Mais uma semana agitada na política brasileira. Enquanto o pior governo da História brasileira segue seu programa de destruição do país, sua cúpula segue com despropérios vários. Ultimamente os maiores têm vindo do Ministério da Educação, onde uma destruição total da educação pública vem sendo promovida, em prol do sistema particular de ensino, e até Ministros militares também têm entrado na onda. Mas outras áreas também colaboram com isso, incluindo o próprio Presidente.
Repercutem fortemente as declarações de Bolsonaro sobre a criação de uma moeda única com a Argentina. Vejam bem, a opinião do Blogueiro aqui era a da criação de uma moeda única latino-americana, mas isso não se faz de orelhada na busca de intervir estupidamente na eleição para a presidência de um país irmão. Qualquer movimentação nesse sentido necessita de uma integração política, social, física, cultural, e principalmente econômica profunda, o que leva dezenas de anos, dadas as enormes assimetrias que contemplam nossos diversos países. Muito mais que um acordo de tarifas e de algumas ações conjuntas em áreas de fronteiras. Os europeus levaram cerca de 50 anos até atingirem tal capacidade, e esta foi implementada a custa de muitas tensões, e vários desdobramentos imprevisíveis. Imaginem entre Brasil e Argentina, dois países díspares e com instituições ainda precárias e pouco desenvolvidas.
Nessa onda também temos as várias formas de pressão engendradas pelo Governo para a aprovação do PLN 4, para que seja aprovado o crédito complementar de R$ 248,9 bi para este ano, e sem o qual o governo está fadado a paralisação. Muita gente dizendo que é chantagem do governo, muita gente dizendo que é um lado fascista, mas é apenas política. Dizer que não vai pagar velhinhos, que não vai pagar escolas e faculdades, não vai pagar hospitais é o mesmo que já fizeram outros governos. O que me espanta aqui é que, seja situação, seja o centrão, sejam as "oposições", ninguém fala em não pagar os juros abusivos da dívida ou tributar os ricos, e o único que fala em parar as desonerações estapafúrdias e em cobrar impostos dos ricos é Ciro Gomes.
Enquanto isso Rússia e China se reúnem com outros países para iniciar um ataque forte ao padrão dólar das trocas comerciais mundiais. Isso imporia um baque político, diplomático, comercial, econômico e tecnológico aos EUA, e colocaria nossa frágil posição no mundo em um enorme risco, após essa adesão inconsequente e irresponsável à política externa norte-americana.
Outro ponto importante a ser mencionado foi a decisão do STF de que as privatizações são proibidas sem autorização do Congresso apenas para empresas-mães, mas as subsidiárias podem ser vendidas independentemente de autorizações do Legislativo. Ora, isso apenas vem dar um ar de legalidade ao desmonte de empresas estratégicas da nossa economia, que começou no governo Temer, e que prossegue a todo o vapor no governo Bolsonaro. Várias empresas, ativos e áreas de negócios da Eletrobrás, Caixa Econômica, Banco do Brasil, e Petrobrás têm sido vendidas. Não a toa costumam ser as mais rentáveis dessas empresas, como operadoras de cartões de crédito, ou seguros.
Enquanto isso Rodrigo Maia e a imprensa mais ligada aos interesses da Av. Paulista começaram a dizer que o governo não tem estratégia para o país, que não tem agenda, e que o Brasil segue a matroca e pode entrar em colapso social. É verdade, tudo caminha para uma situação bastante mais complicada, mas não é verdade que o governo não tenha agenda, ela só não é uma agenda econômica, ela é uma agenda ideológica-político-social, uma busca de implantar uma ditadura (política), baseada em preconceitos (ideologia), com um povo despolitizado e servil (social). Quanto a economia, qualquer governo com preceitos neo-liberais não está pensando economia, porque acredita que ela vai se resolver por si própria, que os interesses individuais de acumulação irão propiciar as respostas às necessidades coletivas de bem-estar, e que o Estado não tem papel nisso, se não o de garantir que nada nem ningém interfira nesse processo.
Tem mais assuntos, mas do meu ponto de vista esses foram os mais importantes.
E divirta-se aí embaixo.
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