo cobrado antes mesmo de assumir o governo. Tal tipo de cobrança se dá quando uma aliança eleitoral não é feita com a devida clareza.

Esse é o motivo de eu ser contra alianças exageradamente amplas num primeiro turno de eleição no Brasil. Não dá para colocarmos progressistas e direita extrema na mesma chapa eleitoral no nível nacional. Localmente até podem se acertar em determinados casos, mas numa eleição federal os interesses e objetivos são exageradamente divergentes para propiciar uma aliança minimamente sólida. Num segundo turno, ainda mais dependendo da resposta eleitoral que cada agente político teve no primeiro turno, é mais fácil de contabilizar o peso que cada um terá numa aliança, e até onde cada negociador pode chegar. Aí, nessa situação, o objetivo de derrubar um governo é o principal, e há possibilidade de se contabilizar o que cada lado pode agregar nessa equação, deixando claro a parcela de poder que cada agente político levará. Mas também é preciso levar em consideração duas partes importantes nessa equação eleitoral em dois turnos. A primeira é a viabilidade num primeiro turno, e a segunda é a do segundo turno, e para isso é importante atentar para as simpatias, que são bem mais importantes no primeiro turno, e antipatias, que são muito mais importantes num segundo turno.

A eleição estadunidense não permite tal engenharia, mas a brasileira sim.

A eleição estadunidense obriga a entendimentos rasos como o abaixo, a brasileira pode trabalhar melhor as articulações políticas, e sair com candidaturas mais sólidas. Mas para isso é preciso que as forças oposicionistas se posicionem mais em prol do país, e menos por seus projetos de poder.

“Querido Biden: estás a brincar comigo?” Nomeações do novo Presidente para a área do ambiente geram críticas

Tanto Cedric Richmond, representante do Louisiana no Congresso que foi nomeado conselheiro de Joe Biden, como Michael McCabe, escolhido para fazer parte da equipa de transição da Agência de Proteção Ambiental norte-americana, têm um passado de ligações à indústria de combustíveis fósseis ou outras altamente poluentes. Um grupo de jovens ativistas que lutam pela defesa do clima disse-se mesmo “traído” face a uma das nomeações

Joe Biden já escolheu parte da equipa com quem irá trabalhar nos próximos quatro anos na Casa Branca mas nem todas essas escolhas foram unânimes. É o caso de Cedric Richmond, deputado do Louisiana que vai abdicar do seu lugar no Congresso para assumir o cargo de conselheiro do novo Presidente norte-americano e de director do Gabinete da Casa Branca para o Compromisso Público.

Richmond terá sob a sua responsabilidade vários dossiês relacionados com as alterações climáticas — também acompanhará de perto a resposta da nova administração norte-americana à pandemia de covid-19 e à recuperação económica —, e precisamente por isso vários ativistas pelo clima manifestaram reservas quanto à sua escolha para o cargo, dada as ligações de Richmond às indústrias de combustíveis fósseis.

De acordo com uma investigação publicada em 2019 pelo “The Guardian”, o congressista fez grandes subvenções a indústrias químicas e ligadas à exploração de gás e ao petróleo, mantendo-se “indiferente”, como escreve o jornal, a questões relacionadas com a poluição local.

Robert Taylor, líder de uma iniciativa local na área do ambiente, afirmou ao jornal britânico estar “cautelosamente otimista” com a nomeação Cedric Richmond. “Acho que, neste momento, está numa posição em que pode servir melhor os eleitores do seu distrito. Fico contente que tenha sido escolhido mas espero que use isso para nos ajudar. Gostaria de vê-lo responsabilizar as indústrias químicas que estão a causar tantos danos à região”.

