A chamada "Madrinha do Samba", a carioca Beth Carvarlho fez sua passagem nesta terça-feira, 30 de abril, aos 72 anos. Internada desde a semana passada no Hospital Pró-Cardíaco, a causa morte não foi informada.
A cantora tentou vários gêneros, como Bossa Nova, Jazz, Toada, mas foi no Samba que encontrou sua vocação, e onde se consagrou como uma das maiores do Brasil. Intérprete de grandes sucessos como Folhas Secas, As Rosas não Falam, O Mundo é Um Moinho, e Andança.
O Blogueiro lamenta a passagem e presta sua solidariedade e seus sentimentos à família e amigos.
Isso é algo que eu sempre de forma resumida, e que Léa Marque explana muito bem no artigo abaixo.
Eu digo sempre o seguinte: quando alguém perde o emprego, não tem nenhuma perspectiva de conseguir outro, e aí consegue uns ingredientes, faz duas dúzias de coxinhas, e vai para a esquina tentar vender, isso não é empreendedorismo, isso é desespero de causa pela sobrevivência. Às vezes pode até dar certo, mas quase nunca.
Empreendedorismo é você ter uma ideia, de preferência, mas não obrigatoriamente, inovadora, mas necessariamente mais estruturada do que uma barraquinha de coxinhas na esquina.
E em estruturada queremos dizer que há método elaborado, objetivos, de curto, médio e longo prazos, técnicas e esquemas de produção, distribuição e vendas que ultrapassam a mera percepção intuitiva.
Como sempre o acesso a todo o artigo no título do mesmo.
Incentivar o 'espírito empreendedor' do trabalhador é um meio para tornar legal a precarização do trabalho, aponta Fundação Perseu Abramo.
A reportagem é de Felipe Mascari, publicada por Rede Brasil Atual - RBA, 26-02-2019.
Jornadas longas, péssimas condições de trabalho, pouquíssimos direitos assegurados e insegurança sobre o futuro. Essas são as dificuldades apontadas por trabalhadores informais, que vivem sob a ótica do "incentivo empreendedor". Para pesquisadoras da Fundação Perseu Abramo (FPA), o termo "empreendedorismo" deveria ser substituído por "gestão da sobrevivência".
O incentivo para que o trabalhador se torne "empreendedor" é um meio para formalizar a precarização do trabalho, aponta um estudo publicado pela FPA, que ouviu manicures, domésticas, motoboys,ambulantes, costureiras e trabalhadores do setor de construção civil.
A cientista social e coordenadora executiva da pesquisa, Léa Marques, explica que a precariedade do mercado se relaciona a diversos aspectos, como a "uberização" do emprego, a incapacidade de organização coletiva e os efeitos da reforma trabalhista.
"Esse discurso do tal empreendedorismo é mais uma forma da precarização do trabalho. Isso se dá para os trabalhadores das periferias, que estão longe dos centros comerciais e precisam lidar com o mercado de trabalho sem nenhum direito. Esse discurso do empreendedor é para que o Estado não tenha responsabilidade sobre políticas públicas de emprego e renda", explica à RBA.
Já a socióloga e supervisora da pesquisa, Ludmila Costhek Abílio, lamenta que nos períodos de crise, a informalidade se torne a única opção para o trabalhador. "Nós vimos, por meio das entrevistas, que há uma 'uberização' do trabalho. São novas formas de organização da informalidade e que atingem diversas ocupações. É preciso desconstruir o discurso do empreendedorismo, de quem alcançaria o sucesso sozinho."
Formal em um dia, informal no outro
A pesquisa da Fundação Perseu Abramo aponta que o trabalhador vive num trânsito constante entre o trabalho formal, informal e outras atividades remuneradas.
De acordo com Ludmila, o estudo mostra que o mercado formal e o informal são dois campos estáticos. "As pessoas fazem um monte de coisa ao mesmo tempo para garantir a sobrevivência. O motoboy usa o trabalho dele para ser sacoleiro também, a costureira abre um brechó na casa dela. São várias formas de garantir a própria sobrevivência", pontua.
