O presidente da Ucrânia diz ter sido barrado por lideranças latino-americanas em uma cimeira havida há algumas semanas entre a União Européia e os países do continente do Sul Global. Segundo Zelensky, o primeiro ministro da Espanha, Pedro Sanchez, trabalhou arduamente para que os países do Sul Global tivessem acesso aos "motivos" ucranianos do conflito com a Rússia.
Ora, todos já conhecem os "motivos" ucranianos do conflito com a Rússia, mas mesmo que não conhecessem, não cabe a uma cimeira, que tem por objetivo resolver problemas das relações entre a União Européia e os países Latino-americanos discutir o conflito entre Ucrânia e Rússia, ainda que as nações europeias estejam envolvidas até o pescoço nessa confusão.
Ainda mais quando um dos motivos alegados como um dos "motivos" ucranianos é o desrespeito da soberania territorial ucraniana por parte dos russos. Tal motivo é alegado como se os europeus e a NATO respeitassem muito a soberania dos Estados. E não falo isso relativo ao período das grandes navegações, ou da "romantizada" época dos piratas. Falo isso do período pós Segunda Guerra Mundial, em que vários foram os momentos em que europeus e a OTAN desrespeitaram solenemente o direito a autodeterminação dos povos, e os limites da soberania de Estados. Isso entre outras coisas.
Com isso não estou buscando justificar ou não os russos, mas apenas mostrando que essa é uma guerra provocada por europeus e a OTAN, por motivos e paranoias de interesse e provocadas por preconceitos históricos dos agentes nomeados acima, e que nada têm a ver com os interesses, com as relações e com o desenvolvimento dos Estados latino-americanos.
Em outras palavras, a cimeira entre os latino-americanos e a União Europeia precisa trabalhar os problemas entre esses dois atores geopolíticos, não os problemas que um desses atores arranjou com um terceiro por livre e espontânea estupidez.
Zelensky diz que latino-americanos se opuseram à sua presença na cimeira com a UE
Presidente ucraniano considerou ser "muito importante" que a sua posição seja ouvida na América Latina, e acrescentou que Sánchez ajudou "muitíssimo" a Ucrânia a promover a chamada Fórmula de Paz ucraniana entre os países latino-americanos.
OPresidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esta sexta-feira que vários líderes de países latino-americanos se opuseram à sua participação na cimeira entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados da América Latina e Caraíbas (CELAC), marcada para julho, em Bruxelas.
Zelensky fez esta revelação numa entrevista a vários meios de comunicação espanhóis, entre os quais a agência noticiosa Efe.
"Alguns líderes latino-americanos bloquearam" a possibilidade de o chefe de Estado ucraniano participar na cimeira.
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