O Movimento Sunrise, grupo de jovens ativistas que lutam pela defesa do clima, foi menos cerimonioso nas palavras, e referiu-se à nomeação de Richmond como uma “traição”. “Sentimo-nos traídos hoje, porque a primeira nomeação que o Presidente Biden faz é a de uma pessoa que aceitou mais doações da indústria de combustíveis fósseis durante a sua carreira do que qualquer outro democrata”, referiu o diretor-executivo da organização, Varshini Prakash, citado por vários meios de comunicação internacionais. O responsável acusou ainda o novo conselheiro de Biden “de ficar em silêncio e ignorar os encontros com as organizações da sua própria comunidade enquanto esta era afetada pela poluição e o aumento do nível das águas do mar”.

Foi na terça-feira desta semana que Joe Biden anunciou os principais membros da equipa da Casa Branca, já depois de ter nomeado o seu conselheiro Ron Klain como chefe de gabinete. Mike Donilon, conselheiro e confidente de Biden será o assessor principal, e Steve Ricchetti, um dos diretores de campanha, será um dos conselheiros do presidente, conforme noticiou o “The Guardian”. A diretora de campanha, Jen O'Malley Dillon, será chefe de gabinete adjunta e a conselheira jurídica da campanha Dana Remus assumirá o cargo de conselheira do Presidente.

Além de Cedric Richmond, há outra escolha polémica de Biden na área do ambiente. É a de Michael McCabe, escolhido para fazer parte da equipa de transição da Agência de Proteção Ambiental norte-americana. Num artigo de opinião intitulado “Dear Joe Biden: are you kidding me?” (“Querido Joe Biden: estás a brincar comigo?”, numa tradução livre em português), publicado no referido jornal, Erin Brockovich, ativista pelo clima, lembra que McCabe trabalhou como consultor da muito conhecida e poderosa DuPont numa altura em que “a empresa tentava a todo o custo obter uma licença para a utilização do C8”, ou PFOA-C8 - ácido perfluorooctanóico, inventado em 1945 nos EUA.

“Trata-se de um produto tóxico e que é usado em tudo, desde roupas impermeáveis, tecidos resistentes às manchas, embalagens para alimentos e frigideiras antiaderentes, e que está associado a problemas de fertilidade, cancro e lesões no fígado”, escreve a ativista, recordando que ainda esta semana um reputado professor de saúde pública norte-americano avisou que a utilização de certos químicos, em que se inclui o C8, pode diminuir a eficácia da vacina contra a covid-19.










domingo, 22 de novembro de 2020

Um túnel do tempo

A cidade de Pompeia, na Itália, já foi filme, já foi lenda, mas no fundo é um grande tesouro arqueológico. A aproximação com outras ciências nos dá a chance de ver e saber como eram alguns dos hábitos de vida e relacionamento, que conjugados com textos da época, não dão uma visão muito mais ampla de como viviam as sociedades antigas. A cidade foi soterrada por uma enorme erupção do vulcão vesúvio, onde até hoje repousam os restos do que um dia foi uma próspera cidade da Bota.

A cidade se relacionava com Roma já há aguns séculos, mas só foi realmente incorporada e submetida em 89 a.C., quando após uma derrota das cidades do Sul da Bota, o Gen. Lucius Cornélio Sula a ocupou, submeteu, e impos definitivamente o modo de vida romano, com a incorporação definitiva ao império, quando a cidadania romana foi extendida aos cidadãos da Bota, e da Gália Cisalpina.

Na época da erupção que soterrou a cidade, e a preservou para a posteridade, Pompeia era um importante e próspero entreposto comercial, além de estar na região onde os ricos romanos da capital do império mantinham suas vilas de férias, e ainda ser recuperava de um grande terremoto que destruíra boa parte da cidade apenas alguns anos antes.

A cidade se manteve oculta por cerca de 1600 anos, e foi redescoberta por acaso em 1748. Hoje Pompeia é um dos mais importantes sítios arqueológicos para o estudo e compreensão dessa fase do desenvolvimento da humanidade, e para conhecermos alguns pormenores do cotidiano romano da época, já que quando foi eternizada, ela estava plenamente romanizada.


