Durante entrevista coletiva pouco antes do Natal, Lula diz que seu governo não precisa de puxasacos, mas de críticas e cobranças. A fala foi importante, muito mais pelo simbolismo que traz embutida, e muito menos pela efetividade de eventuais críticas.
Não acredita?
Ora, o PT foi o partido mais criticado desde 2014. Os governos Dilma foram extremamente criticados, mas os governos Lula não passaram incólumes nesse processo, e apesar de todas as críticas, o PT não apenas repete erros já cometidos, como ainda aprofunda vários desses erros, como a criação do Ministério dos Povos Originários.
Nada contra esses povos, nada contra a preservação da cultura desses povos, nada contra a preservação dos próprios povos, mas tudo contra a politização de uma ínfima minoria de brasileiros(e aqui não é apenas sociológica, mas numérica mesmo) ser tratada em nível ministerial.
Esse é um exemplo, mas a indicação de um neoliberal para o Ministério da Fazenda, e outro para o de Indústria e Comércio dão o tom de que o essência do governo Lula seguirá o mesmíssimo erro de seus governos anteriores.
Apesar disso, sim, é possível que se o próximo governo apresente uma pequena melhora, afinal de contas ele está garantindo dinheiro para políticas sociais básicas, o que sempre pode aumentar um pouco o consumo e o comércio. Mas isso poderá se tornar um bumerangue destruidor, porque não haverá tecido produtivo para suprir esse aumento de demanda interna. Isso aumentará a pressão sobre nossa balança comercial, e provavelmente as políticas neoliberais irão atrapalhar nossa expansão industrial.
Mais um voo de galinha à vista. E não é a primeira vez que isso acontece. Para quem acha que o mundo é assim mesmo, ledo engano, porque o mundo liberal é assim. Um mundo em que um governo forte tenha as rédeas da economia (não necessariamente com estatais), as crises são muito mais difíceis, e costumam ser muito mais leves.
Taí Lula, sua primeira crítica de minha parte.
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