Se as grandes redes podem, então eu também posso.
Astrónomos contra Magalhães
Está em curso uma campanha para lhes retirar o nome do navegador português, por conta do seu «violento legado colonialista».
19 de Novembro 2023 às 10:58
Natalia Sarsgård (Tsarikova) volta ao nosso blog com mais uma grande música do Nightwish, e mais uma excelente cover de sua parte. É para fecharmos bem o ano.
O artigo abaixo foi retirado do twitter do geopol.pt.
O artigo também é alto-explicativo, e se complementa com o título que eu coloquei na postagem, e pela noticia de que os iemenitas ameaçaram destruir os campos de petróleo da Arábia Saudita e do Emirados Árabes Unidos, caso estes ataquem o Iemen.
O que começou com um sequestro seguido de uma reação lenta e desastrada do Estado de Israel, pode se tornar um grande desastre, ou mesmo uma guerra generalisada na região.
LLOYD AUSTIN ANUNCIA O LANÇAMENTO DE UMA FORÇA DE PROTECÇÃO NO MAR VERMELHO
🇺🇸🇾🇪 Os Estados Unidos vão anunciar o lançamento de uma força de proteção marítima alargada, envolvendo Estados árabes, para combater os ataques Houthi, cada vez mais frequentes, a partir dos portos do Iémen, contra a navegação comercial no Mar Vermelho.
A força, provisoriamente intitulada Operação Prosperity Guardian, deverá ser anunciada pelo secretário da Defesa, Lloyd Austin, aquando da sua visita ao Médio Oriente. À semelhança da Task Force 153, que já opera a partir do Bahrein, a força de proteção de maiores dimensões destina-se a garantir às companhias de navegação comerciais que os ataques dos Houthi serão repelidos e que o mar continua a ser seguro para a navegação comercial.
Cinco grandes companhias de navegação já deixaram de utilizar o Mar Vermelho, na sequência dos ataques dos Houthis em protesto contra os esforços de Israel para eliminar o Hamas em Gaza.
O presidente da Autoridade do Canal do Suez, o tenente-general Osama Rabie, revelou também que 55 navios foram redireccionados em torno do Cabo da Boa Esperança, uma viagem duas semanas mais longa do que a que passa pelo estreito de Bab al-Mandab, a sul do canal do Suez. Mais de 20 navios registaram incidentes nos últimos meses, muitos deles em torno do estreito de Bab al-Mandab que separa a península arábica de África.
A OOCL, com sede em Hong Kong, foi a última a anunciar uma suspensão, juntando-se à francesa CMA CGM, à dinamarquesa Maersk, à alemã Hapag-Lloyd e à italo-suíça Mediterranean Shipping Co, a maior companhia de navegação do mundo.
A Maersk controla 14,8% do mercado mundial de contentores marítimos e as decisões, se mantidas, são coletivamente um golpe de martelo para a economia egípcia e para os custos globais dos transportes. O canal do Suez rendeu ao Egipto 9,5 mil milhões de dólares em 2022-23.
Os EUA estavam tentando persuadir a China a se juntar a uma força de proteção marítima ampliada que está sendo montada no Bahrein, mas alguns funcionários acreditam que garantiram o envolvimento da Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar, Omã, Egito e Bahrein.
O primeiro navio a ser abordado pelos Houthis apoiados pelo Irão, o Galaxy Leader, foi capturado a 19 de novembro e ainda se encontra no porto de Hodeidah, controlado pelos Houthis. Desde então, os ataques têm-se multiplicado. No sábado, o USS Carney abateu 14 drones enviados pelos Houthis em direção a Israel.
Até à data, as marinhas francesa, britânica e norte-americana abateram os drones e mísseis controlados pelos Houthi. Os Houthis afirmaram que vão atacar todos os navios que se dirigem a portos israelitas, independentemente da sua nacionalidade.
A Força Tarefa Combinada 153, liderada pelos EUA, já operou no Mar Vermelho, combatendo a pirataria somali e outras ameaças.
A ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, afirmou que os ataques dos Houthi "não podem ficar sem resposta".
Temia-se que a Arábia Saudita, que procura um acordo de paz com os Houthis para pôr fim à guerra civil de oito anos no Iémen, pudesse ficar de fora da força de proteção.