A entrevista de Lula foi o ponto mais alto da semana passada. Após quase um ano "calado", Lula finalmente foi autorizado a dar entrevista, começa a ter seus direitos de preso garantidos, e que incluem receber as visitas que julgar convenientes e necessárias, inclusive dando entrevistas. Claro que tudo isso é limitado pela estrutura física e humana que lhe compõem o cárcere, mas dentro dessas limitações seus direitos devem ser garantidos e exercidos.
Antes de tudo há que se fazer a ressalva de que, mais do que aquilo que se fala, precisamos prestar atenção sobre como se fala e quais os pontos enfatizados.
Tudo começou como esperado, e apesar do clima de aparente descontração, a entrevista mostrou um homem amargurado, ferido, e rancoroso. Por óbvio que há opiniões divergentes, mas mostrarei o porque Lula me passou isso.
Outro ponto que a entrevista mostrou foi um homem muito longe de um "grande estadista", mas apenas um político preocupado mais consigo mesmo e com o poder, seu e de seu partido, já que ambos se confundem, do que com o país em si e seu povo.
Com perguntas sobre a rotina, sobre o que Lula sentia, como foi o dia da prisão, a primeira parte da entrevista foi previsível, e as respostas com o ex-presidente tentando entrar na questão política, tentando mostrar aquilo que quem tem um mínimo de bom-senso sabe, que é o absurdo de todo o processo que levou a sua prisão. Peguntas pessoais como a que envolveu as mortes de seu irmão e de seu neto foram transformadas em críticas ao governo. Tudo esperado, até porque a prisão não teve desculpa política, mas teve motivação política, o que desconfigura o processo judicial, e confunde o processo político.
Nesse sentido mostrou duas situações distintas. A primeira é sem dúvida a imagem de um homem sofrido e que tem sentimentos. A segunda é que não aprendeu nada de tudo o que viveu, que insiste em tudo, que se recusa a análise do período de seu partido no poder, e com isso reforça acertos e erros, como se os segundos não tivessem ocorrido.
A entrevista também mostrou a ambiguidade de um homem que diz que sairá mais amoroso, mais contemporizador, mas ao mesmo tempo diz que está pronto para brigar. E mais, mostrou que Lula se baseia em premissas erradas, equivocadas, e muitas delas criadas por ele mesmo, como a inelegibilidade de condenados em segunda instância, e quando ele diz que os advogados garantiam que ele seria candidato. As generalizações que fez de particularidades são pilares nesses equívocos, tanto políticos, quanto conceituais.
Entre esses equívocos podemos indicar a descontrução da política por parte do próprio ex-presidente, enquanto reclamava que os outros é que o faziam. E isso se mostra claro quando diz que o único partido que existe no país é o PT. Todos os outros são siglas eleitoreiras. Quando diz que a esquerda precisa se unir, desde que seja em torno do PT, quando diz que o PT "talvez" tenha errado, que "talvez" tenha havido corrupção. Se ele é o único que presta, porque se unir com os que não prestam?
E eu comecei essa análise dizendo que Lula era um homem amargurado, ferido e rancoroso, apesar de tentar dizer e tentar mostrar o contrário. Não duvido que Lula tenha preocupação com o povo e com a sorte dos mais pobres, mas sempre que foi provocado a se posicionar sobre isso, com perguntas como "qual sua preocupação?", "qual sua intensão quando sair?", ou outras desse tipo, suas respostas foram desmentir Dallagnol e Moro, incomodar Moro, que Dallagnol e Moro são mentirosos, que desafia alguém a provar algo contra ele.
Talvez exista algo a ser provado, mas do que foi acusado até o momento nada foi provado contra o ex-presidente. O problema é que a questão não é essa. A questão aqui é que ele errou no governo, errou na economia, errou ao desarticular movimentos sociais importantes, e errou ao não se afastar da política quando deixou a Presidência. Não há espaço para alguém que pensa ser maior do que é, ou para alguém que não consegue entender seu tamanho.
As posições de Lula são ambíguas e muitas vezes equivocadas, mas são totalmente explicáveis e aceitáveis. Isso porque comandou um governo exitoso, ainda que ele tenha noção apenas parcial dos motivos que o tornou exitoso. Também porque conseguiu uma popularidade e aceitação que poucos conseguiram na história. Mas acima de tudo porque se fechou numa bolha que o impede de ter uma visão mais ampla da situação, e de gente que trabalha para que exatamente isso aconteça.
