segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Equador explode contra o neoliberalismo

É óbvio que as violentas manifestações que acontecem por todo o Ecuador não têm esse lema a motivá-las, mas o cerne que as iniciaram foram as medidas neoliberais adotadas por Lenin Moreno, o atual presidente equatoriano, indicado por Rafael Correa, o presidente que o antecedeu, que o indicou, e que era de centro-esquerda. Interessante perceber que Lenin Moreno saiu do cerne do Alianza País, partido de ambos os políticos.

Alguns analistas políticos de direita vêm dizendo que as ações populares são devido à retirada dos subsídios aos combustíveis, o que teria provocado a ira da população. O que não entendem é que isso foi apenas a gota d'água, aquilo que se tornou insuportável ao povo equatoriano, já que Moreno se elegeu com um discurso e um programa de centro-esquerda, que daria seguimento ao governo de Correa, mas desde o início traiu seu discurso e iniciou a tomar medidas neoliberais, o que rapidamente fez com que perdesse apoio da população, principalmente dos setores mais populares e indígenas (parcela muito importante de vários países latino-americanos).

Pois bem, Moreno, apesar da violenta reação às manifestações, está acuado, a ponto de ter mudado a administração do país de Quito para Guayaquil. Analistas mais isentos dão como certa a queda de Moreno, ou o fim de seu governo, ainda que permaneça na presidência, porque perdeu completamente as condições de governança necessárias à continuidade efetiva de um governo.

A última informação que tive já indicava ao menos 7 mortes, além de feridos, presos, sequestrados (pelos manifestantes), e até as forças armadas do país já se vêm acuadas, não apenas pela violência das manifestações, como também por tradição em não atacar seus próprios cidadãos (ah, se tivéssemos mais forças armadas como essas), e acredita-se que seja questão de tempo para que retirem seu apoio ao atual presidente, e que se chegue a uma solução negociada para os conflitos, que podem inclusive incluir novas eleições.

De qualquer forma é um rechaço duro, claro, inegável, e muito enfático ao neoliberalismo. A Argentina chegou perto, mas não com tanta violência, e as próximas eleições do país do Conesul devem refletir definitivamente esse sentimento popular. Quando o Brasil irá tomar atitudes sérias como essas, e escorraçar de uma vez por todas essas aberrações?

Ditador Lenin Moreno retira do ar o sinal do Telesur e população enfurecida ataca a mídia corporativa

Agrava-se a crise no Equador. De um lado, o ditador Lenin Moreno retirou do ar o sinal da emissora venezuelana Telesur, que critica a repressão no país. Em parelelo, a população atacou instalações de veículos de comunicação alinhados a Moreno

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