O ministro da defesa iraniano, Mohammad-Reza Ashtiani, afirmou que qualquer força multinacional enfrentaria problemas extraordinários para proteger a navegação no Mar Vermelho. O ministro disse: "Se os Estados Unidos tomarem uma iniciativa irracional deste tipo, vão deparar-se com problemas extraordinários. Ninguém pode fazer um movimento numa região onde temos predominância".
O porta-voz militar iemenita disse: "Se os EUA conseguirem estabelecer uma aliança internacional, será a aliança mais suja da história. O mundo não esqueceu a vergonha de permanecer em silêncio sobre crimes genocidas anteriores".
O líder do movimento Houthi, Abdulmalik al-Houthi, também avisou que irá retaliar se as linhas vermelhas forem ultrapassadas, uma das quais é a intervenção direta dos EUA em Gaza.
O que acontece com a Ucrânia neste exato momento é exatamente isso; o nosso tradicional chiste: "segura na brocha que vou tirar a escada". O texto abaixo é bastante completo, ainda que não muito longo, mas o suficiente para descrever o processo que levou a Ucrânia à beira do desastre total, mas eu não deixarei de acrescentar um fato crucial em toda essa história, e que sem ele esse desenrolar e desfecho seriam impossíveis. Nos dois próximos parágrafos.
O fator crucial, que permitiu à Ucrânia chegar à atual situação é interno do próprio país. Sim, sem que forças internas agissem de forma cega e irresponsável, não haveria promessa Ocidental, viagem de Boris Johnson que tivesse levado a Ucrânia a essa derrocada. Essa situação interna se divide em duas partes. A primeura é que uma parte significativa das elites econômicas e políticas do país eslavo preferiram ouvir o canto da sereia Ocidental à prestar atenção ao grito desesperado da razão.
A segunda parte está mais ligada ao iaginário coletivo, e foi possível graças ao alto grau de corrupção, e ao imaginário popular histórico. Esse é um ódio doentio e insano que parte da população nutre aos russos. Parte disso pode ser creditado a fatos pretéritos, mas parte é devido a uma aproximação acrítica com o bloco Ocidental, que no fundo jamais considerou seriamente uma adesão ucraniana a suas fileiras de forma autônoma e soberana. Com a debacle que se abate agora sobre o país, dificilmente ela se dará, mesmo que de forma subalterna.
Lamentável, mas cada povo colhe o que planta.
Ucrânia à beira do colapso e do abandono
Por Luis Segura @luisgonzaloseg
🇺🇸🇪🇺🇺🇦🇷🇺 Os Estados Unidos e a União Europeia (com Josep Borrell à cabeca) instigaram, encorajaram e incentivaram, quase forçaram, a Ucrânia a lutar com promessas de apoio incondicional e de adesão à União Europeia e à NATO.
Boicotaram conversações e acordos com a Rússia, tanto antes como depois da invasão.
Enviaram dezenas de milhares de milhões de euros e enormes quantidades de armamento que foram pagos pelos cidadãos e geraram enormes lucros para a indústria militar. Entretanto, os cidadãos sofreram níveis terríveis de inflação.
Centenas de milhares de pessoas foram mortas e feridas, e ainda não é possível fazer uma estimativa aproximada.
A Ucrânia sofreu enormes níveis de destruição e feridas sociais que perdurarão durante décadas. Se é que alguma vez serão ultrapassadas.
Aqueles que defenderam a paz foram rotulados de pró-russos, traidores e cobardes. Marionetas de Putin.
Os russos, e a Rússia, foram maltratados, vilipendiados e expulsos de quase todas as esferas internacionais (cultural, desportiva, social...) apenas por serem russos. Foram atingidos níveis inconcebíveis de russofobia.
Tudo isto, diziam, era pela democracia, que escasseia na Ucrânia; pelos direitos humanos, soberania e integridade territorial (os mesmos que o Ocidente espezinha na Palestina); e pela luta contra a tirania e as autocracias, apesar do grande número de alianças do Ocidente com autocracias.
Quase 700 dias depois, tanto os EUA como a UE já não apoiam incondicionalmente a Ucrânia e a ajuda está agora bloqueada. Esta situação coloca a Ucrânia a um passo do abandono e à beira do colapso.
Um colapso que, a acontecer, depois de centenas de milhares de mortos e meses de destruição, seria um cenário infinitamente pior do que as ofertas da Rússia, tanto antes da invasão como nos primeiros meses da invasão.
