domingo, 30 de junho de 2019

Resumo político da semana 24-30/06

Semana ainda mais agitada, Afinal de contas tivemos G20 e Gleen na Câmara, tivemos assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Européia, cujas negociações já duravam 20 anos (comentarei amanhã), tivemos mais delações do The Intercept, entre outras coisas.

E vamos a elas.

Começamos pelo julgamento do Habeas Corpus de Lula, e pela presença de Glenn Greenwald na Câmara para explicar pontos das denúncias do The Intercept. Apesar de todas as evidências em contrário, Lula não conseguiu o Habeas Corpus no primeiro pedido julgado do dia. Também não conseguiu no segundo. Fachim e Carmem Lúcia certamente votarão contra, quando voltarem a analisar o tema, mas há grande chance de os outros 3 Ministros da Turma votarem a favor. Só que isso dependerá de 2 fatores. O primeiro é que se consiga alguma evidência mais paupável de que as conversas vazadas sejam verdadeiras. A segunda é que a política siga se deteriorando por parte do Governo e dos setores que o apoiam. Greenwald entra com importãncia nessa equação, porque seus vazamentos têm minado parte importante da sustentação governamental, e ainda coloca em xeque a própria credibilidade da Justiça, que não anda lá muito alta. Ainda dentro dessa salada de interesses, Lula, mesmo que solto, não deverá ser inocentado, porque seguiria inelegível. O país segue em estado de excesção, onde grupos políticos e sociais vêm sendo perseguidos e até exterminados. Mesmo que isso se travista de legitimidade.

Outro ponto importante foi a reunião do G20. Mais uma vez Bolsonaro envergonha o Brasil. Ele sabe que não tem a menor condição, a menor aceitação para estar entre os líderes das maiores economias do mundo. Ele também não tem postura para isso. O pito que recebeu de Angela Merkel e Macron, o patético vídeo para venda de bijuterias, as reuniões bilaterais canceladas, os BRICS o deixando de lado. Qualquer um desses episódios já seria bastante constrangedor, todos juntos são um desastre diplomático e na persepção que o país tem por seus pares.

Ainda na conta do G20 tivemos mais um exemplo de desorganização e falta de compromisso do atual governo com suas principais pautas. O tráfico feito num avião oficial da Presidência da República pode não ter se originado no atual Governo, mas necessariamente deveria ter sido terminado nele e por ele. A operação não foi detida pelo Governo brasileiro, mas pelo espanhol, e Bolsonaro não deveria agradecer a seu par peninsular, mas pedir desculpas, porque é inadimissível que se faça tráfico de drogas num avião que serve a Presidência da República. E diferente do que os defensores do indefensável estão dizendo, Bolsonaro e seu governo de alucinados irresponsáveis nada tiveram que ver com a prisão do Sargento, e o General, chefe da segurança, ainda disse que não teria meios para coibir tal fato. Se ele não pode coibir tráfico num avião que serve a Presidência, imaginem o resto dos problemas de segurança do páis? Começo a entender o porquê de Bolsonaro dormir com uma arma ao lado, mesmo dentro do Palácio do Planalto.

Sobre o Acordo Comercial Mercosul-UE comentarei amanhã.

Nosso Governo também teve mais ligações com crimes e desvios apresentadas. O Ministro do Turismo já vinha sendo acusado de desvios durante o período eleitoral. Agora teve um acessor preso e sua situação fica ainda mais debilitada, não dentro do Governo, mas dentro da política.

Por sinal não me lembro de um governo com tantas acusações e ligações com crimes de diversas matizes. Nem o Governo Temer, que desde o início teve muitas denúncias de desvios públicos, foi tão diversificado nos tipos de crimes e nos posicionamentos reprováveis.

E digo essas coisas porque o Governo segue perdendo apoio e coesão política. Os avanços, ou ações que acontecerão no país se darão por obra quase que exclusiva do Legislativo, e por setores técnicos, porque politicamente o Governo vaza água por todos os lados, conseguindo perder apoio até mesmo daqueles que deveriam defendê-lo, já que saíram do mesmo seguimento político. Rodrigo Maia já estava em franca dissensão, agora Davi Alcolumbre se uniu a ele.

E as denúncias do The Intercept, agora com parceiros de peso da imprensa tradicional, chegaram às intervenções diretas de Moro e da Força Tarefa da Lava-jato em uma disputa com o STF. Também na última eleição presidencial, que parte do Juiz foram tão sérias, que mereceram críticas até mesmo de alguns Procuradores. Mas isso entre outras coisas, como o reconhecimento de violações do devido processo legal por parte do juiz, etc. O que esqueceram é que ele não o fez só.

E ainda que relegado a segundo plano, ao menos em relação às explicações de Moro no Senado, a participação de Glenn Greenwald foi muito interessante, e teve momentos sérios, mas hilários, como a invertida que deu na Deputada Carla Zambelli. Se Moro não se explicou, mas conseguiu um empate técnico no Senado, Glenn deu uma invertida no próprio Ministro da Justiça, e meteu mais pressão ainda em sua posição, mesmo não tendo revelado nada.

Esperamos os áudios.




sábado, 29 de junho de 2019

Entenda porque Deus escolheu Bolsonaro

Vejam o grau da insanidade. Numa só fala ele chamou Bolsonaro e Deus de lixos. Bolsonaro, segundo ele, é o mais louco, incompetente, louco, desprezível da carne, e Deus precisa escolhê-lo, porque se não será ofuscado.

Esse é o Brasil atual? 

Sério?



Stevie McCrorie - All I Want - Blind Audition - The Voice UK 2015

All I Want, com Stevie MacCrorie. Mais uma bela interpretação.


sexta-feira, 28 de junho de 2019

Bolsonaro encontrou sua verdadeira vocação

Não é ser presidente, já que ele não sabe governar. Não é ser Parlamentar, já que pautou sua carreira na mais completa inatividade e obscuridade. Não é ser militar, já que sempre foi um militar horroroso, o que a caserna chama de um mau militar, a ponto de ter sido expulso do Exército.

Bolsonaro vai ser camelô. Mas não aquele camelô que tem uma banquinha tipo para-quedas no meio da rua, mas um camelô de alta estirpe, que irá abrir concorrência às principais marcas de bijuteria do país e do mundo.


Venezuela, um caso complicado

E a Venezuela?

Após muita pressão, muita ameaça, o ridículo reconhecimento de um político de segunda categoria comno Presidente do país, mas sem ter recebido votos para isso, etc, o chamado Grupo de Lima fez uma carta dura, que pede a renúncia imediata de Maduro, mas também diz que não haverá intervenção militar.

Tio San e Bolsonaro ficaram a deriva, mas isso tem sérios motivos. O principal deles é a presença russa, cubana e a movimentação chinesa em defesa da integridade territorial venezuelana. Com especial destaque aos armamentos russos de última geração, os especialistas russos, a presença de muitos cubanos, a mobilização de milhares de soldados chineses.

