sexta-feira, 27 de março de 2020

A volta dos panelaços

E os panelaços voltaram. Na verdade demoraram muito a voltar. Já são mais de três anos e meio dessa estupidez neoliberal total imposta ao povo brasileiro. Se pensarmos que o PT também, principalmente no início do segundo governo Dilma, sempre flertou com o financismo na economia, então nós vemos que, tirando o curto período de Itamar Franco, temos vivido desde o governo Collor sob o domínio do financismo na economia.

Mas não adianta fazer panelaço, amassar as poucas panelas que se tem em casa, e depois levar ao governo os memos atores que vêm mandando no país há 30 anos. 

"Mas como eu sei que os atores são os mesmos?"

Muito simples: eles escreverão carta ao povo brasileiro se compromentendo a não mexer no status quo da sociedade brazileira; eles defenderão o Estado Mínimo; eles dirão que o Estado não pode gastar mais do que arrecada, como forma de não assustar o "Deus Mercado"; eles dirão que os direitos dos trabalhadores emperram o avanço da economia; eles dirão que o Estado é ineficiente, e por causa disso tudo precisa ser privatizado; eles dirão que os investimentos estatais em Saúde, Educação, Ciência, Infraestrutura, etc, são gastos, e irão reduzi-los ao máximo, enquanto os recursos destinados ao mercado financeiro permanece intocado. Eles dirão que o funcionalismo público é parasita, e farão de tudo para reduzir e "adequar" seu tamanho ao "tamanho" do Estado, enquanto ricos e grandes empresas são isentas de impostos, e o povo, pequenas e médias empresas são asfixiadas com mais e mais impostos.

Os neoliberais "cheirosos" irão criar programas sociais, que transferirão esmolas para a população mais frágil. 

Os neoliberais fedorentos irão reduzir, e até acabar com esses programas, sob alegação de "fraudes", "falta de recursos", ineficácia da aplicação desses recursos, inépcia dos próprios usuários dos programas sociais, colocando a culpa na vítima.

Mas cheirosos e fedorentos irão destinar generosas doações, isenções fiscais, auxílios e outras formas de transferência de recursos à camada mais alta de nossa sociedade.

E eles o dizem antes das eleições, você é que precisa prestar atenção.

Bater panela é importante, mas prestar atenção na hora de votar é ainda mais importante. 




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