A realidade, depois de meses de manifestações teatrais de líderes ocidentais ou de palestras de Zelensky em meio mundo, é que a Ucrânia foi, tem sido e é, por mais duro que seja, apenas uma marioneta dos Estados Unidos (e dos seus vassalos ocidentais, que são também os grandes perdedores). «Carne para canhão» para cumprir os principais objectivos geopolíticos dos Estados Unidos na Europa: a erosão da Rússia; a rutura da relação entre a União Europeia e a Rússia (incluindo o Nord Stream); ou o aprofundamento da vassalagem europeia (e o pagamento dos custos da guerra com o aumento das despesas militares).
Quer estes objectivos sejam ou não bem sucedidos, o que só o tempo o dirá, uma vez que os EUA os tenham alcançado, ou entendam que os alcançaram (o que pode não durar muito tempo), o incentivo para sustentar a Ucrânia desapareceu.
Por todas estas razões, a Ucrânia está a um passo do colapso: já não existe em termos mediáticos (menos ainda desde o massacre da Palestina por Israel) e a ajuda económica está agora bloqueada tanto nos Estados Unidos como na União Europeia. E, quer chegue ou não, todos os intervenientes sabem que não é incondicional, que a jogada ocidental foi um bluff e que, se a Rússia resistir, embora nunca haja certezas e tudo seja possível, será muito difícil a Ucrânia não entrar em colapso.
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O chamado "mundo civilizado" perdeu definitivamente o juízo. A mania de querer reescrever a História de forma a atender anseios e interesses modernos e atuais não é nova, mas ela está atingindo níveis alarmantes e completamente insanos. E isso é preocupante.
Não, não é preocupante por causa de Magalhães e seu impressionante feito compartilhado com Elcano. Não é preocupante pelos bandeirantes ou pelas sereias que ora são atacados. Mas sim, é preocupante porque se tenta renegar um passado, responsável por nos trazer ao momento atual, com base em valores absolutamente desconhecidos para essas figuras históricas, heroicas, e muitas vezes, lendárias.
Fernão de Magalhães não ficou famoso por ter descoberto as nuvens que levam seu nome, mas por ter sido responsável direto por um dos maiores feitos da humanidade na era das grandes navegações: a primeira viagem de circunavegação do planeta, o contato com outros povos, outras culturas, outras raças, e a descoberta (para os europeus) de inúmeras terras, passagens e acidentes geográficos. Esse feito foi conquistado com uma gigantesca e poderosa frota, composta por três minúsculas embarcações, nas quais um pescador moderno não sairia para pescar, imaginem então dar a volta ao mundo. Seus instrumentos de navegação eram precários; suas técnicas, revolucionárias para a época, quase que experimentais; sua ideologia, um misto de cavalheirismo da Idade Média, com o ímpeto de descobrir um mundo que se abria a eles.
E sim, Magalhães, como muitos outros, era um homem de seu tempo. Como citei acima, uma mistura entre um cavaleio medieval, onde a maior parte de sua ideologia residia, com um homem que via uma revolução técnico-científica, o que lhes abria um horizonte enorme, mas que apesar de tudo acabava por ser um horizonte turvo pelos dogmas que carregava em seu cerne cultural.
Sim, ele era colonialista, como o eram Cristóvão Colombo, Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama, o próprio Elcano - que completou a gigantesca aventura de Magalhães - e o eram todos os que abriram as portas à Modernidade, que nos trouxe ao mundo moderno. Eles eram homens de seu tempo, que conseguiram feitos impressionantes, não apenas pelas dificuldades físicas e técnicas da época, mas sobretudo pelas amarras ideológicas a que estavam ligados historicamente.
Aproximadamente 5 séculos depois, eu mesmo fiz duas voltas ao mundo pelo mar. Os veículos não foram as frágeis embarcações de madeira que levaram Magalhães e Elcano em sua aventura, mas modernos navios de aço, impulsionados por potentes motores com milhares de cavalos de potência, e posso lhes afirmar que não foi fácil, mesmo com a possibilidade de contatos com o lar, com as rotas já conhecidas, e os perigos todos mapeados. Imaginem para esses que desbravaram essas possibilidades?
