É óbvio que as violentas manifestações que acontecem por todo o Ecuador não têm esse lema a motivá-las, mas o cerne que as iniciaram foram as medidas neoliberais adotadas por Lenin Moreno, o atual presidente equatoriano, indicado por Rafael Correa, o presidente que o antecedeu, que o indicou, e que era de centro-esquerda. Interessante perceber que Lenin Moreno saiu do cerne do Alianza País, partido de ambos os políticos.
Alguns analistas políticos de direita vêm dizendo que as ações populares são devido à retirada dos subsídios aos combustíveis, o que teria provocado a ira da população. O que não entendem é que isso foi apenas a gota d'água, aquilo que se tornou insuportável ao povo equatoriano, já que Moreno se elegeu com um discurso e um programa de centro-esquerda, que daria seguimento ao governo de Correa, mas desde o início traiu seu discurso e iniciou a tomar medidas neoliberais, o que rapidamente fez com que perdesse apoio da população, principalmente dos setores mais populares e indígenas (parcela muito importante de vários países latino-americanos).
Pois bem, Moreno, apesar da violenta reação às manifestações, está acuado, a ponto de ter mudado a administração do país de Quito para Guayaquil. Analistas mais isentos dão como certa a queda de Moreno, ou o fim de seu governo, ainda que permaneça na presidência, porque perdeu completamente as condições de governança necessárias à continuidade efetiva de um governo.
A última informação que tive já indicava ao menos 7 mortes, além de feridos, presos, sequestrados (pelos manifestantes), e até as forças armadas do país já se vêm acuadas, não apenas pela violência das manifestações, como também por tradição em não atacar seus próprios cidadãos (ah, se tivéssemos mais forças armadas como essas), e acredita-se que seja questão de tempo para que retirem seu apoio ao atual presidente, e que se chegue a uma solução negociada para os conflitos, que podem inclusive incluir novas eleições.
De qualquer forma é um rechaço duro, claro, inegável, e muito enfático ao neoliberalismo. A Argentina chegou perto, mas não com tanta violência, e as próximas eleições do país do Conesul devem refletir definitivamente esse sentimento popular. Quando o Brasil irá tomar atitudes sérias como essas, e escorraçar de uma vez por todas essas aberrações?
Ditador Lenin Moreno retira do ar o sinal do Telesur e população enfurecida ataca a mídia corporativa
Agrava-se a crise no Equador. De um lado, o ditador Lenin Moreno retirou do ar o sinal da emissora venezuelana Telesur, que critica a repressão no país. Em parelelo, a população atacou instalações de veículos de comunicação alinhados a Moreno
247 – O ditador Lenin Moreno retirou do ar, neste domingo, o sinal da emissora venezuelana Telsur, confirmando que o país se tornou uma ditadura, com forte repressão e cenura. Revoltada, a população ataca instalações da mídia corporativa.
Sputinik – Protestos em massa eclodiram no Equador no início de outubro, após uma ação dos legisladores para acabar com os subsídios de combustível.
Os manifestantes em Quito tentavam "forçar entrada nas instalações" do jornal El Comercio, de acordo com associação local de jornalismo Fundamedios.
O El Comercio confirmou mais tarde relatos de que suas instalações foram atacadas na noite de sábado por "um grupo de estranhos".
Uma instalação pertencente ao canal de TV Teleamazonas também foi atacada por supostos manifestantes que jogaram coquetéis molotov no prédio da emissora.
Teleamazonas compartilhou no Twitter a foto de um ônibus, pertencente ao canal, que foi queimado por manifestantes. Segundo a mídia, "25 pessoas estavam dentro do veículo" quanto "vândalos" começaram a atirar coquetéis molotov. Além disso, a emissora divulgou imagens de suas instalações em chamas, que também seria resultado da atuação dos manifestantes.
No início do dia, o presidente do Equador, Lenín Moreno, anunciou um toque de recolher e intervenção militar em Quito, previsto para começar às 15h do horário local (20h GMT). A medida visa "facilitar as atividades das agências policiais contra a violência excessiva".
Protestos tiveram início no Equador em outubro, quando milhares se uniram contra as reformas econômicas do governo, especificamente uma decisão de encerrar décadas de subsídios de combustível para a população.
À medida da escalada progressiva da violência, Moreno declarou estado de emergência nacional por dois meses. Segundo Moreno, o Equador não poderia mais arcar com os subsídios e os cortes poderiam ajudar o país a economizar cerca de US$ 2,27 bilhões por ano.
A medida faz parte do acordo de austeridade do governo equatoriano com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para se qualificar para um empréstimo no valor de US$ 4,2 bilhões.
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