Um senhor rico e o seu escravo. A última descoberta em Pompeia

O arqueólogo chefe das ruínas da cidade italiana considera esta descoberta como "extraordinária". Pompeia ficou "congelada" no tempo e tornou-se uma fonte inesgotável de conhecimento depois de ser soterrada pelas cinzas projetadas pela erupção do Vesúvio há quase 2000 anos.


Os restos mortais de dois homens que morreram na erupção vulcânica que destruiu a antiga cidade romana de Pompeia há quase 2000 anos foram descobertos por arqueólogos, noticiou a BBC.

Um dos corpos pertenceria a um homem de alto status social e o outro a um dos seus escravos, anunciaram as autoridades do parque arqueológico de Pompeia.

Os dois homens "talvez estivessem à procura de refúgio" da erupção "quando foram arrastados", acrescentou o diretor, Massimo Osanna.

Pompeia foi engolida por uma erupção vulcânica do Monte Vesúvio em 79 DC. A erupção enterrou Pompeia em cinzas, "congelando" a cidade e os seus residentes no tempo e tornando-a assim uma muito rica fonte de investigação e conhecimento para os arqueólogos.

A última descoberta foi feita este mês durante uma escavação numa grande residência senhorial ("villa") nos arredores da cidade antiga.

Os arqueólogos estimam que o senhor rico teria entre 30 e 40 anos. Vestígios de um manto de lã quente foram encontrados junto ao pescoço

O outro homem teria entre 18 e 23 anos. Vértebras esmagadas indicam que seria um escravo que fazia trabalho braçal. Foram criados moldes usando impressões que os corpos das vítimas fizeram nas cinzas endurecidas.

"Foi uma morte por choque térmico, como também revelam os seus pés e mãos fechados", disse Osanna aos jornalistas.

O investigador descreveu a descoberta como "um testemunho incrível e extraordinário" da manhã em que ocorreu a erupção.

Os trabalhos de escavação continuam no sítio arqueológico, localizado perto de Nápoles, mas presentemente fechado aos turistas por causa das medidas de combate à pandemia de coronavírus.

sábado, 21 de novembro de 2020

Courtney Hadwin -America's Got Talent

Courtney Hadwin assustou os jurados apresentando uma interpretação impressionante de Janes Joplin. Mas a menina não é só cover, e na mesma competição voltou a impressionar o juri com Pretty Little Thing, uma música de própria autoria.


sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Putin loves Bolsonaro?

O erro no inglês foi proposital, assim como o erro dos analistas políticos de plantão, todos afinados com um discurso liberal patético. Vamos analisar o fato como ele precisa ser analisado.

Putin é o líder de uma grande potência. Economicamente a Rússia não tem uma importância tão grande, mas militar e estrategicamente é inegável que representa muito e, se valendo disso, acaba por aumentando sua influência em outros setores. Bolsonaro, coitado, tem muitas e sérias necessidades de reconhecimento por parte de outros políticos, da população, etc, embora seja medíocre ao máximo, no pior sentido da palavra. 

Putin tem total domínio da situação acima. As acusações de "ditador", "populista", "truculento", etc, podem caber ou não ao líder russo, mas nenhum dos analista de cunho liberaloide de nossa imprensa tem em mente o que eles tanto pregam: o respeito a outras culturas, e a genialidade alheia. A cultura russa não é a dessa democracia ocidental carcomida em suas entranhas por corrupção e fisiologismo, mas está muito mais tendente a objetivos coletivos, e a estados fortes. Isso é cultural, e eles não tentam exportar ou impor aos outros suas maneiras de pensar, eles respeitam. Então, respeitem eles também.

Putin também é uma raposa política, extremamente bem assessorado, e que trabalha muito, se prepara muito, e está sempre atento para se e quando as oportunidades aparecerem. Ora, Bolsonaro é um fraco, covarde, mas precisa o tempo todo tentar provar o oposto. Trump fazia isso, massageava o ego de Bolsonaro, e em troca ganhava a submissão canina de um ser patético. Lembram do "I love you"? Pois é. Trump também ganhava vantagens econômicas enormes, em detrimento de todo e qualquer interesse legítimo do povo brasileiro.