O que distinguiu esses homens não foram suas ideias humanísticas, mas seus feitos concretos. Sim, a grande maioria - se não sua totalidade - era escravista, preconceituosa, com valores muito antagônicos aos propagados atualmente (e muitas vezes não cumpridos), Eles eram homens de seu tempo, agiam como homens de seu tempo, e nos legaram o mundo que temos hoje, com seus avanços, suas qualidades e defeitos. Renegar o papel fundamental deles na formação desse mundo não é resolver as contradições que temos, e nem mesmo os erros que eles cometiam, mas renegar o que fizeram de acertado, seus feitos grandiosos, seus legados que nos permitiram chegar até aqui.
Renegar o passado não é apenas renegar o que somos de ruim, é renegar o que somos de bom também. Não há como fazer essa dissociação, e quem faz isso não faz apenas algo fadado ao fracasso, mas também ridículo. O problema é que quem nos tem trazido essas ideias, supostamente, devia nos trazer ideias mais profícuas.
Precisamos parar de tentar negar o passado para justificar um presente que se constrói, e sobretudo precisamos ver os erros que temos, combatê-los efetivamente, e construirmos um mundo melhor.
Está em curso uma campanha para lhes retirar o nome do navegador português, por conta do seu «violento legado colonialista».
19 de Novembro 2023 às 10:58
O grupo Celtic Woman em mais uma magistral interpretação. Scarborough Fair fez enorme sucesso na gravação de Simon & Garfunkel, apesar de ser uma música tradicional inglesa de autoria desconhecida. Depois disso vários artistas já emprestaram suas vozes à música, e muitas interpretações foram magistrais, uma delas é essa.
O texto de Ruy Castro, veiculado na Folha de São Paulo, é interessante, mas é raso. Sim, raso, mas não o é porque não avisa nada a Lula enquanto relembra absurdos bolsonaristas no poder. Ele o é porque faz uma comparação patética entre um governo horroroso e um desgoverno.
Sim, Lula é o que de pior se poderia esperar a frente da Presidência da República do país, como igualmente o foram alguns dos citados por Ruy Castro em seu texto, e quase todos os que concorriam no último pleito eleitoral. Na verdade, o único que escapa dessa mesmice medíocre e leviana foi aquele pelo qual o autor do texto demonstrou total descaso, como um troféu a falta de empatia que demonstra pelo país e seu povo com esse ato.
E o governo lula não pode ser comparado ao desgoverno bolsonaro, já que existe uma diferença fundamental entre os dois, e esta é justamente a preposição "des". Esta indica negação, e no caso significa a negação de um governo. Sim, apesar de horroroso, terrível, desastroso, Lula ainda tem um governo. Seu governo é, de modo geral, umbilicalmente ligado às mesmas forças que levaram e sustentaram Bolsonaro por 4 anos à frente do país, mas que também tolheram todas as suas tentativas tresloucadas e lunáticas de arrebatar o poder aprofundando o projeto de destruição de Estado. Isso porque essas forças sabem que é necessário um Estado, mesmo que este exista apenas para possibilitar o fortalecimento e a concentração de poder nas mãos dessas forças.
Já Lula não conduz um desgoverno, ao contrário, ele conduz (ou é apenas o líder aparente) de um governo. E esse governo está absolutamente alinhado com as ideias, interesses e objetivos das mesmas forças que levaram Bolsonaro, e agora ele, Lula, à frente da administração pública do país. Seu objetivo, de forma alguma é um golpe autocrático, mas um golpe plutocrático, que leve cada vez mais à concentração de poder nas mãos dessa pequena elite endinheirada do país. Lula sabe que é necessária a existência de um Estado que minimamente garanta a execução desse projeto concentrador de poder e riqueza, e Lula está absolutamente alinhado com isso.
Mas ainda que tenha pretensões políticas para seu partido, ele sabe também que, por melhor que sejam a propaganda e os ataques políticos a seus opositores, não há poder político-partidário que se mantenha sem um mínimo de retorno à sociedade como um todo. Daí surgem os pequenos atritos entre a plutocracia e o líder do governo, e que são tratadas e respondidas através da imprensa ou de figuras absolutamente alinhadas e que estão no âmago do próprio governo, todas em Ministérios importantíssimos, como Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio, ou órgãos de apoio, como Bacen e BNDES.
