quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Melhora no uso da capacidade instalada não é sintoma de melhoria

A primeira vista a notícia abaixo é muito interessante, mas com uma olhada mais cuidadosa fica claro que não há nada a ser comemorado. Vejam bem, a grande verdade é dito no que não foi dito e explicitado naquilo que a própria notícia se encarrega de divulgar, e é o fato de que o emprego na indústria segue subindo.

Dentro desse quadro apenas uma coisa chama a atenção positivamente, que é a intenção de investimento ter aumentado, ainda que muito timidamente. 

Mas ao menos aumentou.

Sim, porque o fato de aumento da capacidade instalada é muito dúbio para ser considerado como melhora apenas pelo artigo abaixo. Isso porque assim como os empregos no setor, as indústrias também seguem fechando, o que explicaria ao menos parte da produção das que fecham passar para as que ficam. 

Outro fato que não ajuda a comemorar é que, mesmo com o pequeno aumento da produção das indústrias pesquisadas, está havendo aumento do estoque das mesmas, o que mostra que a demanda não aumentou absolutamente nada, ao contrário, é possível de diminuir ainda mais.

Então, por mais que se queira esperançar com as informações abaixo, um olhar minimamente mais atento mostram que elas indicam apenas que esse carro segue patinando na lama. E no momento, quanto mais o governo cortar gastos para fazer sobra para a transferência financeira, mais esse quadro irá se agravar.



Uso da capacidade instalada da indústria sobe para 68% em julho

Foto: Agência Brasil
O indicador de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira subiu de 66% em junho para 68% em julho. É o maior percentual verificado no mês de julho dos últimos quatro anos, segundo a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada hoje (22) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O uso da capacidade instalada foi maior nas grandes empresas, alcançando 73%. Nas médias, ficou em 66% e, nas pequenas, em 60%.
Segundo a CNI, a queda na ociosidade é resultado do aumento da produção no setor. Conforme a pesquisa, o índice de evolução da produção alcançou 52,2 pontos em julho. Foi o segundo mês consecutivo que o índice ficou acima dos 50 pontos, o que indica o aumento da produção, depois da forte queda registrada em maio, por causa da greve dos caminhoneiros. O indicador de produção varia de zero a cem pontos. Quando está acima de 50 pontos, mostra aumento da produção.
No entanto, o emprego no setor continua caindo. O indicador do número de empregados ficou em 48,5 pontos e continua abaixo da linha divisória dos 50 pontos que separa a queda do aumento do emprego.
A Sondagem Industrial mostra ainda que as indústrias estão com um pequeno acúmulo de estoques. O índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado subiu para 50,8 pontos em julho e ficou acima da linha divisória dos 50 pontos, mostrando que os estoques estão levemente maiores do que o planejado.
Perspectivas
Segundo a CNI, todos os indicadores de expectativa ficaram acima dos 50 pontos em agosto, mostrando que os industriais esperam o aumento da demanda, da compra de matérias-primas, do número de empregados e das exportações nos próximos seis meses.
Diante de um cenário mais positivo, aumentou a disposição dos empresários para investir. O índice de intenção de investimento subiu para 51 pontos, 1,6 ponto acima do verificado em agosto, o que recupera apenas em parte a queda de 4,2 pontos registrados nos últimos cinco meses. O indicador de intenção de investimentos está 3,1 pontos acima do de agosto do ano passado.
A Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 13 de agosto com 2.257 empresas. Dessas, 932 são pequenas, 798 são médias e 527 são de grande porte.

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