A famigerada "Destruição da Previdência" foi aprovada ontem na Comissão de Contituição e Justiça da Câmara por 48 a 18 votos. Se tivesse sido na plenária da casa teria sido aprovada, talvez a CCJ espelhe exatamente a plenária, na proporção, e mesmo na "lisura" dos deputados que a compõem. Entretanto a plenária tem alguns entraves corporativos, que talvez não tenham sido considerados na CCJ. Pelo sim ou pelo não, melhor que a oposição comece a se mexer mais fortemente, que os movimentos organizados idem, e que se mostre que não vai ficar barato que uma "Destruição" deste porte seja aprovada sem mais nem menos.
De resto é apenas a total falta de noção do brasileiro em defender seu direito a uma vida digna, enquanto meia dúzia que não necessita dessa sangria que se dará nos orçamentos de gente muito pobre irá ter mais dinheiro para...nada. Sem, irá ter mais dinheiro para nada, porque não há o que se fazer com todo esse dinheiro, além de dizer que o tem.
De resto o artigo de Cesar Locatelli, abaixo, é muito interessante, e muito elucidativo sobre o que se está fazendo no país.
O que todos apenas esquecem de dizer, é que não há drenagem se não há economia produtiva, porque é daí que sai o dinheiro que flui para o "mercado".
E matam o setor produtivo brasileiro rápida e decididamente.
Delfim Netto, por César Locatelli
Nós vivemos em um tipo de sociedade, há uns 300 anos, em que cada um disputa, todo santo dia, uma parte maior do bolo produzido
Desastre sim, mas por razões opostas às de Delfim Netto
Ex-ministro pressiona senadores para aprovarem a reforma da Previdência
por César Locatelli
O ex-ministro Antônio Delfim Netto emitiu, em 13/02 na Folha, cinco opiniões. A eleição para definir o grupo que controlaria o Senado foi uma pantomina aterradora. Ele crê fortemente nos benefícios da democracia representativa. Diz que os senadores são subordinados às mídias sociais. Tem “sérias dúvidas” se o Senado entregará a Reforma da Previdência. E, por fim, acredita que a reforma tem, no curto prazo, poderosos “perdedores” e nenhum “ganhador”, mas que a “abstrata sociedade” ganhará. No final das contas, parece-me que a intenção do ex-ministro era aumentar a pressão sobre o Senado.
Fico feliz em concordar com o ex-ministro, ao menos em um de seus pareceres, quanto à assustadora disputa no Senado.
A discussão sobre a reforma da previdência social anda meio mal parada, penso. Estamos há tempos discutindo se existe ou não déficit, mas a questão merece que desçamos um degrau, que aprofundemos um tantinho para conseguir enxergar melhor o que está movendo esse grupo, que inclui o ex-ministro, favorável à redução de direitos dos trabalhadores.
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