E apesar de as ideias de Ciro Gomes serem excelentes, e terem todas grandes possibilidades de darem certo e catapultarem o país a um novo e longo ciclo de crescimento e desenvolvimento, suas ideias políticas são de aplicação quase impossível. Dentre os 594 legisladores que temos, talvez uns 5 ou 6 tenham a grandeza de um estadista, enquanto a grande maioria está comprometida com a própria carreira política e seus núcleos de base restritos. Mas nenhum deles é burro, e seja para a próxima eleição, ou para daqui a 10 anos, nenhum deles quer mudar o regime que lhes dá poder, seja agora, seja daqui 10 anos.
Sim, a Constituição de 88 foi ótima em projetar um estado de bem-estar social nunca implementado (iniciou-se muito timidamente na primeiro período petista no governo), mas foi politicamente estúpida ao concentrar poderes excessivos no Judiciário, e principalmente num Congresso. O Judiciário, bem ou mal, ainda pode ser controlado pelo Congresso, mas ninguém controla o Congresso, nem o povo, porque os mecanismos que o povo teria para fazê-lo (referendos e plebiscitos) são de uso exclusivo da Casa, e o voto quadrienal já se mostrou absolutamente insuficiente para isso.
O Brasil precisa rever sua Constituição com seriedade, mas nesse momento não há interesse por parte de quem a controla, nem o momento é propício a uma mudança, já que uma constituinte nesse momento tenderia apenas a agravar as distorções que já são claras na atual C-88, e ainda minar as conquistas que essa apresentou.
Lula precisa de mais que um recado, ele precisa é ter a coragem de se cercar de gente séria e enfrentar os problemas que se lhe apresentam, coisa que ele não faz, e como eu coloquei acima, são muitos e gravíssimos, porque desviam o eixo da política e colocam as decisões nas mãos dos que não têm responsabilidades por suas execuções. Ele precisa deixar de ser um líder aparente e se tornar um líder de fato.
Mas ele não o fará.
O homem segue em sua busca por corpos celestes extrassolares que possam abrigar vida. Isso explica a grande quantidade de exoplanetas encontrados nos últimos anos, todos em nossa "vizinhança" galática.
Dois são os motivos principais que levam os cientistas a essa busca. O primeiro é saber se o universo é realmente capaz de gerar vida em outros corpos celestes, ou se nosso caso é realmente único e/ou muito raro.
O segundo motivo, e esse é bem mais difícil de ser aplicado, é ter uma rota de fuga para a humanidade no caso de uma catástrofe em nosso planeta, algo que pudesse levar a humanidade a extinção. Sim a ideia é ter um lugar para onde fugir, caso nosso planetinha azul deixe, por qualquer motivo, de ter as condições necessárias para abrigar a vida humana. Esse caso é bem mais complicado, até porque estamos longe de ter as condições técnicas necessárias para uma viagem desse tipo.
Mas devagar se chega ao longe, talvez longe como um outro planeta. Claro, nenhum de nós deverá ver algo assim, mas quem sabe futuras e longínquas gerações o vejam.
Mais sobre exoplanetas no link do título abaixo.
Super-Terras são exoplanetas que são mais massivos e maiores do que o nosso planeta mas são menores do que planetas gigantes como Júpiter e Saturno. A pergunta que fica é: será que uma Super-Terra pode ser a tão esperada Terra 2.0?
Uma das maiores buscas da Astronomia é pela Terra 2.0. A Terra 2.0 seria um exoplaneta com características muito semelhantes do nosso desde a composição, atmosfera e até o tamanho. Porém planetas menores são mais complicadores de serem encontrados que os maiores.
Esse é um dos motivos que os exoplanetas encontrados geralmente são gigantes gasosos como Júpiter e Saturno. Exoplanetas do tamanho da Terra, ou até menores como Marte, são encontrados em uma frequência menor justamente pelas técnicas serem melhores para objetos maiores.
Sim, uma alteração na Constituição que busca limitar os poderes do STF está sendo gestada no Congresso Nacional. Se é verdade que o STF ganhou enorme protagonismo na cena política brasileira, também é verdade que isso ocorreu, em grande parte, por culpa dos próprios atores políticos brasileiros, que ganharam a capacidade estúpida de judicializar uma série de decisões políticas, e a estupidez de descumprir a própria Constituição que eles juram fazer cumprir.