Tudo compreensível, mas o Brasil e seu povo precisam ultrapassar Lula. O motivo de o sucesso ser normalmente etéreo é devido aos dois significados da palavra. Ele é próximo ao divino, mas ele também costuma ser passageiro. Ele torna uma pessoa idolatrada, mas ele também costuma ser limitado, justamente porque o mundo evolui, e o sucesso costuma estagnar as pessoas. Muitas vezes a insistência em gente que já fez sucesso, é justamente uma vã esperança de que ela poderá se reinventar, mas ancorada na "divindade" que o sucesso concede, justamente se reinventar é que se torna impossível. Lula caiu nessa armadilha.
Lula não deveria estar preso, mas Lula caiu na mesma armadilha que já pegou muitos. A alternância de poder é necessária para a evolução, mas alternância de poder não significa necessariamente alternância de viés ideológico. A insistência de Lula e do PT em se manterem no poder, em serem maiores que seu campo político, possibilitou a vitória do campo político antagonista, e a destruição de todo o avanço que haviam conquistado, e abriu espaço para retrocessos, em pontos que se pensavam concretizados.
Claro que a fala de Lula não foi toda desastrada, ele também mostrou algum conhecimento da situação atual, mostrou claramente o antagonismo às políticas que estão sendo implantadas no momento, e aos erros econômicos que estão desconstruindo ainda mais a economia brasileira, e deu algumas dicas de como se articular para resistir. Querendo ou não, para o bem e para o mal, ainda é capaz de mobilizar multidões, sua presença é importante, até porque ele mesmo a impôs, ao se recusar a deixar a política.
Mas devemos ter em mente que não existe líder eterno, não existe situação eternamente estagnada. A História avança e muda as estruturas da vida, e nenhum líder jamais será mais importante que o próprio povo.
Como nosso novo Governo faz questão de nos brindar o tempo todo com polêmicas e decisões absurdas e estapafúrdias, passaremos a fazer um resumo semanal, preferencialmente aos domingos, das ações e trapalhadas tomadas durante a semana. Se o ritmo se mantiver é possível que tenhamos muitos resumos desses, e por muito tempo.
Dois grandes fatos foram dominantes em termos de importância para a política brasileira. O primeiro, até porque esteve muito tempo calado, foi a entrevista de Lula. Sobre isso falarei com mais detalhes amanhã, até porque é longa e necessita de uma análise mais profunda.
A segunda foi a vitória da "Destruíção da Previdência" na Comissão de Constituíção e Justiça da Câmara. Essa já foi comentada aqui, mas também exige análise mais profunda, só que essa análise necessita de mais informação.
Mas não nos resumimos a isso. Também tivemos as participações de Bolsonaro, que uma vez mais dá mostras de não ter a menor condição de ser Presidente do Brasil. Suas posições em ataques àquilo que ele considera secundário, como as ciências sociais, ou sua objetificação da mulher, ao dizer que os estrangeiros são bem-vindos para ter relações sexuais com elas, ou sua homofobia, ao dizer que o país não pode ser gay. Ao final se meteu numa baixaria com um presidiário, que disse que o Brasil é governado por um "bando de malucos", e Bolsonaro respondeu que é melhor do que por "cachaceiros". Mais uma vez aquele que ocupa a posição mais alta da República da provas de que não tem nenhuma condição de estar no cargo que ocupa.
Para coroar tudo isso o 03 disse que se trancou num clube de tiro, faltando às suas responsabilidades como vereador eleito pelo Rio de Janeiro, e acessando o twitter do pai, já que tem a senha. Precisa mesmo comentar?
Não bastasse isso os indicadores econômicos seguem se deteriorando, e todas as ações tomadas pelo governo nesse setor, apenas têm potencial de aprofundar a crise e piorar ainda mais os indicadores e a vida da população. Se num primeiro momento isso pegou as classes mais baixas de cheio, e a classe média apenas marginalmente, a partir de agora podem estar certos de que vai começar a atingir setores mais extensos da classe média também. Claro que alguns setores serão relativamente protegidos, como aqueles ligados a exploração e exportação de petróleo, ou os ligados a rentismo financeiro.