A marcha a ré engatada veio em boa hora, e negociações foram abertas entre Maduro e a oposição venezuelana. Não acredito que o atual Presidente caia, mas deveremos ter a criação de caminhos para que a situação política tenha uma certa flexibilização, e que o país comece a voltar a uma certa normalidade.

Mas os americanos precisarão suspender seus boicotes, porque eles não têm nenhuma base que não seja o interesse de ter um governo alinhado a seus interesses.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

39 kg e um Sargento - atualizado


O fato serviu para desviar atenções dos últimos importantíssimos acontecimentos ocorridos no país, que foram as explicações de Moro no Senado, as de Glenn Greenwald na Câmara, e os julgamentos de dois Habeas Corpus para Lula no STF, em que o ex-Presidente foi mantido no cárcere.

Mais do que as declarações protocolares de autoridades, incluindo o Presidente Bolsonaro, condenando a atitude do militar, e pedindo sua apenação, temos que ter em mente algumas questões importantíssimas.

A primeira delas é: como um traficante se infiltra na comitiva do Presidente da República?

A segunda: onde estava a segurança presidencial, que não detectou uma carga de 39 kg de pasta de coca em um avião da comitiva?

A terceira: onde está a segurança presidencial, que não fez uma avaliação e um acompanhamento corretos dos membros de uma comitiva da Presidência da República?

A quarta: Alguém acredita que esse Sargento tenha entrado com 39 Kg de pasta de coca em um avião da comitiva da Presidência da República sozinho? Que não teve a ajuda de ninguém?

A quinta: o que mais é transportado nesses aviões?

Tudo isso são perguntas ao mundo todo, mas agora uma pergunta interna.

A sexta: onde está a tão propalada contenção de gastos, quando se mobiliza uma comitiva imensa, e ao  menos dois aviões numa viagem presidencial? Não seria isso um contrassenso?

A sétima: as informações dizem que esse Sargento trespassou os governos de Dilma, Temer, e agora está com Bolsonaro. Desde quando essas encomendas são transportadas por ele?

Independente de qualquer outra coisa, essa é, sem a menor sombra de dúvidas, a pior vergonha passada pela Presidência da República Brasileira da História. Nem mesmo a subserviência e as patéticas cenas já protagonizadas em Davos e nos EUA se comparam a esse episódio do tráfico.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Mais uma Gigante automobilística?

Se o projeto abaixo se concretizar, o novo gigante automobilístico iria controlar, além da Fiat e da Renault, mais uma série de marcas como Jeep, Chrysler, Dacia, todas as marcas italianas, e possivelmente algumas japonesas, como Nissan e Mitsubishi, entre outras.

O capital se concentra cada vez mais. E isso não se aplica apenas aos empreendimentos tradicionais, mas também aos novíssimos investimentos virtuais, onde apenas 5 ou 6 monopólios mundiais controlam praticamente todas os novos serviços criados pela tecnologia.

Mais do que escala e diminuição de custos, isso eleva lucros, margens e tendem a oligopolizar todos os grandes setores da economia mundial, porque é muito mais fácil 2 ou 3 grandes conglomerados combinarem preços, do que dezenas de empresas concorrentes o fazerem.

Não a toa os preços estão tendendo a ser os mesmos - com muito pouca variação - para produtos de empresas distintas.


Fiat propõe fusão à Renault para criar um novo “líder mundial”

Junção dos italianos com franceses daria origem ao terceiro maior fabricante de carros do mundo. A nova empresa teria sede na Holanda, detida em partes iguais. Grupo Renault vai reunir-se esta segunda-feira.


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John Elkann, "chairman" da FCA e a escolha dos Agnelli para liderar a administração dos italianos REUTERS/DENIS BALIBOUSE


A Fiat perdeu em 2018 um líder que acreditava na inevitabilidade das fusões na indústria automóvel, mas ainda que viva sob uma nova liderança desde a morte de Sergio Marchionne, continua a acreditar que a sobrevivência passa pela consolidação. O conselho de administração do construtor italiano acaba de formalizar uma proposta de fusão com a Renault. A ideia é criar uma nova empresa, sediada na Holanda, em que ambos os construtores detenham partes iguais do capital (50%). A concretizar-se, nasceria o terceiro maior fabricante mundial.
“A fusão das duas empresas daria origem a um líder mundial numa indústria em rápida transformação”, escreve a administração da Fiat numa carta em que propõe a fusão e que foi enviada à Renault. Esse novo “líder mundial” teria “uma forte posição nas tecnologias transformadoras” que marcam a actualidade, “incluindo a electrificação e a condução autónoma”, argumentam os acuais gestores da herança italiana do império Agnelli, a toda-poderosa família de Turim que criou a Fabbrica Italiana Automobili Torino (Fiat)​ em 1899.



terça-feira, 25 de junho de 2019

Estado de exceção?

Quando membros ligados ao Sistema de Justiça do País agem de forma tendenciosa, parcial, beirando, e/ou muitas vezes mergulhando fundo na ilegalidade, em busca de projetos políticos pessoais ou de determinados grupos econômicos ou sociais, então temos problemas. Quando essas ações são suficientes e capazes de alterar eleições e os destinos do país em prol dessas pessoas ou grupos, então temos um estado de exceção. 

É o que Luis Nassif mostra neste artigo.

E é também o que os vazamentos, comandados pelo The Intercept estão dirimindo qualquer dúvida de que esses fatos tenham acontecio, já que as simples ilegalidades escancaradas não foram suficientes para muitos.


O mapa do Estado de Exceção, por Luis Nassif

Os bravos juízes e procuradores ajudaram a adubar o solo fértil, de onde brotaram Jair e os três filhos, Damares, Veléz, Ernesto, Ricardo Salles.

domingo, 23 de junho de 2019

Resumo político da semana - 17-23/06

Embalado pela Vasza;jato a semana começou quente. Não apenas tivemos mais revelações sobre as entranhas de medidas ilegais e corruptas no seio da operação que deveria combater a corrupção, como tivemos mais trapalhadas do governo. A primeira delas foi o pedido de demissão de Joaquim Levy, ex-presidente do BNDES, após Bolsonaro ter ordenado que Guedes o demitisse em público, e ainda ter sido extremamente desrespeitoso com o profissional. Tenho muitas e insuperáveis divergências quanto aos conceitos econômicos de Levy, mas isso não dá direito a ninguém de desrespeitar o profissional como ocorreu. Essa brincadeirinha desencadeou outra crise no governo, e em sua relação com o Congresso, já que Maia criticou duramente o fato. Na mesma toada tivemos a demissão do General Juarez Aparecido de Paula Cunha, então presidente dos Correios, pelo crime de ter tirado foto com parlamentares de oposição. O mesmo seguiu trabalhando até que a demissão foi oficializada.

Bolsonaro segue humilhando o setor militar, que está cada vez mais distante do presidente, com a excessão de um núcleo que comunga de suas ideias tortuosas.

A propósito, o novo Ministro do BNDES já foi condenado por destruir o portão do condomínio onde morava, e por motivo mais que fútil. Por acaso filhos do Presidente Bolsonaro estavam com ele na ocasião.

