Já temos alguns anos que mortes de pessoas estrategicamente posicionadas na sociedade vêm acontecendo. E quando falo em posicionadas na sociedade, não falo apenas de pessoas que ocupam cargos públicos, mas de um entendimento mais amplo, em que uma sociedade não se restringe a sua parte legalmente organizada, mas a todos os grupos e pessoas, que por ação ou omissão, influenciam em determinado grupo humano.
Começamos alguns anos atrás, com a morte de Teori Zavascki num acidente aéreo. Algum tempo depois foi Marielle Franco, num assassinato bárbaro. O ex-capitão Adriano da Nóbrega foi morto, quando deveria ser preso, e a desculpa de que reagiu à prisão não cola. Agora foi Gustavo Bebiano, advogado e articulador de várias campanhas de Bolsonaro, incluindo a para a Presidência da República, morreu de ataque cardíaco.
Pode ter sido uma série de infelizes coincidências e equívocos? Claro que pode. Mas o fato de que essas mortes beneficiam sempre o mesmo grupo político são muito suspeitas, e no mínimo mereceriam investigações rigorosas e sérias.
Mas num país que não é sério, explicações meia-boca são sempre aceitas, e a eliminação física de desafetos e potenciais entraves ao crescimento desses grupos acaba por se tornarem banais.
Como eu disse, todas essas mortes podem ter sido acidentais e fruto de coincidências infelizes - com exceção dos dois claros assassinatos -, mas no mínimo merecíamos investigações e explicações mais sérias sobre elas.
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