quarta-feira, 5 de junho de 2019

Reforma da Previdência não resolve nada

Se até a Miriam Leitão diz que não resolve nada, quem sou eu para dizer o contrário?

E não resolve mesmo, porque nenhum empresário investe pelo que ele economiza, ele investe pela demanda que ele tem, pela previsão de lucro que ele tem. O fenômeno China, que é tão citado pelos defensores do desastre sócio-salarial que ora se implanta no Brasil, já que, imaginam, isso possibilitaria a invasão de capital estrangeiro no Brasil, gerando milhões de empregos e um desenvolvimento a lá China.

Ledo engano. Existem muitas peculiaridades que diferem enormemente o Brasil da China. Antes de tudo há a situação de que quando a China absorve as empresas, ela absorve também a tecnologia. Por isso hoje vemos várias empresas chinesas brigando pelos mercados de ponta de alta tecnologia, incluindo mercados dominados tradicionalmente por europeus e norte-americanos.

Uma segunda peculiaridade é que a China investiu pesadamente em educação e infraestrutura. Eram  muitos milhões de engenheiros e técnicos atrás de postos de trabalho, e toda uma malha rodo-ferroviária, portos, etc, todos prontos a escoarem uma enorme produção, que a princípio foi quase toda voltada para a exportação.

Terceira peculiaridade é que, se a princípio essa produção era toda voltada para a exportação, agora já não é mais assim, e um bom mercado consumidor se forma a passos largos no país asiático. Com isso a China já não tem mais uma mão de obra tão barata assim. Se não tem o custo da mão de obra europeia, já ultrapassou a brasileira, e direitos sociais como férias, abonos, aposentadoria, já começam a ser cobrados pelos trabalhadores e entregues por empresas e governos. Um exemplo bastante claro é que o custo da mão de obra chinesa já ultrapassou a brasileira, mas não vemos a chuva de investimentos estrangeiros no Brasil.

A verdade é que, quando todo esse processo começou, já estávamos em estágio mais avançado do que a China, mas injustificavelmente temos promovido a desindustrialização, o desinvestimento em  Educação, pesquisa, infraestrutura. Também temos a total falta de incentivo e de políticas públicas de incentivos industriais no país. Tudo em prol de um financismo que não se sustentará a longo prazo sem que isso destrua o país, porque não haverá quem financie tal disparate econômico.

Quanto a Miriam Leitão, bem, ela não é contra a destruição da Previdência que Guedes tenta promover, mas ela sabe que essa destruição tem muitos interesses, e terá muitas repercussões ao país, mas a geração de empregos e desenvolvimento não estão nesse roll. Na verdade, a pura destruição da Previdência apenas gerará mais retrocesso, pobreza e atraso ao país. E isso pelo simples fato de que ajuda a matar 60%  da economia brasileira, que é o consumo das famílias. Se você destrói o maior motor de desenvolvimento da economia, como você acha que ela irá se comportar?


MIRIAM: SE REFORMA PASSAR, BRASIL ACORDARÁ COM MILHÕES DE DESEMPREGADOS

Reprodução/TV Globo

A jornalista Miriam Leitão afirma que Rodrigo Maia está certo ao apontar para um 'colapso social' com a ausência de agenda de Bolsonaro; ela diz: "a reforma não vai resolver todos os problemas. Se ela passar, no dia seguinte o país ainda acordará com milhões de desempregados e crescimento baixo. Maia alerta também que se a reforma não passar o país entrará em colapso"
4 DE JUNHO DE 2019 ÀS 00:5
247 -  A jornalista Miriam Leitão afirma que Rodrigo Maia está certo ao apontar para um 'colapso social' com a ausência de agenda de Bolsonaro. Ela diz: "a reforma não vai resolver todos os problemas. Se ela passar, no dia seguinte o país ainda acordará com milhões de desempregados e crescimento baixo. Maia alerta também que se a reforma não passar o país entrará em colapso."
Em sua coluna no jornal O Globo, a jornalista ainda afirma que "o presidente da Câmara conta que não houve pacto entre os poderes em torno de um texto, apresentado por Onyx Lorenzoni. "Zero de verdade nisso", disse Maia. Ele lidera a Câmara, mas não é o dono do voto dos 513 deputados. Por outro lado, o judiciário não pode estar ao lado de medidas do governo que ele poderá julgar se são ou não constitucionais."
E prossegue: "as falas de Maia reforçam a importância da negociação. Para governar e aprovar propostas, tem que se compor um arco de alianças. Conversar com os partidos não é corrupção. Um governo convence os parlamentares com propostas e ideias que podem ser boas. Qualquer político que governar o Brasil tem que ter clareza da necessidade de uma coalizão."

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