Um ponto mais crítico nas relações institucionais do Governo foi quando o Ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou duramente a Câmara por ter tirado a capitalização da proposta de destruição da Previdência, no que foi também duramente rebatido por Rodrigo Maia. Vejam, a única coisa que interessa a Guedes e sua trupe de banqueiros é meter a mão na grana da Previdência, algo que chegaria a casa de mais de R$ 1 Tri nos 10 anos que ele quer de economia de nossas aposentadorias. Uma parte significativa desse valor ficaria com os bancos.

A verdade é que Guedes está apenas interessado em botar a mão nesse dinheiro, e não está nem aí para o país ou para a economia, porque se estivesse minimamente interessado nisso já teria tomado providências para, ao menos, reverter o cenário de recessão que nos ameaça novamente, e a verdade é que ele não fez e não faz nada.

No Senado uma bela derrota do Governo, que perdeu o parecer do Decreto das Armas, algo que deve se repetir na Câmara.

E o Presidente Bolsonaro cometeu mais uma incontitucionalidade ao editar nova Medida Provisória sobre a demarcação de terras indígenas. O Presidente já havia editado uma medida, tirando a demarcação da Funai, e passando ao Ministério da Agricultura, mas isso foi revogado pelo Congresso. A nova MP do Presidente é inconstitucional, já que a Constituíção proibe a edição de MPs tratando sobre os mesmos temas no mesmo período legislativo.

E Raquel Dodge deu parecer contrário à inclusão das notas do The Intercept no pedido de Habeas Corpus impetrado pela defesa do ex-Presidente Lula. Nada mais previsível que isso. A questão é: por que uma Procura Geral da República se posiciona de forma tão claramente ilegal e parcial?

E os vazados agora tentam posicionar-se contra vazamentos, esquecendo-se que utilizaram desta prática inúmeras vezes, e que em várias oportunidades a defenderam. A diferença é que, no caso dos lavajateiros, tivemos autoridades divulgando informações protegidas por sigilo, muitas vezes sigilo legal, como no caso do grampo ilegal da Presidenta Dilma Roussef, e em outras apenas fazendo fofoca com pessoas que não eram nem mesmo objeto de ação penal. Ouso dizer que essas autoridades deveriam zelar pelo sigilo, e não quebrá-lo. Por outro lado, no caso da Vaza-jato, ainda não sabemos quem vazou as informações, mas sabemos que são quase todas com teor criminoso, e/ou absolutamente anti-ético.

Além do mais, não dá para se ter duas posições, de que vale quando eu faço, mas não vale quando fazem contra mim. Não funciona assim.

E após a patética apresentação de Sérgio Moro no Senado, quando se não melhorou sua situação, ao menos não piorou, graças aos posicionamentos também patéticos da maioria dos Senadores que o arguiram, o Coletivo de Advogadas e Advogados Pela Democracia - CAAD - pediu a prisão de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol,  Carlos Fernando dos Santos Lima, e Laura Gonçalves Tessler.

Aqui temos três vertentes principais, uma é Política, outra é Criminal, e a terceira é Civil. Na política podemos e devemos solicitar o afastamento de todos os envolvidos na desastrada Operação Lava-jato, para que investigações rigorosas possam ser feitas, e indicar responsabilidades, crimes, etc, e se ocorreram.

A Criminal é depois desse processo de investigação, e a Justiça tem por obrigação julgar e sentenciar com o rigor da Lei, baseada em evidências e provas, e apenas isso.

Na Civil é necessário que os envolvidos indenizem os prejudicados por suas ações erradas, uma vez comprovado que elas ocorreram.

As três podem ocorrer concomitantemente, mas dependem, principalmente, do afastamento dos envolvidos, e apenas se agirem para interferir nas investigações é que se poderia pedir suas prisões preventivas. 

No momento as denúncias não têm nenhum valor jurídico, apenas político. Mesmo que Moro tenha usado reportagens de jornal para incriminar Lula, o que também não tem valor jurídico, e não serve de prova.

A questão é que a CAAD alega que os envolvidos estariam destruindo provas, o que não é impossível.

Semana agitada, poqque tivemos mais Vaza-jato, pois agora, além do The Intercept, temos a Band, Reinaldo Azevedo, e a ainda respeitada Folha de São Paulo, que já assegurou a veracidade das informações, e todos já iniciaram seus vazamentos, que afora não se resumem apenas ao The Intercept.

Por sinal, até memso o presidente da Band já disse que a operação que dizia caçar corruptos foi desastrosa para o Brasil, tendo colaborado decisivamente para a crise econômico-político-social que o país atravessa. Estimasse que a Lava-jato, sozinha, tenha sido responsável pelo fechamento de cerca de 1 a 1,5 milhão de vagas de emprego diretas. Isso em setores que costumam gerar de 4 a 5 vagas de empregos indiretas, como a engenharia pesada, construção naval, petróleo e gás. Façam as contas.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

O Vazamento de Reinaldo Azevedo

Ontem Reinaldo Azevedo soltou mais um vazamento da Operação Vaza;jato. Nele Deltan Dalagnoll segue as instruções de Sérgio Moro para a troca da procuradora Laura Tessler, por esta ser fraca em audiências.

Como já foi dito por várias pessoas, não cabe, e é expressamente vedado ao Juiz de uma ação propor, sugerir, ou interferir de qualquer forma em favor de qualquer das partes. Os vazamentos até agora não apenas comprovam a parcialidade do Juízo, como preferências por determinados casos em detrimento de outros. Isso, por si só, já seria suficiente para anular todas as condenações da 13ª Vara Federal, nos chamados casos da Lava-jato. Também é suficiente para caracterizar uma série de desvios e crimes, acrescentando àqueles cometidos durante as ações do próprio processo.

Num país sério e civilizado isso aconteceria. 

Mas no Brasil?

Será?

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Moro no CCJ do Senado

O Ministro da Justiça, e ex-juiz, Sérgio Moro, prestou esclarecimentos sobre as conversas vazadas que teve com os procuradores da Operação Lava-jato, onde agia mais como líder e mentor, e menos como Juiz.

Pois bem, vamos a algumas observações. A primeira é que segue a tática do João-sem-braço. Primeiro a divulgação foi crime. Mas se não for crime não é ele, foi forjada. Por último, se não for crime nem forjado, então não tem nada de mais. É muita desculpa esfarrapada numa situação só. 

Nos esclarecimentos prestados a situação foi a seguinte: os Senadores governistas bajulando, tentando abafar, tentando blindar, e tentando mudar a situação que pesava sobre o Ministro. Os Senadores de oposição, em sua maioria com acusações sérias e perguntas vagas.

Duas pérolas não poderíamos deixar passar. A primeira foi durante a intervenção do Senador Flávio Bolsonaro. Moro chamou o Presidente Bolsonaro de mentiroso, e o Senador Bolsonaro também, ao dizer que não havia acordo de indicação ao STF, algo que o próprio Presidente disse haver, e a Flávio ao afirmar que não pediu o Coaf, pedido esse que o Senador havia afirmado que presenciou.

