terça-feira, 4 de maio de 2021

O Primeiro de Maio

O Primeiro de Maio é o Dia do Trabalho na maior parte do mundo. É uma data que teve origem lá no final do Séc. XIX, quando os trabalhadores, iniciaram a se organizar em sindicatos, e conquistaram suas primeiras vitórias. Talvez a principal, na época, tenha sido a redução da jornada diária de trabalho para as 08h00, jornada essa que perdura até hoje. Mas apesar de ainda perdurar, a data foi esvaziada pela propaganda organizada e financiada pela elite econômica dominante.

Mas isso não significa que o mundo tenha aberto mão do trabalho, ainda que eu tenha visto um chamado "representante da esquerda" falar essa asneira. Ora o trabalho continua aí, mesmo que ele tenha mudado sua característica. Hoje não temos uma planta industrial de fabricação de veículos empregando 10.000  trabalhadores para produzir 400 veículos por dia, mas ela ainda emprega na casa do milhar, embora tenha aumentado muito a quantidade de carros produzidos. Algumas profissões desapareceram, outras foram criadas. Mas o fundamental é que a economia segue não se viabilizando sem o trabalho das pessoas, sejam elas contratadas da forma tradicional, sejam elas contratadas das formas deturpadas que foram implementadas nos últimos anos, e que tentam transformar trabalhadores em empresas.

Como eu coloquei acima, o trabalho, em boa proporção, mudou suas características, mas isso não significa que ele tenha deixado de existir. O problema é que, se não deixou de existir, as Leis que o protegem, as organizações que mobilizavam os trabalhadores por conquistas, essas também precisam mudar, para atenderem às novas características que esse mesmo trabalho alcançou.

Mais do que glorificar o trabalho e o trabalhador, no Primeiro de Maio esse binômio deveria ter sido defendido, não pelo que e como já foi, mas pelo que se tornou, pela forma com que é exercido contemporaneamente, e pela necessidade que existe de mudanças na defesa da disputa capital x trabalho. Essa disputa segue sendo desequilibrada, ela segue sendo atual, e ela segue necessitando da interferência do Estado como forma de promover progresso civilizatório e econômico.

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