Se até a Miriam Leitão diz que não resolve nada, quem sou eu para dizer o contrário?
E não resolve mesmo, porque nenhum empresário investe pelo que ele economiza, ele investe pela demanda que ele tem, pela previsão de lucro que ele tem. O fenômeno China, que é tão citado pelos defensores do desastre sócio-salarial que ora se implanta no Brasil, já que, imaginam, isso possibilitaria a invasão de capital estrangeiro no Brasil, gerando milhões de empregos e um desenvolvimento a lá China.
Ledo engano. Existem muitas peculiaridades que diferem enormemente o Brasil da China. Antes de tudo há a situação de que quando a China absorve as empresas, ela absorve também a tecnologia. Por isso hoje vemos várias empresas chinesas brigando pelos mercados de ponta de alta tecnologia, incluindo mercados dominados tradicionalmente por europeus e norte-americanos.
Uma segunda peculiaridade é que a China investiu pesadamente em educação e infraestrutura. Eram muitos milhões de engenheiros e técnicos atrás de postos de trabalho, e toda uma malha rodo-ferroviária, portos, etc, todos prontos a escoarem uma enorme produção, que a princípio foi quase toda voltada para a exportação.
Terceira peculiaridade é que, se a princípio essa produção era toda voltada para a exportação, agora já não é mais assim, e um bom mercado consumidor se forma a passos largos no país asiático. Com isso a China já não tem mais uma mão de obra tão barata assim. Se não tem o custo da mão de obra europeia, já ultrapassou a brasileira, e direitos sociais como férias, abonos, aposentadoria, já começam a ser cobrados pelos trabalhadores e entregues por empresas e governos. Um exemplo bastante claro é que o custo da mão de obra chinesa já ultrapassou a brasileira, mas não vemos a chuva de investimentos estrangeiros no Brasil.
A verdade é que, quando todo esse processo começou, já estávamos em estágio mais avançado do que a China, mas injustificavelmente temos promovido a desindustrialização, o desinvestimento em Educação, pesquisa, infraestrutura. Também temos a total falta de incentivo e de políticas públicas de incentivos industriais no país. Tudo em prol de um financismo que não se sustentará a longo prazo sem que isso destrua o país, porque não haverá quem financie tal disparate econômico.
Quanto a Miriam Leitão, bem, ela não é contra a destruição da Previdência que Guedes tenta promover, mas ela sabe que essa destruição tem muitos interesses, e terá muitas repercussões ao país, mas a geração de empregos e desenvolvimento não estão nesse roll. Na verdade, a pura destruição da Previdência apenas gerará mais retrocesso, pobreza e atraso ao país. E isso pelo simples fato de que ajuda a matar 60% da economia brasileira, que é o consumo das famílias. Se você destrói o maior motor de desenvolvimento da economia, como você acha que ela irá se comportar?
MIRIAM: SE REFORMA PASSAR, BRASIL ACORDARÁ COM MILHÕES DE DESEMPREGADOS
A jornalista Miriam Leitão afirma que Rodrigo Maia está certo ao apontar para um 'colapso social' com a ausência de agenda de Bolsonaro; ela diz: "a reforma não vai resolver todos os problemas. Se ela passar, no dia seguinte o país ainda acordará com milhões de desempregados e crescimento baixo. Maia alerta também que se a reforma não passar o país entrará em colapso"
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