Mas não nos resumimos a isso. Também tivemos as participações de Bolsonaro, que uma vez mais dá mostras de não ter a menor condição de ser Presidente do Brasil. Suas posições em ataques àquilo que ele considera secundário, como as ciências sociais, ou sua objetificação da mulher, ao dizer que os estrangeiros são bem-vindos para ter relações sexuais com elas, ou sua homofobia, ao dizer que o país não pode ser gay. Ao final se meteu numa baixaria com um presidiário, que disse que o Brasil é governado por um "bando de malucos", e Bolsonaro respondeu que é melhor do que por "cachaceiros". Mais uma vez aquele que ocupa a posição mais alta da República da provas de que não tem nenhuma condição de estar no cargo que ocupa.
Enquanto o país afunda, seu Presidente se preocupa em atacar partes importantes de sua inteligência, e a bater boca com um presidiário.
Por sinal, ou o povo muda a política que está aí, ou o que resta de Nação será destruído, porque essa trupe que está no poder não tem nenhum compromisso com o povo.
O que acho estranho é que disseram isso claramente, e mesmo assim foram eleitos.
Rede americana de notícias aponta Moro como “extremista de direita”
por Sergio da Motta e Albuquerque
A rede independente de notícias “Real News Network” (12/2) explicou aos americanos a segunda condenação de Lula pela pupila do ex-juiz Sérgio Moro, Gabriela Hardt. A rede informou que a julgadora recusou-se a ler qualquer tipo de defesa. Greg Wilpert, editor-gerente da Real News, entrevistou Brian Mier, editor do site de notícias “Brasil Wire” e autor do livro “Voices of the Brazilian Left” (“Vozes da esquerda brasileira”).
O relato de Mier foi revelador:
“… (Moro) construiu o caso com constante suporte do Departamento Americano de Justiça. Patrick Stokes voou a Curitiba algumas vazes. Eles utilizam táticas do Departamento de Justiça, principalmente baseando a condenação inteira em um acordo de delação, como o Departamento fez contra o Senador Ted Stevens em 2009 no Alasca, em caso que foi posteriormente anulado”.
Mais a frente na entrevista, Wilpert arguiu o editor e autor sobre a “imparcialidade de Moro”, e sua sucessora, Hardt. ”Ela, de alguma forma, é melhor que ele? questionou. Mier respondeu:” Em primeiro lugar, Moro é um agente político da direita que está trabalhando em parceria com o Departamento Americano de Justiça, e o tem feito por anos. “Ele não tem nenhuma imparcialidade”’. Sobre sua sucessora, o editor comentou: “ela jogou fora 1146 páginas de evidências provando a inocência de Lula que foram submetidos pela defesa. Ela nem mesmo olhou para elas”, anotou Mier.
A famigerada "Destruição da Previdência" foi aprovada ontem na Comissão de Contituição e Justiça da Câmara por 48 a 18 votos. Se tivesse sido na plenária da casa teria sido aprovada, talvez a CCJ espelhe exatamente a plenária, na proporção, e mesmo na "lisura" dos deputados que a compõem. Entretanto a plenária tem alguns entraves corporativos, que talvez não tenham sido considerados na CCJ. Pelo sim ou pelo não, melhor que a oposição comece a se mexer mais fortemente, que os movimentos organizados idem, e que se mostre que não vai ficar barato que uma "Destruição" deste porte seja aprovada sem mais nem menos.
De resto é apenas a total falta de noção do brasileiro em defender seu direito a uma vida digna, enquanto meia dúzia que não necessita dessa sangria que se dará nos orçamentos de gente muito pobre irá ter mais dinheiro para...nada. Sem, irá ter mais dinheiro para nada, porque não há o que se fazer com todo esse dinheiro, além de dizer que o tem.
De resto o artigo de Cesar Locatelli, abaixo, é muito interessante, e muito elucidativo sobre o que se está fazendo no país.
O que todos apenas esquecem de dizer, é que não há drenagem se não há economia produtiva, porque é daí que sai o dinheiro que flui para o "mercado".
E matam o setor produtivo brasileiro rápida e decididamente.
