terça-feira, 22 de outubro de 2019

Aperta o cerco contra Donald Trump

E isso pode até ser bom para o Brasil.

Após a aceitação do processo de impeachment do presidente norte-americano, aperta-se o cerco ao mandatário, e o New York Times publicou matéria sobre fraudes fiscais cometidas por Trump nos anos 90. e que ajudaram a aumentar sua fortuna. Somadas a várias outras denúncias, a problemas na política externa, e a uma economia que começa a apresentar alguns sintomas de deterioração, a pressão popular pelo impedimento de Trump certamente aumentará.

A maioria do Senado americano é dos republicanos do presidente, mas talvez nem isso seja suficiente para segurar a situação, caso o clamor popular pela deposição se exacerbe.´

E o processo está apenas começando.

Para Bolsonaro seria como tirar o chão, porque lhe tiraria o exemplo de governança (ou de não-governança). Para o Brasil poderia até ser um alívio, porque sem seu grande guru político, vai que o Bolsonaro para de entregar todas as riquezas e as maiores potencialidades do país para os americanos a preço de xepa?

Trump acumulou parte de sua fortuna graças a fraudes fiscais, diz o ‘The New York Times’

Jornal relata que o presidente criou empresas de fachada com seus irmãos para ocultar dinheiro. Órgão fiscal de Nova York revisará o histórico da família





Donald Trump, no Salão Oval.
Donald Trump, no Salão Oval.SAUL LOEB (AFP)

Uma reportagem publicada nesta terça-feira no The New York Times aponta Donald Trump como artífice de parte dos estratagemas fiscais que ajudaram seu pai, o empreendedor imobiliário Fred Trump, a sonegar impostos nos anos noventa. Uma das manobras consistiu na criação de empresas de fachada com seus irmãos. Citando uma ampla investigação envolvendo, entre outros, mais de 100.000 documentos fiscais e judiciais relativos a várias décadas, o jornal estima em 413 milhões de dólares (1,63 bilhão de reais, pelo câmbio atual) a quantia que o republicano recebeu de seu pai ao longo da vida.
Charles J. Harder, advogado de Donald Trump, enviou um comunicado ao Times salientando que as acusações de “fraude e evasão fiscal são 100% falsas”. O republicano gerou polêmica na campanha eleitoral de 2016 ao não divulgar publicamente sua declaração da renda, como costumam fazer os candidatos presidenciais, o que agravou as suspeitas sobre suas práticas empresariais e fiscais.
Trump já nasceu rico. Seu pai era um próspero incorporador imobiliário que começou construindo residências no Queens e Brooklyn (Nova York). Os primeiros passos do mandatário no mundo dos negócios foram nas empresas de seu pai. Donald, fascinado pelo luxo nova-iorquino, deu o salto para Manhattan e começou a impulsionar arranha-céus que levam seu nome. E, naquela época, o hoje presidente e seus irmãos continuaram recebendo dinheiro dos pais.
Segundo o Times, Fred e Mary Trump transferiram à prole um total de um bilhão de dólares, que, com os impostos de 55% sobre doações e heranças, teriam gerado 550 milhões de dólares para o fisco, mas só pagaram 52,2 milhões (pouco mais de 5%).
Donald Trump começou a acumular patrimônio muito cedo, aos três anos, quando recebeu o equivalente a 200.000 dólares pelo valor atual, descontada a inflação do período. Aos oito, segundo o artigo, já era milionário, aos 17 assumiu um edifício com 52 apartamentos, e, ao terminar a faculdade, já tinha uma renda que seria equivalente a um milhão de dólares pelos valores atuais. Ao chegar aos 40 anos, a bolada atingia cinco milhões por ano.
Embora os pais fossem generosos, a investigação do Times mostra que o republicano também fazia sua parte. Uma grande parcela do dinheiro recebido chegou às suas mãos porque ele estava ajudando a sonegar impostos. As empresas de fachada que criou com seus irmãos serviam para ocultar as doações e ajudaram seu pai a obter ilegalmente deduções fiscais milionárias. Também segundo a reportagem, ele colaborou com os pais na concepção de uma estratégia para desvalorizar as propriedades imobiliárias, pois assim teriam uma economia considerável em impostos.
Casa Branca insistiu nesta terça-feira através de sua porta-voz, Sarah Sanders, que Trump começou seu império com um empréstimo de um milhão de dólares de seu pai, que o hoje presidente devolveu. Agora, afirmou, sua fortuna alcança os dez bilhões, embora a Bloomberg avalie o montante em 2,8 bilhões. Se esse primeiro milhão emprestado a Trump fosse investido no índice S&P da Bolsa de Nova York, hoje a bolada seria de 1,96 bilhão.
James Gazzale, porta-voz do Departamento de Impostos e Finanças do Estado de Nova York, informou após a publicação da reportagem que o departamento “está analisando as denúncias incluídas no artigo do The New York Times”.

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