Pois bem, a derrota de Trump deixou um Bolosonaro abandonado, perdido. e Putin, com sua assessoria, detectou isso perfeitamente, e reagiu rápida e precisamente à situação (como é característica da administração russa). Uma aproximação com o incapaz Presidente brasileiro pode não gerar uma situação de subserviência como aconteceu o o ídolo norte-americano, mas pode minar a influência dos ianques sobre o continente americano, e diminuir as pressões sobre Venezuela, Bolívia, Argentina, e outros governos latino-americanos que têm tendências a uma maior aproximação com a Rússia, e que voltam a se formar no continente. De quebra pode gerar alguns lucros econômicos também.

A jogada de Putin foi de mestre, ainda mais num momento em que a situação interna dos americanos deixa Biden numa sinuca de bico. Se apoia as ações de Bolsonaro, perde apoio de sua base interna e de aliados internacionais importantes, se vai contra as ações do brasileiro agrada seus apoiadores internos e externos, mas abre espaço para a aproximação russa. 

Encontros com o DEM

Ciro Gomes se encontrou com Rodrigo Maia: "Que crime!". Conversou com Lula: "Tem que se ajoelhar". O PT recebeu apoio de bolsonarista: "Traidor!". O PT se aliou ao PSDB: "PT é direita". O PCdoB apoiou projeto tal: "Vendidos!". E por aí vai.

Enquanto um monte de reformistas do capitalismo brigam para saber quem é "menos" direita", as últimas eleições municipais mostraram que essa briga só faz atrapalhar o próprio campo de atuação desses partidos. Não é que o povo não compartilhe de muitas de suas ideias, mas claramente os mútuos ataques está fazendo com que a população fique extremamente ressabiada, e que o campo perca força. Isso se traduz no que vou falar abaixo.

Progressismo regride

Se Bolsonaro e o Bolsonarismo regrediram, seus mais ferrenhos opositores também. Apesar de o PDT ter repetido a posição de maior partido do campo em número de vereadores, e ter sido o que mais conquistou prefeituras, fato é que os números são inferiores ao último pleito municipal. Nesse campo quem se destacou percentualmente foi o PSOL, que aumentou 59% sua bancada municipal, mas em números foi apenas de 56 para 89 vereadores eleitos.

Em número de prefeituras conquistadas esse quadro também fica claro, mesmo que o campo ainda concorra no segundo turno de algumas cidades. Se somarmos todo o campo não devemos chegar a 30% de governos municipais conquistados.

Como eu disse quem cresceu foi a direita extrema. Aqueles partido absolutamente fisiológicos, que estão com Bolsonaro em tudo, menos em seus arroubos agressivos e autoritários. Mas as pautas contra os trabalhadores e a população têm seu aval, e às vezes até mesmo interferem para aperfeiçoar os retrocessos.

Verdade que a derrota de Bolsonaro foi importante, mas ela teve o efeito colateral de reduzir ainda mais o campo progressista, e de ter fortalecido o fisiologismo. Não que ele fosse fraco em nível municipal, mas ele cresceu, e se disfarçou nos novos partidos que substituem aqueles que já vinham apresentando sinais de desgaste.

Isso não significa que o Brasil vai eleger um "Biden" em 2022, mas, mais do que nunca, quem se eleger não governará sem "os Biden". E o impeachment, ou a cassação da chapa, não serão opções descartadas pelos bravos democratas do "não importa quanta farinha tenha, ela tem que ser toda minha".