Delfim Netto, por César Locatelli
Nós vivemos em um tipo de sociedade, há uns 300 anos, em que cada um disputa, todo santo dia, uma parte maior do bolo produzido
Desastre sim, mas por razões opostas às de Delfim Netto
Ex-ministro pressiona senadores para aprovarem a reforma da Previdência
por César Locatelli
O ex-ministro Antônio Delfim Netto emitiu, em 13/02 na Folha, cinco opiniões. A eleição para definir o grupo que controlaria o Senado foi uma pantomina aterradora. Ele crê fortemente nos benefícios da democracia representativa. Diz que os senadores são subordinados às mídias sociais. Tem “sérias dúvidas” se o Senado entregará a Reforma da Previdência. E, por fim, acredita que a reforma tem, no curto prazo, poderosos “perdedores” e nenhum “ganhador”, mas que a “abstrata sociedade” ganhará. No final das contas, parece-me que a intenção do ex-ministro era aumentar a pressão sobre o Senado.
Fico feliz em concordar com o ex-ministro, ao menos em um de seus pareceres, quanto à assustadora disputa no Senado.
A discussão sobre a reforma da previdência social anda meio mal parada, penso. Estamos há tempos discutindo se existe ou não déficit, mas a questão merece que desçamos um degrau, que aprofundemos um tantinho para conseguir enxergar melhor o que está movendo esse grupo, que inclui o ex-ministro, favorável à redução de direitos dos trabalhadores.
A Idade Média, que começou com a queda do Império Romano do Ocidente após a invasão de bárbaros germânicos em 476, é frequentemente descrita como uma época de obscurantismo e declínio intelectual – os livros eram raros e a maioria das pessoas não sabia ler.
No entanto, esse período histórico foi muito mais vibrante intelectualmente do que se pode imaginar. Nele surgiu uma série de problemas de lógica para "afiar a mente dos jovens", incluindo o clássico desafio da balsa ensinado até hoje – sobre o homem que precisa cruzar um rio com um lobo, uma cabra e uma cesta de repolhos. Ele não pode deixar o lobo comer a cabra, nem a cabra comer o repolho, mas na balsa só cabem ele e mais um elemento.
O autor desse e de diversos outros enigmas foi o monge Alcuíno de York – em seu tempo conhecido como o "homem mais letrado do mundo".
Ele escreveu um livro só com esse tipo de problemas. Seus desafios consolidaram na Europa as bases para um ramo da matemática chamado análise combinatória – tipo de cálculo que hoje está por trás da programação de computadores e da criptografia moderna.
O colecionador
Sua história de vida ajuda a desafiar o estereótipo sobre o período. Quando Alcuíno nasceu, por volta do ano 732, a Inglaterra era uma colcha de retalhos de pequenos reinos saxões e cristãos – um legado da ocupação romana região.
Alcuíno estudou na pequena escola que havia ao lado da catedral de York, e mais tarde se tornou diretor. Sob sua administração, o colégio se tornou um dos mais prestigiados da Europa.
Ele defendia o aprendizado de matemática e lógica pelo valor do conhecimento, não como forma de encontrar salvação religiosa, como era comum na época.
Alcuíno reunia livros escritos à mão em uma renomada biblioteca. Além de obras dos primeiros pensadores cristãos, ele conservava tinha fragmentos escritos por filósofos gregos e romanos.
Professor de Carlos Magno
No século 8, os francos – que governavam uma região que hoje é da França – expandiram seu reino sob a liderança do rei Carlos Magno. O império carolíngio foi crescendo até incluir grande parte da Europa, com a ideia de expandir as fronteiras da cristandade.
Além de líder militar poderoso, Carlos Magno era um estudioso. Diferentemente de muitos outros governantes da época, sabia ler e o fazia com frequência – especialmente os livros de pensadores clássicos.
Em 780, ele criou uma corte de intelectuais e se propôs a chamar o melhor professor que existia: todos sabiam quem era.
Foi assim que Alcuíno saiu de York para a capital do império, Aachen (hoje na Alemanha), onde se tornou professor do imperador. A partir de então, ajudou a estabelecer escolas em muitas das catedrais do império até se tornar abade, cerca de 15 anos depois.
O monge foi o responsável por um ressurgimento intelectual tão significativo que por vezes o período é chamado de renascimento carolíngio.