A outra pérola foi ter afirmado que não tem apego ao cargo, e que o deixaria imediatamente se ficassem comprovados seus desvios.

Aí eu pergunto: ainda não deixou o cargo por que? Por situações análogas, mas menos frequentes, juízes são afastados nos EUA, país que Moro diz tirar muitas de suas práticas jurídicas. Nesse ponto as regras não são diferentes de lá.

TUTAMÉIA entrevista Vladimir Safatle

Excelente entrevista com o filósofo Vladimir Safatle. Divirjo em alguns pontos, como o de que há uma leitura errada das esquerdas. Eu acho que o que não temos é esquerda. Todos os partidos do chamado "campo progressista", apenas apresentam propostas de reformas, mais ou menos profundas, do processo capitalista de organização social.

Mas assista você mesmo, só que tenha tempo, porque a entrevista relativamente é longa. 

quarta-feira, 19 de junho de 2019

A Vaza-jato não para

Ontem o The Intercept Brasil soltou mais uma pérola da Operação Caça-Lula de Moro, e envolveu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ficou patente a ligação entre Moro-FHC, e não duvido que o contrário também ocorra, já que o ex-presidente sempre foi defensor devoto do juiz-político.

Hoje o juiz-político está se explicando no Senado, e ontem fez um teatrinho junto ao Ratinho. O Ratinho é aquele que se diz defensor do povo, mas que tem várias acusações de crimes, incluindo o de uso de trabalho similar ao escravo. O juiz-político não tem essas acusações, mas tem outras, e várias são provadas, com evidências empíricas e/ou físicas.

Vamos ver como esse movimento acabará para analisarmos toda essa última cena.

Música de primeira para quem mora no Rio de Janeiro

Amigo da família, Luciano está lançando seu novo CD Sonho ou Canção. Além e Luciano Franco, o espetáculo ainda terá a participação de vários músicos de vários estados brasileiros, entre eles Roberto Menescal, Edinho Vilas Boas, e Luciana Alves. O estilo? Eclético, e vai do baião ao jazz, recheado de vários outros. 

Vale a penas conferir. 


terça-feira, 18 de junho de 2019

Nota de Glenn Greenwald

Essa nota do jornalista Glenn Greenwald foi veiculada em sua conta de twitter. O ganhador dos cobiçados prêmios Pulitzer e Shell, entre outros, bateu firme e forte no gingante de comunicação brasileiro, que mais uma vez se posiciona de forma absolutamente contrária aos interesses democráticos e nacionais.

Pessoalmente não vejo o canal do plim-plim há muitos anos, pois considero que não fazem jornalismo, mas simplesmente se resumem a um marketing de interesses próprios.

Greenwald escancarou essa posição. E deixou claro que qualidade técnica nem sempre é acompanhada de ética.


segunda-feira, 17 de junho de 2019

Mais uma entrevista de Lula

A terceira entrevista de Lula, dessa vez para o Diário do Centro do Mundo - DCM -, e Tutameia. A entrevista é fraca, as perguntas foram mais ou menos as mesmas das duas primeiras entrevistas no cárcere, e mais uma vez apareceu um Lula mais preocupado consigo que com o país, mas ao menos dessa vez pareceu menos amargo, embora ainda busque sua vingança pessoal, e longe de ser o grande estadista que dizem ser. Sim, claro, não é um político incompetente, mas cedeu de forma servil em determinados temas, ainda que seja bom de entrevistas.

Também não deixou de dar uma alfinetada em Ciro Gomes, e nos seus cem dias. Ora Lula, todo mundo sabe que um governo é para ser feito em 4 anos, mas ele diz a que veio em 100/120 dias,  porque então você começa a ver o que se pode esperar de um governo. 

Mas não foi apenas isso, porque voltou a mostrar a falta de visão de um estadista, ao falar de Venezuela, em uma auto-pergunta mas esqueceu de falar de Cristina Kirchner. Lula segue não entendendo o que aconteceu, e segue não entendendo que ele é, e seguirá, inelegível.

Também diz que é contra o impeachment de Bolsonaro, caso ele cometa algum dos crimes que estão inseridos nesse âmbito. Lula, ele já cometeu vários. O problema é que se Bolsonaro cai, acaba a dicotomia que alimenta o próprio PT, e é isso que Lula teme. 

Simplesmente porque estava mais preocupado consigo do que com o Brasil.

Faz parte da política, mas também faz parte que nem todos aceitem isso.



domingo, 16 de junho de 2019

Resumo político da semana - 10-16/06

O grande movimento politico da semana foi a Vaza-jato ou Morogate, que é como ficou conhecido os vazamentos das conversas secretas dos integrantes da operação Lava-jato pelo The Intercept. Como já era nítido, com as declarações públicas de apoio mútuo, o juiz julgador tinha ascendência e participava das estratégias da acusação, enquanto, por outro lado, sabotava as estratégias de defesa, chegando ao cúmulo de grampear advogados, etc. As ações jurídicas tomadas também foram, grande parte delas, ilegais, e mesmo criminosas, sempre contra os réus e as defesas. Se juntarmos as denúncias de Tacla Duran, então vemos uma série de desvios, crimes, e ilegalidades, que não apenas anulariam as condenações de Lula, mas outras também. 

Tudo isso referendado por Cortes superiores. Não há como dissociar isso.

Outro grande fato da semana foi a Greve Geral contra a Reforma da Previdência. Os analistas de direita, ou tentaram desqualificar os atos, ou tentaram minimizá-los. Os analistas de esquerda buscaram enaltecê-los. Na média os de direita disseram que pararam cerca de 10 milhões de pessoas, os de esquerda chegaram a dizer em 45 milhões. Como ambas as partes exageram, ficaremos com 27,5 milhões parados, o que implica em uma greve respeitável, ainda mais se levarmos em conta o quadro de desemprego, desalento e informalidade implantadas no país pelas crise econômica, e pela destruição dos direitos trabalhistas. Mas não é algo que possamos chamar de movimento estrondoso contra a retirada de direitos da destruição da Previdência, mas certamente deixou a turma de Brasília em alerta.

Por último algo que tem passado despercebido a muita gente. A destruição da Previdência está em suas fases finais para ir a plenário. Ela já foi bastante desidratada, ela já foi bastante modificada em relação àquela que foi enviada pelo Governo ao Congresso, e já criou tensões com e para Paulo Guedes. Mas há espaço para maiores mudanças. porque enquanto categorias que lidam com agentes altamente nocivos perdem qualquer a contrapartida previdenciária a essa exposição, os privilégios previdenciários de juízes, procuradores, militares, e algumas outras categorias de funcionários públicos foram muito pouco mexidas, . O funcionalismo público não existe para criar uma casta de abastados com direitos acima do resto da população, ao contrário, eles são os primeiros que precisam dar exemplo do bom trato da coisa pública, e dos princípios humanos que estão espelhados em nossa Constituição. Isso se aplica também a suas aposentadorias.









sexta-feira, 14 de junho de 2019

Vazando um Pequeno Pitaco.

