Ontem o The Intercept-Brasil soltou mais uma palhinha do teor dos vazamentos recebidos. Foi no programa O É da Coisa comandado por Reinaldo Azevedo. No novo vazamento está o nome do Ministro Luiz Fux, atual Presidente do STF, e que esteve no café da manhã com Bolsonaro, de onde o Presidente da República saiu falando de um suposto pacto entre os poderes, e que foi prontamente desmentido por Rodrigo Maia.
Pois bem, o nome de Fux aparece em declaração de Dallagnol que enviou o conteúdo para vários Procuradores e para Moro. Nesta declaração o Ministro é citado por Dallagnol como tendo dado sinais positivos de apoiar a Lava-jato,
Apesar da menção ao nome do Ministro Fux nesta conversa pouco republicana, e de todos os posicionamentos tomados pelo Ministro, e que efetivamente apoiaram e continuam apoiando a Lava-jato, nada comprova sua participação efetivamente em um conluio. Talvez venhamos a ter essas confirmações mais a frente, mas por enquanto é o mesmo tipo de fofoca que colocou Lula na cadeia, ou seja, uma declaração sem provas.
A declaração de Dallagnol nem de longe parece ser falsa, o conteúdo da mesma carece é de prova.
Mas como já disse, o The Intercept-Brasil irá soltar as informações relevantes lentamente, irá jogá-las aos poucos, de acordo com seus interesses, e com a repercussão que essas informações venham a ter. O que soltou até o momento é o suficiente para anular todo o processo contra Lula, por mais que clara parcialidade do juiz julgador, e seria suficiente para anular as últimas eleições, ainda mais se casamos com financiamento ilegal de campanha, fakenews, etc, e desde que os Tribunais tivessem uma visão abrangente e legalista da situação.
Mas acho muito difícil que qualquer um dos casos venha a ocorrer, mesmo a anulação da sentença de Lula. O mais provável é que o ex-presidente seja agraciado com uma redução da pena, de forma a ser solto, mas também a manter sua condenação e sua inelegibilidade. As declarações, a princípio favoráveis a Lula, vieram de Ministros do STF que já vinham se posicionando desta forma, mas os 6 que vêm mantendo Lula preso não se manifestaram, e dificilmente mudarão sua opinião, porque não havia necessidade de mais essas provas contra a Lava-jato, pois os vários desvios, e mesmo crimes, que cometeram durante o desenrolar dos fatos, já teriam sido suficientes para anular, se não todos, ao menos parte dos processos e sentenças por eles operados, incluindo a de Lula.
Menos euforia, porque o que pode mudar a situação do país não é o Direito, mas a Política, e essa ainda que já tenha dado mostras de estar lentamente voltando ao eixo, ainda anda longe da normalidade. É verdade que o apoio a Bolsonaro derrete, e ele rapidamente se aproxima do ponto de ter apenas aquele que é seu apoio orgânico, mas o apoio ao golpe ainda não se reverteu, e a onda anti-petista também não. Talvez as denúncias de Glenn Greenwald venham a dar mais um empurrão nisso, mas ainda não foram suficientes para tanto. Por enquanto, no máximo, irão fritar de vez Moro e os Procuradores, e dar um basta naquilo que boa parte da classe política tanto ansiou; a Lava-jato. Só que mesmo para isso é necessária a adesão da grande mídia tradicional, e ela ainda está em cima do muro nesse aspecto.
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