Ainda que todos os governantes da época venerassem os livros mais por considerá-los bem valiosos do que pela sabedoria quem continham, a sua mera manutenção ajudou a preservar parte dos conhecimentos antigos e fomentar a crença de que valia a pena fazer perguntas sobre a natureza do mundo – e obter respostas sem a inclusão de Deus na equação.
Vale muito a pena assistir, mesmo porque ele é acompanhado por especialistas no assunto, e não por banqueiros ou defensores pagos do mercado financeiro.
Ha sim, e a imposição de sigilo às informações base que nortearam a "destruição da Previdência" por parte do governo, você acredita realmente que essas propagandas são verdadeiras, se eles não querem te dar acesso às informações?
A revista francesa L'Obs fez um resumo dos quase 3 meses de (des)governo Bolsonaro. Na verdade ela não diz nada do que não tenhamos falado aqui, por outro lado deixa muito claro que a opinião que o presidente brasileiro tem no seio da democracia ocidental moderna é bem ruim.
O problema é que isso só tende a piorar.
O artigo completo na Carta Capital? Basta clicar no título abaixo.
A revista francesa L’Obs desta semana traz uma reportagem de quatro páginas sobre o presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Com o título “o preocupante capitão Bolsonaro”, a reportagem faz um balanço dos primeiros meses do mandato do chefe de Estado e tenta traçar o seu perfil.
“Presidente do maior país da América Latina há quase cem dias, o ex-militar saudosista da ditadura ataca gays negros e jornalistas e governa sem rumo com o seu clã”, lança a revista já na chamada do texto, assinado por Philippe Boulet-Gercourt, correspondente da revista nos Estados Unidos, por onde o líder brasileiro passou essa semana. Para o jornalista, Bolsonaro “continua sendo um mistério”.
Desde o final da Segunda Grande Guerra, até meados dos anos 80 do Séc. passado, o mundo viveu o período que ficou conhecido como Guerra Fria. Duas superpotências, os EUA e a extinta URSS, hoje representada pela Federação Russa, "disputavam" a hegemonia no mundo, e segundo os alarmistas, o planeta esteve algumas vezes a beira do colapso nuclear, devido a agudização dessa disputa em alguns momentos. Foram os casos da Guerra da Coréia, ou dos Mísseis em Cuba.
Interessante notar, que os dois gigantes, um capitalista e outro comunista, estiveram frente a frente inúmeras vezes, mas sempre em escaramuças menores, e sempre na intervenção em países periféricos, como a própria Coréia, ou o Vietnan, alguns anos depois.
Hoje, depois do colapso do mundo comunista, de um, a princípio, promissor tratado de redução de armas nucleares, o mundo novamente vê essas tensões crescerem. A diferença é que agora são países capitalistas, que disputam mercados, influência cultural e econômica, e hegemonia num mundo cada vez mais multipolar.
Um não que perder o posto de "todo poderoso" que chegou a ter no final dos anos 90 e início do Séc. XXI, o outro, bem coadjuvado pela China, quer avançar em áreas que os americanos acreditavam ser exclusivas dele.
Acho o título da postagem desnecessariamente agressiva, mas não dá para não dizer o "eu avisei".
Na verdade isso foi mais do que avisado, até porque os famosos neoliberais não são uma corrente científica da Economia, mas pura e simplesmente uma ideologia. Veja bem, a ciência pressupõe a ação humana, de forma a alterar a realidade, mas quando se deixa que a mudança da realidade se dê por "inércia", pelos "caprichos" de uma força sobre-humana, então justamente estamos dizendo que a ação humana é secundária no processo, ela é uma reação, não uma ação.
E quando você apenas reage, você está sempre atrás.
Não é o caso abaixo, onde foram mapeados possíveis problemas, possíveis disputas, e são tomadas ações para evitá-la.
Enquanto isso, no Brasil, espera-se que os plantadores de soja brasileiros encontrem uma forma de se sobrepor aos subsídios e apoios dados pelo mais poderoso governo do mundo, e as trapalhadas do próprio governo brasileiro.
Você acredita que eles irão vencer essa batalha?
A propósito, só para lembrar, o Bolsonaro foi lá para incentivar ainda mais os agricultores americanos, baseado nessa bobagem de ideologia.
Diz, claramente, que o nosso país se tornaria o principal concorrente dos norte-americanos – e com vantagens imensas – no mercado mundial deste grão, exatamente como é hoje. E que o mercado chinês seria decisivo nesta disputa.