Um pouco antes de publicar a amostra-grátis do material que recebeu vazado da Lava-jato. Glenn Greenwald, foi solicitado por Lula a fazer uma investigação sobre a Lava-jato e suas ramificações, ao que o jornalista retrucou que isso já estava sendo feito. Quanto falava com Lula sobre sua condenação, e o ex-Presidente lançou acusações sobre sua condenação ser para evitar sua presença nas eleições, e que tinha participação da Globo e dos EUA, Greenwald lhe perguntou: "o Sernhor tem provas disso", ao que Lula respondeu que tinha convicção.

Pois bem, as informações vazadas a Greenwald são muitto extensas - eu já disse aqui -, e irão confirmar tudo aquilo que Lula, Ciro, e todo mundo já denunciou. A corrupção nos governos petistas ocorreu, Lula foi absolutamente condescendente com elas, mas de forma alguma os últimos acontecimentos do país foram para combater essa mazela política, porque no final das contas, o combate a corrupção só serviu mesmo de pano de fundo.

E Glenn vai assar Frango e Marreco em fogo brando. Porque cada vez que eles inventarem uma descupa esfarrapada, mais séria será a informação.

Por sinal, eles tem que decidir qual será a desculpa esfarrapada da vez, porque ou eles foram hackeados e as informações foram vazadas, ou elas foram inventadas, e aí não há hacker nenhum, porque ninguém vai se dar ao trabalho de invadir uma conta de Telegram, para depois ficar inventando conversas. Isso está exageradamente antagônico. Solicitamos que cheguem logo a uma linha de defesa.

A propósito, isso ocorreu logo após uma reunião de cúpula liderada por Rússia e China - e seria também pelo Brasil se não estivéssemos tentando virar colônia de novo -. os outros BRICS e alguns não alinhados, onde se planejaram ataques ao dólar e a hegemonia americana. Snowden está por lá, escondido. Internamente Bolsonaro derrete, e até os militares já começam a lhe tirar apoio, mesmo com as últimas declarações de Mourão, mas isso parece muito mais medo de uma cassação da chapa, e anulação das eleições, do que propriamente apoio ao líder belicoso.

Teremos algum tempo bem agitado pela frente.

Greve Geral

Temos uma Geve Geral convocada para hoje. Na maior cidade do país várias categorias chave para o sucesso de uma greve dessas já aderiu à paralisação, e isso não se resume a São Paulo, tendo se espalhado por várias cidades e estados.

A questão aqui, mais até do que a adesão dessas categorias, é a adesão da população. Teremos que ver como os protestos e manifestações programadas irão transcorrer. No caso de terem adesão considerável e ampla poderemos esperar repercussão importante no Congresso, e um belo balde de água fria nas pretensões de Guedes e do Governo. Se, pelo contrário, tivermos adesões insossas, e restritas a poucas praças, poderemos ter um fortalecimento dos argumentos de que a população apoia o projeto de destruição da previdência.

O Blog dos Mercantes conclama todos aqueles que puderem, que compareçam às manifestações, e mostrem seu desagrado e repúdio a esse assalto aos bolsos dos trabalhadores, porque a verdade é que, nos escalões mais altos das carreiras pública, pouco ou nada se mexe.

Dia 14 de junho, todos contra a destruição de nossos direitos.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Mais um tira-gosto

Ontem o The Intercept-Brasil soltou mais uma palhinha do teor dos vazamentos recebidos. Foi no programa O É da Coisa comandado por Reinaldo Azevedo. No novo vazamento está o nome do Ministro Luiz Fux, atual Presidente do STF, e que esteve no café da manhã com Bolsonaro, de onde o Presidente da República saiu falando de um suposto pacto entre os poderes, e que foi prontamente desmentido por Rodrigo Maia.

Pois bem, o nome de Fux aparece em declaração de Dallagnol que enviou o conteúdo para vários Procuradores e para Moro. Nesta declaração o Ministro é citado por Dallagnol como tendo dado sinais positivos de apoiar a Lava-jato, 

Apesar da menção ao nome do Ministro Fux nesta conversa pouco republicana, e de todos os posicionamentos tomados pelo Ministro, e que efetivamente apoiaram e continuam apoiando a Lava-jato, nada comprova sua participação efetivamente em um conluio. Talvez venhamos a ter essas confirmações mais a frente, mas por enquanto é o mesmo tipo de fofoca que colocou Lula na cadeia, ou seja, uma declaração sem provas.

A declaração de Dallagnol nem de longe parece ser falsa, o conteúdo da mesma carece é de prova.

Mas como já disse, o The Intercept-Brasil irá soltar as informações relevantes lentamente, irá jogá-las aos poucos, de acordo com seus interesses, e com a repercussão que essas informações venham a ter. O que soltou até o momento é o suficiente para anular todo o processo contra Lula, por mais que clara parcialidade do juiz julgador, e seria suficiente para anular as últimas eleições, ainda mais se casamos com financiamento ilegal de campanha, fakenews, etc, e desde que os Tribunais tivessem uma visão abrangente e legalista da situação. 

Mas acho muito difícil que qualquer um dos casos venha a ocorrer, mesmo a anulação da sentença de Lula. O mais provável é que o ex-presidente seja agraciado com uma redução da pena, de forma a ser solto, mas também a manter sua condenação e sua inelegibilidade. As declarações, a princípio favoráveis a Lula, vieram de Ministros do STF que já vinham se posicionando desta forma, mas os 6 que vêm mantendo Lula preso não se manifestaram, e dificilmente mudarão sua opinião, porque não havia necessidade de mais essas provas contra a Lava-jato, pois os vários desvios, e mesmo crimes, que cometeram durante o desenrolar dos fatos, já teriam sido suficientes para anular, se não todos, ao menos parte dos processos e sentenças por eles operados, incluindo a de Lula.

Menos euforia, porque o que pode mudar a situação do país não é o Direito, mas a Política, e essa ainda que já tenha dado mostras de estar lentamente voltando ao eixo, ainda anda longe da normalidade. É verdade que o apoio a Bolsonaro derrete, e ele rapidamente se aproxima do ponto de ter apenas aquele que é seu apoio orgânico, mas o apoio ao golpe ainda não se reverteu, e a onda anti-petista também não. Talvez as denúncias de Glenn Greenwald venham a dar mais um empurrão nisso, mas ainda não foram suficientes para tanto. Por enquanto, no máximo, irão fritar de vez Moro e os Procuradores, e dar um basta naquilo que boa parte da classe política tanto ansiou; a Lava-jato. Só que mesmo para isso é necessária a adesão da grande mídia tradicional, e ela ainda está em cima do muro nesse aspecto.


A mulher vem recuperando seu espaço na sociedade e na História

Aos poucos as mulheres vêm recuperando os espaços perdidos durante o último século e meio. Mais que mocinhas indefesas, mais do que fiéis companheiras dos "grandes homens da História", as mulheres também sempre tiveram protagonismo. Já publicamos reportagem sobre a última mulher samurai, numa sociedade extremamente machista como o Japão medieval, agora é sobre Njinga Mbandi, Rainha de Ndongo e Matamba, região da atual Angola, e que resistiu ferozmente ao controle português no Séc. XVII.

