A "tentativa de golpe" militar orquestrada por Yevgeny Prigozhin contra o Presidente russo Vladimir Putin teve seu fim cerca de 24 horas depois de iniciada. Uma intervenção do Presidente da Bielorússia, Alexander Lukashenko, foi essencial para que se chegasse a um acordo e as forças do grupo Wagner, que se encaminhavam para Mocou na tentativa de "depor" o Presidente russo teve fim, melhor, teve um retorno a suas bases iniciais.
E porque coloco alguns termos entre aspas no parágrafo acima? Pelo simples fato de que não temos certeza de que a iniciativa do líder do grupo Wagner foi realmente própria, ou se "não foi combinada com os russos", parafraseando uma famosa passagem do futebol brasileiro.
Sim, Prigozhin é pessoa muito próxima de Putin, segundo informações de quem conhece bem a política russa ele foi levado a sua atual posição exatamente pelo Presidente russo, e é de se estranhar que tomasse tal atitude, ainda que as maiores traições venham sempre dos mais próximos, que algumas ações do governo russo tenham desagradado o líder dos Wagner, e que as últimas ações na Ucrânia possam ter trazido alguns problemas financeiros ao grupo mercenário.
A dúvida vem mais forte quando pensamos que a movimentação caiu como uma luva para que Putin fortalecesse sua posição dentro da Rússia, recebendo o apoio explícito, e algumas vezes até mesmo com ações concretas, de vários setores políticos e vetores de poder da sociedade russa. De quebra ainda ajuda o líder russo a se livrar de alguns elementos tidos como opositores de suas políticas na Ucrânia e em relação ao Ocidente.
Já o Wagner vai tirar umas férias bem remuneradas na África, e deverá ser substituído na Ucrânia por outro grupo de mercenários russos.
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