No entanto, a cultura dos plantadores de soja brasileiros sempre foi de demonizar os chineses, seus compradores, e de idolatrar os norte-americanos, seus concorrentes.
Vendem em mandarim e falam em inglês, claro que esticando os erres, orrraite?
Poderiam usar a língua para ler o documento da CIA, no original, e verão que a cultura da soja só se tornou um sucesso por conta do Estado brasileiro: investimento da Embrapa em cultivares adequados, subsídios, logística…
O Brasil já é o maior exportador de soja do mundo, graças ao apetite chinês. Na safra 2018/19, os chineses deverão importar 103 milhões de toneladas de soja e os brasileiros vão exportar 72 milhões.
Agora, porém, batem palmas para um energúmeno que vai até mesmo à própria CIA bajular um governo que está na iminência de fechar um acordo comercial com a China onde a principal prioridade norte-americana é garantir preferência de importação da soja norte-americana em detrimento da brasileira.
Eduardo Moreira divulgou uma lista de 44 informações importantes, que todos devemos saber sobre a reforma da Previdência. Vale a pena perder 10 ou 15 minutos para se inteirar sobre isso.
Vou resumir para vocês entenderem o que aconteceu.
Bolsonaro tirou um incompetente e ideológico Ministro, passou uma cera, deu um brilho, e botou de volta. Foi uma patética troca de seis por meia dúzia. Talvez a confusão e a bagunça que tomaram o Ministério nos últimos meses diminuam, ou até acabem, mas a ineficiência e a falta de objetivos e planos de ações que os tornem em realidade, e em temas relativos à pasta continuarão.
Sim, porque o Ministério segue ideologizado, e com objetivos totalmente distorcidos com aqueles que justificam sua existência.
Esse governo é acima de tudo irresponsável, mas não restringe a isso.
A entrevista com o ex-Chanceler Celso Amorim é muito interessante. Ele não se atém apenas a uma análise dos problema na e com a Venezuela, mas a toda a ação diplomática que começou a ser desenhada no (des)governo Michel Temer, e que se aprofunda agora com a assunção de Bolsonaro à Presidência da República.
Vou apenas aprofundar uma crítica "comedida" de Celso Amorim ao alinhamento automático e acrítico com os EUA. Isso não é apenas prejudicial ao país em todos os sentidos. Isso é estúpido, porque os interesses do Brasil são, em grande parte, antagônicos aos dos norte-americanos. Não que sejamos inimigos do grande estado do norte, mas temos interesses próprios, e eles não são os deles. E pior, eles não irão nos compensar em absolutamente nada por esse alinhamento patético.
Com isso quem sofre são os brasileiros, que no fim das contas, são a Nação Brasileira.
O link para a reportagem completa está no título abaixo.
O ex-chanceler Celso Amorim durante entrevista para o UOL, em 2017 (Bruna Prado/UOL/Folhapress)
GENEBRA – Em entrevista exclusiva ao blog, o ex-chanceler Celso Amorim faz uma avaliação da política externa do governo de Jair Bolsonaro e alerta para os riscos de uma intervenção americana na Venezuela. "Uma mudança imposta ou estimulada de fora, inclusive com a ameaça do uso da força, é ilegítima e inaceitável. Hoje é lá, amanhã pode ser aqui", destacou o embaixador. O diplomata conduziu o Itamaraty entre 2003 e 2011 e, no governo de Dilma Rousseff, ocupou ainda a pasta da Defesa. Eis os principais trechos da entrevista:
Durante a campanha eleitoral, em 2018, a política externa praticamente não existiu nos debates. Mas, desde janeiro, um dos principais pontos da agenda do novo governo tem sido sua postura internacional. De uma forma geral, como o sr. avalia as mudanças nas diretrizes da política externa brasileira e na forma pela qual está sendo conduzida?
Celso Amorim – Vejo com muita preocupação a forma como a política externa vem sendo conduzida. Já durante a administração Temer, o Brasil havia perdido o protagonismo que alcançara em governos anteriores. A suspensão da Venezuela do Mercosul, que contribuiu para isolar (e, portanto, radicalizar) o nosso vizinho foi um erro diplomático sério, assim como a pouca atenção à América do Sul e a desativação da Unasul, que nos privou de um instrumento útil para encaminhar soluções pacíficas para disputas internas e entre países da região.