Conheça um pouco mais abaixo, ou clique no link para a reportagem completa.


A rainha africana que liderou resistência aos portugueses e se tornou símbolo

Os livros a definem como uma guerreira valente e inteligente que se tornou uma das figuras-chave da resistência dos povos africanos ao colonialismo no século 17.
Mas há também aqueles que a descrevem como uma mulher cruel, que teria sido capaz de acabar com a vida de seu irmão para tomar o poder.
Ou até mesmo de matar os homens de seu harém depois de obter deles o prazer sexual que estava buscando.
As façanhas e lendas que cercam a vida da Rainha Njinga (também conhecida como Ginga ou Nzinga) de Angola são tão fascinantes quanto desconhecidas para muitos, especialmente fora do continente africano.
Embora sua figura divida opiniões, historiadores concordam que ela foi uma das mulheres africanas mais famosas por sua fervorosa luta contra a ocupação europeia e a escravidão de seu povo por quatro décadas.
Njinga Mbandi era líder do povo Mbundu e rainha de Ndongo e Matamba, no sudoeste da África.
Seu verdadeiro título em kimbundu, o idioma local, era 'Ngola'. E esse era o termo que os portugueses costumavam usar para chamar precisamente a região tal como a conhecemos hoje: Angola.

Exploração

Tal denominação passou ser difundida em 1575, quando os soldados de Portugal invadiram o Ndongo em busca de ouro e prata.
Quando não encontraram as minas que procuravam, decidiram mudar sua estratégia e começaram a capturar escravos para garantir mão de obra no Brasil, sua então nova colônia.
Nascida oito anos após a invasão, Njinga integrou a resistência contra os portugueses junto com seu pai, o rei Ngola Mbandi Kiluanji, desde que era muito jovem.
Quando Ngola morreu, em 1617, um de seus outros filhos, Ngola Mbandi, assumiu o poder. No entanto, ele não tinha o carisma de seu pai ou a inteligência de sua irmã Njinga.
Temendo um levante popular em favor dela, Ngola Mbandi ordenou a execução do filho único de sua irmã.
Mas quando ele se viu incapaz de lidar com os europeus, que estavam ganhando terreno e causando mais baixas entre a população local, Mbandi acabou aceitando a sugestão de seus conselheiros mais próximos.




https://www.bbc.com/portuguese/internacional-44361821?ocid=socialflow_facebook

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Só para lembrar

Em qualquer país e governo sérios do mundo, Sérgio Moro já teria pedido demissão, ou sido afastado, e Deltan Dallagnol também. No Brasil de Bolsonaro eles tentam sair pela tangente, fingem que não é com eles, abandonam entrevistas, e tentam se fazer de vítimas.

E vou acrescentar: o Intercept Brasil deve ter publicado apenas uma amostra grátis, daquelas que não dá nem para sentir o gosto direito, seja pelas declarações do próprio jornalista que elaborou a reportagem, seja porque alguns que tiveram acesso ao material já falam em algo em torno de uma resma (500 folhas) de papel A4 de informações colhidas das conversas entre procuradores e juízes. Também não se resumirá a esses dois líderes da Operação Lava-jato, e deve atingir outros integrantes da Força-tarefa, e em outros estados.

Muita sujeira embaixo desse tapete.

terça-feira, 11 de junho de 2019

Sério OAB, só agora?

Só para lembrar, a OAB protocolou pedidos de impeachment de Dilma Roussef, a mesma OAB se posicionou contra o vazamento dos grampos ilegais da ex-presidenta, mas prestou apoio e solidariedade à Operação Lava-jato inúmeras vezes. E não há diferença entre a Operação LV e suas ações, uma é a mãe, as outras são filhas, umbilicalmente ligadas.

A mesma OAB também apoiou o impeachment fraudulento, inconstitucional e infundado de Dilma Roussef. Tão fraudulento, que mesmo os técnicos indicados para darem o parecer TÉCNICO sobre o envolvimento de Dilma nas chamadas "pedaladas fiscais", a inocentaram de qualquer responsabilidade, mas mesmo assim ela foi afastada do governo. Essa mesma OAB chegou a entrar com um pedido de impeachment.

Agora vem com essa?

Advogados, vocês têm que decidir de que lado estão, ou é da Lei, das Instituições e do processo democrático;

Ou o do oportunismo. 

Dos dois não dá.



OAB recomenda o afastamento de Moro e Dallagnol de cargos públicos

Em nota oficial, entidade afirma que conversas divulgadas 'ameaçam caros alicerces do Estado Democrático de Direito' e recomenda afastamento para que 'investigações corram sem qualquer suspeita'

Por O Dia
- Atualizado às 20h55 de 10/06/2019

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro - 
Rio - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) recomendou o afastamento do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e do procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, de seus respectivos cargos públicos, em uma nota oficial publicada nesta segunda-feira.
Segundo a entidade, o conteúdo das conversas divulgadas pelo site Intercept Brasil "ameaçam caros alicerces do Estado Democrático de Direito" e o afastamento de Moro e Dellagnol deve ocorrer "especialmente para que as investigações corram sem qualquer suspeita".
"Não se pode desconsiderar a gravidade dos fatos, o que demanda investigação plena, imparcial e isenta, na medida em que estes envolvem membros do Ministério Público Federal, ex-membro do Poder Judiciário e a possível relação de promiscuidade na condução de ações penais no âmbito da Operação Lava Jato. Este quadro recomenda que os envolvidos peçam afastamento dos cargos públicos que ocupam, especialmente para que as investigações corram sem qualquer suspeita", diz a nota.
Leia a nota completa:
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Colégio de Presidentes de Seccionais, por deliberação unânime, manifestam perplexidade e preocupação com os fatos recentemente noticiados pela mídia, envolvendo procuradores da república e um ex-magistrado, tanto pelo fato de autoridades públicas supostamente terem sido “hackeadas”, com grave risco à segurança institucional, quanto pelo conteúdo das conversas veiculadas, que ameaçam caros alicerces do Estado Democrático de Direito.

É preciso, antes de tudo, prudência. A íntegra dos documentos deve ser analisada para que, somente após o devido processo legal – com todo o plexo de direitos fundamentais que lhe é inerente –, seja formado juízo definitivo de valor.

Não se pode desconsiderar, contudo, a gravidade dos fatos, o que demanda investigação plena, imparcial e isenta, na medida em que estes envolvem membros do Ministério Público Federal, ex-membro do Poder Judiciário e a possível relação de promiscuidade na condução de ações penais no âmbito da operação lava-jato. Este quadro recomenda que os envolvidos peçam afastamento dos cargos públicos que ocupam, especialmente para que as investigações corram sem qualquer suspeita.

