Vejam que interessante. Semana passada falei sobre a necessidade de manterem o respeito entre as duas culturas bastante díspares, e que nem um lado impôs sua presença no evento como sede, nem o outro impôs que essa fosse a sede. Lamentável, portanto, que acusações fossem feitas ao país anfitrião, muitas delas sem base no mundo real, utilizando-se para isso da deturpação de dados, e de fontes absolutamente duvidosas.
Pois bem, não era difícil que uma situação como essa do artigo abaixo acabasse por acontecer. A falta de bom senso entre alguns líderes políticos levam a resultados muitas vezes indesejados. A política já não é uma tarefa fácil quando exercida entre culturas semelhantes, mas quando essas culturas são bastante diferentes, essa tarefa se torna extremamente difícil e delicada.
Que a Copa do Catar possa terminar sem mais incidentes diplomáticos desnecessários e desagradáveis, e que pensem melhora antes de apontarem as próximas sedes.
Portugal vai para a lista negra do Qatar
26 de novembro 2022 às 13:00
O Presidente e o primeiro-ministro alinharam no rol de críticas do ‘politicamente correto’ contra o Qatar e o país anfitrião do Mundial reagiu: mal acabe a competição, Portugal vai ser colocado na lista negra do emirado. A polémica continua na agenda de um Mundial cheio de contradições… de todos os lados.
por João Sena
Há 12 anos ninguém percebeu, ou não quis perceber, como é que o Mundial de futebol de 2022 foi parar às mãos de uns sheiks de um minúsculo país do Médio Oriente. Alguma imprensa, sobretudo francesa – mais tarde viria a saber-se porquê – questionou a escolha e deu pistas, só que ninguém deu grande importância a mais uma manobra de bastidores de Joseph Blatter (então presidente da FIFA) e dos seus acólitos. O tempo foi passando, as acusações de corrupção, de condições indignas de trabalho e de violação dos direitos humanos foram aumentando. Alguém acordou para a vida e percebeu que era politicamente correto questionar tudo e todos e o Qatar 2022 passou a ser visto como o pior Campeonato do Mundo. As autoridades em Portugal foram atrás da onda e – como o Nascer do SOL apurou junto de fonte oficial – o país vai parar à lista negra do Qatar mal termine o Mundial, o que poderá ter consequências a nível político e económico e condicionar a circulação de pessoas entre os dois países. As declarações do Presidente da República sobre os direitos humanos feitas numa conferência, em Doha, à margem do jogo entre Portugal e o Gana, embora tenham sido mais suaves, caíram mal no Governo qatari, que já tinha considerado «hostis» as anteriores declarações de Marcelo Rebelo de Sousa e do primeiro-ministro António Costa. Aliás, o embaixador português em Doha, Paulo Pocinho, foi imediatamente chamado ao vice-primeiro-ministro do Qatar.
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