sexta-feira, 6 de março de 2020

A economia no vinagre

Os alucinados comemoram uma expansão no PIB de 1,1% em 2019. Sinto muito por informar, mas isso não se comemora, isso se lamenta profundamente, porque após o desastre que fez a economia brasileira desabar nos últimos 5 anos, era para estarmos vivendo recuperação realmente espantosa, na casa de 5% ao ano, ou mais.

Outro motivo para se lamentar profundamente é a qualidade desse crescimento do PIB. Não houve criação de empregos. Basicamente a expansão se deu pelo aumento da produção agrícola e da mineração, enquanto comércio, serviços, e indústria seguem se retraindo, e seguem fechando postos de trabalho.

Em outras palavras, o PIB cresce, mas se concentra nas mãos de quem não necessita, porque já abastados. Enquanto isso a população vive cada vez mais de sub-empregos, na informalidade, e vê sua renda ser achatada. Mesmo aqueles que ainda participam do mercado formal de trabalho vêm suas condições se degradando. Rubem Gonzalez diz que é a transformação dos trabalhadores em motoristas de aplicativo, que não levam ninguém para lugar nenhum, porque se está destruindo os clientes, ou os entregadores de comida que não levam nada para ninguém, porque ninguém tem dinheiro para pedir comida em casa. Entre amigos já digo isso há muito tempo, desde que o usurpador começou seu projeto "túnel para o passado".

Mas isso tudo não é acidental, mas um projeto de dominação, e se explica no meu post de 28 de fevereiro último. A "independência" não se deu para se construir um país, e muito menos uma nação, mas para se permitir mais acumulação, sem um governo que atrapalhasse esse projeto com impostos, e sem se importar com quem habita esse território.

Ou se quebra essa estrutura, ou esse projeto agora será implantado de vez. E para se quebrar essa estrutura será necessário dureza, e não pedidos de joelhos como os que a "esquerda" identitária advoga. Não é preciso matar ninguém, mas de vez em quando será necessário derrubar um portão com uma retroescavadeira.

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