A independência e imparcialidade do Poder Judiciário sempre foram valores defendidos e perseguidos por esta instituição, que, de igual modo, zela pela liberdade de imprensa e sua prerrogativa Constitucional de sigilo da fonte, tudo como forma de garantir a solidez dos pilares democráticos da República.

A Ordem dos Advogados do Brasil, que tem em seu histórico a defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado Democrático e do regular funcionamento das instituições, não se furtará em tomar todas as medidas cabíveis para o regular esclarecimento dos fatos, especialmente junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), Procuradoria-Geral da República (PGR), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), reafirmando, por fim, sua confiança nas instituições públicas.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

E o The Intercept Brasil, heim?

Antes de tudo gostaria de recordar aqui que, como vários outros meios, o Blog dos Mercantes chegou a dizer que os indícios de trabalho do ex-Juiz Sérgio Moro junto com o MPF para incriminar e condenar o ex-Presidente Lula eram muitos. No final eles condenaram, mas não conseguiram incriminar. Por que?

Porque incriminar é assim: "fulano executou tal ato (tem que definir o ato), e como compensação recebeu isso, ou aquilo, ou tal fato aconteceu". A sentença de Sérgio Moro, que condenou Lula, não indicou qual ato ele cometeu (fala em atos indeterminados), e nem qual foi o benefício recebido, já que o imóvel, prêmio indicado no início do processo, foi comprovado não ser de Lula.

Agora o Intercept Brasil trouxe o vazamento de conversas por rede social fechada (telegram) entre Moro e o líder da força tarefa da Lava-jato pelo MPF, Deltan Dallagnol. As conversas comprovam que Moro agia como membro da acusação, que não era isento, que antecipou sentenças, e que manobrou de forma a tentar incriminar Lula de todas as formas.

Há o sigilo da fonte, mas também há o direito há privacidade das mensagens. Moro deveria estar preso por ter vazado várias mensagens privadas, incluindo da ex-Presidenta Dilma Roussef, mas um erro não justifica o outro, ainda mais passado tanto tempo. De qualquer forma essa situação derrubaria qualque Ministro em uma situação norma, mas o Brasil segue sob golpe, já que as últimas eleições também foram marcadas por fatos absolutamente estranhos e suspeitos, inclusive alguns são crimes eleitorais, e seriam motivo mais do que suficientes para caçar a chapa vencedora.

Abaixo um dos trechos transcritos pelo Intercept, e que mostram a interferência indevida de Sérgio Moro. Mas há várias outras, e se quiser acessá-las basta clicar na transcrição.

domingo, 9 de junho de 2019

Resumo da semana

Mais uma semana agitada na política brasileira. Enquanto o pior governo da História brasileira segue seu programa de destruição do país, sua cúpula segue com despropérios vários. Ultimamente os maiores têm vindo do Ministério da Educação, onde uma destruição total da educação pública vem sendo promovida, em prol do sistema particular de ensino, e até Ministros militares também têm entrado na onda. Mas outras áreas também colaboram com isso, incluindo o próprio Presidente.

Repercutem fortemente as declarações de Bolsonaro sobre a criação de uma moeda única com a Argentina. Vejam bem, a opinião do Blogueiro aqui era a da criação de uma moeda única latino-americana, mas isso não se faz de orelhada na busca de intervir estupidamente na eleição para a presidência de um país irmão. Qualquer movimentação nesse sentido necessita de uma integração política, social, física, cultural, e principalmente econômica profunda, o que leva dezenas de anos, dadas as enormes assimetrias que contemplam nossos diversos países. Muito mais que um acordo de tarifas e de algumas ações conjuntas em áreas de fronteiras. Os europeus levaram cerca de 50 anos até atingirem tal capacidade, e esta foi implementada a custa de muitas tensões, e vários desdobramentos imprevisíveis. Imaginem entre Brasil e Argentina, dois países díspares e com instituições ainda precárias e pouco desenvolvidas.

Nessa onda também temos as várias formas de pressão engendradas pelo Governo para a aprovação do PLN 4, para que seja aprovado o crédito complementar de R$ 248,9 bi para este ano, e sem o qual o governo está fadado a paralisação. Muita gente dizendo que é chantagem do governo, muita gente dizendo que é um lado fascista, mas é apenas política. Dizer que não vai pagar velhinhos, que não vai pagar escolas e faculdades, não vai pagar hospitais é o mesmo que já fizeram outros governos. O que me espanta aqui é que, seja situação, seja o centrão, sejam as "oposições", ninguém fala em não pagar os juros abusivos da dívida ou tributar os ricos, e o único que fala em parar as desonerações estapafúrdias e em cobrar impostos dos ricos é Ciro Gomes.

Enquanto isso Rússia e China se reúnem com outros países para iniciar um ataque forte ao padrão dólar das trocas comerciais mundiais. Isso imporia um baque político, diplomático, comercial, econômico e tecnológico aos EUA, e colocaria nossa frágil posição no mundo em um enorme risco, após essa adesão inconsequente e irresponsável à política externa norte-americana.

Outro ponto importante a ser mencionado foi a decisão do STF de que as privatizações são proibidas sem autorização do Congresso apenas para empresas-mães, mas as subsidiárias podem ser vendidas independentemente de autorizações do Legislativo. Ora, isso apenas vem dar um ar de legalidade ao desmonte de empresas estratégicas da nossa economia, que começou no governo Temer, e que prossegue a todo o vapor no governo Bolsonaro. Várias empresas, ativos e áreas de negócios da Eletrobrás, Caixa Econômica, Banco do Brasil, e Petrobrás têm sido vendidas. Não a toa costumam ser as mais rentáveis dessas empresas, como operadoras de cartões de crédito, ou seguros.

Enquanto isso Rodrigo Maia e a imprensa mais ligada aos interesses da Av. Paulista começaram a dizer que o governo não tem estratégia para o país, que não tem agenda, e que o Brasil segue a matroca e pode entrar em colapso social. É verdade, tudo caminha para uma situação bastante mais complicada, mas não é verdade que o governo não tenha agenda, ela só não é uma agenda econômica, ela é uma agenda ideológica-político-social, uma busca de implantar uma ditadura (política), baseada em preconceitos (ideologia), com um povo despolitizado e servil (social). Quanto a economia, qualquer governo com preceitos neo-liberais não está pensando economia, porque acredita que ela vai se resolver por si própria, que os interesses individuais de acumulação irão propiciar as respostas às necessidades coletivas de bem-estar, e que o Estado não tem papel nisso, se não o de garantir que nada nem ningém interfira nesse processo. 

Tem mais assuntos, mas do meu ponto de vista esses foram os mais importantes.

E divirta-se aí embaixo.


sábado, 8 de junho de 2019

Foreigner - I Want to Know What Love Is (Live)

A bamda anglo-americana Foregner ainda não tinha aparecido em nosso Blog dos Mercantes, e era uma falha, que é corrigida agora. Responsável por muitos sucessos, I Want to Know What Love is é uma delas, a banda segue ativa, tendo se apresentado e gravado em 2016.


sexta-feira, 7 de junho de 2019

Lula e Gleen

O Portal Disparada publicou o artigo abaixo. Nele, Gustava Castañon chega à conclusão que eu cheguei já na primeira entrevista de Lula no cárcere (pode virar título de livro). Um homerm amargurado, em busca de vingança, e incapaz de refletir minimamente sobre seus atos dos últimos 18 anos, e ver os erros que cometeu.