No plano mais amplo, a participação do Brasil em grupos como BRICS e o G-20 se tornou inexpressiva. O Brasil deixou de ser um ator global. Mas isso é pouco se se compara ao que tem sido anunciado e, em certa medida, realizado pelo governo atual, com sua adesão acrítica à visão política dos Estados Unidos (ou mais especificamente ao trumpismo) e a proclamação de uma cruzada contra inimigos imaginários, como o "marxismo cultural" ou o multilateralismo destruidor de soberanias. Mesmo que se tratasse apenas de uma questão de retórica, isso já seria grave, pois em política – e, especialmente, em política internacional – as palavras contam. Estamos assistindo a algumas ações concretas que vão nessa linha equivocada, desde a rejeição do Pacto Global sobre Migrações e a diminuição do interesse na questão climática, com a retirada do oferecimento do Brasil como sede da próxima COP (além da possível saída da Convenção de Paris) até o apoio incondicional às políticas norte-americanas de mudança de regime na Venezuela e de isolamento do Irã. Essas e outras posturas contrastam não apenas com as dos governos Lula e Dilma mas também com aquelas de praticamente todos os governos democráticos, desde a Segunda Guerra Mundial.
Para os apaixonados por Marinha Mercante e navios. A propósito, trabalhei com um ROV. É o sobmarino robô que aparece preso ao cabo na foto acima do navio. No offshore foi o trabalho que mais gostei de realizar. Realmente uma pena não ter tido a oportunidade de retornar a esse tipo de embarcação.
Navio mais antigo do mundo é encontrado em bom estado por arqueólogos
Com 23 metros de comprimento, a embarcação tem mais de 2,4 mil anos e seria de origem grega
3/10/2018 - 01H22/ ATUALIZADO 08H29 / POR REDAÇÃO GALILEU
Uma equipe de pesquisadores anunciou uma das mais relevantes descobertas da arqueologia marítima dos últimos tempos: uma embarcação bem preservada de mais de 2,4 mil anos foi encontrada sob as águas do Mar Negro,região localizada entre o leste europeu e uma porção do continente asiático. Com 23 metros de comprimento, o navio foi provavelmente fabricado pelos antigos gregos no momento de apogeu dessa civilização.
A equipe de cientistas do projeto Arqueologia Marítima do Mar Negro encontrou o navio em ótimas condições, identificando o mastro, o leme e os bancos onde os marinheiros eram postos para remar. De acordo com os especialistas, como a embarcação estava localizada a mais de dois quilômetros da superfície, a presença de pouco oxigênio beneficiou a preservação da estrutura da relíquia arqueológica.
O professor Jon Adams, que conduziu as pesquisas, afirmou que encontrar uma embarcação como essa era considerada até então "impossível" pela comunidade de arqueólogos. Segundo ele, essa descoberta fornecerá informações essenciais para que os pesquisadores compreendam de maneira mais aprofundada a Idade Antiga e o desenvolvimento da civilização grega. A idade do navio foi confirmado após um exame de datação de carbono feito pela Universidade de Southampton, no Reino Unido.
A embarcação encontrada no Mar Negro coincide com um desenho feito em um antigo vaso confeccionado pelos gregos que retrata uma cena da Odisseia, obra clássica atribuída ao escritor Homero. O livro conta a história do heroi Ulisses (também chamado de Odisseu), que enfrenta diversas aventuras para retornar ao lar após batalhar na Guerra de Troia. Atualmente, esse vaso faz parte do acervo do Museu Britânico, que fica em Londres.
De acordo com os responsáveis pela descoberta, o navio está localizado em uma região do Mar Negro nas imediações da costa da Bulgária e com certa proximidade ao território que atualmente compreende a Turquia: isso revela que, provavelmente, a embarcação era um navio mercante que realizava transações comerciais com outras civilizações da época.
Os pesquisadores afirmam que encontraram diversos outros registros de embarcações que naufragaram no Mar Negro ao longo dos últimos séculos. Ao menos 60 navios foram descobertos pelos arqueólogos, que exibirão os seus achados em uma conferência que acontecerá em Londres.