Uma dessas é tentar fazer com que um princípio, uma obrigação constitucional, não seja aplicada através de uma Lei ordinária. Me refiro aqui ao não cumprimento dos mínimos constitucionais de aplicação em Saúde e Educação. A meu ver isso não se aplica esse ano, não porque eles tentam criar um Lei, mas porque o Orçamento a ser aplicado em 2023 foi aprovado em 2022. Sim, ele pode ser mudado, mas aí vem a vontade política para tal, não uma Lei para que não se cumpra a Constituição.
Sobre esse assunto específico já falei, e entendo que o Governo deveria buscar aumentar, ainda esse ano, os investimentos nessas duas áreas críticas, mas não vejo como obrigação para o ano em curso. Já para 2024 é diferente, e qualquer tentativa de não aplicar esses recursos mínimos constitucionais será apenas mais uma traição do partido neoliberal que se vende como esquerda.
Já quanto ao STF sim, medidas precisam ser tomadas para que nossos Magistrados Supremos se ocupem mais com temas realmente relevantes ao país, e menos com temas políticos partidários, títulos de futebol, etc. Temos assuntos sérios a serem resolvidos, e outros que não deveriam chegar a tal instância, porque absolutamente irrelevantes ao país.
A questão crucial é o que será ou não colocado como relevante ao STF? Sim, porque se existem críticas à nossa Suprema Corte, também as temos para o Legislativo e o Executivo, que frequentemente conseguem se posicionar sempre de forma equivocada e anti-povo.
Ricardo Nuno Costa é um jornalista português. O texto abaixo mostra claramente que Portugal, tal qual muitas outras sociedades, não é algo homogêneo e tem vozes dissidentes dos discursos oficiais ou de maioria. Constantemente essas vozes se levantam chamando por pontos relevantes e que deveriam ser melhor considerados antes da adesão automática e autodestrutiva ao ocidentalismo imposto pela UE a muitos países europeus.
Todo esse contexto se condensa no texto de Ricardo Nuno abaixo, e se expressa na repressão que os governos de países europeus vêm promovendo contra as opiniões contrárias àquelas que se propagam das elites globalistas/neoliberais que dominam também as relações político-econômicas da própria Europa. Essa repressão começou com o impedimento ao acesso a informações vindas da Rússia e de alguns outros países (muito democrático isso), e agora já chega ao ponto de prender e buscar penalizar cidadãos europeus por apoiarem uma causa humanitária. Com isso não apenas se contradizem com o que afirmam defender, mas também criminalizam a própria essência do que expressam.
Seria muito ruim se fosse apenas na Europa, mas isso vem se multiplicando por outras partes do mundo dominado por outras parcelas dessas elites.
A única coisa que não concordo com o texto de Ricardo Nuno é o fato de que a China ganhará o mundo. Sim, até o momento tudo indica que sim, porque ela está muitíssimo bem assessorada, além de hoje ser a maior e mais importante nação industrial do planeta, e seus assessores serem, eles mesmos, outras importantes nações industriais. E em confrontação com isso o chamado Ocidente insiste nos erros que os trouxeram a esse momento.
Mas o Ocidente pode mudar. Não, ele não irá recuperar todo o terreno, toda a importância, ou toda a influência que já teve, mas pode reduzir os danos, e até mesmo reverter algumas perdas. Só que para isso o Ocidente precisa mudar, precisa começar a negociar e a cumprir os acordos que faz. Só que até agora os ocidentais seguem com a mesma toada impositiva, arrogante e truculenta.
E não é por falta de aviso.
Geopol.pt
Notas de um pessimismo justificado: A Palestina e fim do Ocidente
Por @Ricardo_Nuno
🇵🇸🇮🇱🇨🇳🇪🇺 «A injustiça cometida contra a Palestina, que se arrasta há mais de meio século e carrega a dor de gerações, não pode continuar!», palavras claras e contundentes do ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, ontem ante um atónito e devastado Josep Borrell, em cuja cara podia-se descortinar o desespero do Ocidente.
Para aqueles que se horrorizam com a ideia de que os «chineses vão dominar o mundo», tenho más notícias. Não vão «dominar», porque esse é um axioma «ocidental», anglo-saxónico e primário. Mas vão ganhar o mundo, porque merecem ganhar o mundo, na realidade já ganharam.