Quando comparamos as posições e atitude de Lula e do PT, com as de Cristina Kirchner na Argentina, e vemos a pequenez, a mesquinhez de Lula e do PT. Cristina abriu mão de seus 35% de intensão inicial de votos (o PT tinha 30%), para viabilizar uma candidatura de esquerda que fosse palatável, e que não arriscasse cindir o país. Ela pensou em seu povo, não em seu projeto minúsculo e pessoal de poder. Abrir mão da candidatura própria pode até não dar certo, mas partindo de seus 35% já se sabia que não daria, então ela tentou algo diferente em prol de seu país, de sua nação.

Viu Lula? Aí do lado tem gente que abre mão de mais do que você em prol de algo maior. 

O artigo completo? Clica no link abaixo.


a deprimente entrevista de lula para glenn greenwald the intercept
Vou fazer um desabafo, não esperem aqui meu estilo sarcástico e sistemático porque, sinceramente, a entrevista de Lula me deprimiu. Pelo menos nestes minutos que estou escrevendo isso de roldão.
A gente só vê nela um Lula cheio de ódio – justificado, quero deixar claro – repetindo aqueles ufanismos vazios (“a maior distribuição da história”, “nunca os pobres ganharam tanto”, “quem diz é a ONU”) que quanto mais a gente estuda economia e história mais cansa. Exaure, na verdade. Não tinha percebido isso antes, mas a voz de Lula hoje me cansa.
Confrontado sobre se achava que o neoliberalismo nos governos do PT tinha papel no ódio pelo partido, Lula foge três vezes da pergunta. Quero deixar claro que não acho que o PT tenha sido um governo neoliberal como insinuou Glenn, mas foi meramente um governo social-liberal rentista.
Sobre a parte que ele fala de Ciro, também mais do mesmo. A única coisa nova é a confissão de que de fato não deixou Haddad ser vice dele.
Repete a falácia de que se o povo quisesse votar em Ciro no segundo turno, teria votado no primeiro. Mas não é essa a questão. A questão é o porquê de o povo não ter votado em Ciro no primeiro, como Glenn lembrou, o desmascarando.
E o povo não votou em Ciro no primeiro não é somente porque Lula não quis o apoiar, mas porque Lula o elegeu como seu principal inimigo e lutou a campanha toda para cercear suas alianças.
Como se não bastasse, colocou a máquina de internet do PT para bater, quase que exclusivamente, nele. Eu ajudei o Ciro na rede, eu vi isso todo dia. O PT sabe que estou falando a verdade.
Porque Lula não deveria ter feito isso? Ora, porque se ele fosse um político com o mínimo de idealismo elegeria como alvo prioritário o PSDB ou o fascismo.
Ou será que ele acha que o tucanismo está mais próximo do petismo do que Ciro?
É isso o que Lula acha que a política obviamente é? Destruir seus aliados em primeiro lugar para que eles não cresçam? Porque ele sorri cinicamente diante de Glenn como se isso fosse óbvio?
Ao contrário do que diz Lula também, no que foi, mais uma vez, desmascarado por Glenn, o PT não foi atrás do apoio do PSB. O PT entregou tudo o que o PSB quis, não para ser apoiado por ele, mas para que o PSB não apoiasse Ciro.
Ele fez isso para que Ciro não tivesse tempo de TV e, o que é pior, para que o tempo de TV do PSB fosse praticamente todo para os candidatos de direita, 60% só para Alckmin. Ao diluir esse tempo entre todos os candidatos, jogou fora tempo de TV para combater Bolsonaro.
O PCdoB, por sua vez, esmagado pela cláusula de barreira, foi materialmente coagido pelo PT, e teve de se submeter para tentar sobreviver. Hoje sabemos que isso foi uma escolha desastrosa, olhando para o resultado eleitoral. É isso que Lula chama de “articulação política”. Entre aliados!
Então Lula pergunta, “O que o Ciro queria, que o PT não fizesse nada?”
Sim, exatamente.
Ele queria que Lula e o PT fizessem sua campanha com o PCdoB ou sozinho, e que o deixassem fazer a dele com o PSB.
Só isso.
Porque ele tinha a certeza de que o PT jamais o apoiaria.
No segundo turno nos acertaríamos. É o que aliados históricos esperam: não serem alvos prioritários. O contrário é o jogo de poder pelo poder, jogado por quem quer o poder e não o melhor possível para todos.
Ao contrário, ao enfraquecer aliados para submetê-los, enfraqueceu todo o campo progressista.
Será que Lula acha isso tudo ingênuo demais a ponto de rir cinicamente?
Lula deixa claro isso quando, cheio de ódio, diz que “o Ciro precisa entender que para que os outros gostem dele, é preciso gostar do outro”. Ora, isso quem tem que entender é amigo ou namorado. O que talvez Lula tenha que entender é que política não deve ser o jogo personalista de acúmulo de poder pessoal, mas sim a busca do máximo benefício público.
Já posso imaginar alguns petistas que conheço rindo desses trechos. Porque altruísmo para eles, e para Lula, é uma coisa ridícula. Moralidade pequeno-burguesa não faz parte da política.
Para você, caro leitor, altruísmo e lealdade são coisas ridículas na política? Ou deveriam ser?
Como Ciro errou em não conversar com Lula se ele se recusou a recebê-lo depois da prisão?
Falando sério com vocês, com sinceridade, fora da minha missão desgastante de responder e oferecer um contraponto a narrativa do PT.
Não duvido que Ciro tenha errado na condução em vários momentos, que coisas poderiam ter sido diferentes, mas hoje não acredito que o PT pudesse apoiá-lo, nunca.

Se aproximar do PT seria só receber sua rejeição sem receber seu apoio e nem sequer sua lealdade, porque essa é a natureza de escorpião do PT. Hoje, essa natureza não é mais segredo para ninguém no Brasil. Ninguém mais confia no PT, e se antes 60% do Brasil o odiava, agora 73% o odeia.
E não, não é por causa dos pobres no aeroporto.
O jornalismo de Glenn é de alto nível, e foi de novo aqui. Ele, sempre que faz uma entrevista, mostra como a imprensa brasileira é um lixo, é vassala, da blogosfera petista à imprensa corporativa. Tenho certeza que na próxima entrevista de Glenn com Ciro ele também o deixará em alguma saia justa porque essa é a função de um jornalista. Obrigado Glenn.
Porque você deixou Lula nu.
Mostrou um Lula que não se comporta como político que pensa no povo em primeiro lugar, como Cristina.
Falo como alguém que passou vinte anos fazendo campanhas para o PT, defendendo Lula e Dilma na rede e nas ruas.
Sim, porque nós sempre fomos aliados leais.