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

As frentes amplas do campo progressista

Em São Paulo já temos uma frente progressista, que inclui PSOL, PDT, REDE, UP, e PCdoB. O psolista também aumentou cerca de 9 pontos percentuais a intenção de votos, em relação aos votos efetivamente recebidos no primeiro turno. A frente é muito importante, até porque abre caminho para conversas mais sérias em 2022, caso o campo progressista consiga colocar alguém no segundo turno, e principalmente, que o campo progressista opte por colocar alguém no segundo turno que tenha chances reais de ser eleito. 

Quanto ao aumento na intenção de votos, este já era esperado, e não foi exclusivo ao psolista, tendo Covas também tendo tido aumento expressivo.  Lembram do que eu disse, que a tendência era de 40% Boulos e 55% Covas. Pois é, está aí embaixo a pesquisa.

Claro que esses números ainda vão se acomodar, e até uma virada é possível, mas o antipatia que o eleitor paulista carrega do PSOL, e a idolatria que prestam aos discutíveis governos tucanos no estado, fazem esse cenário ser bastante improvável.

E na lista acima lamento a ausência do PSB, mas acredito que isso possa ser reverter ainda hoje.

Considerando apenas os votos válidos, Covas teria 58% e Boulos, 42%.

Porto Alegre repete a dose?

Ainda não, mas já temos a adesão à campanha de Manuela d´Ávila de alguns partidos, como o PDT,o PSOL, PT, Rede já apoiam a candidatura de Manuela d'Ávila para a capital gaúcha e, tal qual em São Paulo, o PSB também deve aderir ao grupo essa noite. Também tal qual em São Paulo, a tendência é que o candidato do MDB alcance a maioria dos votos, mas uma virada é menos improvável que em São Paulo.

Fortaleza

Em Fortaleza a tendência de união do chamado campo progressista também é clara. O PT já anunciou apoio ao candidato pdetista, assim como o PSOL. REDE, e PSB. Até pela distribuição dos votos entre as legendas no primeiro turno, é esperado que o candidato pedetista alcance a eleição com folga sobre o candidato do PROS, mas como já comentei, toda atenção, porque lá o risco é de elegerem um bolsonarista convicto.

Em outras cidades essas frentes também se configuram, como em Aracajú, onde as chances do candidato pedetista também são grandes. E ainda que nem em todos os lugares essas frentes venham a ser vitoriosas, isso é um início importante para que o campo progressista volte a dialogar, e comece a buscar melhores escolhas, tendo em vista a eleição como um todo, e não apenas a chegada a um segundo turno.




quarta-feira, 18 de novembro de 2020

O segundo turno

A partir de agora temos pouco menos de 2 semanas para o segundo turno, mas as negociações por apoio andam aceleradas para garantir maior representatividade e chances de vencer o adversário. Algumas são bastante lógicas, por afinidade mesmo, e têm sido feitas pelos próprios militantes nas redes sociais (e nesse caso são levadas em conta apenas visões e anseios pessoais dos militantes), mas nos apoios oficiais são levadas em conta, além de afinidades ideológicas, as negociações que garantam fatias do poder conquistado nas urnas.

Para quem não sabe, o nome disso é POLÍTICA. 

E as redes sociais aumentaram o poder de pessoa que não fazem parte das cúpulas partidárias - e às vezes nem de partidos políticos - de influenciarem no processo

Vejo o campo progressista com 3 pontos nevrálgicos, que podem influenciar decisivamente para as eleições de 2022: São Paulo, Porto Alegre, e Fortaleza. Nas cidades do Sudeste e Sul a disputa está tendente aos adversários, com a grande vantagem de que não são de cunho fascista, ainda que sejam de direita, e que não tenham a tendência de atenderem os anseios da população mais pobre. Mas apesar disso, os candidatos do campo progressista terminaram em segundo, e terão dificuldades de ultrapassar o índice de rejeição que carregam desde o início de suas campanhas, rejeição essa que acompanha seus próprios partidos, PCdoB e PSOL. Mas vale muito a luta

Já em Fortaleza a situação é mais complicada, menos pela dificuldade do candidato do campo progressista em aglutinar os votos que lhe faltam, mas muito mais pela ameaça que é o candidato de tendências fascistas que alcançou a vaga no segundo turno, e com votação bem próxima. Foi quase um empate técnico. com prevalência do candidato do PDT.

