Na última sexta-feira o ex-Presidente Jair Bolsonaro foi julgado inelegível por 5 votos a 2, num julgamento que moveu paixões, torcidas, Leis e Justiça. Sim, porque diferente de outros julgamentos de políticos, esse estava pleno de fatos e provas contra o réu. E como eu disse, paixões e torcidas estiveram envolvidas nesse processo, o que nos deu um quadro de quatro vertentes nesse cenário.
O primeiro é o dos bolsonaristas, que após o fato consumado se manifestaram em espectros que foram de lamentações e discursos de perseguição, passando por apoio irrestrito ao "Mito", e chegando a renovações de disposição para a luta.
O segundo bloco foi o de progressistas que entendem o "Mito" como um mal em si mesmo. Apesar disso nesse espectro da política também tivemos posições díspares, com uma parte pequena lamentando o "fim" da polarização entre o atual Presidente e o Ex, passando pelas comemorações com memes pelo fim do "mal" e pela "vingança", e chegando a comemoração de algo que alguns poucos entendem como a "grande vitória da democracia".
Um terceiro grupo tem certa razão em suas considerações (e eu as entendo e compartilho com boa parte delas), e veem o fato apenas como parte de mais uma interferência abusiva e exagerada da Justiça no processo político. Para eles eu digo que esse processo tem regras, e essas regras foram claramente quebradas. Mas elas foram quebradas apesar dos inúmeros avisos, das inúmeras mensagens enviadas ao ex-Presidente, tenham sido elas claras ou discretas, mas o fato é que foram inúmeras, e ele as ignorou por todo o mandato.
O quarto grupo é formado por pessoas como eu, e que são minoria na discussão. Nós vemos esse processo como algo mais do que necessário. Não por Bolsonaro em si, mas porque o processo político tem que ser movido dos acordos espúrios que garante a impunidade, e a Justiça precisa, essa sim, atuar tão somente quando provocada, e exclusivamente dentro do escopo legal existente.
E se você acha que o Presidente da República em exercício do cargo, usar seus poderes para convocar embaixadores estrangeiros, achincalhar instituições, atacar membros de outros Poderes da República, atacar o processo eleitoral do país, tudo isso sem nenhuma prova, então você realmente não entendeu qual o papel do Presidente da República. E também não adianta dizer que na Rússia, na China, nos EUA, na Europa, ou no país ou continente tal é assim ou assado, porque você está no Brasil, e isso não se aproxima de nada do que ocorre em nenhum desses países.
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