O terror que se está verificando em Gaza neste exacto momento, com apelos directos dos líderes de um Estado étnico de apartheid à eliminação física de um outro povo, culmina décadas de insulto a todos os povos deste planeta. Foi sobre os palestinos que caiu o peso da perfídia ocidental no paradigma geopolítico dos últimos 50 anos. É impossível prever o que da actual situação advirá, mas pelo já visto, pinta muito mal.
Para além do Ocidente decadente, sempre pronto em dobrar as apostas na confrontação, fazendo uso de mentiras em cima de mentiras, nenhum outro país suporta mais a hipocrisia que envolve o drama no Médio Oriente.
Nem a Ásia, nem a América Latina, nem a África, para não mencionar o mundo muçulmano, hoje muito mais jovem e audaz que o ocidental, onde a causa palestiniana é incontroversa. Mais uma vez o Ocidente encontra-se isolado do mundo, mas crê-se centro do Universo.
A China vai ganhar, porque a China distingue ainda o certo do errado, como a maioria das pessoas no nosso planeta. E a sua diplomacia e política externa agem em conformidade. Mas não é só a China que vai ganhar. Todo um novo mundo se está a configurar rapidamente, por isso burocratas como Borrell têm cada vez mais razões para se mostrarem assustados.
Para aqueles que, desesperados com o advento de um mundo multipolar onde a China é a grande ganhadora, e dizem que defenderão Ocidente sob quaisquer condições, porque são ocidentais, estão de novo equivocados. O «Ocidente» é perífrase dos interesses da elite global para juntar as massas desorientadas na defesa de valores para a sua própria perpetuação no poder. Defender isto é ingénuo.
Eu também sou europeu e tenho orgulho na minha Civilização. Mas o que tem de defensável a deriva das nossas sociedades para o relativismo moral, individualismo, materialismo, egoísmo, elitismo? Não se está a defender o Ocidente quando se justifica a injustiça, a mentira e o oportunismo; está-se simplesmente a justificar os valores que empurram o Ocidente para a decadência.
Pior ainda, não se atisba quaisquer sinais de um renascimento civilizacional, sem antes haver uma «grande tribulação», provavelmente num cenário de confronto com povos forâneos que nós mesmos metemos em casa devido outra vez aos nossos interesses geopolíticos.
E entretanto, as nossas elites afundam-nos com cada passo que dão, contra os ventos da História. Infelizmente não há razões para ser optimista, simplesmente desejo estar equivocado.
O caso da Palestina é paradigmático do estado de espírito dos europeus: todos sabemos da tremenda injustiça que ali germinou, mas só poucos querem dar a cara e se associar ao elo fraco daquela relação. Ao invés, não duvidamos em nos juntar ao elo forte, escondendo a aleivosia debaixo do tapete.
Independentemente do desfecho no Médio Oriente, a actual situação é também o prenúncio do que o sistema neoliberal por aqui reinante vai fazer com todos nós: perseguir, cancelar, exterminar, cortar a voz a quem não acrescente nada à voracidade das elites. Ninguém quererá dar a cara por aqueles, preferirá estar do «lado forte», e esconder mais uma vez as tropelias debaixo do tapete.
A seguir nesta senda, o Ocidente desaparecerá na sua inexorável podridão e nas mentiras nas quais se deixou e se deixa enganar pelo aparelho de manipulação maciça da tecnocracia, sabendo que está sendo enganado.
Após culpar dos seus males os chineses (na pandemia), os russos, os muçulmanos, ou inventar qualquer outra escusa para o seu infortúnio, as suas evasivas serão cada vez menos aglutinadoras. Cada vez mais divididos sob os mais abstrusos motivos, os ocidentais serão deixados cada um por si, sem referências, e acabarão inevitavelmente culpando-se uns aos outros pelo seu infortúnio, enfrentando-se entre todos e desaparecendo como Civilização. É o preço a pagar por já não saber o que é certo e errado, nem saber diferenciar o bem do mal.
Mais um ótimo cover. Dessa vez é a banda Knulp, que nos traz Comfotably Numb, do Pink Floyd.
Pessoal, folga essa semana. O Blog estará parado essa semana, voltando no sábado apenas.
O Blog também está de luto pela passagem da pessoa que me ajudou no início, me deu algumas dicas, e sugeriu algumas formas de fazer o Blog dos Mercantes.
Que PC Gimarães tenha o descanso merecido. Sua alegria de viver, seu eterno bom-humor fará muita falta nesse mundo maluco.
Obrigado amigo!