Mas se o candidato do PDT terá maior facilidade em conquistar os votos que lhe faltam, também temos que atentar que não pode haver erro nesse processo, porque qualquer deslise que leve a eleição do candidato do PROS será um retrocesso enorme para a capital cearense, além de abrir portas para um processo perigosíssimo que corre a passos largos no país.

Claro que temos outras capitais e cidades em que teremos segundo turno, e onde temos esses embates, mas as 3 aí de cima são fundamentais, pela importância que têm no imaginário regional, e até nacional, além de, se apesentarem boas gestões, terem possibilidade de influenciarem importantes contingentes dos eleitores. Com isso as 3 cidades são cruciais no processo para que o campo progressista recupere sua importância em nível nacional.


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Direita "democrática" cresce nos municípios

A grande verdade é que os campos progressista e de extrema direita tomaram uma bela surra nessas eleições municipais, ao menos no que toca as capitais e cidades mais importantes. Verdade que em alguns locais pontuais eles levaram, cresceram, mas a esmagadora maioria dos votos foram, ou tendem a ser em prol de candidatos que representam o chamado "centro", ou "direita democrática". Vamos aos números e análise das principais capitais.

São Paulo - 2º turno entre Covas (32,86%) e Boulos (20,24%). Além de uma vantagem consistente já no primeiro turno, as votações dos outros candidatos indicam que Boulos deve alcançar algo em torno de 40% dos votos válidos no 2º turno, e Covas algo em torno de 55%.

Rio de Janeiro - Paes (37,01%) e Crivella (20,90%). Quando observamos o desempenho dos outros candidatos, a tendência é que Paes alcance em torno de 60% dos votos, e Crivella 30%.

Fortaleza - Sarto 35,72% e Wagner 33,32%. A tendência é que Sarto alcance em torno de 65% dos votos, e Wagner tem pouco a crescer ficando com uns 35%.

Manaus - Amazonino Mendes (33,91%) e David Almeida (22,36%). Aqui é a disputa mais difícil, porque os dois candidatos são da chamada "direita democrática", e a diferença entre eles é muito pequena. Qualquer um pode ganhar.

Porto Alegre - Sebastião Melo (31,01%) e Manuela (29%). A tendência é que Sebastião termine em torno de 54% e Manuela com 46%.

Belém - Edmilson Rodrigues (34,22%) e Eguchi (23,06%). Apesar da vantagem importante de Rodrigues, ele precisará de pelo menos mais 16% dos votos válidos, e esses foram todos na direção da "direita democrática". É possível sua eleição, mas não é certa, e isso devido ao velho problema da rejeição.

Goiania - Maguito Vilela (36,02%) e Vanderlan Cardoso (24,67%). A tendência é que Vilela chegue aí aos 55%, e Cardoso aos 40%.

Recife - João Campos (29,17%) e Marilia Arraes (27,95%). Aqui é briga de primos, que gerou a dissidência de Marília do PSB, passando para o PT. Eleição indefinida, e a única capital onde dois representantes do campo progressista foram ao segundo turno.

As demais capitais, tiveram eleições já definidas no primeiro turno, ou não chegam a ter influência em nível nacional, e mesmo nelas a grande tendência foi de levarem candidatos da chamada "direita democrática" ao segundo turno.

A se comemorar é que a onda de extrema-direita parece estar arrefecendo. A péssima é que o campo progressista mostra não ter aprendido nada, e segue defendendo nichos ideológicos, em detrimento dos verdadeiros anseios da sociedade. Isso se reflete nas urnas, onde, se sua derrota não foi tão ampla quanto a da extrema-direita, tampouco representou uma reação, e em algumas cidades importantes vimos perda significativa de espaço político.