terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Farinha pouco meu pirão primeiro

Vamos ser bastante claros: o problema abaixo já era mais do que esperado. No início do ano passado já era dito que a indústria farmacêutica não teria capacidade de fornecer as bilhões de doses necessárias de uma eventual vacina, no curto prazo que as diversas sociedades nacionais demandariam, e que era muito provável que os países que desenvolvessem a droga iriam exigir primazia no recebimento.

Pois é exatamente o que está acontecendo. EUA, Europa, e até a China (em certa medida) estão decidindo quem recebe, e quem não recebe a vacina neste exato momento.

Agora talvez alguns prestem mais atenção ao PND de Ciro Gomes, que prevê incentivo a indústrias nacionais do complexo da saúde, tanto na produção de insumos, quanto de fármacos. Se tivéssemos esse setor mais desenvolvido, não apenas não estaríamos gastando milhões de dólares com a importação de insumos e de drogas, como estaríamos produzindo nossa própria vacina, e ainda exportando o excedente.

O Brasil precisa voltar a se industrializar. A utilização de setores que nos ofereçam melhor condições para isso é o começo, mas de forma alguma é o final desse processo.


UE ameaça barrar exportação de doses da AstraZeneca e emergentes protestam

A Europa subiu o tom contra a AstraZeneca e ameaça impedir as exportações de vacinas contra a covid-19 da empresa britânica enquanto não for cumprido o contrato de fornecer as doses à UE (União Europeia). A iniciativa abriu uma crise entre a UE e países em desenvolvimento e explicitou a guerra pelos imunizantes no mercado internacional.

Diante do gesto europeu, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, usou um discurso nesta terça-feira no Fórum Econômico Mundial para denunciar o "nacionalismo de vacinas" e alertar aos países ricos que não abandonem mais da metade do mundo.

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